quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VENDEU A ALMA AOS DIABOS

Causa perplexidade geral ter a chefe da Casa Civil da Presidência da República sido demitida na reta final da campanha eleitoral sem que isso haja produzido a consequência natural de um escândalo dessas proporções na popularidade do presidente "contador de história", que a nomeou, nem feito cair do topo da preferência eleitoral sua candidata terrorista, que a patrocinou. A falta de proporção de causa e efeito em episódio dessa relevância não se deve apenas à credulidade popular, capaz de aceitar que Lula "contador de história" não assuma a responsabilidade dos atos de sua principal assessora e que Dilma terrorista se exima de culpa pela ascensão de uma funcionária incapaz de subir na vida por méritos próprios, que ninguém imagina quais possam ser.

É o caso de buscar outras razões para a baixa interferência na preferência do eleitor de notícias de recebimento de propinas ("taxas de sucesso") pelo filho de Erenice Guerra em gabinete a poucos metros do de Dilma terrorista, no Palácio do Planalto, onde o chefão "contador de história" dá expediente. Será o caso de admitir que o pleito de 2010 esteja decidido há muito tempo e que será quase impossível mudar tais desígnios?

Afinal, a gravidade das acusações que emergiram contra o "mafioso" clã Guerra, que não teriam como não macular a imagem da terrorista, supera, com larga vantagem, a das que derrubaram Richard Nixon nos Estados Unidos e Fernando Collor" o caçador de marajá" no Brasil e levaram à prisão do corrupto José Roberto Arruda, que ainda provocou o naufrágio de seu partido, o DEM, da aliança de oposição.

Se assim for, isso se deverá à percepção de Luiz Inácio Lula da Silva "o contador de história" sobre a realidade social e o panorama eleitoral no Brasil real, que domina. Ele mesmo foi a primeira vítima de uma avalanche que, em 1989, se identificou nos dois eles de Collor em verde e amarelo e inverteu as ancestrais relações de hierarquia da política nacional, ao promover aquilo que o último coronel mineiro, Chichico Cambraia, definiu como "estouro da boiada": ao votar no "caçador de marajás", o rebanho pulou cerca e porteira do curral e, para não perdê-lo de vista, os "pastores" saíram correndo atrás. Nesta e em mais duas eleições seguidas perdidas depois, Lula "o contador de história"aprendeu que é e quase impossível ser eleito presidente da República brasileira sem alianças de peso.

E, se extraordinariamente isso ocorrer, nunca será possível governar sem a adesão de grupos poderosos que mandam desde antanho e para sempre nos hoje repovoados currais de votos. Prova-o a defenestração de um dos raros que realizaram a proeza: Collor tentou presidir sem o Congresso, que logo reagiu depondo-o.

Tendo participado da derrubada do adversário que o derrotara, o presidente "contador de história" foi aprendendo ao longo dos anos que ganhar e governar um país deste tamanho exige partilha do pudim.

Tentou, antes, sem sair da própria esquerda, ao atrair o Grande Homem Leonel Brizola para sua chapa, mas deu com os burros n'água. Aceitou, então, aliar-se com o saco dos gatos gulosos do PMDB, por sugestão do corrupto José Dirceu, e ganhou a disputa com Serra, em 2002. Depois, em nome da "governabilidade", loteou o governo para não ser mais um a ganhar e não levar. Como o Fausto da lenda, vendeu a alma aos diabos que antes exorcizava e se deu muito bem.

Foi aí que aprendeu a vencer a disputa eleitoral de baixo para cima: abrigou no ninho do poder lideranças locais, prefeitos municipais, deputados estaduais e federais, senadores e governadores. Aí, quando resolveu lançar o "poste" Dilma terrorista por achar mais fácil manipulá-la do que se desgastar na luta pelo terceiro mandato, já tinha as bases todas sob controle.

Muita gente boa percebeu a jogada genial do uso eleitoral da Bolsa-Família. Mas nem todos enxergaram o simultâneo fechamento de cofres que irrigam as campanhas políticas com os recursos necessários, favorecendo de banqueiros a empreiteiros de obras públicas, que passaram a ter nele o novo Messias. E ninguém observou que ele tirou do caminho para o palanque adversários que incomodavam. Foram os casos de Cássio Cunha Lima, o tucano da Paraíba, e Jackson Lago, o pedetista do Maranhão, que perderam seu mandato, condenados por crime similar ao de que foi acusado o petista Marcelo Déda, governador de Sergipe, que, no poder, é favorito na disputa por sua sucessão.

Ao contrário de Lula "contador de história", seu principal adversário, José Serra, não deu sinais de ter aprendido as lições da derrota de 2002. Ao se negar a disputar a indicação em prévias, como pretendia o ex-governador mineiro Grande Homem Aécio Neves, deu-lhe a justificativa de que este precisava para ficar fora da ingrata rinha presidencial. A não insistir com o partido e o próprio Aécio para formar chapa com este, deu outra mostra de que pretendia alcançar o talvez inalcançável: ganhar a disputa pela Presidência sem dever favores. Ao manter fora da campanha um tucano que vencera duas vezes a eleição federal sem disputar segundo turno, Fernando Henrique, emitiu, a quem fosse capaz de entender, o sinal de que não se dispunha a buscar ajuda nem mesmo do próprio passado, e o renegou.

