quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

FAZER ACONTECER


Mais um final de ano, tempo em que tomamos aquelas decisões que sempre deixamos para trás, sabe como é? Ano que vem vou perder peso, deixar de fumar, mudar de emprego, mudar de amor, mudar de país... mudar, mudar, mudar.

E doze meses depois olhamos pra trás e constatamos que não conseguimos fazer o que dissemos que íamos fazer. Faltou acabativa. Anos atrás encontrei num texto de Stephen Kanitz essa palavra genial: “acabativa”, que não existe nos dicionários. Sua oposição ao termo “iniciativa” explicita o conceito do fazer acontecer com clareza absoluta: “Chega de iniciativa. Precisamos de acabativa”.

Ou “de que serve ter iniciativas sem ter acabativas?”. Transformei o termo em uma de minhas marcas e ao longo do tempo observei certas “categorias de consciência” com relação à acabativa, que talvez você reconheça.

Primeira categoria: o “zé-mandado”, gente que só se movimenta quando recebe ordens e faz exatamente aquilo que o chefe mandou. Para os zé-mandados, a acabativa é um estímulo externo, necessariamente acompanhado de instruções e da ameaça de represália se a ordem não for executada. Os zé-mandados são motivados pelo medo, que provoca alto envolvimento, mas comprometimento zero. Praticam o pensamento crítico apenas para reclamar do chefe, da empresa, e da vida. Os zé-mandados são a maioria no universo profissional. Reativos, se transformam em pesos mortos quando não tem o chefe para obedecer.

Segunda categoria: os “asnos com iniciativa”, gente que sai fazendo sem refletir a respeito, incapaz de compreender o impacto e influência de suas ações sobre outras pessoas e processos. Essa gente não consegue ligar causa com consequência, age por impulso e tenta sempre aplicar velhas soluções a novos problemas. Os asnos com iniciativa são perigosos, já que não compreendem as consequências de seus atos. E quando criticados ficam revoltados, pois se dizem tolhidos em suas iniciativas. Acabativa na mão deles é uma ameaça...

Terceira categoria: os “empurradores”. São especialistas em colocar a responsabilidade nas mãos de outros. Basta uma palavra e pronto: é no seu colo que eles jogam o problema. Essa gente tem uma facilidade impressionante de colocar a culpa em outras pessoas e processos. Nas mãos delas as coisas não andam, e sempre tem uma explicação para o “por que não fiz”, “por que não deu”. Os empurradores desconhecem o significado do termo acabativa. Jamais passam da iniciativa.

Quarta categoria: o cagão. Sobre ele já escrevi outros textos, mas o cagão tem um papel importante como complicador da acabativa. Ele não admite correr riscos, evita tomar iniciativas com medo das conseqüências e sempre que pode aconselha os outros a não fazer, a deixar como está. Para o cagão, acabativa é incomodação. Existem outras categorias que abordarei em artigos futuros, pois pretendo ir mais fundo na questão da acabativa. O mais importante é constatar que fazer acontecer exige coragem, capacidade de enxergar longe, compreensão do todo, comprometimento e – acima de tudo – entender aonde se quer chegar. Sem isso só é possível obedecer ordens, fazer cagadas, empurrar pros outros ou... ser um cagão. Reconheceu alguém aí?

Feliz Ano Novo!

vanilda silva cruz

NO ADULTÉRIO HÁ PELO MENOS TRÊS PESSOAS QUE SE ENGANAM


O ciúme é, ao lado do amor (ao qual está associado), um dos sentimentos mais explorados em literatura, quer em ficção, quer em estudos psicológicos e/ou comportamentais. Não há, por exemplo, romance, novela, conto ou peça teatral em que não haja a presença dessa reação instintiva de quem teme perder o que considera precioso. Se moderado, é inequívoca demonstração de afeto. Mas quando passa do ponto... tende a destruir um amor, por mais arraigado e profundo que seja. Não raro transforma-o em ódio feroz e é causa de milhões de tragédias mundo afora e a cada dia.

Li poemas magníficos que tratam, com sensibilidade e perícia, de ciúmes. Não daquele louco e homicida, do qual devemos nos livrar o mais rápido que pudermos, caso já esteja instalado em nossa mente, ou nos prevenirmos, se ele ainda não se instalou. Os psicólogos asseguram que se trata de um dos instintos básicos do “bicho homem”. A enciclopédia eletrônica Wikipédia traz uma definição desse sentimento, dada pelos especialistas israelenses Ayala Pines e Elliot Aronson, que é a seguinte: “Reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade”.

Observe-se, portanto, que o ciúme pode se fazer presente (e invariavelmente se faz), não somente em relacionamentos amorosos, mas em amizades, em locais de trabalho, e em todos os tipos de competição, quando intuímos (ou somente desconfiamos) que nosso competidor tem algo que não temos e que queremos ou que é melhor do que nós em algum aspecto, ou em tudo.
Convivemos com o ciúme desde tenra idade.

Filhos primogênitos, por exemplo, sentem-no o tempo todo, tão logo a família seja aumentada e apareçam outros irmãos. Sentem que o afeto dos pais, por não ser mais exclusivo, de alguma forma será menor, mesmo que não o seja. A tradição bíblica deixa claro que o primeiro homicídio que teria ocorrido no mundo seria causado por esse tão complexo sentimento.

Trata-se da narrativa do assassinato cometido por Caim contra seu irmão Abel. Mesmo que se trate de mera alegoria, é um dos textos que mais deveriam ser refletidos, para nos fazer admirar e até imitar atitudes positivas e virtudes dos outros, em vez de reagirmos a elas com ira e com violência.

Claro que não pretendo esgotar o assunto, que tem variáveis mil que poderiam ser abordadas. Contudo, por tratar-se de tema onipresente em literatura, é inteligente e saudável pensarmos no assunto e, sobretudo, útil, para quando formos engendrar algum enredo de romance, conto, novela ou peça de teatro e compor o perfil dos respectivos personagens.

Na psicólogia destaca que o ciúme é quase sempre marcado pelo medo (real ou irreal) e/ou vergonha de se perder o amor da pessoa amada. Todos sabem, por exemplo, como o vulgo trata de traições conjugais. Pitorescamente, a vítima é execrada e alvo de chacotas, enquanto o agente da traição é poupado. Trata-se de estranha (e burra) inversão de valores. Termos como “corno” e “chifrudo” são comuníssimos, usados para depreciar o traído, deixando implícito que isso se deu por sua incompetência. Na verdade, quase nunca é.

O ciúme envolve, sempre, três ou mais pessoas. Temos, em primeiro lugar, um sujeito ativo, ou seja, o que o sente. A lógica diz que necessariamente deve haver pelo menos um outro personagem, o central, “de quem se tem ciúme”. Por fim, entram em cena os últimos agentes essenciais (pode ser um ou podem ser vários): o (ou os) que desperta (ou que despertam) esse primitivo e instintivo sentimento, ou seja quem “ameaça” o ciumento. Essa reação pode ser motivada, concreta, real (quando há risco real de se perder pessoa, coisa ou situação que se valoriza) ou sem nenhum motivo (cujo risco exista, claro, apenas na cabeça do ciumento).

Estou evitando de citar livros e autores que exploraram com perícia esse tema, por serem sobejamente conhecidos dos amantes de literatura. Estou certo que cada um de vocês será capaz de citar, no mínimo, dez livros, quer do mesmo autor, quer de autores diferentes, em que o tema é abordado. Só não posso deixar de mencionar o mais conhecido deles, a peça “O mercador de Veneza”, de William Shakespeare, e seu personagem emblemático, Otelo, que no final das contas esgana Desdemona, cego de rancor e de ciúmes.

Posso citar, todavia, algumas frases de escritores célebres a respeito. Stendhal, por exemplo, escreveu: “Para certas mulheres altivas e donas de si, o ciúme do homem amado pode se apresentar como maneira especial de mostrar o valor que essas mulheres possuem”.

Já para o sisudo ensaísta Michel de Montaigne, “de todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela à qual tudo serve de alimento e nada serve de remédio”. E não está certo o ilustre escritor francês? Claro que sim.

François de Rochefoucauld, por seu turno, escreveu a propósito: “O ciúme, o receio de deixar, o medo de ser deixado são as dores inseparáveis do declínio do amor”. E o italiano Paolo Mantegazza desabafa: “Que vida de inferno é a vida do ciumento! Antes não amar, do que amar desse modo”.

Prefiro, todavia, esta exclamação, quase que em forma de prece, de William Shakespeare: “Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e, suspeitando, adora”. E não é?!

A ESCOLHA


Os piores momentos da vida, aqueles nos quais nos sentimos soltos no ar, são exatamente os períodos das tomadas de decisão. Estamos diante de uma bifurcação. À frente temos dois caminhos. Caso entremos numa via, seremos, sentiremos e acontecerão determinadas coisas. Caso optemos pelo outro, tudo será de outra forma, de outro jeito. Seremos e sentiremos tudo diferente. Mas há uma perda: quando escolhemos um percurso, abandonamos, perdemos o outro para sempre.

