domingo, 29 de agosto de 2010

O PAGADOR DE PROMESSAS

Faltavam cerca de seis meses para a eleição, em abril de 1955 o ex-governador mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira fazia seu primeiro comício na cidade de Jataí - Goiás na carroceria de um caminhão. Juscelino então abrindo seu discurso às perguntas do povo pediu que o inquirissem sobre o que quisessem, eis que foi interpelado então pelo sr. Antonio Soares Neto (Toniquinho), que perguntou a ele se iria cumprir a Constituição Federal.

O então candidato Kubitschek disse a ele que, se eleito, teria que jurar a obediência às leis. Foi então que Toniquinho pediu a ele que, em cumprimento da Constituição, construísse e transferisse a nova Capital Federal para o centro do Brasil, no quadrilátero que então aparecia nos mapas do Brasil como “Nova Capital Federal”, pois lá estava escrito há muito tempo e que nenhum presidente tinha dado a mínima para a sua execução. Juscelino concordou e fez a promessa.

Estava dada a largada para o que era visto pelo mundo na época como “Brasil constrói capital no meio do nada”. Um país subdesenvolvido, sem o domínio da mais avançada tecnologia existente na época tinha a ousadia de construir uma moderníssima capital que nas maquetes tinha mais a aparência de um monumento com ruas e avenidas. Juscelino não foi um presidente como outro qualquer, porque todos desejam ser ele.

Kubitschek teve em seu governo todos os defeitos dos governos da época, mas teve uma virtude única que o faz ser lembrado sempre, montou um “plano de metas de governo” e o seguiu à risca.

Talvez seja isso que falta aos nossos candidatos, ter a coragem de montar um plano de metas, e se eleito persegui-lo com unhas e dentes como fez Juscelino. Será que um plano hoje seria tão difícil de ser cumprido como o foi para Kubitschek de Oliveira? Eu não acredito. O país hoje tem uma moeda estável, é uma democracia que está caminhando e tem indicadores econômicos saudáveis.

Já o país em 1955 vinha de uma ditadura passando aos trancos e barrancos para uma democracia claudicante, tinha indicadores econômicos assustadores e que conseguiu se sustentar somente até 1964.

Diziam os adversários que, para não admirar Kubitschek e ser realmente seu opositor, era preciso mantê-lo a quilômetros de distância. O homem que comandou a construção de Brasília tinha um carisma inigualável, talvez seja esse o carisma que os candidatos de hoje procuram.

Juscelino se fez ao longo da experiência de exímio articulador político, como prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais, presidente da República e senador, quando foi calado para sempre pelo regime militar. Não foi criado artificialmente por candidato ou partido político, era um candidato que tinha carisma e experiência para fazer o que propôs. Meta é o que não está faltando no Brasil de hoje, que tal uma revolução no transporte ferroviário eletrificado de carga e na modernização de nossos portos e aeroportos?

Será que não é possível criar uma meta estratégica descentralizada através dos estados para que as nossas rodovias não fiquem tão esburacadas em tão pouco tempo? E a meta nacional para a eliminação do gargalo logístico em que nos metemos ao priorizar transporte de cargas por rodovias?

Outra sugestão seria um plano nacional para priorizar o transporte de massa de alta qualidade, metrôs, metrôs de superfície e os chamados sistemas metro bus, do qual somos pioneiros e os maiores especialistas no mundo. Metas não faltam, o que falta é coragem e determinação para executá-las.

Só mais uma coisinha: não sou e jamais serei fã de Juscelino. Discordo em vários pontos da forma como administrava. Mas era um desbravador e com visão futurista. Então me curvo...mas só por segundos!

Bjks

pobreza

Existem várias formas de pobreza e talvez a falta de dinheiro não seja a mais desastrosa delas, mas seguramente é nessa ausência material que grande número de pessoas manifesta sua auto-enganação que, num segundo momento, se transforma em auto-comiseração. Às vezes, a necessidade de manter as aparências frente a questão dos bens materiais é tão grande, que algumas pessoas se impõem uma vida de fantasia, guiados por princípios, crenças e paradigmas completamente desadaptativos e contraditórios. Dizem que não ligam para o dinheiro, dizem também que ninguém precisa de muito dinheiro para viver, que o dinheiro é a origem dos males do mundo, que não têm interesse em ganhar muito dinheiro e que a verdadeira riqueza somente se consegue no reino dos céus.

Quando alguém me fala esse tipo de lorota, fico pensando em que mais ela costuma mentir ou se enganar. Com frequência, essas mesmas pessoas têm um emprego que as faz trabalhar feito condenados. Levantam muito cedo, saem de casa ainda antes de o sol nascer, enfrentam trânsito, patrão mal humorado, colegas dispostos a passar a perna para levar vantagens no emprego e um monte de outros problemas, chegam em casa tarde da noite, quase sempre para ganhar um salário muito aquém das necessidades de uma vida decente. Isso por dias, meses, anos e décadas. Todas essas pessoas, chegaram a um nível de auto-enganaçao tão elevado que não mais conseguem perceber que usam esses argumentos para justificar a sensação de fracasso que trazem dentro de si mesmos por terem colocado no fundo do baú a maioria dos seus sonhos como se um mundo melhor para si mesmos não fosse possível.

Tudo o que foi criado pelo homem, antes passou por sua mente. E tudo o que acreditou e pagou o preço, conseguiu alcançar. Isso me fez entender um pouco o significado da fé. Em S. Marcos está escrito que "a fé remove montanhas". A origem de qualquer riqueza, quer material, psicológica, moral ou espiritual surge primeiro na mente. Essas ideias apenas têm condições de serem transformadas em riquezas através da ação. O combustível que faz a ponte entre o desejo e sua concretização é uma mistura de fé e persistência. Nada do que o homem já conseguiu realizar foi concebido fora de sua mente. Você é conseqüência das idéias que deixou entrar em sua mente. Aí reside a solução ou os problemas de toda a humanidade.

Tudo o que você crê, de alguma forma existe para você. Se você acredita que é um vencedor ou um fracassado, você sempre estará certo.

Se você tiver amor ou ódio no coração ou se fizer o bem ou o mal essa é a sua verdade e estará certo também. Se você diz para si mesmo que o dinheiro não é importante e que nem tudo na vida é dinheiro como uma forma de justificar seu fracasso por ter arquivado teus melhores sonhos, você também está certo. Se acha que a melhor forma de construir o futuro é reclamar da esposa, do marido, dos filhos, dos governantes ou do mundo e ficar vendo televisão varias horas por semana esperando "algo" acontecer, você está certo.

Alias, você sempre está certo, sempre tem razão, pois sua crença é o que prevalece e é a partir dessas ideias que seu mundo pessoal vai sendo construído.

Mas pergunto, para onde essas suas "verdades" vão te levar?

Que tipo de caminho você terá trilhado quando tiver 50, 60 ou 70 anos?.

O que você quer ser, com quem quer andar e o que quer ter para si e para teus filhos?

Olhe para os teus últimos 5 anos e veja quanto sacrifício e dificuldades passou. Se quer que os próximos 5 anos sejam diferentes, faça algo diferente, porque fazer tudo igual e esperar resultados diferentes é a mais pura expressão de insanidade. Não diga que a vida não te deu oportunidades. Tanta gente tem agarrado essas chances de mudar de vida e aproveitado. O que você está esperando? Esteja em companhia de pessoas de sucesso. Fuja dos fracassados, pois eles te puxam para o desastre. Quando você diz para um deles que sua conta no banco estourou ele vai te dizer que você ainda é um felizardo, pois a dele está bloqueada há quase um ano. É pecado ser pobre, porque a pobreza do bolso é consequência da pobreza da mente.

Bjks

DROGAS

Se existe um assunto que me irrita e assusta é falar de drogas e drogados. Em vários textos já contei a razão destas implicâncias, sobretudo porque nada foi ou é feito para entender e tratar este que para mim é o câncer da nossa sociedade. Conto e repito dramas que me aparecem a toda hora. Exemplo de repetição: Senhor Paulão ( jornaleiro), está se preparando para morrer. Um pouco da sua historia: há uns dois anos, seu neto mais velho foi fuzilado por traficantes. O neto seguinte, ele me contou agora, está no mesmo e conhecido caminho: rouba e vende os trastes da casa, é um craque no assunto.

Agora, sem grana para comprar seu remedinho, serve de vendedor para seu traficante. No simples dos casos, entrou na reta final: drogado, já não vende sua quota e ainda fuma o que pode. Nesta semana, conta novamente o senhor Paulão, recebeu o aviso prévio: ou vende mais ou vai estar “na bola da vez”. Bola da vez, no território da droga, significa que vai cantar para subir (morrer), como simplificaram os donos do negócio. Deixar que ele vá à polícia e conte... nem pensar, a morte certa será apenas mais dolorosa. Taí o novo – e repetido – episódio do Paulão e seus netos.

Ele chora o que já passou e o que vai passar ali adiante... ele sabe. E daí, meus bons e amigos leitores? E também sei, vocês sabem, toda a sociedade sabe. A polícia, os juízes, todas as estruturas políticas do Brasil igualmente sabem – mas ninguém faz nada. Um grupo tem medo, não quer se envolver. Agora, só pra chatear e ficar chateando, estamos em clima político pré-eleitoral. Os candidatos se agarram e se agridem – sem medo.

Companheiro, você viu algum candidato frequentar – ou passar – por uma das inúmeras e conhecidas bocas de fumo?

Falam dos outros candidatos e partidos, prometem verbas e realizações de toda sorte, coisas que não vão mesmo cumprir. Subam comigo as escadas: qual o candidato a governador ou presidente, a senador ou deputado tem coragem de enfrentar a droga? Nada e nenhum, e eu penso com suspeita: será que ele tem medo ou será que ele é sócio? Inútil esperar. Já contei e escrevi: o projeto antidroga é inútil pelas fazendinhas e psicoterápicos de internação – uma palhaçada que apenas em raros casos dá resultado definitivo. Repito, mais uma vez, a minha receita: enquanto existirem os traficantes (e seus sócios...) a droga vai continuar matando. Prisão? Vale nada, até lá dentro entram celulares e sócios.