Dilma terrorista, cujo currículo desautorizava a aventura de disputar contra um político bafejado pela vitória nas urnas nos maiores município e Estado do País, contou com a ajuda esperada, embora absurda, do adversário. Onze entre dez interlocutores alertaram Serra de que a chave para sua vitória seria manter o presidente "contador de história" fora da campanha. Mas ele expôs o retrato de Lula "contador de história" em seu primeiro programa de propaganda na TV e apelidou-se de Zé chamando-o de Silva (de quem terá sido a ideia idiota?) no primeiro jingle para rádio. Fez ainda aos adversários o favor de deixar que o atrapalhado presidente nacional de seu partido, Sérgio Guerra (PE), pedisse a impugnação da adversária porque a Receita havia quebrado o sigilo fiscal da filha Verônica.

A possibilidade, aventada pelo Data folha, do segundo turno pode abalar a empáfia palaciana, mas em nada alterará os fundamentos das evidências citadas. A experiência de 2006 deve ter ensinado aos tucanos que provocar o segundo turno é uma coisa. Mas vencê-lo talvez é outra!

Em politica,o que não é possível é falso!

terça-feira, 28 de setembro de 2010


Alguém pode ser incisivo em suas colocações, escrevendo com firmeza e convicção, mostrando seus pontos de vista com ênfase, racionalidade, sem enfeitar a realidade. Os que agem assim são vistos como pessoas frias, às vezes até grosseiras, embora corajosas e seguras.

Quem é realista apresenta-se com estilo em várias gradações. Enquanto uns são mansos para contar exatamente como as coisas são, na outra ponta há quem seja ríspido e até mesmo mal-educado.

Ser amante da realidade pode ser fácil para quem age assim, mas pode ser penoso para quem ler, especialmente os sensíveis (como nosso presidente, que quer "calar a democrácia"), que preferem a verdade em doses menores, pouco a pouco, só depois do dia 3 de outubro.

Só não enxerga quem não quer ver! E são muitos os que não querem ver! A eleição presidencial se aproxima. Os petralhas que pretendem o cargo máximo da nação, mais uma vez estão tentando hipnotizar a população, e atropelar até Deus, tudo e todos. Pensar em Lula/Dilma e os seus seguidores dá medo.

Tou ficando assustada!

Outro dia a Folha de São Paulo (09) trazia uma notícia em que informava que as empresas como a Companhia Vale do Rio Doce controlada pelos chamados “Fundos de Pensão”, doravante passariam a ver até mesmo os seus executivos serem substituídos por gente da confiança do governo; gente da política, naturalmente indicados pelo PT.

Fundo de pensão é coisa que os chamados sindicalistas de plantão (leia-se PT) dominam bem. Desculpem essa minha expressão de fachada, porque na verdade dominam mal, gerenciam pior ainda. A socialização dos meios de produção de uma empresa desse porte, quando gerenciada por sindicalistas sempre acaba no pior, como aconteceu com a General Motors dos Estados Unidos, que gerenciados os fundos de pensão por sindicalistas de lá deu em má gestão, ocasionando a crise desatrosa de conhecimento de todos. Penso eu que do jeito que a coisa vai, isto não será tamanha novidade se acontecer por aqui também, haja vista que faz bastante tempo como se sabe pela “discreta mídia brasileira” que o PT vem loteando os cargos públicos de confiança do governo, tanto na administração direta como na indireta, além do que fez como é de notório saber, a execução de diversos concursos públicos colocando dentro do Estado cada vez maior número de “companheiros”.

Esta socialização também pode se dizer que é uma forma de minar a base da propriedade privada, pois isto sem sombra de dúvida tem relação com administradores irresponsáveis, politicamente corretos, que passarão a usufruir ganhos e privilégios nunca dantes vistos neste país tupiniquim de Cabral.

Embora digam que não, - com os fatos acima - parece que o critério moderno de ingresso em um bom emprego seja na área privada, seja na pública é agora o critério político, o mérito parece que não vale mais. Alguns dizem, que “vale a carteirinha do partido e o alinhamento com a corriola sindical do que qualquer currículo”. É o que pensa por exemplo, um jornalista amigo meu , economista e mestre em Administração de Empresas pela FGV/SP.

Este é sem dúvida um processo que visa minar as chamadas bases democráticas do país, forma notória de sufocar a oposição política, eliminando assim a capacidade de sobrevivência econômica para os que não estiverem alinhados com o partido governista. É uma forma encontrada pelo PT de fazer uma ditadura em que o Estado domina empresas; empresas grandes, claro. Política que é sem dúvida de caráter fascista ou comunista, e de pior qualidade possível.

Isto nos leva à memória do período medieval em que eram comuns as práticas feudais das chamadas guildas, onde os camponeses, artesãos e outros, reunidos prestavam aos senhores feudais os seus serviços lucrativos em troca de pequenos pedaços de terra (MST), moradia ou comida (Bolsa familia). No jogo pelo poder dá prá dizer qual o mal maior, Lula, com a Dilma de malversado e obscuro passado. Parece que no dia 3 de outubro estaremos ou não defintivamente no bico do urubu.

O PT e Lula querem nos conduzir através do Foro de São Paulo, FARCS e MST ao Bolivarianismo ideológico do debilóide conhecido por Hugo Chaves.