O que nos faz escolher uma coisa ou outra? O instante da escolha é penoso, mas o instante seguinte é um alívio e tanto. Pode ser o pior caminho, a pior opção, mas só de estarmos decididos, já nos sentimos bem melhor.

Continuar ou romper? Fazer isso ou aquilo? Subir ou descer? Seguir esta profissão ou aquela? Ir nessa trilha ou na outra? Nada nos deixa mais inseguros do que as escolhas, especialmente as afetivas. Quando um casamento está desmoronando, não sabemos até que ponto vale a pena investir naquilo que não fica de pé sozinho, que não se sustenta, que tomba. O que fazer?

A situação ruim em que a pessoa está é conhecida. Ela sabe lidar com aqueles sentimentos ruins de insatisfação, de chateação, de vazio, de falta de perspectiva, de ausência de surpresas. Caso rompa, um universo novo se impõe. O que será de mim? Como vou viver sem aquela pessoa? Como será a minha rotina? Terei de construir um mundo totalmente novo. Será que vou sobreviver? Conseguirei dar conta? E isso, e aquilo? Como será? Conseguirei viver só? Conseguirei habituar-me a uma nova vida? Terei capacidade de conquistar outra pessoa? Será melhor ou pior? Medo de não aguentar, insegurança diante do novo e do desconhecido.

A fantasia impede o pensamento racional, e o que poderia ser ruim, fica ainda pior por conta do imaginário. Muitos se acovardam diante do que é estranho e, inseguros, desistem de dar esse passo tão difícil. É como pular num buraco sem fundo, ainda mais se não há ninguém para lhe dar a mão. A pessoa adia tanto, que até evita pensar no assunto. Perde a paz e o sossego, não dorme e não come direito, havendo aumento ou diminuição de fome e sono. O que tem, não serve, e o que não sabe causa medo.

O morno, o relacionamento sem paixão, uma corrente que amarra e não dá prazer, é bom? Num filme ruim, quando não se espera nada dele, caminha-se para a porta de saída e larga-se a história pela metade. Também não nos envergonhamos de deixar um livro pelo meio. Num relacionamento do qual nada se espera, a não ser o vazio, por que ficar nele?

Olhe-se e pergunte-se: o que posso esperar disso? Algo novo? Algo bom? Caso a resposta seja não, ou ainda o que é pior, uma deterioração ainda maior do caso, é melhor sair pela porta da frente do que esgueirar-se colado ao muro após uma perda completa de respeito de um pelo outro.

Teme-se a solidão, o tédio, a falta de companhia, o não ter o que fazer, o nada ter que esperar. Esquece-se que estar só pode ser um momento para estar consigo mesmo, fazer o que quiser ou nada fazer para o seu bel prazer e não dar satisfação a quem quer que seja. Ser livre tem um preço, que é encontrar-se e estar só. Tem medo de estar com a pessoa mais importante para você que é você mesmo?

Decidir-se calmamente, estar em paz, cuidar bem de você ao sair de uma situação de indecisão pode trazer uma paz única. Além da independência de executar ou de nada fazer, decidir-se é uma libertação que quem está em situação ruim nem pode imaginar. Para alcançar esse estado de pura autonomia é preciso atravessar um deserto e seus perigos, mas que depois de vencidos, é abraçar o prêmio de tudo poder. Ao se lembrar da situação anterior, brota um alívio sem precedentes. O segredo é não pensar demais. Amar e cuidar de você, que bem merece colocar-se como prioridade. E sem medo.

E, caso opte por permanecer como está, porém decidido e seguro do que realmente quer, fique no mesmo lugar, mas sem as amarras da indecisão.

OS TRAFICANTES DE CARGOS & PODER


São amplamente anunciadas e propagadas as conquistas sociais e políticas do Brasil nas últimas decadas. O país segue crescendo e registrando números favoráveis. É nítida a ascensão das classes mais baixas aos privilégios que era assegurado, até bem pouco tempo, apenas às mais altas.

No entanto, todas essas conquistas caminham sozinhas, apartadas de um comportamento que não acompanha a inércia que eleva as classes brasileiras a novas posições sociais. Não há uma conduta comportamental que nos faça acreditar que algo mudou, que o passado ficou para traz. Não registramos uma nova consciência, uma nova mentalidade de vida comungada amplamente no Brasil, como se todo um povo imaginasse junto viver em uma nova nação, com uma nova postura. Vivemos em um grande país, um generoso país, mas ainda nos falta povo.

Quando foi criada e passou a vigorar a Lei do Ficha Limpa - ainda que da maior importância, mas com efetivação duvidosa - imaginamos que o povo brasileiro iria completar a Lei nas urnas, não elegendo os fichas sujas, amplamente apontados por entidades de classe e movimentos sociais no Brasil inteiro.

O que seu viu, para desesperança maior, foi a entronização do voto cacareco, com a eleição do Tiririca e de Paulo Maluf. Isso, no maior estado da Federação, centro político e financeiro do Brasil. Quase uma paródia anacrônica do medieval pão e circo. Neste caso, um pão superfaturado, como se o povo aprovasse essa conduta, desde que o pão esteja na mesa para saciar a fome de todos. Este é o Brasil real, o Brasil de todo dia.

Agora, vemos as Forças Nacionais libertando vilas e favelas inteiras no Rio de Janeiro. É preciso que a população carioca termine o trabalho iniciado pela força bruta e expulse da política municipal, estadual e nacional, os traficantes de cargos e poder, aqueles que distribuem balas nas favelas e são eleitos vereadores, aqueles que dão festas e brinquedos e são eleitos líderes comunitários, acobertando assim trabalhos de bandidos e policiais corruptos.

É preciso que o povo tome as rédeas de seu destino, que tenha a consciência cívica da cidadania. É preciso que de todo esse sofrido processo, vivido em anos e anos de desespero, incertezas e dor, sirva como lição e estimule a busca por um presente e futuro diferentes para as populações carentes do Rio de Janeiro. É tempo de se reciclar, e o Brasil somos nós, os nossos atos.

A ótica não é poder comprar um som mais potente para tocar mais alto o funk de cérebro de melancia. Mas sim, de um som mais potente para ouvir nitidamente o som de todos os instrumentos, daquela canção que fale de uma vida vitoriosa, dos infortúnios do passado e da esperança em um futuro melhor. Essa sim, é a nova trilha de uma vida que cresceu, que amadureceu, e que começa a florescer e dar novos frutos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

BACANAL PORNOLITICOS


Sexo fácil sempre foi o prato principal do cardápio turístico brasileiro. Gringo só é gringo de verdade se desfilar ao lado de uma mulata, ou se estiver sassaricando colorido com algum garotão marombado. Todo resto é hipocrisia paisagística. Quanto às farras sexuais na “molluscada” Brasília, também não são nenhuma novidade. Basta da aquela espiadinha basica no retrovisor e avistar o caseiro x9 derrubando um ministro de estado fanfarrão. Na história do Brasil, sexo e política sempre formaram um bolo doido de massa homogênea. A grande nova, de uns tempos pra cá, é a institucionalização de suas práticas pelo ministério do turismo.

A chancela definitiva para a surubada pornopolítica turística, uma chanchada alcunha criada por Arnaldo Jabor e aqui obliquamente parafraseada, foi concedida pelo presidente mollusco, quando em 2007 nomeou uma perua sexóloga como titular da pasta. Justamente o ano em que explodiu o caos nos aeroportos brasileiros e vieram à tona as décadas de abandono do setor. E foi no meio dessa crise monumental, com centenas de milhares de passageiros entupindo os saguões e as companhias aéreas girando feito um perus bêbados, que a então perua ministra Marta Suplicy eternizou uma máxima político-sexual para os momentos de broxante confusão aérea: “Relaxa e goza, que você vai esquecer dos transtornos”.

Três anos depois, como nada mudou, os aeroportos continuam um lixo e a greve dos funcionários ameaça provocar um novo caos, abortando inclusive a criação de um ministério específico para o setor no governo da "mollusca poste", vimos emergir das profundezas do lamaçal a denúncia de que deputados e senadores estavam desviando dinheiro público através de emendas ao orçamento para beneficiar grandes orgias via ministério do turismo. Um esquema fraudulento que movimenta milhões de reais todos os anos e que garante uma farrinha política adicional. O principal citado nesse escândalo é o senador candango Gim Argello, cujo alcoólico e sexofônico nome parece agradar ao presidente mollusco e à presidente eleita "mollusca poste". Talvez por diferentes motivações.

Por fim, o bacanal do momento envolve um “peixinho” do senador José Sarna que ainda nem sentou na cadeira de ministro do turismo. Indicado pelo presidente do Senado para assumir a pasta na gestão da "mollusca poste", o octogenário deputado maranhense Pedro Novais foi flagrado pelo jornal O Estado de São Paulo utilizando dinheiro da câmara dos deputados para pagar uma fatura de mais de R$ 2 mil por uma noitada no Motel Caribe, na capital São Luís. Segundo o jornal, a nota fiscal apresentada pelo deputado e futuro ministro foi confirmada pela gerente do estabelecimento, que afirmou: “Ele é um senhor. Já frequentou aqui, conhece o dono e reservou para um jantar que estava dando para os amigos. Era festa com bastante gente, (...) vários casais, várias pessoas”. Para justificar o preço da farra, a funcionária do motel concluiu: “A gente cobra por casal, tinha muita gente e a suíte era uma das mais caras. Tem piscina, banheira, sauna, tem tudo”.