Minha receita, já escrevi, nasceu da lei seca nos Estados Unidos, onde morriam aos montes seus participantes. Aplicá-la às drogas por aqui: liberar o seu uso como foram liberados os psicotrópicos. O drogado viciado se confessa, vai à sede pública, inscreve-se usuário e todo mês vai à farmácia federal receber a “receita azul” de sua droga, que paga ao governo por preço mínimo (morte à traficância!...). Fica conhecido, talvez até envergonhado socialmente – e estimulado a abandonar a pecha e estigma de usuário. Pode até virar bom partido, em vez de pagar sua partida precoce para o outro mundo. Ah, se eu tivesse mais espaço e poderes interessados...

Bjks

GENTE HIPÓCRITAS

Os humoristas brasileiros levaram uma dedada no terminal do intestino grosso. Com sacanagem e requintes de sadismo, a politicalha abriu largo sorriso, guaridado pela lei 9.504 de 1997 e pulverizado nesta época. Não se pode mais fazer piadas ou qualquer outra manifestação que ridicularize certas figuras, algumas já altamente ridículas. Mas, como esta gente, que em sua imensa maioria nasceu com diversas veias para a análise crítica do povo que é f... por eles, então, vejamos:

Sugiro que, ao invés de mostrar nomes exóticos, expressões dantescas e linguajares assassinos da gramática nos programas de humor, mostrem o número de pessoas que morrem por dia na guerra do tráfico, por falta de políticas sociais voltadas para esta área. Que mostrem a prostituição infantil sem rebocos, que em grande parte é obrigatória, onde pais desempregados, outras vezes mães solteiras que trabalham dia e noite, arrastando imensos carros com produtos recicláveis para ganhar uma ninharia, que não paga o prato básico de arroz com feijão, são, sim, obrigados a fingir que não enxergam. Porque a fome, para algumas pessoas, é o último recurso antes da morte.

E vêm os hipócritas com intuito de ganhar popularidade e chamam de pedofilia o que deviam chamar trabalho alternativo, estampando na mídia as armas que vão conter o crime, gastando milhões em propagandas que de nada vão adiantar. Mas não mostram os crimes cometidos pelo desemprego, pela altíssima carga tributária que esse país de maquiagens comete a todo instante.

Que seja mostrado também o caos da fila do Sus, nos quatro cantos do Brasil, pois a carnificina é geral. Pessoas portadoras de patologias graves implorando para serem atendidas com prioridade, mas o sistema de corporativismo já tem outras demandas. Uma morte a mais não muda a estatística que os próprios manipuladores costuram. Dizem que a doença quando tratada no início facilita o tratamento, porém, quem depende do sistema, quando consegue a consulta, o médico já encaminha para a funerária que ele tem convênio.

Não se esqueçam da Zona Rural, onde o conflito pela reforma agrária ainda não cessou, tem latifundiário sobrevoando as terras em helicópteros placa branca e derrubando a floresta para instalar a pecuária. É interessante que não se esqueçam de que, ao lado de cada um destes atentados contra o povo, seja colocado o nome do meliante que lhe furtou o voto em nome daquela causa.

Aproveitando este papo aberto repulsa a censura, lembrei de um acontecimento há poucos anos aqui no Rio De Janeiro. Um vereador estava envolvido em uma série de falcatruas, o nome veiculando na imprensa nacional, e ele, como sempre cara de pau, distribuía sorrisos e tapinhas nas costas dos capciosos incrédulos. Eis que o TRE, como sempre, encontra uma brecha para livrar certos indivíduos. Este foi um que comemorou com muita pompa, cerveja, uísque e importados à revelia. Um grupo seleto que o próprio chamava de 171 esteve presente.

No outro dia, pegou sua picape de luxo e saiu de vidro aberto pelas ruas, acenando e buzinando. Estava o máximo. De repente, na avenida Presidente Vargas, o carro furou o pneu. Ele, todo tranqüilo, encosta e, demonstrando humildade, começa a colocar o estepe, isto com as portas abertas e o som ligado, quando aparece um eleitor dele que já o conhecia e diz, ofegante: - Vereador, vereador, enquanto o senhor rouba o pneu, vou roubar o som aqui, viu?! Fui...

Por favor, não usem a carapuça! Nem me processem, pois não tenho grana para pagar.

Bjks

ISTO É BRASIL

Tenho ouvido declarações do nosso presidente sobre alguns assuntos atuais, como o atraso das obras para a copa de 2014, o pré-sal e outros, na mídia, e fico cada vez mais surpreso de constatar como ele é inteligente, sutil, sóbrio, um gênio. E pior, ainda diz que “se algumas pessoas ficassem de boca calada, não diriam tanta besteira”. Não é de chorar? Como é que deixam ele falar de improviso?

Com uma empáfia de quem está criando grandes máximas, ele fala como um peão, como uma pessoa com um mínimo de instrução. Por que será, não é? E pensar que votei nele, no primeiro mandato.

O país está sucumbindo, com a educação cada vez pior, sem segurança, com a saúde falida, mas para ele o Brasil está ótimo, nunca esteve tão bem, tanto que agora está preocupado com as palmadas nas crianças brasileiras, tão educadas com o ótimo sistema de ensino que mudou, no governo dele, para muito, muito, muito melhor: existem alunos de terceiro ano do primeiro grau que não sabem ler ou escrever. Nunca houve tanta corrupção e impunidade como neste governo, mas o presidente está convicto de que tudo vai de vento em popa. Ele tem se aproximado dos piores líderes pelo mundo e acha que isso é uma grande façanha.

O que esse senhor tem tido é sorte, porque o povo brasileiro é um povo trabalhador e guerreiro e tem carregado o país nas costas, apesar do fato de que são os políticos que dão o pior exemplo. São eles que dilapidam o dinheiro público, que é composto da enorme carga de impostos que pagamos, apesar de ganharem imensos salários, totalmente fora da realidade de nosso país, além de uma quantidade enorme de privilégios.

Lula está em final de mandato e, ao invés de se preocupar em resolver problemas como a falência da saúde, da educação e da segurança brasileiras, que não foram resolvidos durante os oito anos de “governo”, enveredou pela campanha, deveras edificante, contra a palmada, pela oferta de asilo à mulher condenada no Irã, melindrando o ditador daquele país, tão seu amiguinho, oferece “adiantamento do 13º aos aposentados, para conseguir votos para Dilma, e por aí afora.

E também dedica seu empenho total à preparação da copa de 2014, quando até aqui, como governante que deveria apoiar um grande evento privado como o Mundial, não havia feito nada para que as obras para dar estrutura ao país para receber tão grande acontecimento, ao menos tivessem começado. Por que será que deixaram as obras atrasarem e, de repente, baixa-se uma medida provisória para dispensar licitação das construções e reformas necessárias à copa em várias capitais brasileiras? Coincidência, não é?

Nós, que vamos pagar a conta, já pensamos que os rios de dinheiro que correrão para fora dos cofres públicos serão maiores do que tínhamos imaginado? Sem licitações, o trem da alegria começa onde terminam os atrasos. E os impostos que pagamos é que cobrem tudo.

Campanha cara, essa da candidata do presidente. Feita às custas de promessas de obras e destinação de recursos para aeroportos, estádios, etc., para ganhar votos para dona Dilma.

Esperaram para usar a liberação de verbas na véspera da eleição, para angariar votos para a candidata. Isso não é usar a máquina do governo para chegar ao poder?

Isto é Brasil. Está na hora de pensarmos melhor quando votarmos. Escolher melhor, analisar melhor cada candidato, saber da sua ficha, da sua vida. E se não houver em quem votar, anular o voto, pois é a única maneira de mostrar que não estamos satisfeitos com o que está acontecendo.

Bjks

SUS


Quando o SUS (Sistema Único de Saúde) foi instituído, em 1988, o Brasil aplicava R$ 120 bilhões por ano no setor e hoje são aplicados apenas R$ 60 bilhões. A ela podemos acrescentar que, há 22 anos, a população brasileira era de 141 milhões de habitantes e hoje somos 192 milhões. A simples comparação aritmética aponta para o caos que leva muitos brasileiros a morrerem na fila de hospitais e postos de saúde e a classe médica a vivenciar um dos piores momentos trabalhistas de sua história.

Os sucessivos governos pós-88, em vez de fazer, “desfizeram” o que já estava feito em termos de saúde pública. E ainda se dão ao luxo de fazer pirotecnia eleitoreira com resultados setoriais, ignorando solenemente o caos global. É importante avançar e buscar meios mais modernos de gestão. Mas isso não pode se dar através da demolição do que já existe para só depois construir o novo. Para quem morreu no interregno, não há avanço, mas retrocesso. Para se tornar tudo aquilo que diz o discurso de governantes e apaniguados dessas últimas duas décadas, o SUS teria de ser exemplar e atender com um mínimo de competência e celeridade todos aqueles que batem à sua porta. É a diferença entre a vida e a morte! O simples critério aritmético (sem falar da inflação do período) nos remete a pensar que, para manter os mesmos níveis de 1988, o sistema deveria receber investimento de R$ 162 milhões anuais.

A observação que somos obrigados a fazer é de que nenhum dos governos dos últimos 22 anos deu a devida atenção ao SUS, um sistema revolucionário criado no bojo da Constituição, mas abandonado à própria sorte e saqueado nas suas fontes de custeio. Tudo isso no país que é a oitava economia e praticante da segunda maior carga tributária do planeta.

Precisamos ter hospitais equipados e capitalizados, com médicos e paramédicos bem remunerados, que não precisem trabalhar em mais de um emprego e tenham tempo para estudar e continuar se atualizando. O setor da saúde precisa de uma ampla revisão salarial como aquela que foi feita na Polícia Federal, hoje uma ilha de excelência no serviço o público.