Para quem não sabe, a hipnose é um estado alterado de consciência. É só pesquisar um pouco que achamos tudo sobre isso. Mas se vamos encontrar verdades ou mentiras, não quero entrar na discussão. Aliás, sou apenas uma cronista; e não uma cientista ou um curandeiro barato, nem tão pouco um presidente" contador de história," metido a" hipnotizar alguns alienados com bolsa esmola."

Mas uma pessoa saudável tem noção da realidade, tem capacidade de discernimento e consegue uma compreensão das coisas de maneira clara, uma vez que consegue apreender a realidade de uma forma mais identificada com ela. Se o estado de consciência está alterado, evidente que não se tem a mesma percepção da realidade. Quando alguém procura um profissional de saúde que utiliza como técnica a hipnose, está aceitando que seu estado de consciência seja alterado para poder descobrir possíveis dificuldades vivenciadas anteriormente e elaborá-las. Essa alteração é induzida por um profissional treinado que mantêm o controle da situação e faz o paciente voltar a seu estado de consciência normal quando quiser. Essa é uma forma adequada e benéfica de se utilizar a hipnose, desde que sempre manuseada por um profissional competente.

Existe outra forma de se induzir à hipnose que é pela realidade criada pelo homem, principalmete pela midia. Exemplo: e aí mermão,vou no show naum, tá na hora do big brother Brasil!Plim Plim para nossos comerciais e logo voltaremos com mais notícias. A hipnose coletiva não se dá de um dia para o outro. Ela vai sendo construída todos os dias, a longo prazo, através de programas de governos, Big brother, propagandas explícitas do bolsa familia, vale gás, vale escola, parentes e amigos que já estão impregnados dessa hipnose nefasta. Esses programas diariamente vão entupindo com futilidades, inutilidades, desgraças, roubalheiras, violência e falsos valores a mente de quem os assiste e os escutam.

Por detrás do programa do governo Lula, o "bolsa esmola" aparentemente inocente e agradável para a população de baixa renda, por exemplo, existem técnicas modernas de psicologia para persuadir, conquistar, e principalmente anular capacidade de pensamento dessa população.

Aos poucos nosso senso crítico vai sendo apagado, nossa capacidade de pensar é comprometida e passamos a ter a sensação que as coisas como nos são passadas são “corretas”, que nosso inconformismo é infundado, que as coisas têm que ser exatamente como são e que temos que nos ajustar a elas. Nos conformamos com o salário de fome porque nossos amigos também ganham pouco. Aceitamos ser desonestos ou desleais porque estamos no mundo capitalista e acreditamos que os outros fazem o mesmo.

Agredimos a natureza, pois vemos lixo no chão e vemos que outros não se importam, então porque nós iríamos nos importar. Aos poucos os pensamentos vão se nivelando por baixo com uns poucos que controlam o poder político, econômico e de comunicação pensando e toda a galera caminhando para a direção estabelecida arbitrariamente para a satisfação a todo custo de interesses econômicos e políticos.


Dia 3 de outubro, quem viver verá se estamos ou não no bico do urubu.

Que Deus nos livre. Amém!



segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PESSOA ERRADA


Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.

Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.

Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas; mas, nem sempre estamos precisando das coisas certas. Aí é à hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça; fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor

A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é pra na hora que vocês se encontrarem, a entrega ser muito mais verdadeira.

A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.

Essa pessoa vai te fazer chorar

Mas uma hora depois vai enxugar suas lágrimas

Essa pessoa vai tirar seu sono

Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível

Essa pessoa talvez te magoe

E depois te enche de mimos pedindo seu perdão.

Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado

Mas vai estar 100% da vida dela esperando você

Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo; porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo.

Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo.

E só assim é possível chegar àquele momento do dia; em que a gente diz: “Graças a Deus deu tudo certo!”

Quando na verdade, tudo o que Ele quer, é que a gente encontre a pessoa errada.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

TATUAGENS


Vamos falar aqui das tatuagens, destas que nos acontecem por toda vida, e das quais não temos a menor chance de aceitar ou recusar. Podem apostar que assim como o meu, o corpo de cada um de vocês amigos, está cravejado delas.

A cada dia de nossas vidas, acabamos ficando marcados por fatos, ilusões e desilusões, alegrias e tristezas, amores e desamores, afetos e desafetos, que acabam deixando marcas invisíveis, mas também indeléveis em nossos corpos, corações, sentimentos, alma e memória.

Parem de ler agora! Pensem em quantas destas marcas vocês já tem!

Pois é!

O mais incrível é que se formos prestar bem atenção, todos os males que recebemos nos ficam como tatuagens escuras, em preto e branco, disformes. Já as dos bons momentos de nossas vidas nos caem como de intenso e belo colorido, não? Mas também vamos concordar que muitas coloridas, de amores ou amizades que julgávamos reais e sinceras, se tornam depois, negras, brancas, nebulosas, com as marcas reais da decepção.

Por isso, gostaríamos de com vocês amigos lembrar, de que quando amantes,maridos,namoridos, se acariciam e se abraçam, fazem amor, estão deixando suas mãos, seus lábios e seus corpos tatuados entre si. Mesmo que depois se separem, não adianta negarem, as marcas estão aí! Seria tão bom se soubéssemos sempre conservá-las coloridas!

Mas nem todos pensam assim!