E já que somos sempre nós quem temos de pagar as faturas das surubáticas extravagâncias de nossos “pornolíticos”, deveria ser-nos concedido o direito de escolher que mamata queremos bancar. Nesse caso, seria bem provável que o futuro ministro do turismo continuasse gozando da prerrogativa de usar nosso dinheiro para bancar uma noitada de bacanal num motel do Maranhão. Afinal de contas, creio que bem poucos topariam arcar com as custas da ministra evangélica que viaja à Argentina com seu staff para um café da manhã religioso. Somos um país tropical, “caliente” por natureza. Uma manhã de oração ou uma noite de sexo é uma pergunta absolutamente desnecessária e cuja resposta é inconteste. Pelo menos teríamos o prazer de poder dizer: pegue o dinheiro dos nossos impostos, faça um grande pênis grosso e enfia onde não bate sol... relaxe e goze... ao cubo!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

R.E.M. - Losing My Religion [drums and bass] video original HQ

R.E.M. - Everybody Hurts (Legendado em Português)

The Police - Every Breath You Take

Star Size Comparison HD

A Legenda de Mãos Trocadas-draft-parte 1

Did You Know 3.0 - Você Sabia? 3.0 - Legendado em Português-Br

PERGUNTAS IMBECIS NÃO MERECEM RESPOSTAS... OU RESPOSTAS ASSIM...


Repórter da venus platinada perguntando a uma moradora do complexo do alemão: Como você se sente agora com as forças de guerra?

Morador: Estou muito contente, perdi todos os meus objetos, móveis, $$$ ,eu e minha filha foi estupradas na frente do pai, meu filho de 1 ano morreu com um tiro de fuzil na cabeça, graças a Deus, ele chorava muito a noite e não me deixava dormir, em compensação, minha filha não vai ser estuprada por badidos, nem eu vou pular mais cerca, já temos o que procuravamos aqui no quintal do cafofo casa mata, temos bolsa familia, proteção do governo, o dia ,e a noite inteiraaaa, tá bom naum? aha uhu e nós, e os pés pretos no créuuu no volume 1...2... 5... vai ser uma trepada atras da outra, até 2014, foi a propria presidenta Dirma que decretou pow! É nós de boa mermã,tá tranguilo chok.

Repórter para as autoridades: O que vocês estão achando disso tudo?

Autoridades: Muito legal, precisa ver lá de cima com o helicóptero, conseguimos eliminar muitos favelados pobres que mereceram essa carneficina, eles não respeitam a lei, os bandidos conseguiram fugir, mais depois de 2014, eles podem voltar, trato e trato!Agora se não nus obedecerem... hum... fazemos como fizemos com os alemão vermelhos, força armadas nelles, e se a favela ir para o beleleu... bem feito para esses desgraçados mortos de fome infelizes.

Não consigo assistir um minuto dessas reportagens exaustivas e imbecis, aonde alguns desses repórteres se formam heim? O MEC deveria rever algumas coisas, ah, mas quem liga pra isso, desde que eles obedeçam seus “chefes” na emissora, ou jornais, radios, etc, foda-se qualquer princípio.

R.E.M. - Supernatural Superserious

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PEDI A DEUS


Atendendo um pedido meu,Deus chamou Noé e ordenou-lhe:

- Dependendo de uma mulher ganhar a eleições do Brasil, depois de 31.1o.201o , (NOVO FIM DO MUNDO ) farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Brasil seja coberto pelas águas.

Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos, bem como um casal de cada espécie animal.

Vai e constrói uma arca de madeira.

No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu.
Noé chorava, sentado no botequim do Noel aqui no bairro de Vila Isabel, quando ouviu a voz de Deus soar furiosa, entre as nuvens:

- Onde está a arca, Noé?

- Perdoe-me, pai- suplicou o homem - Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas: Primeiro tentei obter uma licença da prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a proxima campanha para a reeleição do prefeito Eduardo Paes.

Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo (o Mollusco,já tinha emprestado para o dono do baú da infelicidade), mesmo aceitando aquelas taxas de juros não teve jeito...

O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio (pois já estavam cansados de apagarem os veiculos queimados pelos vandalos), mas consegui contornar a situação, subornando um funcionário.

Começaram então os problemas com o IBAMA e a FEPAM para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens Suas, mas eles só queriam saber se eu tinha um "Projeto de reflorestamento" e um tal de "Plano de manejo ".

Nesse meio tempo eles descobriram também uns casais de animais guardados lá no antigo jardim zoologico... Além da pesada multa, o fiscal falou em prisão inafiançável e eu acabei tendo que matar o fiscal, porque, para este crime, a lei é mais branda.

Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um engenheiro naval responsável pela construção. Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano.

Veio em seguida a Receita Federal, falando em "sinais exteriores de riqueza" e também me multou.

Finalmente, quando a Secretaria Municipal do Meio Ambiente pediu o "Relatório de impacto ambiental" sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Brasil.

Ae mermão, quiseram me internar no hospital psiquiátrico pinel! Sorte que os medicos, e o INSS estavam de greve...

Noé terminou o relato chorando mas, notando que o céu clareava, perguntou:

- pai, então não irás atender o pedido da Vanilda Cruz? Depois dessa via cruz? Não vai mais destruir o Brasil?

- Não - respondeu a Voz de Deus entre as nuvens - Pelo que ouvi da Vanilda, e agora de ti, Noé, cheguei tarde... Um mollusco,que coloquei para só ficar no mar,já se encarregou de fazer isso!

NO AR...NA TERRA...NO MAR... 2 FORÇAS FALHARAM ...UMA NÃO COBRIU OS ESGOTOS... & A OUTRA AS MATAS


Da noite para o dia o Brasil decidiu assumir uma espécie de maniqueísmo bushlesco, onde há uma turma que se autoproclama o Bem e que precisa, em nome da lei e da ordem, caçar e aniquilar a outra turma, o Mal. Enfrentar a criminalidade, pacificar territórios antes dominados por bandidos e acabar com a leniência e a acomodação que tomaram conta das políticas públicas no Rio de Janeiro nas últimas três décadas são ações prementes e o amplo apoio dado pela população é prova inconteste dessas necessidades. No entanto, não podemos perder de vista a objetividade e ficar iludidos com o infinito parlatório politiquês que teremos a partir de agora. Há divergências conceituais e políticas de grosso calibre nessa guerra urbana.

O combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, e em todo território brasileiro, é um assunto muito delicado. Ultrapassa a fronteira das comunidades de Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. Vai muito além das favelas. Nunca foi uma questão puramente social. É negócio. É comércio. E é lucrativo tanto para o dito Bem, quanto para o dito Mal. Por enquanto, estamos embalados pelas imagens “Tropa de Elite” de guerra urbana, transmitidas ao vivo. Daqui alguns dias, quando a poeira baixar e começar a faltar maconha, cocaína, crack e outras drogas para o crescente mercado consumidor do asfalto, vão sobrar especialistas analisando “com outros olhos” esse duelo entre Bem e Mal. Só o tempo nos mostrará como fica, a partir de agora, a divisão geopolítica da Cidade Maravilhosa. Quem ficará com o que, como e onde.

Vamos pensar em questões de ordem prática. Quem levará o “gatonet” à população do Complexo do Alemão? E quem continuará a facilitar as ligações clandestinas no sistema de eletricidade e que garantiam conta zero à comunidade no final de cada mês? Quem irá fornecer gratuitamente, médico e remédios? Quem irá vender gás de cozinha e acesso à internet banda larga por menos da metade do preço praticado no mercado?

O Estado diz ter dominado o território, mas será que sua população ficará satisfeita com a troca de “patrões”? Isso não quer dizer que a vida era boa antes. Muito pelo contrário. Mas, o que acontece hoje no Rio de Janeiro, terá efeito em curtíssimo prazo no bolso dos cidadãos que moram nessas comunidades e, como sabemos, os conceitos de bom e ruim, de Bem e Mal, vão sendo delineados ao sabor da subjetividade. E quanto mais essas definições afetam o bolso do cidadão, maior será sua reação, moral ou imoral. Legal ou ilegal.

A título de curiosidade histórica e para ilustrar essa questão da mudança de “ponto de vista” amplamente subjetiva, vamos a um exemplo interessante. Há exatos 100 anos, em 28 de novembro de 1910, o então presidente da República recém empossado, Hermes da Fonseca, decretava a expulsão de todos os insurgentes da Marinha que, cinco dias antes, liderados por João Cândido Felisberto, promoveram a Revolta dos Marinheiros e que, mais tarde, receberia o nome de Revolta da Chibata, chegando a apontar os canhões dos navios de guerra para a cidade do Rio de Janeiro.

