terça-feira, 27 de outubro de 2009

AMOR


O homem possui uma infinidade de sentimentos que juntos formam o conjunto de sensações e aflições do seu dia-a-dia. Tomou para si a responsabilidade de ser o único animal racional entre milhares de espécies e agora tem que levar a sério isto.

A tristeza é um destes sentimentos que permeiam o universo humano de forma a torná-lo mais suscetível a forças externas e mais duro com seu próprio coração ou das pessoas que fazem parte de seu convívio. A depressão é o mal do século. Não olha a idade de quem vai atacar. Em tempos atuais perturba de crianças a idosos sem piedade nem compaixão. Discriminada por muitos capitalistas a depressão é hoje reconhecida como doença e deve ser tratada como tal.

A dor é um dos piores momentos do indivíduo. Geralmente vem acompanhada de traumas e tragédias. Dizem que ela também tem o poder elevar as pessoas transformando vidas desprezíveis em novos horizontes. O prazer é onde os instintos falam mais alto. O prazer pode surgir do simples sorriso da mulher amada como de uma relação sexual com intensidades variáveis e múltiplos sentimentos.

O amor costumo dizer que é o supremo dos sentimentos, pois abrange todos os outros citados. No amor passamos pela tristeza, por algum tipo de depressão, pelas diversas formas de dor e por prazeres incontestáveis e inexplicáveis. Enfim somos animais racionais dotados de sentimentos e todos filhos do amor que então se torna o primordial. Só para deixar bem claro mesmo que tenhamos tomado a responsabilidade de sermos animais racionais todas as espécies de uma maneira ou outra passa por um ou mais destes sentimentalismos ditos humanos.


BJKS DA VANN

FELICIDADE!!!


Por isso, conviviam com vários deuses, entre eles os deuses da felicidade; como as deusas Felicitate, Eutychia e Beatitude. Assim naquela época podia haver a felicidade. Porque os deuses adorados neste período tinham ligação direta com os povos que acreditavam neles. Assim podiam proporcionar a existência da felicidade.

Isso em momento anterior a Cristo do apostolo Paulo, momento que ainda não se sabia da existência do Deus único, criador de todas as coisas. Que não tem principio nem tem fim. Reinava os deuses do Olimpo, que estavam em estreita ligação com os homens. Depois da vinda de Cristo, os deuses gregos e romanos, recolheram ao Olimpo. A partir daí, não tinha mais os deuses em uma estreita ligação de crença, que poderiam proporcionar a felicidade se ela existe. Também a felicidade pode ser um conceito oficial. Que está nos livros de auto-ajuda, trazidos até nós, como se faz nos comerciais de um creme dental.

De outra forma, a felicidade pode ser somente um conceito utópico de nossa cultura. Se existe! O desejo alcançá-la, leva ao desespero e a aflição, até num grito de dor. Desta maneira o mundo inteiro é induzido a rastejar, atrás dessa tal “Felicidade”. Que todos querem e que até pode não existir. E que os seres passam a vida inteira em sua busca, até após a morte. Se é que ela existe, às vezes não a reconhecemos, pois ela pode passar como um sorrateiro vulto, que nem a percebemos.

A busca pela felicidade, sempre existiu é tão antiga quanto à própria história. Pois nas primeiras páginas do primeiro livro, que é considerada a primeira obra da história no Ocidente — a História, de Heródoto —, a procura pela felicidade está nele, num registro das grandes maravilhas do livro.

De outra maneira, analisando melhor, vivemos num mundo hostil, que pode ser impossível conhecer a felicidade se ela existe. Assim a felicidade é um trauma que nos leva a loucura. Por isso seria melhor assassinar a Felicidade, essa deusa pálida, raquítica e perversa, que nos faz sofrer, porque estamos sempre rastejando por ela. É o que vou fazer. Pá, agora você não perturba mais os pobres mortais. O desespero foi tão grande que cheguei a assassinar a felicidade, sei que precipitei, não era isso que deveria ter feito.