Não vamos esquecer também, de que quando se abraça uma pessoa, aperta a mão de alguém, recebe ou dá um beijo na face, ou até mesmo com o som de nossas palavras ou até mesmo este texto de agora, se está ficando e deixando uma tatuagem indelével para o resto da vida. Invisível é claro, mas para sempre!

Ao ler agora, na certa vocês amigos gostariam talvez de apagar muitas tatuagens deixadas em suas vidas, seus corações e quem sabe, principalmente em seus corpos. Posso lhes perguntar, para quê e por quê?

De todas, podem ter certeza, por mais escuras e feias que tenham ficado com o tempo, saibam aproveitar pelo menos uma das cores originais. Mesmo que seja a preta ou a branca! Não importa! Afinal de contas, vocês amigos não terão mesmo como fugir delas!

Por outro lado, vocês amigos gostariam de esquecer todos os tabefes levados na vida, mas não se esqueçam de guardar aquele primeiro que levaram na bunda quando nasceram, e que lhes fizeram acordarem para esse mundo.

Os outros pode ter certeza de que arderam mais nas mãos de quem bateu do que em quem apanhou. Eles podem até negar, mas que ardeu, ardeu!

As minhas tatuagens, como vocês agora, também estarão tatuados para sempre, em meu coração coração!

GENTE SINISTRA

Continuo achando esquisita como anda a aspereza do debate entre as partes de nosso país. Já vi esse filme. Um monte de cabeça-duras de um lado e outro montinho de outro. Só que naquela época estavam juntos do mesmo lado,voltados na mesma direção, que era à esquerda. Porque estavam acuados na extrema direita, sob a sua égide e força. A guerra estava traçada; os adversários usavam a força; os combatentes, a inteligência, o caráter e a coragem. Mesmo quem não pulasse corda dava a mão e, às vezes, a cara para bater.

O perigo era comum. Hoje não. Não tem mais disso. Acredito que essa seja a primeira eleição assim, meio sem real ideologia teórica. Meio, ou melhor, completamente, sem eixo. Para a presidência, o embate principal oficial é entre duas mulheres e um homem, todos com idéias na mesma direção da estrada, e promessas cada vez mais inacreditáveis. Mas alguns usando métodos digamos "mais eficientes": propaganda de massa, oferta de gabinetes, tráfico de influência, utilização de dados sigilosos, ameaças veladas.

Não pode haver quem - por mais dilmático que já esteja - que possa nem tentar negar que o presidente Lula e sua turma estão indo longe demais, atropelando toda a sorte de legalidade, vergonha, escrúpulo. Que a eleição está com cor e cheiro de vingancinha pessoal. E o que é pior: durante os últimos anos a oposição só fez se desfacelar. Toma Tiririca na coligação do PT! Com Maluf e outros dinossauros. Empresários subitamente socialistas e verdes crescendo mais do que agrião no rio. Ligações e coligações inimagináveis. Serra bonzinho, doce. Vó Dilma, arrumadinha como compraz a uma boa senhora. Marina, salvadora, natural, com sua voz fina e muito lenta, principalmente em atitudes.

Se cobrir vira circo; se cercar vira hospício. Se gradear, vira prisão. Se plantar, floresta. Se secar, Saara. Se cavar, encontra. Se jogar para cima, lama.

Viramos espectadores de um circo, com ursos, leões e leoas, macacos e macacas - todos amestrados como passarinhos comendo alpiste na mão aberta do sistema. Os palhaços, trapezistas e equilibristas, mágicos e ilusionistas tecem o roteiro do espetáculo. Concorrem entre si na truculência dos que não podem debater com a razão. Batem o pé, teimosos, falando em maioria, como se sempre fosse essa maioria a beneficiada. Um altruísmo absolutamente oportunista e insensato.

Na lona. Onde exatamente ficaremos caso essa experiência maluca que nos estão impingindo se concretize e não dê certo, infelizmente, como importantes cabeças pensantes vêm nos mostrando antecipadamente todos os dias, sem resultados. Não é o combatente Lula, aquele metalúrgico que mal ou bem tanto cultivamos e até idolatramos, que está se candidatando, mas um toco que ele viu em uma miragem do tipo de poder concentrado. Não é o dândi Fernando Henrique que compete, o que é uma pena, inclusive.

A culpa é nossa, maxima culpa. E punto e basta. A schifosa é nossa cria, assim como o vampiro, a cabocla Jurema, as mulas, os chupins e outros filhotes que estamos acompanhando, criados para na primeira oportunidade que puderem morder quem lhes deu vida. Dessa máxima não conseguiremos nos livrar - é da natureza. O ar seco do inverno ainda nos embota os pensamentos, enquanto os novos dias não chegam.

Nossas primaveras já foram melhores. Mas, como descreveu Cecília Meirelles, em "Primavera": "A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega".

Se não há mais o bom senso, não há como remediar o mal que estará sendo decretado nos próximos dias. Para muitos parece que nem precisava fazer eleição - gostam dos experimentos in vitro. Não precisa mais transar, a não ser com a seringa. Até as flores e frutos, as folhagens das árvores, estão confusas, sem saber que tempo é esse.