Os marinheiros foram presos e enviados em exílio para o extremo norte do Brasil, tal qual os bandidos de agora. Eram o Mal naquela época. Hoje são considerados heróis e João Cândido um mártir. Por ironia do destino (será mesmo?!), um século depois, é a mesma Marinha, com canhões apontados, quem se torna a grande protagonista do primeiro grande movimento das forças do Bem durante a tomada da Vila Cruzeiro. Conceitos de Bem e Mal vão se construindo e destruindo ao longo da história e isso é mais comum do que imaginamos.

O discurso de agora é o da não negociação com o mal, sem diálogo com o crime. E concordo. Bandido é bandido e não há meio termo ou possibilidade de conversa. Mas vejamos um detalhe curioso: hoje, para entrar no Complexo do Alemão, foi necessária a união de todas as polícias do estado, somadas ao BOPE e até grande participação das Forças Armadas. No entanto, ontem, o presidente mollusco, o governador Sérgio Cabral e a então pré-candidata mollusquinha subiram tranquilamente até o ponto alto da comunidade para um comício disfarçado de inauguração de conclusão da primeira fase do teleférico, mesmo lugar onde, hoje, estão sendo hasteadas bandeiras como sinal de ocupação.

Ou seja, entre um tempo e outro, alguém deve ter se aborrecido muito com alguma coisa e o Mal, com quem era possível fazer acordos e acertos para permitir o acesso ao mollusco, ao governador e à sua candidata, tornou-se o Mal a ser extirpado sem qualquer conversa, com a faca nos dentes. Ou será que essa tomada de comunidades que estamos vendo faz parte de outros acordos e acertos com outras facções criminosas onde está em jogo a cessão desse território para uma nova configuração geopolítica a ser implementada?

É bem verdade que o Mal mostrou-se muito cafona, com neon vermelho e azul no teto e banheira de hidromassagem tropeçando na cama “queen size”. É verdade também que o pseudoluxo encontrado na casa do traficante Alex Polegar poderia ser confundido tranquilamente com as reformas, tão cafonas quanto, que deputados e senadores realizam em suas casas e apartamentos funcionais.

O fato é que o dinheiro para financiar ambos os casos tem origem na mesma fonte: o bolso do cidadão. Uns faturam sobre o vício alheio e o tráfico nacional e internacional de drogas e armas; os outros bancam suas malandragens e regalias com o dinheiro dos impostos que pagamos e com o tráfico de influência. E onde que um bandido é melhor que o outro? Ambos são, indecentemente, criminosos. O Mal e o Mal. A lei e a ordem parecem ter atingido uma turma. Agora falta alcançar as outras duas.


Bob Sinclar - Mr. Tambourine man

Bob Sinclar - Together

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Bob Sinclair - Love Generation (Videoclipe Oficial)

Por Onde Andei - Nando Reis & Os Infernais - MTV Ao Vivo

Titâs-flores

O Caveirão Não Gosta das Flores

BLOG SERVE PARA QUE???


Não vou dizer pra quê os blogs deveriam servir, ou melhor, vou dizer sim: pra pôr pra fora o que você tem dentro, meio escatológico? Mas alguns só querem ser reconhecidos com porcarias mesmo, haja vista os blogs mais "frequentados", nada contra, afinal o BBB tem uma audiência grande.


É que recebi um comentário, obviamente de um anônimo, dizendo "pelo que vi no seu blog você não é uma pessoa muito alegre" o qual respondi "pelo que vi você não entendeu nada no meu blog". Como se o mundo fosse um mar de rosas. Na verdade escrevo porque gosto e não estou preocupada com as desgraças alheias e coisas erradas, vou ser contraditória que é um dos meus "fortes", estou preocupada com tudo isso sim, mas não porque quero, mas porque meu cérebro está programado para agir assim. Estou cansado de ver a TV apenas manipular as pessoas com programas chulos, sem conteúdo, mulheres semi-nuas, desenhos cheios de sangue, propagandas tendenciosas.

Uma vez escrevi uma frase que cada vez mais se mostra verdadeira pra mim: São os leitores que nos escolhem ou será que somos nós quem escolhemos os leitores?

Stop the Clash of Civilizations

CRUZ CREDO VANILDA CRUZ


Se deus é por nós quem será contra nós?
Ai depende: deus é da direita ou da esquerda?
Ele é contra ou a favor da eutanásia?
Ele já passou fome?
Ficou desempregado?
Ele estava em Chernobil? Em Iroshima? Nagasaki?
Deus é gay? Hetero? Bi?
Deus é branco, negro, índio?
Deus tem orkut? E-mail? Msn?
Deus ao menos assinou alguma coisa dessas que dizem por aí que foi ele que disse?
Se Deus é por nós ele está com bastante problemas...

MACACOS, É O QUE SOMOS


Não adianta, não somos os mocinhos, mas também não somos os bandidos. Apenas somos. Não existe esse lance hollywoodiano e bíblico de dividir o mundo entre Bem e Mal, que o diga Nietzsche, escritor de Além do Bem e do Mal, pois estamos e poderemos ir mais além desse maniqueísmo forjado e logicamente falso e mais ainda limitador.


Que natureza é essa em que temos que matar outros seres para continuarmos vivos? Aonde está a beleza nisso? Aonde está a beleza em darmos uma moeda de 1 real a um cara na rua que já perdeu sua dignidade? Aonde se encontra a tristeza de uma criança que brinca que é o Homem-Aranha? Como ver a feiúra de amigos que se encontram num bar e dão gargalhadas?

Mas vamos aos fatos. Mais de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, se os governos mundiais destinassem apenas 1% da grana, repito, 1% da grana que eles injetaram nas empresas capitalistas por causa da crise a fome desapareceria. Mas enfim, ainda bem que não sou cristão e posso dormir com a consciência senão tranquila, pelo menos conformada com o que somos.

RALANDO PARA O GOVERNO


Não, não estou falando de se tornar um funcionário público, mas de que trabalhamos de Janeiro a Maio unicamente para pagar impostos, isso mesmo, o resto do ano você trabalha só pra você. E se você mora no estado de São Paulo, tanto pior, já que é a maior carga tributária do país. Pagamos 16% mais um, ou seja, 17% no imposto do ICMS, enquanto em outros estados ele fica por 14%, 15% ou menos.


Os frígoríficos estão indo pro Mato Grosso do Sul, lá eles tem um ICMS menor, aí eles criam gado e levam todos até São Paulo, e vivos.

Mas sabem o que é pior? As maiores taxas de impostos se encontram nos produtos alimentícios, você, ou um pobre, ou um rico pagam o mesmo tanto de imposto naquela manteiga, que é cerca de 44%, se ela custa 2 reais cerca de 0,88 é de imposto. Alguém vê o resultado do que pagamos ao governo? Obviamente se você estudou em escola pública, não tem plano de saúde e depende da segurança do estado já deve estar percebendo que estamos na merda, literalmente.

George Carlin - Save the planet - portuguese subtitles

A LEI SOU EU


Quem dizia mais ou menos isso era o Rei Sol, Luís XIV da França, mas poderia ser dito por muitos de nossos políticos. Lula propôs uma nova lei sobre corrupção aumentando a pena mínima para 8 anos, o crime também se torna hediondo, portanto inafiançável, além de outras peculiaridades.


Muito bom, quem lesa o patrimônio público farreando com o dinheiro do povo não deve ter penas brandas, certo? Errado, o problema não está na pena, e sim na fiscalização e na punição. Nenhum político foi preso por corrupção na história inteira do Brasil, portanto essa nova lei serve apenas para o povo achar que as coisas irão mudar. Conversa pra boi dormir.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DURA LEX, SED LEX – A LEI É DURA MAS É A LEI


Urdir reações contra a maldade humana, ou melhor, a desumana perversidade é um exercício mental exaustivo. Os malfeitos chegam sem interrupção, e ainda assim não se é informado de boa parte dos acontecimentos, mesmo com câmeras e celulares em todo lugar. A malvadez humana é tão infinita quanto a própria estupidez.


A dominação de um grupo ou pessoa por outro grupo ou pessoa é uma constante. Se há dois indivíduos, um quer dominar o outro, impondo a mudança do seu pensamento, sua moral, suas atitudes, sua maneira de ser, e até de falar.


O mais forte, ou aquele que pensa ser o mais forte, o que pode mais, quer a pulso oprimir o outro, fazer valer a sua vontade. Caso ambos morem na mesma casa, a vontade dessa pessoa dominadora tenta prevalecer como a certa, a melhor, a única, a verdadeira. Coisas desimportantes parecem incomodar e de fato importunam um ou os dois elementos dessa dupla, que não se tolera.


A mulher é quem reclama mais, de seus homens sujos, brutos, que insultam, mudam o canal da TV para irritar, não cumprem obrigações, traem, entram e saem sem falar, voltam de madrugada quebrando tudo, ou nem voltam. Tudo e nada são motivos para agressão verbal e física.