Estamos vivendo o único período em que o povo pode fazer alguma diferença através do voto, sua única arma. É importante que as entidades sérias representativas do setor da saúde façam suas observações e digam à população as suas dificuldades. Orientem o eleitor a exigir do seu candidato uma postura mais eficiente para fazer o SUS funcionar ou, então, colocar em seu lugar alguma coisa que funcione.

É difícil para o eleitor interferir diretamente nos programas do presidente da República ou do governador do Estado. Mas é fácil cercar os candidatos a deputado – federal e estadual - e deles exigir o franco comprometimento com o funcionamento do serviço de saúde. Tanto o presidente quanto o governador precisarão dos votos dos deputados para poderem governar. É aí que valerá a mobilização do eleitor, exigindo uma postura clara do seu deputado e, depois, fiscalizando-o no exercício do mandato.

È – também – para isso que servem as eleições!...

Bjks

sábado, 28 de agosto de 2010

A " NOVIDADE"

Terminou o prazo para o eleitor que não estará no seu domicilio eleitoral, no dia da eleição, mas sim em uma capital, votar em trânsito. Este ano seria um teste para ver o que teria que ser aperfeiçoada em pleitos seguintes, como de 2012 e 2014. Para se cadastrar, o eleitor precisou apresentar o título de eleitor e um documento com foto.

Quase cem mil pessoas se cadastraram até as 19 horas de hoje, segundo o TSE, o que significa que os candidatos a presidente do país terão essa quantidade de votos a mais nestas eleições.

Interessante, não é? A “novidade” aparece justamente nestas eleições em que o atual presidente é marqueteiro da candidata do governo e vale só para votar no presidente e vice. Não é escancarado demais?

Esperamos que, mesmo aqueles que aprovam o atual governo, levem em consideração que ele está usando o privilégio de ter o poder nas mãos para eleger a sua candidata. Estamos assistindo,mais uma vez, ao desrespeito das leis por quem deveria dar o exemplo.

Nós, que vamos votar, precisamos pesar os abusos e incoerências, conhecer bem as fichas de cada um dos candidatos e saber se podemos votar ou não. O futuro do país é o nosso futuro. Precisamos ter consciência disso e sermos honestos, antes de tudo, conosco mesmo. E não esquecer, também, que se o Brasil continuar neste ritmo, com a saúde falida, com a educação cada vez pior e a segurança cada vez mais inexistente, com cada vez mais corrupção, que futuro terão nossos filhos e netos?

Até ia me cadastrar para votar em trânsito, mas quando soube que vale só para escolher o presidente, desisti, pois quero escolher também o governador do nosso estado.

Precisamos fazer escolhas. E fazê-las direito. Ou o futuro de todos estará comprometido.

E se não houver o que escolher, não se intimide. Vote nulo. Só não vote em branco. Li , há poucos dias, a crônica de um formador de opinião, em um de nossos jornais, sugerindo que se votasse em branco. Não façam isso. Voto em branco valerá, no final, para alguém.

Temos uma responsabilidade muito grande e explícita no ato de votar. Há que se atentar para isso.

Bjks

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

LULALÁ O CONTADOR DE HISTÓRIA

Já tivemos presidentes para todos os gostos, ditatorial, democrático, neo-liberal e até presidente bossa nova. Mas nunca tivemos um vendedor de ilusão como o atual. Também nunca tivemos uma propaganda à moda de Goebbels no Brasil como agora. O lema de Goebbels era “uma mentira repetida várias vezes, se tornará uma verdade”. O povo, no sentido coletivo, vive em um jardim de infância permanente. Vejamos alguns dados “vendidos” pelo ilusionista.

O governo atual diz que pagou a divida externa, mas hoje, ela está em 230 bilhões de dólares. Você sabia ou não quer saber? A pergunta é: pagou? Quitou? Saldou? Não. Mas uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade. Pagamos sim, ao FMI, 5 bilhões de dólares, o que portanto mostra apenas quão distante estamos do que é pregado para o povo.

Nossa dívida interna saltou de 650 bilhões de reais em 2003, para 1 trilhão e 600 bilhões de reais hoje, e a nossa arrecadação em 2003 – ano da posse do ilusionista – que foi de 340 bilhões, em 2008 foi de 1 trilhão e 24 bilhões de reais.

Este ano a arrecadação caiu 1% e, olhem bem, as despesas aumentaram 16, 5%. Mas esses dados são empurrados para debaixo do tapete. Enquanto isso os petralhas estão todos de bem com a vida, pois somente com nomeação já foram 108 mil, isso sem contar as 60 mil nomeações para cargos de comissão. É o aparelhamento do Estado.

Enquanto isso, os gastos com infraesturutra subiram apenas 1%, já as despesas com os companheiros subiram para mais de 70%. Como um país pode crescer sem em infra-estrutura, sendo essa inclusive a parte que caberia ao governo? O PT vai muito bem, os companheiros estão todos muito bem situados, todos, portanto, estão fora da marolinha, mas nos outros estamos sentindo o peso do Estado petista ineficiente, predador e autoritário.

Nas áreas cruciais em que se esperaria a “mão” forte e intervencionista do governo, ou seja, na saúde, educação e segurança o que temos são desastres e mais desastres, mortandades. O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, basta dizer que entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil passa longe. Já os Estados Unidos (eta capitalismo!) possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores. O Brasil não aparece com nenhuma. São números.

O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária. O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT, mas claro, esses números não interessam. Na verdade não deveriam interessar mesmo. Basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que coisa concreta em beneficio da sociedade. Se querem saber, em todos os países onde houve “reforma agrária”, logo em seguida se tornaram países importadores de alimento. A ex-URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando. Mas continuamos com o discurso de reforma agrária.

A URSS, quando Stalin coletivizou a terra, passou a ser importadora de alimento e, consequentemente, a ser um dos responsáveis pelo aumento do preço do alimento no mundo. Entendam. Cuba antes da comunização com Fidel, produzia 12 milhões de toneladas de açúcar do mundo, hoje não produz nem 2 milhões.

A Venezuela tão admirada por Lula produzia 4 mil quilos de feijão por hectares, depois da “reforma agrária” praticada pelo coronel Hugo Chaves só produz 500 kg por hectares. Mas os socialistas não sabem nem querem saber dessas questões, o trabalho que dá para produzir, para gerar alimentos, isso porque eles tem a sociedade para lhes pagar o salário, as contas e as mordomias, além de dinheiro do contribuinte para colocar comida na sua mesa. Mas eles não sabem nem querem sobre o que é produzir, cultivar, plantar alimentos.

Pois bem, os companheiros acreditam nos “milagres” da reforma agrária. Dizem que estão mudando o país. É para gargalhar. Agora incrível, e hoje está mais do que comprovado, que com a diminuição dos impostos nos setores de eletrodoméstico fez o comércio e indústria neste setor produzir e vender mais. O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos. O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao progresso e ao desenvolvimento. Mas o discurso dos petistas é outro. Ou seja, uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade. É o ilusionismo de Lula.

Bjks

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

4 anos

Os marketeiros das campanhas eleitorais estão, nestes dias, trabalhando no nível máximo de sua criatividade para, com isso, apresentar bem o "produto candidato", no horário eleitoral de rádio e TV, que iniciou na terça-feira passada, dia 17. Alguns deles, verdadeiros bruxos da comunicação, correm o risco de apresentar tão bem o seu cliente, que o eleitor poderá nem reconhecê-lo. Lançar na mídia cavalos pangarés como se fossem puros-sangues ingleses, pedantes como populares, incompetentes como capazes e, principalmente, desonestos como honoráveis.

A ação do marketing é importante quando aplicada para destacar as qualidades de um produto e, até, orientar a clientela sobre as formas de utilizá-lo com melhores resultados. Mas, quando as técnicas de convencimento são empregadas para confundir a vontade do consumidor, temos uma situação odiosa e até impatriótica. Temos de reconhecer que, por uma questão de fidelidade ao seu cliente, o profissional da propaganda, que recebe regiamente para isso, usa todo o seu talento para potencializar o viés positivo do produto. O produto é o candidato. E se esse produto também tiver viés negativo? Quem se encarregará de colocá-lo em evidência para que também sirva de orientação ao eleitor?

Numa campanha eleitoral pratica-se o verdadeiro "salve-se quem puder". Como há apenas a campanha (e não a anti-campanha), são raras as informações negativas sobre candidatos. Aí é que aumenta a importância da recente campanha do Ficha Limpa, que deu à Justiça Eleitoral condições de alijar da disputa candidatos que já tenham sido condenados em segunda instância. Mas, do jeito que a lei ficou - abrandada pelo Congresso em relação à proposta original -, muitos postulantes, mesmo com o esforço do Poder Judiciário e do Ministério Público, escaparam da proibição e, apesar de seus problemas, continuam candidatos.

Aí entra a ação direta e soberana do eleitor. Se ele assistir a propaganda com as devidas reservas e, além dela, buscar outras fontes de informação sobre o candidato - o noticiário dos jornais e a própria internet - terá a chance de saber se há ou não algo que desabone aqueles em quem está propenso a votar. Se vier a encontrar informações negativas, poderá colocá-las numa balança em contraponto com as positivas vindas da campanha e, assim, decidir com conhecimento de causa.

A sociedade tem de utilizar o período de campanha eleitoral para bem informar o eleitorado e orientá-lo a fazer a melhor escolha. É para isso que existe campanha e eleição. O povo tem, nesse período, a oportunidade de escolher os representantes que melhor possam atender às suas expectativas. O ideal é que entidades, imprensa e todos os setores sem envolvimento partidário, promovam uma grande cruzada nacional pelo esclarecimento do eleitor. Isso só poderá fazer muito bem ao Brasil...