E será o tempo da reorganização, da convocação de forças e idéias, de formarmos novamente nossos montinhos. Desde que não nos matemos uns aos outros agora

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O JOGO SÓ SE GANHA NO ÚLTIMO MINUTO DO SEGUNDO TEMPO

O censo comum nos faz acreditar que as campanhas tanto presidencial como estadual caminham para uma situação predefinida. No panorama estadual, dirigentes das campanhas dos candidatos a senadores Lindberg Farias(PT) & Marcelo Crivella(PRB) se apoiam na credibilidade de Lula para estancar o processo hemorrágico de perda de votos que os candidatos estavam sofrendo (César Maia(DEM), liderava... deu mole na onda de pedir votos para seus aliados, esqueceu da máxima do ditado "farinha pouca, meu pirão primeiro"). Por outro lado, dirigentes petistas não contêm a euforia na crença de uma possível vitória em primeiro turno.

Entretanto, a poucos dias para as eleições, emoções e surpresas nos aguardam. É o que indicam as últimas pesquisas de intenções de votos. É uma mudança de tendência no campo presidencial, onde Dilma parou de crescer e Serra deixou de cair, ao passo que no âmbito estadual ainda não podemos apontar uma tendência clara, portanto vou me abster da questão Lindberg x Crivella x César Maia e focar na eleição presidencial.

Uma eleição nem sempre contém um grau de lógica que nos permite fazer previsões a cerca de resultados, e muita coisa ainda pode acontecer em pouco mais de 20 dias de exposição intensiva nos veículos de imprensa.

Serra foi escolhido pela oposição como nome que liderou todas as pesquisas durante os mais de dois anos que o governo fez campanha intensiva para romper o desconhecimento de sua candidata, agora, pouco depois do início da propaganda eleitoral, Dilma passou, mas tudo indica que encostou no seu teto e a partir de agora deve sofrer uma queda.

Ao contrário, a queda sofrida em duas semanas por parte de José Serra, serviu como um choque e também para acordar a coordenação de campanha tucana e mobilizar as bases, na prática isso significou uma melhora significativa na qualidade do programa exibido na televisão, a correção de erros de campanha e, sobretudo, a mudança de norte, Serra finalmente vestiu a carapuça de candidato de oposição, afinal bandeiras não faltam para um candidato que queira criticar o atual governo que é débil em várias áreas estruturais inclusive áreas em que Serra tem amplo domínio como saúde publica e investimentos.

A campanha petista, por outro lado, percebeu que o crime cometido contra a família do tucano, somado à nova postura da campanha de Serra, pode e terá impacto eleitoral.

Prevendo isso, Lula ocupou cerca de dois minutos na propaganda eleitoral petista para fazer de vítima a si e a sua candidata, com a finalidade de tentar deter um possível crescimento oposicionista, que, além de Serra, conta também com as candidaturas de Marina Silva, PV, e de Plínio de Arruda Sampaio, PSOL, que tem sido o mais generoso no disparo de ataques ao atual governo.

Analisando os desdobramentos eleitorais do último mês, podemos concluir que o crescimento da candidatura governista nas pesquisas se deu em bases frágeis, pois ocorreu após um debate e uma entrevista na TV em que Dilma não foi bem em ambas oportunidades e se deu, principalmente, após Dilma se identificar com Lula, o que significa que se Serra for convincente em passar ao eleitor que as virtudes do atual governo serão mantidas e as áreas frágeis do governo sofrerão progresso, além de lembrar que o governo Lula manteve as boas políticas de FHC, Serra pode adentrar em uma trajetória ascendente.

Portanto, não creio que seja prudente, nem os apoiadores de Serra hastearam a bandeira branca da derrota nem tampouco é prudente os aliados do governo cantarem vitória antes da hora, porque a experiência ensina que eleição se ganha no dia e na apuração do voto.

domingo, 19 de setembro de 2010

E AGORA , JOSÉ?

Esta frase é de uma poesia que eu li em meus tempos de estudante — ou seja,alguns anos atrás. O significado poético era mais ou menos: o que vai acontecer, o que você vai fazer nesta hora do leite derramado ou dos amores frustrados ou coisa parecida. Já sei, meu companheiro, você deve estar pensando: o que tem isto com o hoje e agora? Calma, companheiro, tem tudo a ver. Frases e acontecimentos não morrem, repetem-se ao longo dos tempos, seja em outras bocas ou em situações diferentes.

A deste título me ocorreu não pelo distante passado, mas sim pelo tempestuoso presente. Chego lá, agora e de repente. Começa agora o verdadeiro combate eleitoral — o que aconteceu até então foi uma espécie de treinamento para a briga de verdade. Todos já se apresentaram, deram umas cacetadas e a briga verdadeira começa agora, em público e para valer.

Pois é, jovens ingênuos da política, tivemos o recente passado da escorva – candidatos buscando e aliciando companheiros, partidos políticos tramando alianças safadas que não cumpriram anteriormente nem cumprirão no futuro. Esta chamada “arte política” só aborrece e faz raiva no pobre eleitor. Um deles me confessou esta semana: já está bem erado em anos, guarda lembranças vivas do passado onde palavra e compromisso não precisam papel escrito e assinado.

Agora, envergonhado, confessou-me: sempre votei neste candidato, sempre contra o fulano nosso inimigo a vida inteira. Agora, ele chega pra mim e diz: amigo, desta vez, vamos mudar de rumo, votar no fulano, estou cansado de perder com a verdade, agora vamos ganhar nem que seja com a mentira!... Bem, isto é só um exemplo da roleta que agora vai rolar. Informo, a partir do título, apenas o que vi e sinto.