Mulheres violentas gritam com seus maridos ou namorados, os agridem fisicamente e arrebentam objetos na cabeça deles. Os homens, mais fortes 30%, podem sucumbir às ameaças, e por vergonha não contam nada, mesmo que tenham de ir ao Pronto Socorro com alguma parte quebrada.


Também existem amigos que se utilizam da dominação. Impõem ao fraco o seu gosto, obrigam a torcer pelo seu time, a ir à sua igreja e a votar no seu candidato. Tanto há quem goste de mandar e impor, quanto tem quem aceite se submeter, e dobre os joelhos para o opressor.


Quando o oprimido idoso é pai ou mãe que não consegue mais viver só, fica preso em casa, no abandono, mas seu benefício é recolhido, e empréstimos são feitos em seu nome. A inabilidade do velho irrita os descendentes, que os punem com maus-tratos. São humilhados, ficam sem banho, e alguns passam fome e sede. Os agressores começam com ameaças que vão se intensificando para berros e surras. A TV mostra a prova em vídeo: leva pancada de filhos, netos, ou desconhecidos, supostos cuidadores. Têm os cabelos puxados, a cabeça jogada contra a parede, a pele arrancada, os dedos retorcidos, os ossos quebrados.


A criança é tão vulnerável quanto o idoso, ainda mais quando não pode falar. Vemos meninos aterrorizados, espancados, torturados, moídos, sangrando, sofrendo nas mãos de loucos, parentes ou não. O rol de torpezas não termina.


Um adulto se junta com outros dois para arrancar as unhas e dentes, cortar a língua com alicate, amarrar as mãos para o alto com arame, ou ainda fazer a criança comer as próprias fezes ou o vômito, dia após dia, por meses. Apertam o pescoço, arremetem contra a cama ou o chão, ou então jogam pela janela. Virou lugar-comum pais torturar filhos pequenos, numa crueldade que visa vingar-se do ex-conjugue, e quando perdem o controle da tortura e matam, armam uma cena cinematográfica para escapar.


Não é preciso ligar a TV nos canais de sangue para ver crueldade requintada, onde o supliciado sangra até morrer. Cenas dantescas como o pai que aperta o pescoço do filho de dois meses e quebra a clavícula da vítima. O aluno de enfermagem fratura os dois braços da orientadora com uma cadeira. O quase médico metralha a platéia do cinema. Uma mulher é submetida à inseminação e espera resultar numa gravidez, mas em seu sono anestésico é estuprada pelo médico.


Matar os pais por dinheiro virou moda. Ou sequenciar crimes para acobertar o primeiro. Ou ainda, o homem descartado mata, desaparece com o corpo, o jogando no lago, ou o outro corta a ex-namorada em pedaços e os joga aos cães. Ex-maridos ou ex-namorados não aguentam a rejeição. Quando dispensados, se vingam: matam e violam o cadáver.


Pais mantém filhas em cárcere privado para o seu deleite sexual, por décadas, gerando muitos filhos-netos, e ainda casais que enterram crianças, filhas suas, no jardim. A mãe congelou os filhos, outra vendeu a recém-nascida na estrada para comprar um carro. Sem falar na prostituição infantil e na pedofilia, no incesto paterno e materno. O elenco de iniquidades é interminável.


Estamos aprendendo alguma coisa com o desfile dessas infâmias? Ou somos expectadores atônitos e incapazes de uma ação? A vilania de quem deveria proteger, assusta, e não queremos ficar surdos a essa barbárie. Aos criminosos, a lei!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PAZ SEM VOZ NÃO & PAZ & MEDO ...AINDA FALTA " TODO O COMPLEXO DO ALEMÃO x MOSTRO ROCINHA"


“Não há paz falsa. Não negociamos”. Com esse desafio aos bandidos, o governador do Rio, Sérgio Cabral continua com a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora, numa tentativa de reduzir os altos índices de violência no estado.

A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no último domingo, e desde então, vem aterrorizando a vida da população que convive com situações de extrema violência por toda a cidade.

Com a ação das polícias Militar e Civil, favelas foram invadidas, armas e drogas foram apreendidas, bandidos foram presos e alguns mortos em confronto com agentes. Também foram feitas transferências de bandidos para presídios federais em outros estados. Com a operação 'Fecha Quartel' o efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos.

Em reação, os bandidos vêm empreendendo uma série de ataques: ônibus, van e carros são incendiados, ruas são fechadas, pessoas são assaltadas, arrastões têm ocorrido em vários pontos da cidade. Mais de 17 mil alunos da rede municipal de ensino ficaram sem aula porque 47 escolas foram fechadas no sentido de garantir a integridade física e moral de alunos, professores e funcionários. Na rede estadual 18 escolas estão terminando o expediente mais cedo.

À primeira vista, não podia ser a pior hora para a cidade lidar com carros incendiados na rua e ataques criminosos, já que receberá a final da Copa de 2014 e as Olimpíadas em 2016. A imagem do Rio fora do país já vem com o componente da violência embutido e a piora disso pode prejudicar ainda mais essa imagem.

Por outro lado, a resposta forte da polícia pode mostrar a imagem que a cidade quer passar aos interessados em vir ao Brasil: de que o combate ao poder paralelo do tráfico não vai parar.

Segurança é um problema complicado, há inquietação e violência no mundo todo. Havia esse mesmo temor antes da Copa do Mundo da África do Sul.

Apesar da repercussão da onda de violência na imprensa internacional, o governador Sérgio Cabral acredita que a imagem do Rio é a de quem está avançando muito na questão da segurança pública e que o momento pelo qual o país passa e as oportunidades trazidas pela Copa e pelas Olimpíadas ainda são superiores a isso. “A operação pela pacificação vai continuar”, desafia o governador.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

UM OLHAR PARA O PROPRIO UMBIGO



Um olhar para o proprio umbigo!Nós caminhamos pela face da terra em fila indiana,cada um carregando um mochilão na frente e outra atrás.

No mochilão da frente, nós colocamos as nossas qualidades. No mochilão de trás,guardamos todos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida,mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuimos,presas e nosso peito.

Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente,nas costas do parceiro que está na nossa frente,todos os defeitos que ele possui: E nos julgamos melhores que ele. Sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito.

Third Day - Offering

Third Day - O Holy Night - Christmas Offerings

Nirvana - Smells Like Teen Spirit

Stop Crying Your Heart Out ( Oasis )

Cant Take My Eyes Off Of You

domingo, 21 de novembro de 2010

Flores em você

CUIDADO PARA NÃO DORMIR COM PALHAÇO VOCÊ PODE CORRER O RISCO DE ACORDAR TODO GOZADO


Já está se tornando chato o noticiário, quase que diário, enfocando a eleição do abestado Tiririca para a câmara federal, onde irá, nos próximos quatro anos, nos informar “o que faz um deputado federal”.

Não se pode descer aos extremos da hipocrisia para buscar desvalorizar a atuação do congresso nacional no encaminhamento e na resolução dos graves problemas nacionais.

A democracia é, antes de tudo, o direito de representação e de participação de todas as classes sociais. Já se elegeu um Mário Juruna, o primeiro deputado federal pertencente a uma etnia indígena. Já foram eleitos para o congresso nacional estilistas de madames, cantores e também um operário, surdo,mudo,cego,semi analfabeto que chegou à presidência da república.

O que está chamando a atenção da nação brasileira, no momento, são as ações extemporâneas que estão sendo ajuizadas em desfavor do fenômeno eleitoral chamado Tiririca.

Não cuidamos de analisar as razões que levaram os paulistas a elegerem um palhaço para representá-los no congresso nacional. De médico e de louco, dizem, todos nós temos um pouco. Temos também um pouco de palhaços.

Mesmo considerando que todos são iguais perante a lei, com suporte na utopia constitucional, existem funções na vida comunitária que são exercidas por especialistas, fato que afasta a suposta igualdade. Não se pode contratar um leigo para exerce as funções de médico em um hospital. Da mesma forma deveria ser verificado que para fazer leis, que definem os destinos de uma nação, deveria ocorrer um processo seletivo vinculado à capacitação, antes de se submeter os pretendentes à consulta popular. Não é o caso nacional.

Todavia, o conceito amplo e utópico de cidadania estabeleceu, na legislação eleitoral nacional, que o analfabeto pode ser eleitor, mas não pode ser eleito. Até aqui tudo bem, ou não!

A lei eleitoral estabelece momentos apropriados para a impugnação do registro de candidaturas, quando não se conformam com as limitações de natureza legal. Esse momento antecede ao do pronunciamento dos eleitores nas urnas, mesmo porque todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da constituição.

Sabe-se que o analfabeto não pode ser eleito (candidato), mas essa condição teria que ser analisado objetivamente no momento do registro da candidatura, antes de ser esse ou aquele nome submetido ao sufrágio popular. Ver de forma diferente é desrespeitar o titular o poder – o povo.

Registrado e eleito, é o palhaço Tiririca um legítimo representante do povo brasileiro no congresso nacional.