Afinal, 4 anos e muito tempo gentem!
Bjks

sábado, 21 de agosto de 2010

Assistindo hoje a guerra do trafico no bairro de São Conrado, lembrei que num domingo de junho de 2002, o jornalista da TV Globo Tim Lopes subiu mais uma vez em uma favela do Rio de Janeiro, com o intento de colher informações e imagens sobre o tráfico de drogas e a exploração sexual de menores. Premiado repórter investigativo, teve sua carreira marcada por reportagens-denúncia sobre a vida precária dos brasileiros pobres e o descarado tráfico e consumo de drogas no país. Do morro não desceu. Foi preso por criminosos, torturado, julgado sumariamente, condenado à morte violenta e o corpo ou o que restava dele colocado no “micro-ondas”, para incineração e desova. Depois do crime descoberto, morto pranteado e muitas homenagens em reconhecimento à coragem do repórter que pagou com a vida a procura da verdade.

Tim Lopes, no dia 28 de março daquele ano de 2002, esteve em um evento aqui no bairro de Vila Isabel. Ele e mais um montão de jornalistas da Globo, SBT, Band e várias rádios do Rio. Afinal era o evento de um amigo nosso(o jornalista Argemiro)...Tim estava sempre cercado de amigos, contando suas histórias, suas aventuras. E tome Prêmio Esso! Mas num cantinho da quadra da escola de samba de Vila Isabel, tivemos alguns minutos para um papo exclusivo. Recomendei que ele desse uma parada nessa história de estar indo quase todo fim de semana para as favelas do Rio. Que isso estava começando a ficar perigoso...Tim concordou, mas disse que estaria investindo num grande assunto e que, depois, certamente tentaria tirar férias dos morros. Demos, a seguir, um grande abraço e brindamos pela decisão. Mas ele acabou não conseguindo...

E os assassinos? O que aconteceu com os frios e cruéis assassinos? Alguns deles cumpriam a pena em regime semiaberto.

Saíram para trabalhar pela porta da frente e não voltaram mais.

Aproveitaram-se do benefício para “escafeder-se”. Outros envolvidos, criminosos perigosos, também se encontram em vias de receber, abalizados pela progressão do regime, o benefício da liberdade. E com asas livres para voar, sabe-se lá pra onde...

Questiona-se muito a situação do menor infrator no Brasil. Não obstante esta questão ser muito importante é urgente discutir não só este problema, mas debruçar-se aprofundada e seriamente sobre o Código Penal e de Processo Penal. Vivemos hoje um tempo de violência sem limites, incontrolável. O cidadão clama por medidas severas em relação à Segurança Pública. Vamos continuar falando hipocritamente em ressocialização de presos, na sua recuperação e mantendo cadeias infernais, sistemas penitenciários decadentes, escolas de crime ou vamos de fato encarar a questão? Quem pratica crime deve ser punido exemplarmente, com base em normas que sirvam a este propósito, que ao mesmo tempo sejam legais e morais.

Que governantes e parlamentares tomem medidas eficazes para acabar de vez com a impunidade que existe no país, impunidade muitas vezes estimulada pela própria legislação. É tempo de agir, de decidir para melhor, chega de discurso vazio e enrolação!

As pessoas andam ávidas por más notícias, por tragédias, por tristezas. Escondem ou descontam nos acontecimentos o seu próprio sofrer, sua própria indignação e revolta com o que a vida anda a lhes oferecer. Uma forma de compensação, vingança ou triunfo sobre suas existências. Ninguém mais quer rir de si mesmo, nem buscar nas paisagens de seu cotidiano o céu azul, o ipê florido ou a criança sorrindo inocente. É mais fácil e confortante/compensador ver o funesto, o triste. Acompanhar as estatísticas dos acidentes e mortes nas estradas em decorrência dos fins de semana prolongados, a contagem de crimes violentos, os assassinatos em nossos bairros, à nossa porta. Ninguém quer mais o próprio sofrimento e angústias, preferem a dor e o desconforto alheio.

Me espanto. Ano passado as festas de fim de ano já se anunciavam, e assim, em breve, bem hipocritamente, todos passam a se fazer de felizes e desejar tudo de bom ao próximo. Falsa felicidade, placebo para angústias das vidas. Não se iludam, passou o Réveillon, com o chegar das contas e faturas do cartão de crédito, usado na euforia de um comprar ser feliz, as faces novamente se fecham e novamente passamos a concentrar nossas atenções nas más notícias sazonais. Pois aberta estará a temporada de dengue, enchentes, quedas de barreiras, Pode ser que eu volte ao normal. Mas hoje não estou para carnaval baiano.

Até mais ver. Volto a qualquer momento em edição extraordinária, caso na favela da Rocinha tenha outro confronto, ou no meu bairro Vila Isabel não acontecer outro acerto de contas entre traficantes do morro dos macacos x são joão(na Barão do bom retiro x faixa de gasa com fronteira para o inferno) ou mais, um político corrupto for filmado recebendo suborno. Ou, quem sabe, um laboratório farmacêutico superfature medicamentos para o SUS, um supermercado que adultera data de validade de tortas de camarão ou, ainda, a nova gripe venha fazer novas vítimas. E mesmo havendo um renovar-se de esperanças, eu me torno, só hoje, em um grande espírito de porco.

Bjks

A profecia de 2012

Insustentabilidade é o que define melhor o estágio que a humanidade alcançou. Enquanto a preocupação rodeava a carência de alimentos para uma população mundial galopante - Malthus foi generoso na época -, temos hoje indícios de que o planeta está em colapso.

Talvez a profecia de “2012” não seja tão alarmante a ponto de frear a ação de seres covardes e canalhas, que nada temem senão o decréscimo de seus lucros e o risco de que seus gozos terrenos sejam socializados por algum presidente de tendência esquerdista.

Podemos acreditar que o ápice da maldade ainda está por alcançar-se antes da guinada vibratória que este planeta sofrerá (súbita ou lentamente?) afim de que sejam expulsos os maus elementos, que obstinam em caminhos funestos. Estiveram enganados os maias?

Muitos deles dirigiram ou ainda gerem, a contragosto dos bem-intencionados, comunidades e países inteiros; inclusive há os que se intrometem noutras nações soberanas como se fossem policiais do mundo. Tentaram convencer - embora anacronicamente - que puderam ser representantes fieis do povo ou autoridades da causa comum.

A história e a razão desmentem estes mitos.

O dinheiro estimula o pecado, mas peca aquele que fraqueja. Caso contrário, não haveria espaço para alguns dos negócios mundiais mais rentáveis: tráfico de armas, de drogas, e exploração sexual e laboral. A maldade verte insaciavelmente. Cabeças rolam por causa do narcotráfico.

Falta bom senso na política, ainda que sua arena desmistifique qualquer tentativa de consenso.

Uma das expressões é a de que líderes sindicais do setor bananeiro protestam no Panamá contra uma nova lei que prejudica esta categoria de trabalhadores e prevê, por exemplo, a suspensão em caso de greve e o recurso à Polícia para proteger a empresa.

A hierarquia social é opressiva. A sensação é de que aumenta a irreversibilidade da pobreza entre aqueles que sonham em abandonar a categoria. Manifestações populares confundem-se com baderna nas cidades latino-americanas. Assim se criminalizam movimentos sociais e passeatas que pretendem somente mostrar que há quem pensa diferentemente.

O laboratório de fenômenos políticos e sociais na Bolívia recebe um novo experimento.

Há vozes discrepantes sobre a participação da USAID na Bolívia: alguns acusam que a agência estadunidense intromete-se na vida política do país, como sustentam o presidente Evo Morales e parlamentares do partido Movimiento al Socialismo (MAS), enquanto outros são favoráveis ao resultado benéfico da transferência vultosa de recursos dos EUA a projetos de desenvolvimento, como de conservação de biodiversidade e promoção da saúde.

Enquanto se grafitam estas linhas, pulula a recordação de quanta coisa poderia ser diferente na organização social, mas não só para agradar a mim ou a você senão ao maior número possível de cidadãos. As decisões mais importantes, no entanto, dependem de “representantes” ensimesmados ou grupos pequeníssimos que pensam de outra forma. Estão convictos de que, se houver mérito, alguns poderão enriquecer a despeito do empobrecimento de outros, que assistem à liquidação das poucas oportunidades com que contavam.

É crença de muitos que o planeta tem-se degradado moralmente como se houvesse regressão do nível evolutivo. Um olhar mais atento deduziria que um número excedente de seres humanos tem tido a oportunidade de mostrar se merece ou não a “vibra” de “2012” que se avizinha. Portanto, a maldade não piorou, mas há um número maior de humanos praticando-a.

Quando a turma não é legal, procura-se outra. Ou se dispensam seres que não se enquadram.

O planeta Terra é diverso, rico e estupendo. Sua riqueza, contudo, é tão incomensurável que destoa do que se acreditou que estivesse na cana, o ouro, o diamante, o petróleo, o dólar, o entorpecente, ou qualquer outro bem que descarrilou a humanidade.

Cuidem-se aqueles que depositaram toda sua fé nestes bens materiais porque os terão em abundância em planos de existência onde não valem nada. O eco do vazio será ensurdecedor, assim como a visão de um paraíso de que não se pode desfrutar.

O planeta virou um prostíbulo do que há de pior na evolução de qualquer espécie. Contudo, ainda há indivíduos com ideias vivificantes, entre tantos carrapatos da humanidade.

Enquanto se deixa um planeta em frangalhos para a posteridade, não é justo que seus protagonistas colham o que estiveram longe de semear.

Prestemos atenção nos exemplos edificantes que partem de onde menos esperávamos. Há seres bons entre tantos ruins. Você poderá ser um deles. Valorize-se.

Bjks

ENXURRADA DE PROMESSAS

Oportunidades de ascensão social, acesso universal à saúde e à educação de qualidade, crédito fácil e rápido para a realização imediata de sonhos e projetos de vida, taxas pífias de desemprego e menor desigualdade social: estes são alguns dos sonhos comuns a todos os brasileiros, e não há eleição em que os candidatos não saibam explorá-los muito bem.