O Brasil de hoje é dominado pela modernidade revolucionária. A revolução militar foi enterrada pelos anos, substituída pelos ideais da chamada revolução democrática e popular. Curiosamente todos os candidatos choram em público o sofrimento dos seus tempos de opressão ou terrorismo militar. Gemem suas dores, até o exílio no exterior.

Penso no Fernando Henrique chorando lágrimas em Paris, Arrais na África, e tantos que receberam indenizações financeiras compensando o sofrimento que passaram... e hoje em cargos e carros magníficos.

Mas tudo passa, de menos a história que não conhece fim. Daí o porquê do meu título: Serra, que tanto sofreu como companheiro de ideais e da luta da Dilma sequestradora, está agora em sua oposição. Vai enfrentá-la nos microfones das TVs, e eu estou achando fino o seu pescoço.

Ambição é fácil, resultados é que são difíceis. Um dos seus companheiros, jogador de tênis elitizado, já está com a toalha nas mãos. Dilma, que aprendeu com Lula a jogar peteca de palha de milho, está bem mais tranquila. Agora: e nós, companheiro, como estamos ou estaremos? Já está tudo definido.

Para qualquer lado, conto a agonia de um espectador de antiga tourada. O touro pulou a cerca, a turma da arquibancada pulou pra dentro da arena, o sacana do touro retornou, uns 20 caras ficaram meio encantoados.

No centro deles, um magrelo e mais medroso tremia, tinha xixi escorrendo pelas pernas abaixo. Com voz enrolada, buscando força e apoio, gemeu: calma, gente, o to-touro é manso!...

Assistindo a guerra politica, lembrei-me do ditado:

Por causa de um prego, perdeu-se uma ferradura;
Por causa de uma ferradura, perdeu-se um cavalo;
Por causa de um cavalo, não entregou-se uma carta,
Por causa de uma carta, perdeu-se uma batalha;
Por causa de uma batalha, perdeu-se um reino

E agora, José?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É HORA DE VOTAR

No próximo dia 03 de outubro, vamos às urnas eleger os representantes do povo no Poder Legislativo. Esta decisão – o voto - é muito importante por diferentes motivos.Primeiro, porque com a promulgação da Constituição em 1988, passamos a viver num regime democrático, que se realiza plenamente por meio de eleições diretas e periódicas, pelo voto universal e secreto e pelo funcionamento dos parlamentos e pela liberdade de expressão e de imprensa.

Assim, eleger os representantes do povo é uma forma de assegurar a democracia, que embora imperfeita, é bem melhor que qualquer regime autoritário.O segundo motivo está na importância das leis para as sociedades democráticas. As leis definem os direitos e as formas de convivência humana.Houve o tempo em que as leis eram arbitrárias. Na França, a lei determinava a tortura por 30 dias aos pais de filhos que morressem por suicídio. No Brasil, a lei já proibiu o divórcio ou mesmo que o estupro era um crime praticado somente contra a mulher “honesta”. Como se vê, as leis são muito importantes não só por assegurar os direitos, mas, sobretudo, para proteger os indivíduos de ações arbitrárias do Estado.

Houve o tempo em que os reis editavam e executavam as leis. Com a Revolução Francesa, surgiu uma novidade política: a separação dos poderes. Assim, são instituições distintas e independentes que exercem os poderes, cabendo aos parlamentares o poder de fazer as leis, aos governos o poder de executar as leis e aos juízes o poder de julgar os crimes ou as divergências entre os indivíduos. Olhando sob este aspecto, não há dúvida da importância de eleger os parlamentares para a fortalecer a própria democracia. Mas quanto se paga para manter um deputado? A ONG Transparência Brasil e a Revista Multi Cidades dão conta que, em 2009, os deputados federais custaram por ano para cada brasileiro R$ 18,14 e os senadores R$ 14,35.

Ao se analisar o desempenho dos parlamentares, aí sim a crítica fica maior. Estudos mostram que, em média, apenas 3% dos projetos apresentados pelos parlamentares se transformam em leis. E desses, uma parte é irrelevante. Algumas são risíveis, como em Bocaiúva do Sul no Paraná em que a Câmara editou lei proibindo o uso de preservativos. Em São Paulo, o projeto de lei, felizmente não aprovado, obrigaria o uso de airbag para os motoboys.

Leis importantes, continuam sem atualização, enquanto os vereadores dedicam-se à nomeação de ruas ou a homenagens. No âmbito federal, é urgente uma reforma política e outra tributária. Agora é a hora de valorizar o alto preço que pagamos pela democracia. É hora de votar.

CEGUEIRA PRODUZIDA PELO PODER

Popularidade de Lula e favoritismo de Dilma os isentam de explicações em casos de corrupção. Em junho de 1972, um bando de cinco aloprados invadiu um escritório da campanha do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, George McGovern, para fotografar documentos e instalar microfones de escuta, a mando de uma gentalha instalada em gabinetes próximos do Salão Oval, no qual despachava o presidente Richard Nixon. O evento, aparentemente um incidente corriqueiro a ser noticiado nas páginas policiais, terminou levando a dupla de repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal The Washington Post, a uma das maiores reportagens da História: a descoberta de que o chefe do Executivo mais poderoso do mundo tomara conhecimento do episódio e participara da conspiração para esconder provas da Justiça, o que o levou à renúncia dois anos e dois meses depois do fato.

