quinta-feira, 11 de novembro de 2010

NOJO DE DEUS


Não sou lá de me envolver com religiões. Mas no último livro da Bíblia – o Apocalipse – tem algo escrito que acabei achando muito parecido com a politicagem exercida lá pelas bandas de Brasília.

Senão, vejamos: “... porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” – 3:16. Cruz credoooo Vanilda Cruz! O Senado acabou de atender, mais ou menos, a pressão da sociedade aprovando o projeto Ficha Limpa. Temos ainda motivos de sobra para desconfiar da eficácia deste projeto por causa da desinteligência inescrupulosa e, até, criminosa de nossos insensíveis legisladores.

Causam nojo a Deus os cristãos que vivem na omissão diante de decisões a serem tomadas. Ao cidadão consciente também causa nojo a omissão das autoridades políticas diante do sangue que escorre livremente pelas casas e ruas do Brasil.

Nossas casas e ruas se enchem de sangue que escorre dos jornais, das revistas, da TV. Sangue de crianças e jovens abusados e mortos. Sangue de pequenos “abeis” mortos por colegas “cains”. Sangue de contraventores na guerra do jogo do bicho(saudade eterna meu grande amigo maninho Garcias).Sangue de professores feridos e baleados por loucos jovens estudantes. Sangue de namoradas assassinadas por namorados ciumentos e sedutores psicopatas. Sangue de mulheres -esposas jogadas pelas janelas dos prédios como um lixo desprezível. Sangue de pais machucados pelos filhos armados com o diabólico crack. Sangue de idosos atropelados por motoristas embriagados esnobantes. Sangue de crianças preparadas para sacrifícios satânicos. Sangue de vizinhos provocados por saquinhos de lixo.

Enquanto a sociedade, em todas as suas manifestações, vive respingada de tanto sangue, os responsáveis pelo cuidado da qualidade e saúde da mesma sociedade dormem na mornidão da insensibilidade. Enquanto a sociedade chora e se desespera, nenhuma autoridade que se autodenomina “a voz do povo” — que é uma afronta — dá as caras. O máximo que faz é se vestir com as vestes de uma demagogia surrada. O teatro das eleições já terminou,é ontro se aproxima daqui a 2 anos. Um novo teatro de ficção, cujos atores ainda acreditam que nós acreditamos em ficções políticas. Mas temos que ser sinceros e confessar que, na verdade, muitos de nós ainda acreditamos em ficções políticas traduzidas em siglas fictícias — PT (comando dos vermelhos), PMDB (comando partidão parasita), e tantas outras indecifráveis e improdutivas.

Cada sigla é uma fantasia. Perdemos a Copa. Foi a esperança do futebol brasileiro fazer história. É um evento que tem a força de fazer os desatentos esquecerem os sofrimentos! É um ótimo sedativo e ansiolítico. É doloroso pensar que a fantasia dá votos. Porque saúde, educação, paz social, famílias não dão votos. Assim, nenhum político precisa se preocupar em prometer saúde saudável para todos, nem educação consistente para todos, nem combate à violência... A doença pode continuar na UTI. A sociedade pode continuar analfabeta. O sangue pode continuar escorrendo pelas casas e pelas ruas. A eles não importa a realidade do homem. Importa a sua realidade. Importa criar condições para que seus eleitores sejam enganados pelas promessas fantasiosas e esqueçam o medo, o sangue, a pobreza.

Começamos nossa reflexão falando do nojo de Deus com os omissos. A política dos insensíveis está começando a enojar a sociedade dos homens sérios e comprometidos com a vida. Daqui 2 ano é mais uma oportunidade para tomarmos remédio contra os enjoos provocados por uma política construída por mentiras, enganos e omissões. O remédio é votar na ficha limpa, na seriedade, no comprometimento. É uma afronta e tapeação prometer estruturas que aparentam qualidade de vida sem a perspectiva de tratamento do homem que quer paz, educação e saúde.

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