Na enxurrada de promessas, fica de lado uma questão crucial: como construir esse “novo mundo”?

Com certeza, as boas intenções não bastam. Qualquer processo de transformação deve passar, necessariamente, pelo sistema econômico que se estabelece, por primazia, na tentativa de conduzir a atividade econômica por um caminho, digamos, “virtuoso”. Dessa forma, a economia passa a ter esse poder de melhorar ou prejudicar não apenas um quadro geral, de alcance macro, e por isso mesmo um tanto abstrato, mas também as vidas reais dos indivíduos.

Vamos pensar nas aventuras que vivenciamos na década de 80, quando se tentou, de inúmeras formas, vencer a inflação por meio de planos mirabolantes. O que os planos econômicos da época, com suas propostas milagrosas e sucessivas mudanças de moeda, significaram para a imensa maioria dos brasileiros? Perda de emprego, queda de rendimentos, incertezas quanto ao futuro. Pequenos empreendedores foram massacrados, investidores estrangeiros ficaram temerosos e os jovens se viram completamente perdidos, sem perspectivas. A economia mal conduzida resultava, portanto, em dramas humanos reais, dos quais podemos encontrar exemplos concretos bem pertinho de nós.

Por isso, acima de quaisquer siglas, cores ou bandeiras partidárias, os candidatos que ora disputam a Presidência da República devem se comprometer com a estabilidade e com a gestão responsável. E dessa gestão responsável faz parte a atenção às questões sociais.

A ciência econômica moderna pressupõe a inclusão da esfera social, ou, para usar a linguagem mais corrente nos dias de hoje, deve contemplar a questão da sustentabilidade. Devemos, portanto, aprimorar o modelo vigente considerando que o elemento humano e a questão ambiental encontram-se indelevelmente atrelados ao desempenho econômico. Não há prosperidade que resista a problemas estruturais profundos; ao mesmo tempo, a manutenção de uma constante e elevada taxa de crescimento é condição indispensável para a melhoria das condições de vida da população.

Por isso, o próximo – ou próxima – governante do País tem de assumir um compromisso tácito com a realização de investimentos, com a prática de uma política financeiro-cambial consequente, com o aprimoramento das políticas de distribuição de renda e com a adoção de medidas que preparem o Brasil para o futuro – e isso abrange desde as necessárias melhorias em infraestrutura (portos, aeroportos, energia, telecomunicações, saneamento básico) até o aprimoramento da educação, sem a qual o Brasil correrá o risco de “ficar para trás” nestes tempos de aguerrida competição global.

Bjks

terça-feira, 17 de agosto de 2010

ONDE FOI QUE EU ERRE ???

Voltando no tempo, quando todos éramos crianças, vamos recordar sobre nossas primeiras relações afetivas. No primeiro momento os pais, a família, os tios, todos faziam um grande e cuidadoso esforço para se adaptar às necessidades do bebê, muita atenção, carinho, cuidados e presença. Respeito e busca de compreensão ao que o bebê precisava, atitudes e gestos adultos para atender ao frágil bebê que chega no mundo precisando fazer grandes adaptações. De forma a fazer a vida dele mais fácil, todos contribuem com muita atenção. Nesse momento, apesar de viver algumas frustrações (afinal não existe um mundo, mesmo para o bebê, sem elas) o cenário é todo trabalhado de forma que elas sejam poucas e toleráveis para o bebê. Assim ele chega ao mundo se sentindo bem vindo e acolhido. Bebês vivem com seus pais uma relação plena em amor, afeto onde ele é sem dúvida o grande centro de suas vidas. Essa relação de profunda adaptação dos adultos com relação as necessidades do bebê dura alguns meses até que pouco a pouco os pais, em especial a mãe, retoma seus interesses no mundo lá fora e transforma com o tempo sua relação com a criança e ela passa a já não ser mais o exclusivo centro das atenções. O desenvolvimento, o crescimento vem acompanhado de perdas e frustrações, mas também de boas e novas experiências. Tudo correndo bem, todos trarão um forte e primeiro registro de poucas falhas do ambiente até que gradativamente se fortalecem à medida que essas falhas aumentam. Fica portando a marca de uma forte ilusão que o mundo é num primeiro momento um lugar feito para nós. O que vemos, e muito hoje em dia, são adultos que possivelmente por diversas razões não conseguiram dar o salto do amadurecimento emocional e buscam ainda nas suas relações afetivas o mesmo modelo que viveram no passado com seus pais. Buscam a ilusão de uma profunda adaptação às suas necessidades, buscam relacionamentos sem falhas (apesar deles próprios terem muitas) e buscam uma completude impossível de ser encontrada nos moldes que um dia conheceram. "Mas todos que conheço sempre têm defeitos que eu não suporto". O que ela chama de defeitos insuportáveis, nada mais é do que as características de uma personalidade diferente da sua, alguém que pensa, sente e age de forma diferente, mas importante salientar que não necessariamente detestável, simplesmente que diverge. Esse é um bom exemplo de alguém que ainda não conseguiu dar o salto que todos precisamos a fim de conseguirmos travar relações afetivas na maturidade. A dificuldade em lidar com a diferença surge dessa forma, não tolerando o defeito do outro, relembrando que o defeito pode ser nada mais que uma característica diferente da sua. "Conheço alguém, me empolgo muito, mas depois começo a enjoar e a brigar por bobeira." . Novamente é visto um modelo possivelmente infantil onde há a primeira ilusão de perfeição, ela se empolga, se interessa, mas aos primeiros sinais de divergência e diferença entre as personalidades, a defesa que se encontra é de enjoar da pessoa e brigar por bobeira e assim se afastar da causa do sofrimento. O que denota uma atitude infantil que ao invés de perceber que o outro tem falhas, mas que também tem qualidades, se fixa apenas nos pontos onde diferem e sente apenas a frustração não conseguindo reconhecer momentos de prazer e satisfação com o companheiro, eles passam a ter um peso menor ou quase nulo frente às frustrações. A defesa para o que incomoda é então brigar e enjoar. A briga no final acaba sendo com você mesma, o outro apenas representa suas próprias falhas e dificuldades. "Quero muito encontrar alguém especial e que me complete." Buscar alguém especial é importante, fundamental, o risco existe na condição da completude. Quando se busca alguém que complete dois caminhos podem ser seguidos o infantil e o adulto. O infantil se configura por aquele que estamos falando, um parceiro "mãe/pai" que ame incondicionalmente, que faça esforços eternos em agradar, que tenha pouquíssimas falhas e se adapte a todas as necessidades. O adulto seria aquele que completa justamente nas diferenças, com quem se estabelece trocas constantes, tolerância para as diferenças e capacidade para frustrações. Se completar não significa se encaixar perfeitamente como na ilusão do amor dos contos de fada e sim encontrar amor, parceria e troca. "As vezes, chego a pensar que o erro está em mim." Não precisamos falar em erro, mas é sem dúvida um ponto importante sobre o qual refletir. Podemos dizer que não o erro, mas a dificuldade em lidar com a alteridade está sim em quem age dessa forma. Sabemos que essa dificuldade não é necessariamente o único determinante para que os relacionamentos não venham dando certo, mas é certamente um aspecto muito prejudicial, afinal como manter um relacionamento adulto e maduro quando se ama de forma infantil? Conclui-se por fim que amar na vida adulta é uma tarefa conquistada dia a dia e que começa seu aprendizado no passado, nas primeiras relações. Dessa base inicial vem a estrutura que nos permitirá amar o outro apesar de suas falhas e diferenças. Com o crescimento, tão necessário crescimento, aprende-se dia a dia que se relacionar é uma aventura vivida por duas pessoas, duas personalidades que ora terão suas semelhanças e ora suas diferenças. Essa é a graça do amor na vida adulta, mas poder viver esse amor de forma prazerosa exige que um caminho emocional tenha sido percorrido. Encontrar o prazer no amor adulto requer crescimento e requer que se abra mão de muitas fantasias e idealizações, apenas assim se estará verdadeiramente livre para amar o outro como ele é, apesar de suas falhas e defeitos.
bJKS