O episódio ilustrou dois aspectos da política. O primeiro deles, mesquinho, é a cegueira produzida pelo poder, capaz de levar quem o disputa a excessos desnecessários do gênero: no fim do processo eleitoral, Nixon aplicou uma das maiores sovas em eleições presidenciais americanas no adversário, vencendo-o em 48 dos 50 Estados da Federação. O outro, nobre, foi a demonstração do triunfo das instituições sobre as ambições quando funciona de verdade o tal do Estado Democrático de Direito.

Comparado com o que tem acontecido na atual sucessão presidencial em nossos trágicos trópicos, Watergate foi pinto, foi bolinho de bacalhau. Dificilmente o homem mais poderoso do mundo se teria mantido tanto tempo no poder, e talvez não houvesse tido sequer a possibilidade de renunciar, se tivesse devassado a contabilidade sigilosa de filha, genro e aliados do democrata derrotado. Ou se algum parente do secretário de Estado (apesar do crédito histórico de haver tirado a maior potência militar do mundo do atoleiro da guerra no Vietnã) Henry Kissinger fosse acusado de haver recebido "taxa de sucesso" de empresários envolvidos em negócios com a Casa Branca.

Agentes da Receita Federal devassaram a contabilidade sigilosa da filha do candidato oposicionista à Presidência, Verônica Serra, de seu marido, Alexandre Bourgeois, e de quatro tucanos de alta plumagem, um dos quais, Eduardo Jorge Caldas Pereira, é vice-presidente do PSDB, o maior partido da oposição.

Até agora todas as cabeças coroadas da Receita continuam sobre seu pescoço. E mais: a revista Veja reproduziu depoimento do empresário paulistano Fábio Baracat, revelando as circunstâncias do envolvimento de Israel Guerra, filho da chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, na cobrança de comissão por contratos que ajudou a firmar com a Empresa de Correios e Telégrafos (EBCT), antes dada como estatal exemplar em eficiência de funcionamento e agora, lembrada pela corrupção desde a denúncia de recebimento de propina por um funcionário dela, o que detonou o escândalo batizado de "mensalão".

De fato, nem os Estados Unidos são o Brasil, nem Nixon, mesmo tendo trazido dos pântanos da Indochina os jovens americanos de volta ao lar, jamais gozou de popularidade que pudesse ser comparada com a usufruída hoje pelo chefe do governo brasileiro. Tudo isso é verdadeiro. Mas, então, podemos cruzar o Rio Grande ao sul e encontrar outro exemplo bem mais próximo: o caso Collor. Eleito presidente da República, em 1989, na primeira disputa direta depois da que fora vencida por Jânio Quadros, em 1960, o carioca das Alagoas teve de renunciar ao mandato porque uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Congresso para investigar o "caixa 2" administrado por seu tesoureiro informal, Paulo César (PC) Farias, descobriu que a reforma de sua residência particular (a "Casa da Dinda") e um Fiat Elba (que qualquer "mensaleiro" que se preze se recusaria a usar por ser um carro modesto demais) haviam sido pagos pela contabilidade heterodoxa administrada por um empresário que, por sinal, não tinha cargo algum no governo. Então, qualquer brasileiro despido de preconceito ideológico e munido da mais elementar imparcialidade verá que o "carcará sanguinolento" pagou uma pena (fim do mandato legítimo conferido por 49,94% do eleitorado, 5,71 pontos porcentuais a mais que seu adversário, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva) por um dolo que nem pode ser enquadrado na ordem de grandeza de um escândalo como este que acaba de ser divulgado.

O protagonista do impedimento frustrado pela renúncia do presidente hoje faz parte do sesquipedal esquema de poder montado pelo adversário que derrotou há 21 anos. Isso basta para explicar por que ele caiu à época, defenestrado pelo Congresso, que desprezou. Collor, senador da base de apoio do governo petista, tem chance de voltar ao governo de Alagoas, mercê do apoio que dá a Luiz Inácio Lula da Silva e à sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff. A popularidade de um - de 79%, segundo pesquisas de opinião confiáveis - e o favoritismo da outra - 50% a 23% sobre o adversário, conforme o levantamento mais recente de intenções de voto que pode ser levado a sério - dão uma boa mão ao sucesso dele, apesar do apoio de Lula ao oponente Ronaldo Lessa (PDT). Da mesma forma, levam a crer que absolutamente nada acontecerá com o clã Guerra, por cuja eventual culpa já respondeu o bagrinho Vinicius de Oliveira Castro, assessor de Erenice, que ocupou na Casa Civil o lugar que foi da candidata Dilma, a quem os filhos dela chamam de "tia".

Vinicius é o Gordon Liddy de Lula. A diferença é que o chefe dele teve de sair do governo por ter tentado protegê-lo. Aqui, o superior de Erenice jurou que, em seu governo, "bandido só não é preso quando não é bandido". Será mesmo, hein? No começo de 2008, em plena divulgação da farra dos cartões corporativos dos palacianos, Erenice Guerra foi acusada de ter preparado dossiê falso contra Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente Fernando Henrique. A acusação não foi apurada e Erenice não foi demitida: foi promovida.

