segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nada mais justo que homenagear aquele ou, de preferência, aqueles que estiveram sempre do seu lado, lá no cantinho esquerdo do peito; "um ser que a vida não explica", diria Vinícius de Morais.

Amizade faz bem e não há contra-indicações. É sempre saudável ter por perto um amigo nos momentos de prazer, de descontração e felicidade, entretanto, mais importante, é tê-los nas situações mais delicadas; amigo é companheiro!

Ser "amigo", com todas as letras, não é apenas selar votos de fidelidade e lealdade, mas aceitá-lo, de maneira in-con-di-cio-nal. É saber a hora certa de falar palavras de estima, carinho ou dor - é saber a hora certa de se calar - quando palavras não são necessárias.

Amigo é radicalmente inegociável, pois, se é de verdade, é eterno - é preciso lutar e conquistá-lo - o eterno tem valor inestimável, não tem preço, e nem se troca um amigo por um outro amigo, pois a amizade foi feita para se multiplicar. Entre amigos, divide-se apenas os sonhos, as confidências e a vida. Subtrai-se somente as diferenças, as dificuldades e os sofrimentos.

Ser amigo exige que você seja mestre na arte de adivinhar, que seja gigante, seja "dois mil e um". Um amigo tem ombros sólidos como ferro, capazes de sustentar todo o universo: amigo é assim, super-homem! Grandes amigos têm, cada um, grandes segredos para trocar confidências, grandes amigos apreciam poesia, grandes amigos têm lembranças da infância e respeitam segredos.

Nietzsche escreveu: "És escravo? Então não podes ser amigo. És tirano? Então não podes ter amigos. Há muito tempo, se ocultavam na mulher um escravo e um tirano. Por isso a mulher ainda não é capaz de amizade; apenas conhece o amor". Polêmico, prosseguiu: "A mulher ainda não é capaz de amizade. Mas dizei-me vós, homens, qual dentre vós é porventura capaz de amizade?". Certo é que, independente de homens ou mulheres, enquanto houver pobreza de espírito e avareza, haverá um abismo entre os amigos.

Tenha amigos e orgulhe-se deles, pois a vida é bela quando se tem pelo menos "um bicho igual a mim, simples e humano". Esta é a humilde reflexão e homenagem que ofereço a todos os amigos, aos amigos dos meus amigos e aos amigos que ainda não fiz. Que a amizade possa resistir.

BJKS DA VAN





terça-feira, 7 de julho de 2009

EM SE PLANTANDO TUDO DÁ

O grande Pero Vaz de Caminha anunciou ao Rei de Portugal: "Em se plantando tudo dá". Ele se referia à fértil terra que acabara de descobrir com outros amigos, mas serve para a mente humana que é sempre um terreno fértil para qualquer tipo de semente que for plantada e cultivada. O que plantamos, colhemos. É fácil entender isso. Não se pode esperar de ervas daninhas a produção de alimentos saudáveis, da mesma forma que se pode esperar que sementes de trigo semeadas em terra fértil e preparada, produzirão campos coloridos e fartura nas mesas. Você já se deu conta que é cada vez mais freqüente, quando vai se fazer uma compra, se não tomar muito cuidado, pode estar sendo enganado?

Quer seja no supermercado que coloca um preço no produto, mas o código de barras tem um preço maior, quer seja num produto que está em "promoção" e você compra na boa fé achando que está fazendo um grande negócio e quando chega em casa percebe que já está vencido há alguns meses. Em feira de automóveis usados então, se possível, leve com você na hora de ver o carro um mecânico, um lanterneiro e um despachante, todos experientes.

O mecânico vai desnudar os problemas no funcionamento do motor, o lanterneiro desnudará por baixo da pintura malfeita as batidas que o carro já sofreu pois há grandes chances de aquela pintura fresca ser apenas uma camuflagem dos problemas do carro. O despachante para checar os documentos e comprovar que o carro não é roubado e não tenha multas exorbitantes.

O que mais assusta é que esses mesmos homens que trambicam e agem o dia todo roubando e enganando outras pessoas, e não são poucas, quando chegam em casa se portam como pais de família diante da esposa. Para os filhos pequenos falam palavras de carinho, esboçam sorrisos protetores e quando os filhos já têm condições de entender, tecem alguns comentários reforçando valores aprendidos no passado, mas que se negam a assumir no dia-a-dia e quando deitam a cabeça no travesseiro dormem um sono como se fosse o sono dos anjos de tão leve que se sentem, acordando somente no outro dia, prontos para mais um dia de gatunagem.

Fazem uma cisão entre o que praticam e o que pregam para seus filhos.

Isso mesmo, passar a perna nos outros, roubar, usar a todo o momento a Lei de Gerson, tem se tornado cada vez mais parte da normalidade de muita gente.