Agora, depois de muito meditar, concluí que ela existe e é útil. Assim é necessário ressuscitar a Felicidade. O que tentarei neste momento. Opa... Consegui. Ela de fato existe para nos proporcionar bons momentos. Ás vezes não a percebemos. Há momentos na vida de cada um, inesquecíveis, está aí à felicidade. Momentos rápidos como sonhos, que só percebemos depois. Aí, ficamos atordoados, por não termos percebido-a ou tirado um melhor proveito dela. Podem ser tão rápidos que ás vezes há duvida se ela aconteceu, ou se foi imaginação.

Neste momento tenho certeza que ela existe, na maioria das vezes rápida como um raio, que desaparece no horizonte de nossas vidas. Ratificando, a Felicidade existe, as coisas boas não duram, por isso parecia que a Felicidade não existia. Mas, não tenho mais duvida, ela habita dentro nós, no paraíso de nossas vidas, como uma morfina ou uma coma induzida, por isso a dificuldade em a percebemos. Pois para haver a felicidade não é necessário ter as melhores coisas. Mas ser capaz de enxergar as coisas boas pelos caminhos que percorremos. Mesmo naqueles momentos que choramos, ou que somos machucados. Basta que tenhamos a sabedoria de procurá-la em nós. Onde com certeza está a Felicidade.


BJKS DA VANN

quinta-feira, 8 de outubro de 2009


Não tenho dúvida em afirmar que o sentimento mais nobre é a gratidão e o mais destrutivo de todos é a vingança. O primeiro dos dois origina-se do instinto de vida e está voltado para fora enquanto que o sentimento de vingança tem origem no instinto de morte e parece estar voltado para fora, mas em verdade também está voltado para dentro. O sentimento de gratidão é nobre por expressar o reconhecimento pelo que se recebe. O sentimento de vingança causa muito prejuízo para quem o tem, quase sempre muito mais do que para o objeto a quem se destina, pois tantas vezes não se concretiza em atos e o outro não é atingido mas quem tem o sentimento negativo já foi prejudicado.

A primeira condição para a manutenção da sanidade mental é a elaboração de todos os sentimentos negativos relacionados com os outros. Qualquer sentimento de vingança, raiva, ódio e rancor, quase sempre destrói muito mais a quem o sente. Às vezes me surpreendo escutando pessoas culpando até Deus pelos problemas que têm. Estão tão mal resolvidas consigo mesmas e tão fracassadas que já não se satisfazem mais em culpar a esposa ou o marido, filhos, governo, vizinhos, políticos, trânsito e outras mil justificativas esfarrapadas para negar para si mesmos o quão fracassados são. O mais triste nesses tipos de mentiras é que essas pessoas mentem tanto que em determinado momento passam a crer piamente nelas e se tornam convictos de que o mundo é mau e que são vítimas dessa maldade. Não se permitem perceber que essa visão do mundo exterior é expressão do inferno interior que estão vivendo.

Aprendi que para estar bem consigo mesmo é necessário elaborar os sentimentos negativos para com os outros e a melhor forma é a gratidão. Ser grato a todos, mas principalmente àquelas aos quais temos algum tipo de sentimento negativo. Não é à toa que as religiões pregam o amor ao próximo, mesmo que seja inimigo seu.