O PONTO FINAL


Esses são apenas breves exemplos do que tenho visto acontecer com muitos ao nosso redor. Vamos do início. Todo relacionamento começa com o desejo que dure para sempre, pelo menos quando atinge um ponto de maior solidez. Naturalmente, ainda que todos saibam que pode chegar ao fim, vive-se o dia a dia com a certeza que será eterno. Namoro, casamento, planos, projetos, filhos, situações tristes e alegres da vida, tudo que compõe e constrói um relacionamento, tudo isso é vivido diariamente pela dupla e oferece solidez ao relacionamento. Os anos passam e alguns relacionamentos caminham para o "juntos para sempre" enquanto outros dão pouco a pouco sinais de desencontros e desajustes difíceis algumas vezes de conciliar e com o tempo o casal se distância e se aproxima do final. Muitas vezes o final vem acompanhado também do fim do amor e em outras vezes não, mas nessas ocasiões apesar do amor que se sente ele ainda assim não é suficiente para dar continuidade ao relacionamento. De toda forma a ruptura é sempre difícil e sofrida, nunca simples. Em paralelo é preciso falar sobre a urgência que se experimenta hoje em dia em muitos campos da vida e o sentimental é prioritariamente um deles. Hoje todos correm contra o relógio, não importa a ocasião, é simplesmente necessário chegar o mais rápido possível ao destino final e o desejo maior é que o caminho envolva pouco sentimento, pouca dor, nenhum sofrimento. Conhecer alguém, se apaixonar, namorar, casar, filhos, uma vida em comum. Não precisa também que se tenha ido tão longe, podemos incluir nesse pacote apenas os namoros, não importa. Leva-se dias, anos para se construir um amor, uma intimidade, inserir aquela pessoa lentamente na sua vida, deixá-la entrar e fazer parte, até que vira aos poucos parte de cada um. Não se experimenta nessa construção uma necessidade de urgência, os dias são vividos e aproveitados (ainda mais no início) intensamente, porém sem pressa, simplesmente passam e naturalmente o elo se torna mais rico, mais forte, mais sólido. Como todo relacionamento, leva-se um tempo de construção. O que acontece então com essas mesmas pessoas quando o namoro/casamento acaba? O que acontece que vivem uma urgência em extirpar rapidamente o outro e o sofrimento de dentro de si? Podemos dizer, vejo esse fenômeno no consultório com bastante frequência, que todos estão cada vez mais com menos possibilidade em lidar, encarar e elaborar as frustrações da vida. Não quero dizer com isso que o processo de sofrimento seja fácil, ao contrário, é difícil e acima de tudo lento. Elaborar uma perda é um processo que pode levar anos se necessário, ainda que se diga que já não se gostavam mais nos casos amorosos. Toda a falta de pressa que se teve no início, quando ainda construíam o vínculo se transforma em correria contra o tempo, contra o rumo natural dos sentimentos. Agem como se a dor fosse o diabo do qual precisamos fugir para bem longe. Acontece que ela segue junto e não se dá por vencida enquanto não enfraquece por causas naturais, pouco a pouco. Todos querem encontrar a formula para acabar com a dor sem compreender que o final exige a desconstrução do que um dia foi construído. Não é possível demolir aquela "casa" e limpar da noite para o dia o terreno onde um dia habitamos. A limpeza leva tempo, retirar entulhos, se desfazer de objetos, planar e estabilizar o terreno, tudo muito parecido com o que se faz dentro de cada um de nós quando precisamos lidar com uma ruptura. No mais, a pergunta que mais intriga é "o que fazer para esquecer?". Levanto uma outra pergunta , será possível esquecer uma parte de nós mesmos? Sim, porque quando queremos esquecer alguém que se foi é em último caso uma parte de nós mesmos com a qual não queremos mais contato. O grande conflito se instala quando percebemos o quanto é impossível que isso aconteça a curtíssimo prazo, como é impossível passar uma borracha na nossa história e no que a compôs, ainda que seja apenas um fragmento de um todo. Esquecer não é o objetivo final, até porque quando o temos como meta a complicação pode ser ainda maior. É muito mais importante que se lide com todo o processo da dor, com as etapas naturais da dor da separação. Apressar esse processo na maioria das vezes traz consequências ainda piores. A pessoa até acredita que superou e está bem, mas o que normalmente acontece é uma enorme recaída num momento posterior. É necessário refazer a parte da estrutura que ficou frágil e não apenas retocar. Apesar do oposto que vivemos atualmente é importante que se respeite o tempo e a si mesmo, o tempo humano e não o tecnológico e frenético que vimos acontecer. Duas frases "Não aguento mais sofrer" e "Quero logo superar essa dor". Exemplos claros do sentimento geral. Parar de sofrer e superar a dor são coisas absolutamente possíveis, porém não imediatas. Os dois exemplos citados falam de pessoas e suas histórias compostas na relação e no tempo. A urgência não está em se sentir logo recuperado, a urgência está em conseguir perceber que humanos precisam do seu próprio tempo, precisam sentir a dor para encontrar meios de superá-la verdadeiramente, precisam compartilhar o que sentem, precisam enfim compreender que não são fracos porque sofrem, mas que ao conseguir lidar e elaborar a dor podem sim se tornar mais fortes.

Bjks

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ADVOGADOS

Em nossa vida, trocamos coisas o tempo todo, com todo mundo. Com nossos amigos, com o chefe, com o motorista do carro ao lado, com o síndico do prédio, com os parentes, com a vendedora da loja de roupas. Trocamos um olá, um telefonema, cartões de visita; trocamos trabalho por dinheiro, dinheiro por compras, por serviços, por impostos e contas em dia. Podemos , ainda, trocar gentilezas, experiências, endereços eletrônicos. E atire a primeira pedra quem nunca trocou meia dúzia de palavras duras com quem o tenha tirado do sério.

Não raramente saímos das nossas relações pessoais, profissionais ou sociais com a sensação de que entregamos a mais ou recebemos de menos. Outras vezes, com a percepção de que nos deram ou nos imputaram algo desproporcional ao que merecíamos. E, por que não, na igualmente desconfortável situação de estar em débito com alguém.

Quando em desequilíbrio, essa - por assim dizer - economia de trocas que marca o nosso dia a dia remete ao incômodo sentimento de injustiça. É injusto sofrer um prejuízo e não ser reparado. É injusto ser cobrado a mais. É injusto ser afastado de um bem importante ou correr o risco de perdê-lo. É injusto suportar uma ofensa gratuita, uma imputação não verdadeira, a conta de um problema que não criamos, a perda de um valor que cultivamos, a marca de uma violência que nos vitima.

É precisamente nessa hora, no momento em que o gosto amargo da injustiça nos põe em revolta, que a imagem desse profissional nos vem à mente. A advogada e o advogado são, sim, a versão moderna de Aquiles, soldado dotado de bravura e força que vai destemidamente à guerra, sedento por justiça. Sobre eles, nos momentos mais desesperadores, depositamos a esperança de superar uma perda, de recompor um dano, de apaziguar uma desavença, de voltar a dormir, de voltar a sorrir. São eles, por vezes tão duramente criticados, que nos dão voz em face do Estado, do nosso agressor, de quem nos deve ou nos toma algo sem legitimidade.

A advocacia desempenha, nesse cenário de trocas intensas e complexas em que vivemos, o papel de perseguir continuamente o restabelecimento do equilíbrio entre as pessoas, criando saídas, fazendo ajustes, negociando soluções, enfrentando até o mais poderoso dos adversários, reparando a dor, promovendo a justiça, propondo a paz.

Olhando a questão por esse ângulo, torna-se difícil não nos afeiçoarmos a essas figuras bem articuladas, proativas, elegantes e cheias de personalidade que são as nossas advogadas e os nossos advogados. Impossível não pensar neles num momento de sofrimento, de desamparo, de busca de remédio humano para certos males do mundo. Só quem sofre uma injustiça sabe o valor de ser acolhido por um defensor atento, correto, eloquente e obstinado na busca de um resultado que reconforte.

É em agradecimento à importância do seu trabalho que, nesta data, propomos mais uma troca. Hoje, nós é que saímos em sua defesa, que lhes estendemos a mão e os apoiamos em sua missão de pacificar. A elas e a eles oferecemos um abraço agradecido e o nosso reconhecimento pela incansável proteção e ajuda na superação dos obstáculos que, nem sempre de maneira justa, nos são impostos.

Afinal, em nossa vida, trocamos coisas todo o tempo, com todo mundo.

bjks

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Zezé di Camargo e Aécio Neves lançam Campanha do Idoso.

OS MARKETEIROS

Os marketeiros das campanhas eleitorais estão, nestes dias, trabalhando no nível máximo de sua criatividade para, com isso, apresentar bem o "produto candidato", no horário eleitoral de rádio e TV, que começa na terça-feira da próxima semana, dia 17. Alguns deles, verdadeiros bruxos da comunicação, correm o risco de apresentar tão bem o seu cliente, que o eleitor poderá nem reconhecê-lo. Lançar na mídia cavalos pangarés como se fossem puros-sangues ingleses, pedantes como populares, incompetentes como capazes e, principalmente, desonestos como honoráveis.
A ação do marketing é importante quando aplicada para destacar as qualidades de um produto e, até, orientar a clientela sobre as formas de utilizá-lo com melhores resultados. Mas, quando as técnicas de convencimento são empregadas para confundir a vontade do consumidor, temos uma situação odiosa e até impatriótica. Temos de reconhecer que, por uma questão de fidelidade ao seu cliente, o profissional da propaganda, que recebe regiamente para isso, usa todo o seu talento para potencializar o viés positivo do produto. O produto é o candidato. E se esse produto também tiver viés negativo? Quem se encarregará de colocá-lo em evidência para que também sirva de orientação ao eleitor?
Numa campanha eleitoral pratica-se o verdadeiro "salve-se quem puder". Como há apenas a campanha (e não a anti-campanha), são raras as informações negativas sobre candidatos. Aí é que aumenta a importância da recente campanha do Ficha Limpa, que deu à Justiça Eleitoral condições de alijar da disputa candidatos que já tenham sido condenados em segunda instância. Mas, do jeito que a lei ficou - abrandada pelo Congresso em relação à proposta original -, muitos postulantes, mesmo com o esforço do Poder Judiciário e do Ministério Público, escaparam da proibição e, apesar de seus problemas, continuam candidatos.
Aí entra a ação direta e soberana do eleitor. Se ele assistir a propaganda com as devidas reservas e, além dela, buscar outras fontes de informação sobre o candidato - o noticiário dos jornais e a própria internet - terá a chance de saber se há ou não algo que desabone aqueles em quem está propenso a votar. Se vier a encontrar informações negativas, poderá colocá-las numa balança em contraponto com as positivas vindas da campanha e, assim, decidir com conhecimento de causa.
A sociedade tem de utilizar o período de campanha eleitoral para bem informar o eleitorado e orientá-lo a fazer a melhor escolha. É para isso que existe campanha e eleição. O povo tem, nesse período, a oportunidade de escolher os representantes que melhor possam atender às suas expectativas. O ideal é que entidades, imprensa e todos os setores sem envolvimento partidário, promovam uma grande cruzada nacional pelo esclarecimento do eleitor. Isso só poderá fazer muito bem ao Brasil...
Bjks