Somos levados a acreditar que só os políticos que são corruptos. Recentemente uma Revista Semanal de grande circulação atribuiu, inadequadamente, a existência de Brasília, a causa da grande corrupção existente nos Poderes da Republica.

No entanto, penso que com as exceções necessárias, os políticos que são corruptos não se tornaram corruptos depois que ocuparam cargos no Poder Executivo (Prefeituras, Governos dos Estados e do Distrito Federal e Presidência da Republica), ou no Parlamento, quer no Senado, na Câmara dos Deputados, nas Assembléias e na Câmara Legislativas e nas Câmaras de Vereadores.

Na verdade, eles já chegaram lá corrompidos. Muitas vezes, nós não observamos, mas, a nossa sociedade que é corrupta e os políticos saíram da sociedade para ocupar aqueles cargos.

Ninguém nasce bandido. É com a prática de pequenos delitos, ao longo da vida, que se forma um grande ladrão.

Os próprios pais que corrompem os seus filhos. Quando os pais acham bonito quando o filho é “esperto” e passa os outros para trás. Aplaudem quando os filhos ganham os jogos de laser, roubando do parceiro. Não questionam os filhos, quando chegam em casa com objetos de escola, como caderno, livro, caneta, lápis, borracha, boné, bola e outros, que não foram dados por eles. Quando o pai promete dar uma bicicleta, uma motocicleta, um carro, ou uma viagem, se o filho passar no vestibular, coisa que é de sua obrigação. Quando deixam os filhos à vontade, não tomando conhecimento de sua situação escolar, não procuram saber quem faz parte da companhia dos filhos, não dando limites para a liberdade de seus filhos, estão contribuído para que eles sejam corruptos.

Com os filhos criados nestas condições, eles ficam com a consciência adormecida e quando chegam à vida adulta, continuam praticando pequenos atos atentatórios à ética, à moralidade e à honestidade, até chegar à prática de grandes desfalques ou roubos e nós, muitas vezes não olhamos para dentro de nós mesmos para enxergar que estacionamos o nosso carro nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas. Subornamos ou tentamos subornar os guardas de trânsito, quando somos pegos cometendo infração. Trocamos votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura, dinheiro. Falamos no celular, enquanto dirigimos. Trafegamos pela direita nos acostamentos num congestionamento. Paramos em filas duplas e triplas em frente às escolas. Violamos a lei do silêncio. Dirigimos após consumirmos bebida alcoólica. Furamos filas nos bancos, utilizando das mais esfarrapadas desculpas. Espalhamos mesas e churrasqueiras nas calçadas. Pegamos atestados médicos sem estar doente, só para faltarmos ao trabalho. Fazemos gato de luz, de água e de tv a cabo. Registramos imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos imposto. Compramos recibos para abater na declaração do imposto de renda. Mudamos a cor da pele para ingressar na universidade, por meio do sistema de cotas. Quando viajamos a serviço da empresa, se o almoço custa R$-10,00 pedimos nota de R$-20,00. Comercializamos objetos doados nessas campanhas de catástrofes. Estacionamos em vagas exclusivas para deficientes. Adulteramos o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado. Compramos produtos piratas com a plena consciência de que são piratas. Substituímos o catalizador do carro por um que só tem a casca. Diminuímos a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem. Emplacamos o carro fora do nosso domicílio para pagar menos IPVA. Contribuímos para a Previdência por 5 anos e queremos aposentar por idade. Frequentamos os caçaniqueis e fazemos uma fezinha no jogo de bicho. Le vamos das empresas ou repartições, onde trabalhamos, pequenos objetos como clips, envelopes, canetas, lápis, como se isso não fosse roubo. Comercializamos os vales transportes e vale refeição que recebemos das empresas onde trabalhamos. Quando voltamos do exterior, nunca falamos a verdade quando o policial pergunta o que trazemos na bagagem. Quando encontramos algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolvemos. Achamos bom, quando recebemos o troco errado e ficamos calados. Desrespeitamos, deliberadamente, o meio ambiente e recebemos o troco das inundações de nossas cidades e a poluição do ar, dos rios e lagos. Contribuímos muito mais para o BBB do que qualquer campanha beneficente e por aí vai e queremos que os políticos sejam honestos? Surpreendemo-nos com a farra das passagens aéreas, com os desvios de verbas das obras publicas, das desonestidades praticadas no Poder Legislativo, com os escândalos que acontecem na Câmara dos Deputados, no Senado e nos Governos.

Estes políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo. Os políticos refletem o que existe na sociedade brasileira.

Portanto, não estou absolvendo os políticos da corrupção que grassa nos Poderes da Republica. Estou dizendo que a nossa educação é que vai mal. O Governo gasta muito com a educação, mas, o dinheiro é mal empregado, os professores não são reciclados, incentivados e nem valorizados.