Nascemos e vivemos cercados de tantos presentes que nem nos damos conta que alguém nos deu e quase sempre nos esquecemos de agradecer. Não me refiro a presentes que ganhamos de amigos e parentes para satisfazer desejos artificialmente implantados pela mídia e que em pouco tempo acabam. Me refiro a presentes magníficos e duradouros que temos todos os dias e nem nos damos conta. Nascemos com a vida, temos um pai e uma mãe que nos acolhem e nos cuidam e alimentam. A cada segundo respiramos e recebemos o oxigênio que nos mantém vivos. Nosso corpo é uma maquina complexa e quase perfeita. Ouvimos, sentimos, falamos, enxergamos e degustamos o sabor das comidas e nos damos conta da importância dos órgãos dos sentidos somente quando somos privados deles. Esconde-se uma plantinha debaixo da terra e eis que em alguns dias ou semanas, se for cuidada, brota uma planta e fornece alimentos e frutas. Em vez de percebermos tudo isso como um presente e preservar tanta coisa boa, esquecemos de agradecer e ainda envenenamos nosso corpo com lixo alimentar e álcool e a terra com venenos.

Estive reparando algumas orações clássicas do cristianismo como o Pai Nosso e Ave Maria. Essas orações trazem pouca gratidão e muitos pedidos. O ser humano, diante da grandeza de Deus e da sensação de impotência dada pelo magnetismo animal, tende a ignorar tantas dádivas que todos os dias recebe e se postula como um mendigo pedindo mais. Incrível, mas tem gente que levanta de manha, olha pra o céu e a luz do sol e se queixa do calor que vai fazer em vez de ver a grandeza de tudo que está ao redor e agradecer por ter tido uma noite tranqüila. Outros terminam o dia tarde da noite quando deitam na cama com a cabeça cheia de problemas e não são capazes de agradecer o dia que tiveram. Agradeça todos os dias a Deus por tudo o que você tem, inclusive por existir problemas e pessoas que te causam raiva. Seja menos chorão, peça menos e agradeça mais.

BJKS DA VANN

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SOCIEDADE


Muitos fatos, atitudes e palavras são vistos de acordo com a percepção ou a interpretação de quem os observa. Se a formação para a convivência na tolerância, na boa vontade e no verdadeiro bem do semelhante acontecer na formação do caráter da pessoa, temos um relacionamento mais harmonioso na família, na comunidade e na sociedade.

Caso contrário, a pessoa tende a buscar na outra o que lhe interessa e não valoriza suas virtudes. A busca da derrota do outro se torna, nessa perspectiva, uma constante, principalmente quando se pleiteia posto na ordem política, profissional e outras. Quem inteligentemente sabe valorizar até o oponente, não precisa usar artimanhas até antiéticas para derrubar o outro. Sabe sim apresentar propostas válidas que mais convencem do que usar a “tática” de desqualificação do outro.

Na época de Moisés, Deus agiu em setenta anciãos para eles profetizarem. Mas dois outros, não escolhidos, também se puseram a profetizar. Josué estranhou o fato e pediu a Moisés que os impedissem de fazê-lo. Mas Moisés louvou os dois por realizarem obra de bem (Cf. Números 11, 25-29). De fato, o bem realizado por outros, mesmo fora de nosso grupo ou interesse, não podemos ser injustos de não o reconhecer! Quantos talentos poderiam melhor ser valorizados com o benefício da comunidade! Por que não deixar os outros competirem conosco? Por que não reconhecer as virtudes de quem faz o bem ao semelhante?

Muitas vezes, por causa de um defeito, até pequeno, desqualificamos tantos valores ou pendores do semelhante! Mesmo na ordem das religiões poderíamos unir mais forças para servir melhor a sociedade! Não se trata de renunciar os próprios valores, mas reconhecermos pontos coincidentes com os nossos no semelhante. Na ordem política, o partidarismo absolutista pode levar a desqualificar a causa do bem comum. Adversário político não pode ser confundido com inimigo. Os programas e as propostas partidárias é que devem ser bem esclarecidos para o povo e não os ataques aos oponentes para derrubar sua moral!

O Apóstolo Tiago apresenta o uso das riquezas com moderação e não como finalidade. Elas são perecíveis (Tiago 5,1-6). A justiça e o bem promovidos ao semelhante são virtudes que não se enferrujam. Por isso, vale a pena colocar tudo a serviço do bem comum, com toda a hipoteca social que as riquezas apresentam. O Documento dos Bispos na Conferência de Aparecida (SP) coloca bem claro a opção evangélica preferencial pelos empobrecidos, como compromisso de seguimento a Jesus. Seria um bom programa para todos que desejam se dedicar à promoção do bem da comunidade.