MAE & PAI

O pai é o provedor do lar, em todos os sentidos que você imaginar, tanto material quanto espiritual.
Ser mãe é amar alguém intensamente, mesmo sem ter visto o rostinho ou ter tocado nesse serzinho que ela carrega em seu ventre, e que ainda não lhe foi apresentado, mas que já ama intensamente.
Ser pai é uma missão divina, que o coloca próximo do criador, um guia, um farol na vida do filho, a encaminhá-lo na difícil trilha da existência.
Ser mãe ê ficar admirando o sono de seu filho com ternura e lágrimas nos olhos, agradecendo a Deus pelo dom divino de gerar um filho.
Ser pai é saber falar não mesmo quando este não lhe corte o coração. Para educar o filho
Ser mãe é acompanhar os primeiros passinhos do filho, e ver transformarem esses passos em largas passadas, caminhando de criança a adulto.
Ser mãe não é somente quem gera um filho, é principalmente aquela que o acolhe, é aquela que cuida e dá amor e carinho.
Ser pai é ser guia, um farol da vida do filho, a encaminhá-lo na difícil trilha da existência.
Está aqui lançada a disputa: quem é melhor, mãe ou pai? É claro que, inicialmente, sem fazer o balanço das qualidades, a mãe ganha com uma boa vantagem. Mas não é só assim, o pai também tem qualidades. É verdade que até depois de equiparar as qualidades, muitos continuaram a favor da mãe. Nessa disputa entre pai e mãe, comprovar quem é mais, a mãe ou o pai, não é tão fácil assim. Mas acredito que, depois das últimas comparações, a mãe será mais escolhida. Pois, além de ser mãe, ela é mulher, por isso mais suave e doce, pelos seus dotes femininos. E ainda tem a qualidade, pelos seus dotes, de ser a rainha do lar.
Mas um fervoroso adepto do pai entrou em cena para complicar. Numa última e desesperada tentativa de inverter a disputa, para passar a vitória para o pai. Falando que o pai é o mais poderoso, porque existe Deus pai, que é pai de todos. O único que sempre existiu, e que também é criador de todas as coisas, inclusive da própria mulher.
Outro personagem que torce pela mãe falou que ela é mais poderosa aqui na terra. Onde estamos, onde nascemos e no local que está sendo feita a disputa, onde vivem as mães. Na terra, com certeza, ela ganha. Deus é pai todo poderoso em todo o universo, mas é certo que aqui na terra em particular a mãe é mãe. Inclusive tem Nossa Senhora, que também é mãe aqui na terra, de Jesus.
Assim, indiscutivelmente, aqui na terra ganham as mães...
Bjks

sábado, 7 de agosto de 2010

lula

O governo Lula é igual a camisinha: A camisinha permite inflação, impede produção, destrói a próxima geração, protege um bando de porras e ainda transmite um sentimento de segurança... Enquanto, na verdade, alguém está sendo fodido!!!

Deus é amor.O amor é cego.Steve Wonder é cego.Logo, Steve Wonder é Deus.Disseram-me que eu sou ninguém.Ninguém é perfeito.Logo, eu sou perfeito.Mas só Deus é perfeito.Portanto, eu sou deus se Steve Wonder é Deus, eu sou Steve Wonder!!Meu Deus, eu estou cego!!!

A VERDADE É QUE JAMAIS VOLTAREI A SER O QUE NUNCA FUI!

Sou normal, meio doida, brincalhona, alegre faço amizades com facilidade(até com árvore eu converso)adoro música , adoro reunir os amigos em casa p/falar besteira.Bem acho q é só isso, mesmo.Ah e não vou aderir a nenhuma corrente, nem clicar em cartões, peixinhos, carinhas, corações é isso mesmo, não gostou azar!

Oração árabe tirada do alcorão:Alah, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algozes.Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes e jamais dizer mentiras para ganhar aplausos dos mais fracos.Alah se me deres a força não me tire a sensatez, se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia conservando apenas o orgulho da dignidade.Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários nem acusa-los com maior severidade do que a mim mesmo, não me deixe ser atingido pela ilusão da glória, quando bem sucedido, nem desesperado quando sentir insucesso.Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um maior progresso.Alah! faze-me sentir que o perdão é o maior índice da força, e que a vingança é prova de fraqueza se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança, se me faltar a beleza da saúde, conforta-me com a graça da fé e quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, cria em minha alma a força da desculpa e do perdão.E finalmente senhor, se eu te esquecer, te peço mesmo assim, nunca te esqueças de mim.

Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona.Prática é quando tudo funciona mas ninguém sabe o motivo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

NEM MELHOR, NEM PIOR APENAS DIFERENTE

Muitas mulheres tornam - se mães por acidente...
Algumas por escolha...
Outras por pressões sociais.
E, os pais por hábito.

Este ano, somente nos Estados Unidos, umas cem mil mulheres serão mães de crianças deficientes. Você já pensou como estas mães são escolhidas?

De alguma maneira visualizo Deus pairando no ar sobre a terra.
E selecionando... selecionando seus instrumentos. Para propagação com grande atenção e deliberção. Conforme ele vai observando. Instrui seus anjos para toarem nota no grande livro. Para esta maizinha... dê um menino, para esta, dê uma menina... para esta dê gêmeos.

Finalmente Deus, passa ao anjo o nome de uma mãe e diz.

"Para esta dê uma criança especial."

E o anjo fica curioso: - Por que? Porque esta o senhor para ela vai dar uma criança especial? Essa mulher é tão feliz! Deus sorriu e disse: "Exatamente por isso. Eu não poderia dar uma criança especial para uma mãe que não saiba sorrir. Seria cruel!"

O anjo pergunta novamente: - Mas ela é paciente?

E Deus responde: " Não a quero muito paciente ou ela mergulhara num mar de auto piedade e desespero. Uma vez que o impacto do choque e os ressentimentos passaram. Ela vai saber controlar a situação.

Eu a observei hoje... Tem aquela sensibilidade aquela independência que são tão raros e tão necessários numa mãe. Veja a criança que vou lhe dar: Terá seu proprio mndo. Ela terá que fazê - la viver no seu mundo. E isso não é fácil.

O anjo insiste: - Mas Deus, não tenho nem certeza se essa mãe acredita no senhor. Deus sorriu de novo. Não importa! Posso dar um jeitinho nisso. Esta mãe é perfeita, ela tem egoismo e o suficiente.

O anjo assustou - se Egoismo! Mas isso é uma virtude?

E Deus mexendo a cabeça respondeu: "Se ela não conseguiu separar - se ocasionalmente de seu filho, ela nunca sobreviverá. Sim, aqui está uma mulher que abençoarei com uma criança nem melhor, nem pior, apenas diferente. Ela não está realizada ainda, mais ela foi escolhida . Ela nunca desprezará uma palavra dita, nunca considerará um passo comum. Quando seu filho disser pela primeira vez mamãe , ela presenciará um milagre e terá consciência disso. Quando descrever uma árvore ou um por do sol para seu filho, ela nos verá como poucas pessoas podem ver as minhas criações. Vou permitir - lhe ver claramente as coisas que eu vejo: Ignorância, crueldade, preconceito. E dar - lhe a oportunidade de passar sobre elas...
E ela nunca estará sozinha...
Estarei ao seu lado a cada minuto de cada dia de sua vida. Porque ela estará fazendo o meu trabalho tão bem...
Tão bem... Como se estivesse aqui do meu lado.

E o anjo pergunta finalmente:

- E quem será o Santo Patroeiro?

E Deus sorriu de novo:

" Um espelho será o suficiente! "
Bjks

FALSAS VERDADES

Por pura curiosidade, fui ler um pouco sobre alguns países da África.Ghana, por exemplo, é um pequeno país banhado ao sul pelo Oceano Atlântico, com uma população aproximada de 24 milhões de habitantes. Esses se dedicam à agricultura, produzindo vários alimentos tais como arroz, café e amendoim. Possui muitas indústrias e muitos recursos naturais como ouro, diamante, bauxita e manganês. 98% de seus habitantes são negros. Mais da metade deles professa crenças originadas do cristianismo. A língua oficial do país é o inglês, mas quase todos conhecem e falam línguas africanas de nomes que soam estranho para nós como Akan, Moshi-dagomba, Ewe e Ga. Até aí, sem grandes novidades. Mas esse país tem uma tradição muito peculiar.Quando nasce um bebê, lhe é dado o nome, o sobrenome e ao final se acrescenta o dia da semana em que o bebê está nascendo. Na língua local por exemplo “guaco” significa “quarta-feira”. Assim um menino teria o nome de João Silva Guaco. Acontece que apalavra “guaco”, além de significar o dia da semana, também quer dizer”pessoa violenta”, “pessoa má” e “pessoa agressiva”.

Pesquisadores de uma universidade preocupados com os índices de violência no país, em uma pesquisa nacional, ficaram boquiabertos ao perceber que em mais de 50% de todos os crimes violentos cometidos no país seus autores tinham nascido em uma quarta-feira. No Brasil, pesquisa efetuada com presidiários em São Paulo apurou que grande parte dos presos tinham ouvido várias vezes de familiares durante a vida a seguinte afirmação: Um dia você ainda vai acabar na cadeia!. Cientistas de uma universidade colocaram cinco macacos dentro de uma jaula e no meio uma escada e no topo dela um cacho de bananas. Quando o primeiro macaco começou a subir a escada para comer a banana, um dispositivo automático jorrou uma chuveirada de água fria sobre os outros. Todas as vezes que o primeiro tentava subir os degraus, os outros quatro macacos lhe davam uma surra para não tomarem o banho e logo o primeiro macaco aprendeu e não tentou subir mais a escada ainda que morrendo de vontade de o fazer. Os outros também estavam querendo muito pegar o cacho de bananas, mas para evitar o banho frio entravam em conflito e não tentavam subir os degraus.

Os cientistas então trocaram um dos macacos e esse logo começou a subir a escada para pegar o cacho de banana. Todos os outros imediatamente começaram a espancá-lo até que aprendeu a lição e não tentou mais subir. Os cientistas continuaram a substituir um a um os macacos e todos os outros quatro o espancavam, mesmo os que nunca tinham tomado o banho frio. Quando todos os macacos foram substituídos, nenhum deles tinha recebido o banho frio, mas espancavam o que tentasse subir a escada. Havia sido criado um novo paradigma entre os macacos. Nenhum deles sabia o motivo pelo qual se batia no macaco que buscava o cacho de banana subindo os degraus, mas todos o faziam pois era esse o padrão de comportamento que aprenderam de todos.