Temos que acabar com a prática do levar vantagem em tudo.

O Governo necessita urgentemente de investir na cultura do povo para que seja incutido na mente de cada um, que, qualquer dos atos acima praticado, está, na realidade, atingindo a sociedade como um todo. Necessitamos de uma mudança radical na nossa educação e na cultura do povo.

Bjks da VAN

segunda-feira, 6 de julho de 2009

MICHAEL .....

Michael, o que fizeram a você? Onde foi que você se perdeu? Quando foi que começou a saga de se transformar em homem branco? Eu era pequena, me lembro bem, e você deslizava com os seus sapatos peculiares e meias brancas. Tinha traços próprios à sua raça, era um homem que dançava com raça. Tão lindo em uma roupa espalhafatosa, que nem de longe fazia sombra ao seu brilho. Brilho de astro que refletia nos outros Jacksons. Todos eles viajavam com você, tomavam parte de um espetáculo cuja figura central era um doce menino correndo atrás da felicidade, com pés que ainda na infância desafiavam a gravidade.Você parecia voar, Michael. Quando foi que roubaram a sua inocência e te fizeram acreditar que para ser querido deveria se dobrar às curvas da vaidade? Onde está escrito que a beleza tem cor e traços finos?

Muitos anos depois, em um shopping, parei na frente de uma loja que ocupava as telas com o seu vídeo de músico bailarino dos anos 80. Eu ainda me encantava com a sua dança perfeita, com o seu modo de se entregar à melodia, com passos leves, flutuantes e decisivos. Você, Michael, era rosto e corpo de baile de uma geração, e as que se sucederam, não ousam dizer que não sabem que é você. Todos o imitavam, na dança, na voz, no figurino. Ainda ontem ouvi “We Are The World”, uma canção simples, que nasceu da boa vontade de músicos, conclamados por você, que queriam salvar o mundo, e lá, a sua voz sobressaía entre as demais.

Mas alguém o feriu na tenra infância, é o que dizem. E essa infância roubada, mais tarde foi descontada em outros, tão inocentes quanto o menino que desafiava a gravidade. Escândalos sucessivos, acusações, tiranias, partiram daqueles mesmos que o colocaram no topo. A mídia é isso, Michael. Retrata o seu momento, não importando se é de dor ou de plenitude. Você se prendeu a ela de tal forma, que não mais podia se locomover como simples mortal. Seus passos, não apenas aqueles que desenhou na história musical do mundo, acompanhado de hits sensacionais como Billie Jean, Thriller e Beat It, eram seguidos em todo o planeta, todo o tempo.Te sufocaram, Michael, e você se rendeu ao mundo da fantasia, tão explícito na construção do Rancho de Neverland ou Terra do Nunca, como o chamavam. Zoológico e parque de diversões, devolviam a infância roubada ao menino que sabia voar.

Oh, Michael, a sua inocência, tanto quanto a culpa, não foram provadas, e você, mais ainda se perdeu. Não sabemos se alguém quis se aproveitar do seu terrível sucesso e tudo que essa palavra representa, ou se realmente você foi capaz de ferir alguém. Prefiro acreditar que você ainda é um menino. Em todas as cenas que o vi, os seus olhos apareciam miudinhos, como de quem muito chora. Mas naquela cena em que você dança no Brasil, com o Olodum, no alto de uma favela, a câmera alcança a sua performance e é nela que vejo os seus olhos mais verdadeiros, ainda que de perfil. Os seus olhos naquele instante eram maiores do que os seus passos e gritavam mais do que a sua voz.

É essa cena que vou guardar de você, Michael. Mesmo que em todas as outras, os seus pés alados apareçam em destaque, dos seus olhos irei me lembrar, ídolo da minha hoje distante infância. Exatamente 25 de junho, você escolheu ir embora. Talvez para que nunca esquecesse de você. Nem precisava, Michael. Jamais me esqueceria das alegrias que você me deu, com pés de bailarino e olhos de criança triste. A Farrah Fawcett, que ironicamente também é personagem de minha infância, pantera que toda criança queria ser, escolheu esse mesmo dia para partir. Liz (Taylor), a “Gata em Teto de Zinco Quente” de olhos cor de violeta por quem Burton, duas vezes sucumbiu, sua amiga mais fiel e amorosa, está triste, como todo o mundo que chora a sua partida. Nas baladas, quando brindar com amigos, em noite de lua aberta e esplendorosa, recordarei os teus olhos e a eles brindarei. Com aqueles olhos tristes, você deve ter construído “Heal the World”(Cure o Mundo), sua mais linda canção. Canção de quem queria
um mundo melhor.

Até breve, Michael!

Bjks da Van