Na trilha do Mestre, encontramos seu belo ensinamento de valorizar quem realmente pratica o bem ao outro, sem olhar para sua origem, grupo ou posição dentro de nossa comunidade. O bem não tem partido. Ele mostra a verdade do dom de Deus ao ser humano aberto à sua ação para amar e servir. Quantas pessoas realizam o benefício do próximo sem serem vistas. Há exemplos marcantes que se têm destacado na história! Tomara que nossas lideranças deem o exemplo disso e estimulem os outros a realizarem o mesmo. Teremos pessoas, grupos, partidos, famílias, lideranças e pessoas que realmente ajudam a sociedade na direção de sua realização!

bjks da van

sábado, 3 de outubro de 2009

LITERATURA

Confesso, de livre e espontânea vontade, que sou apaixonada pelos livros, especialmente pela literatura. Sou daqueles que preferem manusear os livros diretamente nas estantes da biblioteca à consulta tranquila e bem-acomodada diante do monitor do computador.

Sou apaixonado pela palavra e me deleito com a beleza e criatividade manifesta na construção de uma frase e de uma descrição bem elaborada. Forma e conteúdo amalgamam-se e nos remete para além do nosso ser. Às vezes, no ato da leitura, detenho-me com admiração diante das palavras esculpidas no papel. São palavras que marcam profundamente o ser, que nos fazem refletir sobre a beleza e a simplicidade do viver.

Por vezes o escritor, por arrogância ou falta de criatividade, procura impressionar pela erudição. É o discurso professoral em ação. Partem do pressuposto que quanto mais incompreensível, mais inteligente parecerá. E, o pior, os consumidores deste falatório sem sentido, pretensamente erudito e filosófico, aplaudem. É um discurso incompreensível que se derrama na ignorância do outro e que parecerá mais imponente na proporção em que reduz este à condição de asno ou papagaio. Isso sem falar na mixórdia panfletária.

Contudo, admiro, sobretudo, a capacidade dos que escrevem de maneira bela e inteligível sobre a complexidade da vida. Os que expressam as tragédias e alegrias humanas, com as quais, em qualquer época e lugar, nos identificamos.

A literatura arrebata o espírito e nos permite um aprendizado prazeroso em todos os aspectos: histórico, político, social, cultural etc. Como não se enredar com os escritos clássicos? Seus personagens, contextos e descrições, nos fazem viajar no tempo: a imaginação vagueia saborosamente nos recônditos do ser humano e seus dilemas; em nossos devaneios, nos identificamos com os seus personagens, suas misérias e alegrias.

Como não se emocionar com o sofrimento de Anna Karênina (Tolstoi) e também com a sua coragem em enfrentar a hipócrita sociedade da sua época? Como passar incólume diante dos personagens de Dostoiévski, expressão dos dilemas humanos diante do mal e do bem?

E a capacidade dos nossos autores maiores em contextualizar a realidade socioeconômica do povo brasileiro e desvendar os liames que explicam o fosso abismal entre a opulência da elite e a miséria da população? É possível ler Machado de Assis e Lima Barreto, por exemplo, e não se indignar com a elite da época, os políticos e o bacharelismo insolente?

Ler é essencial, prazeroso e nos faz bem, desde que, a nossa capacidade de interagir com a realidade que nos cerca, não nos deixe cair na tentação elitista e desconsiderar o mundo e a cultura não erudita. Afinal, por mais que nos envolvamos com a literatura, a realidade é mais cruel do que as crueldades encontradas nos livros; e a miséria humana não se restringe às palavras e conceitos, como bem apregoa os grandes filosofo.

Bjks da VANVAN.