Psicologicamente não importa se as mensagens que recebemos a vida toda sejam boas ou ruins. Aos poucos vão se tornando verdade e depois paradigma e o sujeito resistirá bravamente quando se lhe for mostrado a inadequação, pois a repetição terá transformado aquela aberração em verdade, depois em crença e por último em paradigma. Um casal faz para seu filho de alguns anos de vida em apenas um fim de semana pelo menos 50 vezes afirmações com associações absurdas, criando dentro dele falsas verdades que vão acompanhá-lo e principalmente atormentá-lo por toda a vida. O mais trágico disso é que, na maioria das vezes, os pais fazem as afirmações apenas como uma forma de conseguir alguma disciplina do filho, pois não acreditam que seu filho seja burro ao afirmar isso por fazer arte, mas a afirmação constante de burrice vai aos poucos estabelecendo um paradigma trágico para o futuro dessa criança. Assim, caro leitor, faça sempre apenas afirmações positivas para seus filhos e amigos, incuta na mente deles apenas afirmações de coisas boas, pois tudo o que semear na cabeça deles germinará e dará muitos frutos de acordo com o tipo de semente plantada.

Bjks

FICHA LIMPA

Peraí, jornalista. A notícia que escutei é essa mesma? Olhem só o que escutei no rádio: Lei da Ficha Limpa “ameaça” mais de 3 mil candidaturas. Peralá, jornalista. Quem ameaça quem nesse caso?

Mamãe me ensinou, e depois ratifiquei isso com forte convicção, que são os errados, os que estão à margem da lei, que ameaçam a sociedade. Somos ameaçados por todo tipo de bandido: ladrões, sequestradores, traficantes, políticos desonestos etc.

Então, jornalista, não me venha com essa sua desinformação, ou falta de habilidade para escrever. Porque nós — a sociedade que paga seus impostos em dia, é fiel cumpridora de suas obrigações sociais, obediente às leis e refém da violência das ruas — é que estamos ameaçados pelas candidaturas dos “fichas sujas”. E não o contrário!

Candidaturas de bandidos devem ser tratadas como manda a lei, que está em vigor graças a mais de 1 milhão e meio de assinaturas de brasileiros que querem ver o país saneado e criminosos na cadeia. E olhem que a lei só foi aprovada por causa da força dessas assinaturas; senão, seria protelada e morreria asfixiada no fundo de alguma gaveta no Congresso.

Na raiz dessa polêmica está a urgentíssima necessidade de se extinguirem ou revisarem algumas relações incestuosas que propiciam o tráfego intenso de empresários (maus empresários), lobistas e golpistas de todos os matizes por gabinetes e palácios. Dessas relações espúrias podem surgir coisas que sejam do interesse do povo brasileiro? Nunquinha.

O povo brasileiro só entra nessa jogada na hora de votar. E nesse momento é utilizado para levar o lobo, perdão, o candidato, que nessa hora veste a pele de cordeiro, ao seu Olimpo de direitos isento de deveres.

Será que o povo ainda não acordou para essa realidade? Vulgarizaram e diminuíram tanto a participação política da população, que eu aposto que a grande maioria dos eleitores não se lembra em quem votou para deputado federal ou estadual na última eleição. Ou será que alguém é tão inocente que pensa que os “fichas sujas” querem ser eleitos inspirados no ideal de servir? Suas histórias depõem contra eles.

Nessas eleições que envolvem tanto dinheiro (vocês viram quantos milhões?) é vital valorizar seu voto. Entregue-o a pessoas que, a seu ver, possuam o mesmo grande valor que seu voto tem. Escolha seu candidato como escolhe um compadre, pois é a ele que entregará a corresponsabilidade pelo futuro do seu filho. Escolha pessoas que tenham história de trabalho verdadeiro em prol dos menos favorecidos.

Prefira quem possua alma e coração e tenha feito deles o motivo de suas obras e ações, voltadas para o bem e a caridade.

Os “fichas sujas” estão aí para baixar o nível da política e fazê-lo se desinteressar, pois é no terreno do seu desinteresse que ele constrói seus caminhos tortos. À sociedade brasileira restam dois caminhos:

1 - lamentar que a Lei da Ficha Limpa esteja “ameaçando” as candidaturas dos “fichas sujas”, pedindo desculpas por ter nascido e enfiando a cabeça num buraco; ou

2 – utilizar o voto para ajudar a Lei da Ficha Limpa. Um milhão e meio de assinaturas que conquistaram a Lei provam, sem nenhuma sombra de dúvidas, o que é possível ser feito através da mobilização das pessoas de bem.

Você decide!

Bjks

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Foi dada a largada para a grande, rica e promissora corrida eleitoral, transformando o eleitor em a bola da vez, verdadeiro "objeto" de conquista, um festival de abraços, tapinhas nas costas, sorrisos brancos e fartas promessas. Nós eleitores não podemos esquecer que tais abraços podem ser de ursos e estes sorrisos talvez sejam de predadores para presas. Afinal, temos que nos atentar ao fato de que muitos de nossos políticos tem se esquecido que política é a arte de servir e não de ser servido, muitos deles não servem ao público e sim se servem do que é público.

É preciso conhecer um pouco mais dessa política tão sedutora que faz com que médicos fechem consultórios para abrirem gabinetes, escritórios de advocacia que se transformam em comitês, servidores públicos esbanjam simpatia, todos em busca do poder numa corrida louca e desmedida. Querendo ou não, necessitamos entender um pouco mais, e em cima disto é que a busca de conhecimento nesta área é vital para todos.

Quando falo sobre a substituição de consultórios por gabinetes, há uma justificativa plausível, segundo o escritor Kevin Dutton um dos segredos da capacidade de convencimento é valer-se de conhecimentos da biologia, da psicologia e da neurociência reunidos em "modelo de influência". E quanto aos advogados estes acostumados a fácil articulação, ao jogo de palavras, a persuasão, as batalhas em tribunais, bem, aí fica até fácil. E como disse o filósofo, escritor e orador Marco Túlio Cícero "nada é tão inacreditável que a oratória não possa tornar aceitável.

E onde ficam os servidores públicos? esses usam da burocracia do Estado e dos Municípios para exercerem trocas de favores, fazendo com que repartições públicas ressuscitem os antigos palanques eleitorais, fazendo do serviço público valorosa moeda de troca.

Temos assistido de forma bastante resignada nossa bancada de deputados votarem contra a educação, mesmo com alguns destes se dizendo educadores, outros se dizem ficha limpa, olha, a ficha caiu e sujou! Temos visto claramente na região e noutros pontos do Estado e do país, mandatos e candidaturas cassadas seja por improbidades, falcatruas e etc. Mais próximos de nós ainda temos visto projetos audaciosos e mirabolantes contrapondo-se à serviços essenciais como a saúde, educação, emprego, política habitacional e tantos outros direitos que são teoricamente assegurados na Constituição Federal.

Não sou do tipo fatalista, nem faria apologia ao mesmo, sou sim realista. E não podemos esquecer que temos voz, voto e força, sabendo que não temos na nossa política apenas dois modelos: de uma lado os "Odoricos - Paraguaçu' que simbolizam os velhos caciques, mandatários coronéis, viciados com o poder e por ele e para ele fazem qualquer coisa; e do outro lado os "Agostinhos - Carrrara" figuras simpáticas, carismáticas, geralmente mais jovens tidos como visionários mas que não passam de oportunistas. No entanto, é imprescindível afirmarmos que ainda temos na política, inclusive na nossa política regional homens e mulheres verdadeiramente comprometidos com os anseios do povo.

Não há segmentos que não haja bons e maus, cabendo sempre a cada um de nós ter o discernimento para identificá-los, pois nosso povo, nossa cidade e região carecem de representatividades fortes, autênticas enraizadas com princípios e valores éticos. No cargo público não deveria haver espaço para déspotas, aproveitadores e vingativos porque o perfil exato do homem público reside na pessoa simples, capaz de gestos nobres. Precisamos muito mais do que pessoas com a facilidade com as palavras.

Certa vez, Clarice Lispector escreveu" a palavra é o meu domínio sobre o mundo" de fato elas criam laços, moldam sentimentos, desdobram e ampliam sentidos e nos inserem na cultura, consolidam, fascinam, ensinam, mas também, agridem, destroem, curam, reconstroem.....mas não bastam. Faz-se necessário repaginar a história política e tal ato perpassa por cada um de nós, nosso voto não pode perder o poder que conquistou, nem tão pouco pode ser norteado pela influência social, tal como a reciprocidade ou seja, quando tendemos a nos sentir obrigados a retribuir favores; nem pela afetividade, que é quando costumamos dizer sim para as pessoas das quais gostamos ou na evidência social quando tomamos os outros como exemplo quando não temos certeza do que fazer, tais características nos reporta a um modelo de sobrevivência primitiva.

Mudar todo esse quadro só é possível quando mudamos o foco do perfil do indivíduo que deve ocupar um cargo público, deve ser sempre um indivíduo sério, inteligente, comprometido em servir e sensível às questões sociais. Você deve estar se perguntando porque tanto debate sobre política e não sobre outros temas? É simples, respondo, somos todos seres políticos e carecemos de uma sociedade cada dia mais politizada, envolvendo-se ao máximo com todas as questões que permeiam o mundo político.

Digo que as políticas públicas são algo tão sério e tão vital, que é relevante que estejamos abrindo caminhos, conclamando a todos para uma participação coletiva no sentido de ocupar os espaços para discutir e fomentar a efetivação e ampliação dos direitos sociais e a relevância do voto consciente, capaz de conceder oportunidades, mas também de destituir mal-feitores. O compromisso com um mundo mais justo deve ser perseguido por cada um de nós, mesmo que nos custe apenas fazer a escolha certa.

Bjks