A justiça, por um de seus membros, já declarou ser Tiririca alfabetizado, o que em nada modifica o meu modesto entendimento. Se era ou não alfabetizado, o momento de dizê-lo era outro, ultrapassado. Agora vale o respeito à vontade soberana dos abestado paulista. Afinal são mais de um milhão e trezentos mil palhaços que o elegeram("dá ao abestado o que é do abestado").

Os paulistas que votaram nelle, têm que ficar 4 anos de castigo dormindo com as trapalhadas do palhaço tiririca:todos os dias tendo o pesadelo de acorderem todos gozados!

Silvio Santos, dormiu com o palhaço Bozo mollusco,é também acordou todo gozado.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

QUEIMA AS MINHAS FOTOS...NÃO ME PROCURE MAIS...VAI SER MELHOR ASSIM...RSRS

EU ACREDITO


Por que não anulo meu voto.

Muitos pregam aos quatro ventos o voto nulo.
Sei por convivência que são em sua grande maioria pessoas boas, íntegras e que até acreditam, acho, no que dizem. Algumas mais pragmáticas do que as outras é claro.

Penso bem diferente deles. O voto nulo se transforma numa eterna mordaça, um tapa-boca moral que, a meu ver impede o cidadão que tal prática adota de, por pelo menos quatro anos, reclamar, queixar, de viver plenamente sua cidadania.
“Cala-te omisso, a ti não é dado nem o direito de suspirar!”

O voto nulo não contribui em nada para o crescimento democrático e para o estado de direito. Jamais anularei um voto.


É óbvio que enojado estou com as maracutaias, com as negociatas, com o descaso com um povo inteiro, que vejo acontecerem diariamente. É claro que não abono (aliás abomino) a postura de “monarcas federais” de plantão, ávidos para se perpetuarem no poder, aqueles que se auto-intitulam donos de nosso destino. E por essas e outras é que meu voto nunca será nulo. Nem nulo nem útil. Nós temos o poder de mudar o rumo de nossa história.

Voto sempre por mudanças, com esperança. Voto sanitário. Limpeza.
Honra, compromisso, altruísmo; isso espero, com isso conto quando voto. Não, não votaria em branco nem por decreto.
Ingênuo? Posso até ser, mas fazer o quê.
Continuo acreditando no homem.

Não voto NULO.

Tremo em pensar que nada fiz para, pelo menos tentar mudar o que aí está. Tomo em minhas mãos o destino de meu solo pátrio. Pelo voto me manifesto, busco transformação.

Mesmo quando todas as pesquisas me garantem que já perdi, (perdi? Se participo não perco nunca!) e no primeiro turno, não me entrego, voto porque não compactuo, voto porque sou livre, voto porque por esse momento muitos lutaram, muitos morreram, nas praças, nas ruas e nos púlpitos, homens se expuseram por este ideal, pelo direito voto direto. Voto porque acredito que podemos vencer sim, eu, você, cada cidadão faz a diferença. A vitória será sempre da liberdade, da democracia, do nosso povo.




Senhores de nosso destino tremei,ele, o povo, mesmo que vocês não acreditem, existe e se fará presente.

NÃO ao voto nulo.

Ouso encerrar com magistral verso do Romanceiro da Inconfidência de 1953, uma lição, uma reflexão:

“Liberdade – essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda".
(Cecília Meireles)

domingo, 14 de novembro de 2010

REPASSANDO APRENDO & APREENDO


Qualquer semelhança com a minha mãe, a sua mãe, as nossas mães não é mera coincidência!!!
TUDO O QUE SEMPRE PRECISEI SABER, APRENDI COM A MINHA MÃE:

Minha mãe me ensinou a VALORIZAR UM SORRISO...
"ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!"

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO...
"EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!"

Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS...
"SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!"

Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA...
"PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?"

Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO...
"CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VOCÊ CHORAR!"

Me ensinou a CONTRADIÇÃO...
"FECHA A BOCA E COME!"

Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO...
"ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!"

Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA...
"CALMA!... QUANDO CHEGARMOS EM CASA TU VAI VER SÓ..."

Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS ...
"OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!"

Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...
"SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!"

Minha Mãe me ensinou MEDICINA...
"PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE."

Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL...
"SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!"

Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA...
"VOCÊ É IGUALZINHO AO TRASTE DO SEU PAI!"

Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES...
"TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?"

Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE...
"QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER."

Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA...
"UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRA VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!"

Minha mãe me ensinou RELIGIÃO...
"MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!"

Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ...
"SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!"

Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO...
"OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!"

Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO...
"VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!"

Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRILOQUIA...
"NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?"

Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO...
"EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!"

Minha mãe me ensinou a ESCUTAR...
"SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!"

Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS...
"SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!..."

Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA...
"JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!"

Minha mãe me ensinou os NÚMEROS...
"VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!"

Obrigado, Mãe, muito obrigado...

NÃO TÔ ENTENDENDO


What's happening? "O que está acontecendo?". Ñ tô entendendooo!ñ tô entendendo!!ñ tô entendendoo!!!: “What are you doing? ou seja ”O que você está fazendo?"

The most beautiful seatbelt advocacy commercial ever.wmv

A Árvore dos Amigos

Stand By Me | Playing For Change | Song Around the World

PENSEI


Pensei às vezes em ser feliz,

Sem perceber o quanto poderia me custar,

Preço alto pela gastança,

Pelo excesso de amor, de confiança.

Pensei às vezes esquecer o passado,

Não temer o futuro, seus mistérios,

Como se o tempo morasse ao lado,

Sem distância, sem critérios.


Pensei às vezes não levar nada comigo,

Como quem parte sem adeus para outro mundo,

Sem lembranças, sem mágoas, sem distâncias,

Do que ficar para trás.

Simplesmente pensei,

Sem ao menos perceber,

Que enquanto isso, o tempo passa.

sábado, 13 de novembro de 2010

HAHA HIHI LOMBARDE VOCÊ ME OUVE?LOMBARDE FALA DO ALÉM..."NEM TODOS OS SANTOS VAI SALVAR O SILVIO


É assustador como as autoridades brasileiras gostam de imaginar que o povo não passa de um aglomerado de aloprados, miseráveis sem cultura e sem voz. Se não pensassem assim, teriam, no mínimo, profunda vergonha em anunciar que o Fundo garantidor de crédito (FGC), em negociações intermediadas pelo Banco Central do Brasil, está fazendo um empréstimo de R$ 2,5 bilhões ao Grupo Sílvio Santos para que este possa salvar o banco PanAmericano da falência, após uma suposta fraude também bilionária.

Como é que o Banco Central e o Conselho monetário nacional autorizam um empréstimo de R$ 2,5 bilhões a um banco falido, cujo valor de mercado é menor que a operação em questão, concede 10 anos para que o Grupo Sílvio Santos pague esse empréstimo, dá 3 anos de carência para que os pagamentos comecem (o que significa que só começará a ser cobrado em 2014) e onde sequer incidirão juros? Muito além de ser um escárnio nacional, é uma afronta aos milhões de cidadãos e aos empresários, microempresários e empreendedores individuais, molas propulsoras do desenvolvimento do país, que vivem mendigando apoio financeiro do governo e dos bancos e nada conseguem.

Nossos economistas de plantão, tremendo de medo por estarem diante de uma megaoperação que envolve um dos maiores grupos de comunicação do Brasil, vão dizer que foi um negócio legal e que o magnata Sílvio Santos deu como garantia as 44 empresas de seu grupo, o que inclui o SBT, o Baú da Felicidade e a Jequiti. Mas trata-se de uma negociata nebulosa, envolta numa bruma com o objetivo de minimizar o evento e abordá-lo apenas como sendo da esfera privada. Mas há muito do setor público nessa negociação bilionária e que terá de ser urgentemente esclarecida. Caso contrário, corremos o risco de uma grave crise financeira tendo como base a suspeita de que outros bancos, assim como o PanAmericano, também estejam fraudando o sistema para maquiar a falência de suas contas.

Outra explicação que o Banco Central tem obrigação de dar aos brasileiros é como autorizou, em julho desse ano, que a Caixa Econômica Federal, um banco estatal centenário, a comprar 49% do capital volante de um banco falido. Isso sem falar que a fraude que derrubou o banco PanAmericano já tinha sido cometida. O BC e a CEF não detectaram isso? Ou detectaram, ficaram na moita e gastaram o dinheiro do povo para comprar uma porcaria? E se não perceberam o “pequeno erro” de bilhões, que garantias o Banco Central é capaz de dar à população de que outros bancos não estão à beira do abismo, prestes a ir à bancarrota?

A suposta fraude promovida no PanAmericano é de simples entendimento: o banco vendeu carteiras de créditos a outras instituições financeiras, mas mantinha esses créditos em sua contabilidade. Trocando em miúdos, diziam ter dinheiro a receber na praça que, na realidade, não tinham mais. A contabilidade do banco PanAmericano era falsa, provocando um rombo maior que o patrimônio do próprio banco. Nesses casos, a legislação brasileira determina que o Banco Central faça uma intervenção na instituição, colocando-a em liquidação e seus administradores e controladores são obrigados a responder com seus próprios bens pela fraude contábil.

No entanto, isso significaria bloquear os bens patrimioniais de Sílvio Santos, acionista majoritário e controlador do banco PanAmericano. Isso sem falar no pente fino que a receita federal e a polícia federal teriam de fazer na instituição e, possivelmente, na holding. Diante disso, o que dizer da misteriosa visita do empresário ao presidente Lula no Palácio do Planalto, com uma maleta na mão, às vésperas da eleição, afirmando estar ali para pedir uma doação pessoal de R$ 12 mil ao Teleton? Silvio Santos não poderia ter feito isso por telefone? Ou o assunto era, na verdade, outro?

Nas semanas seguintes era nítida a parcialidade, em favor da candidata governista Dilma Rousseff, assumida pelo SBT na cobertura da campanha presidencial no segundo turno, culminando com aquela famosa trapalhada da equipe de jornalismo que afirmou que o candidato José Serra e seus assessores estavam mentindo sobre ele ter sido atingido por um rolo de fita crepe e que, na realidade, tratava-se de uma bolinha de papel. O próprio presidente Lula comprou as falsas informações dadas pelo SBT e disparou publicamente contra Serra. No dia seguinte, a Rede Globo e o jornal Folha de São Paulo desmentiram o SBT e apresentaram imagens que comprovavam a agressão sofrida pelo candidato do PSDB. Toda essa sucessão de fatos, permite que o cidadão comum desconfie (e muito) do que realmente aconteceu no gabinete oficial da presidência da república na tarde daquela quarta-feira, 22 de setembro de 2010.

Mas vamos sair da esfera especulativa. Durante o penúltimo debate entre os presidenciáveis, quando acusada por José Serra de estar privatizando o pré-sal, a presidente eleita Dilma Rousseff foi muito clara ao afirmar que havia dois momentos distintos: “antes e depois do pré-sal” e que “antes havia uma regra que valia para o petróleo de baixa qualidade extraído no Brasil”. Foi assim que ela tentou justificar o modelo estatizante do atual governo. O que dizer agora com relação ao banco PanAmericano? Será que o governo viu no banco falido uma espécie de “bilhete premiado”, tal qual o pré-sal, justificando a estatização de 49% da instituição? Isso sem falar nos riscos que o governo corre, tornando o capital público (no caso a Caixa Econômica Federal) refém da parcela majoritária privada (o Grupo Sílvio Santos). Sem precisar dizer muito, podemos concluir que trata-se de irresponsabilidade e improbidade na administração do dinheiro público.

O que pensará o miserável trabalhador brasileiro que passa a vida numa peregrinação para conseguir um empréstimo para comprar uma casa própria ou para montar seu pequeno negócio e, na maioria das vezes, sequer recebe a atenção dos gerentes dos bancos e das instituições dos governos? É simplório demais pensar que isso passará impune quando, todos os domingos, ele ver o magnata paulista em seu programa de TV, sacar dinheiro do paletó e jogar para a plateia bradando: “Quem quer dinheiro?!” Será que a humilhação e a falta de vergonha na cara estão definitivamente institucionalizadas no Brasil?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PEGADA FORTE


"Ter pegada" é praticamente quesito obrigatório para quem quer causar uma boa impressão. Tanto homens, quanto mulheres. A questão é, que tipo de pegada a mulher gosta?

Quase todos os homens ao serem questionados se tem, ou não, a tal “Pegada”, respondem de peito estufado e, sem medo, que obviamente tem uma boa pegada. Afinal, são homens! Ficam com várias, quando quiserem. Bem, sabemos que quantidade não significa qualidade. E convenhamos, não é nada difícil sair por ai dando bitoquinhas em 300 garotas que encontrar em um baile funk, ou numa micareta. Mas será que mesmo beijando dezenas de garotas, é possível saber se você tem uma pegada forte?

Pode ser que sua pegada seja tão forte quanto tomar beliscão de joaninha, amigo!

- Então me ixprica diretcho essa tar de pegada uai!

Calma amigo leitor, a pegada não começa essencialmente no beijo, mas sim antes disso, no contato visual, no toque, no papo.

-Tá tá tá, isso tudo eu acho nos bRoG do Google, me fala a real, como funciona essa tal pegada?

Simplesmente, as mulheres gostam de um homem que AJA COMO UM HOMEM! Você tem que fazer ela se sentir dominada, segura, protegida, desejada! Pegue-a pela cintura com firmeza (não com brutalidade), mostra pra ela quem é o macho-alfa, pegue forte, mas não machuque, capriche no beijo, faça carinho, beije e morda o pescoço!

E se você não entende como pegá-la com firmeza, mas com delicadeza, simplesmente assista King-Kong. Aquele macaco tem pegada, a loira é dominada pelo primata de 15 metros, mas mesmo com todo esse tamanho monstruoso, ele não a machuca, mas mostra que ele é o dono do balaCUbaco, mas a trata com carinho mesmo assim, fazendo com que ela se apaixone por ele. (Coê mermão, vai falar que ela num queria dar uns pega no gorilão?)

Mostrar confiança já acrescenta um "A+" no seu status. Ter atitude, faz com que elas percebam que você não vai se intimidar facilmente e que, provavelmente, você é daqueles que tem uma baita de pegada, é um macho porreta que confia no seu taco, não importando o tamanho do seios, bundas, cor dos olhos, cor da pele, tamanho do marido...

E lembre-se, não passe a imagem de “tentar fazer”, mas sim de “EU SEI FAZER!”

NOJO DE DEUS


Não sou lá de me envolver com religiões. Mas no último livro da Bíblia – o Apocalipse – tem algo escrito que acabei achando muito parecido com a politicagem exercida lá pelas bandas de Brasília.

Senão, vejamos: “... porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” – 3:16. Cruz credoooo Vanilda Cruz! O Senado acabou de atender, mais ou menos, a pressão da sociedade aprovando o projeto Ficha Limpa. Temos ainda motivos de sobra para desconfiar da eficácia deste projeto por causa da desinteligência inescrupulosa e, até, criminosa de nossos insensíveis legisladores.

Causam nojo a Deus os cristãos que vivem na omissão diante de decisões a serem tomadas. Ao cidadão consciente também causa nojo a omissão das autoridades políticas diante do sangue que escorre livremente pelas casas e ruas do Brasil.

Nossas casas e ruas se enchem de sangue que escorre dos jornais, das revistas, da TV. Sangue de crianças e jovens abusados e mortos. Sangue de pequenos “abeis” mortos por colegas “cains”. Sangue de contraventores na guerra do jogo do bicho(saudade eterna meu grande amigo maninho Garcias).Sangue de professores feridos e baleados por loucos jovens estudantes. Sangue de namoradas assassinadas por namorados ciumentos e sedutores psicopatas. Sangue de mulheres -esposas jogadas pelas janelas dos prédios como um lixo desprezível. Sangue de pais machucados pelos filhos armados com o diabólico crack. Sangue de idosos atropelados por motoristas embriagados esnobantes. Sangue de crianças preparadas para sacrifícios satânicos. Sangue de vizinhos provocados por saquinhos de lixo.

Enquanto a sociedade, em todas as suas manifestações, vive respingada de tanto sangue, os responsáveis pelo cuidado da qualidade e saúde da mesma sociedade dormem na mornidão da insensibilidade. Enquanto a sociedade chora e se desespera, nenhuma autoridade que se autodenomina “a voz do povo” — que é uma afronta — dá as caras. O máximo que faz é se vestir com as vestes de uma demagogia surrada. O teatro das eleições já terminou,é ontro se aproxima daqui a 2 anos. Um novo teatro de ficção, cujos atores ainda acreditam que nós acreditamos em ficções políticas. Mas temos que ser sinceros e confessar que, na verdade, muitos de nós ainda acreditamos em ficções políticas traduzidas em siglas fictícias — PT (comando dos vermelhos), PMDB (comando partidão parasita), e tantas outras indecifráveis e improdutivas.

Cada sigla é uma fantasia. Perdemos a Copa. Foi a esperança do futebol brasileiro fazer história. É um evento que tem a força de fazer os desatentos esquecerem os sofrimentos! É um ótimo sedativo e ansiolítico. É doloroso pensar que a fantasia dá votos. Porque saúde, educação, paz social, famílias não dão votos. Assim, nenhum político precisa se preocupar em prometer saúde saudável para todos, nem educação consistente para todos, nem combate à violência... A doença pode continuar na UTI. A sociedade pode continuar analfabeta. O sangue pode continuar escorrendo pelas casas e pelas ruas. A eles não importa a realidade do homem. Importa a sua realidade. Importa criar condições para que seus eleitores sejam enganados pelas promessas fantasiosas e esqueçam o medo, o sangue, a pobreza.

Começamos nossa reflexão falando do nojo de Deus com os omissos. A política dos insensíveis está começando a enojar a sociedade dos homens sérios e comprometidos com a vida. Daqui 2 ano é mais uma oportunidade para tomarmos remédio contra os enjoos provocados por uma política construída por mentiras, enganos e omissões. O remédio é votar na ficha limpa, na seriedade, no comprometimento. É uma afronta e tapeação prometer estruturas que aparentam qualidade de vida sem a perspectiva de tratamento do homem que quer paz, educação e saúde.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A SINUCA DE BICO NA POLITICA BRASILEIRA


Uma notícia assombrou os brasileiros nos últimos dias: a possibilidade de vermos ressurgir a famigerada CPMF já nos primeiros dias de governo da presidente mollusquinha. O imposto, disfarçado de contribuição, foi derrubado pelo Senado Federal em dezembro de 2007, após vigorar por 10 anos, em uma votação que entalou uma das maiores derrotas políticas na goela do presidente molluscão. Talvez, por nunca ter se conformado com isso, esteja declarando apoio à possibilidade de recriação dessa excrescência tributária.

Como sempre, o presidente molluscão se comporta como um profundo desinformado, um iludido quanto à trupe palaciana que o cerca. Essa história de recriar a CPMF, que vem à tona já na primeira semana pós-eleição, nada mais é que um instrumento de chantagem, uma espécie de estelionato político. Essa primeira cama de gato para a presidenta mollusquinha está sendo orquestrada pelos governadores eleitos da própria base aliada, liderados pelo PMDB e pelo PSB, os dois grandes vitoriosos nas eleições majoritárias estaduais.

A matemática é simples. Em 2008, o deputado federal Pepe Vargas, do PT do Rio Grande do Sul, fez uma maquiagem na extinta CPMF e apresentou um Projeto de Lei Complementar visando reinstituí-la sob o nome de Contribuição Social para a Saúde (CSS). O PLC foi aprovado na Câmara dos Deputados, com margem apertada, em junho do mesmo ano. De lá seguiu para o Senado, onde aguarda votação. Já em 2009, o PMDB começou a pressão, com apoio do PSB, pela formalização de um nome do partido para vice na chapa da mollusquinha, culminando com a indicação do parasita insipido Michel Temer.

Durante a campanha, mollusquinha recebeu o apoio frontal de nomes fortes dos dois partidos em 11 estados, em especial o de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro e de Renato Casagrande no Espírito Santo, ambos com vitórias acachapantes, e dos aliados socialistas e peemedebistas do nordeste capitaneados por Cid Gomes no Ceará e Eduardo Campos em Pernambuco. Juntos, os governadores eleitos pelo PMDB e PSB, somaram quase 20 milhões de votos nas urnas, o que, em tese, representam 35% dos votos que elegeram a petralha. Além, é claro, dos 19 senadores (¼ do Senado Federal) e dos 113 deputados federais (22% da Câmara) eleitos pelas duas legendas.

O que isso significa? Com tamanho dividendo eleitoral, PMDB e PSB, além da vice-presidência da República, querem muito mais espaço no próximo governo. Em “politiquês” claro: querem mais ministérios, cargos e estatais. Isso sem falar nas ambições políticas de eleger Sérgio Cabral como “presidente olímpico” em 2014, o que inviabilizaria uma aliança numa possível tentativa de reeleição da mollusquinha. Como ela de vez em guando pensa, vem afirmando que irá compor seu governo com perfis que consigam aliar técnica e política e que não tenham passado sujo ou enterrado nos lamaçais dos escândalos(se levar a ferro e fogo,com o passado que tem... nem ela fica). Isso caiu como uma bomba na cabeça do PMDB, o bonde onde tudo cabe.

Daí acompanhamos a sucessão de fatos correlatos: Temer de bico torto nos dias seguintes à vitória; reunião urgente de governadores aliados; estado de sítio nos partidos menores; o presidente do Senado, José Sarney, afirmando que o imposto pode ser recriado pelos senadores; e a oposição, liderada pelo garoto esperto senador eleito Aécio Neves, paquerando parlamentares da base aliada. Na percepção dos movimentos e considerando a recriação da CPMF como uma medida extremamente impopular e que custaria um preço alto demais ao novo governo, nada melhor que usá-la como peça de uma chantagem política que funcionará assim: “ou ganhamos mais ministérios, estatais e cargos ou aprovamos a CPMF e ferramos seu governo logo de cara!”

E não vai parar por aí. Daqui algum tempo, e de olho nas possibilidades olímpicas de Sérgio Cabral, ressurgirá a ideia de acabar com a reeleição e voltarmos aos mandatos de 5 anos. É o poder democrático das urnas! E a situação já está ficando tão séria, que o presidente molluscão veio a público, subitamente, utilizando pronunciamento em cadeia de rádio e televisão no horário nobre, para mandar seu recado de insatisfação disfarçado de discurso em nome da beleza do processo eleitoral. Engana-se quem pensa que era um recado para a oposição da vitória adiada(nunca derrotada)...rsrs. O alvo pretendido era mesmo a base aliada: os governadores, senadores e deputados vitoriosos que já começaram a disparar o famoso “fogo amigo”.

Apesar da base aliada ter conquistado ampla maioria na Câmara e no Senado, ninguém disse que mollusquinha teria vida fácil em seu governo. Creio que será o extremo inverso. Tal qual uma Cleópatra tupiniquim, mollusquinha está dormindo com o inimigo e corre o risco de ter o mesmo fim da rainha egípcia: morrer picada por uma serpente Resta saber se será uma cascavel socialista ou uma surucucu do bonde parasita do Temer.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pela luz dos olhos teus

SEUS OLHOS BATERAM PALMAS PARA OS MEUS...SEUS OLHOS PEDIRAM BIS...É EU TE OLHEI NOVAMENTE



Há olhos e olhares. Sobretudo, há olhares que parecem querer medir a temperatura da nossa alma. São olhares profundos e mágicos, plenos de mensagens subentendidas. Há olhares que deixam marcas vivas e que nos fazem cair em recolhimento e contemplação interior.

Há olhares que nos incitam à guerra - uma guerra contra tudo aquilo que rebaixa homens e mulheres, tornando-os escravos do mundo, escravos dos poderes estabelecidos. Porque, com toda a sua aparente liberdade, o nosso é um tempo de escravidão humana. O homem moderno não tem mais aspirações nem expectativas, nem vontade de potência, no sentido de que nos falava Nietzsche.

O homem de nosso tempo foge de si mesmo, alienado em prazeres sem alegria, que só fazem entorpecê-lo, corrompê-lo. (Qualquer semelhança com a atual corrida pelos cargos de mando na política não será mera coincidência). O homem de hoje tem dificuldade de enfrentar a si mesmo, de ultrapassar-se enquanto humano, de reinventar-se, de propor novos e mais consistentes valores.

O que é fraco, covarde e corrupto, ganha espaço em todos os setores sociais, incluindo o ensino, a educação, cuja pretensão maior é domesticar o homem. O ensino hoje despreza a característica maior do saber - sua problemática - ou seja, o fato de que nenhuma interpretação do mundo e das coisas esgota os diferentes olhares sobre este mundo e estas coisas. Portanto, nenhuma interpretação pode constituir-se em dogma de fé.

O tempo, enquanto senhor da razão, filtra tudo o que engrandece o homem e a vida. Daí a necessidade de aproveitarmos bem o tempo para lapidar o pensamento, torná-lo fecundo. Para tanto, há que alimentá-lo de silêncio, de solidão, de olhares profundos, que perscrutam as aparências, as entrelinhas, o não dito ou o mal dito.

Os olhares mágicos e profundos podem nos levar a descobertas interessantes, incluindo a do estilo que nos é próprio, estilo que marca nossos gestos, nosso itinerário, os riscos que aceitamos correr, nossa solidão, aceita e aproveitada, nossa condição humana. O estilo que nos é próprio fala de nosso apetite pela vida, pela verdade, abre espaço para novos olhares, olhares que filtram o invisível, aquilo que a maioria prefere ignorar, pois, se a informação é perturbadora (haja vista o incômodo que o noticiário da imprensa provoca), o conhecimento o é ainda mais.

O significante olhos/olhar é explorado no romance "Dom Casmurro", de Machado de Assis. As imagens metafóricas que o autor usa para descrever a personagem Capitu passam pela descrição simbólica de seus olhos e olhar: Capitu tem olhos de ressaca, olhos de cigana, olhos oblíquos e dissimulados.

Curiosamente, as imagens usadas para descrever os olhos/olhar de Capitu parecem denunciar aspectos projetivos do personagem Bentinho-Dom Casmurro: seus medos, sua insegurança, seus fantasmas interiores. E o leitor se pergunta: As metáforas que descrevem os olhos/olhar de Capitu, falam de Capitu ou falam da neurose do narrador? De qualquer forma, são metáforas ricas e belas. Elas têm o poder de capturar o leitor em suas malhas. Seduzido pelas palavras do narrador (ou pelos olhos de Capitu), o leitor se põe, ele mesmo, a investigar: Capitu é inocente ou culpada?

De qualquer forma, o fato é que o pobre Bentinho não levou em conta a advertência do escritor russo Nikolai Gogol: "As mulheres... só os seus olhos já são um reino tão incomensurável que um homem, se lá entrar, nunca mais encontrará a saída".