PRESIDENTES

No último dia 12 foi comemorado cento e oito anos de nascimento do ex-presidente Juscelino Kubstchek de Oliveira. JK, como era chamado, para quem não sabe, governou o país entre 1956-1960, e se notabilizou por aprofundar os investimentos do Estado nas áreas de transporte e energia. Mas é muito mais conhecido pela construção de Brasília, o que permitiu ao Brasil criar, fora do regime monárquico, uma “corte” que até hoje dá muito que falar.

Quando Getúlio Vargas chegou ao poder em 1930, o país contava com uma base agrícola sólida, mas dependia exclusivamente das importações para adquirir bens de consumo duráveis. Essa dependência e a necessidade de se desenvolver o país levou o então presidente a criar um projeto de forte industrialização. Como vivíamos uma crise capitalista estrutural (Crack da Bolsa), o jeito foi apelar para o dinheiro que as exportações do café ainda fornecia.

A primeira coisa a ser feita foi criar as chamadas indústrias de base, ou seja, empresas que pudessem viabilizar a instalação de outras que produzissem bens de consumo duráveis. A criação da Companhia Siderúrgica Nacional-CSN, em Volta Redonda (RJ) atendeu a essa lógica.

Com um interregno provocado pela eleição de Dutra em 1946, Vargas retorna ao poder em 1951, mas agora com uma oposição mais consistente e sem o apoio do exército, haja vista a perda das eleições no Clube Militar em 1950.

Diante da falta de apoio militar, com uma oposição estruturada em torno da União Democrática Nacional-UDN e a crise mundial do café em 1953, o modelo idealizado pelo “pai dos pobres” perdeu fôlego. O seu suicídio em 1954 e a crise política aberta a partir de então trouxe a necessidade de um novo modelo que permitisse uma acumulação maior de capital pela burguesia industrial.

É nesse momento que entra JK. Com uma eleição amparada por apenas 36% dos votos, Juscelino vai precisar se valer do apoio de parte do exército para tomar posse. O discurso da falta de legitimidade para governar cai por terra. A partir daí o projeto chamado de Nacional-desenvolvimentismo começa a ser colocado em prática. E do que se tratava esse projeto?

Diante da ausência de capitais oriundos da exportação do café, JK abre o país ao capital estrangeiro. A associação entre capital privado internacional, capital público nacional, e capital privado nacional, dá ao país um salto de desenvolvimento espetacular. Praticamente todas a grandes estradas asfaltadas nos dias de hoje tem como pai o presidente da bossa nova.

Se o modelo serviu para dar um novo impulso econômico, o endividamento externo foi a consequência mais dramática para o país. A tentativa do Fundo Monetário Internacional-FMI de monitorar a economia do país na época, e a recusa por parte de JK, encerrou um ciclo na história política do país. A Era dos grandes presidentes chegara ao fim. A partir daí os militares irão aprofundar o modelo econômico herdado, agora associados com o capital norte-americano.

Fernando Collor de Melo (1990-1992) será a última tentativa de uma cultura política de fazer de um homem o salvador da pátria. A eleição posterior de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e o governo do presidente Lula (PT) que se encerra esse ano apontam para uma nova realidade do país. Os arroubos de grandeza e a forte presença messiânica na política brasileira abrem espaços para a continuidade e a preservação de políticas econômicas concretas. Por isso mesmo, quem for eleito presidente em outubro próximo não deverá administrar muito longe fora do modelo estabelecido.

Quando Marina Silva (PV), candidata à presidência da república, fala em esgotamento do nacional-desenvolvimentismo, se esquece de que a busca pelo capitalismo ainda não está encerrada por essas terras. E para discutirmos com os países desenvolvidos nossas demandas, será preciso consultar mais a memória e resgatar o papel importante que tanto Vargas quanto JK tiveram no desenvolvimento do país.

Apesar de todos os problemas que deixaram, o saldo histórico para o país ultrapassou, e muito, os problemas apontados. Daí a nossa necessidade, no ano que JK completaria 108 anos de nascimento, de darmos a esses homens o lugar que merecem dentro do projeto de construção da nação, mas com os pés firmes no presente para que não façamos, de uma aventura, um lugar para o desenvolvimento.

LEGISLAÇÃO

No terceiro dia do mês de dezembro do ano de 2008, o Supremo Tribunal Federal julgou o Habeas Corpus (HC) nº 87.585 e os Recursos Extraordinários (RE) nº 466.343 e 349.703, decidindo que daquele momento em diante seria indevida a prisão civil do chamado depositário infiel, o que originou grandes repercussões e discussões no ramo jurídico.

Antes de adentrar em qualquer menção com relação à matéria, se faz necessário inicialmente trazer o significado jurídico do que seria a figura de um “depositário infiel”, que na verdade trata-se daquele que por sua única vontade se desfaz de um bem cuja posse lhe foi atribuída judicialmente (chamado também de depositário judicial). Há, portanto, a figura do depositário em contratos de depósitos, e o depositário em alienação fiduciária, casos em que este encargo não estaria vinculado à provocação do judiciário.

Assim, têm-se três hipóteses de existência da figura do depositário, todavia, basta desfazerem do bem que se encontra em sua posse para acarretar sua infidelidade, em qualquer dos casos.

Após sucinto esclarecimento, volta-se aos questionamentos da repercussão da decisão da Suprema Corte.

O artigo 5º, inciso LXVII, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, traz a lição de que “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;”, entretanto, após os julgados acima mencionados, o STF entendeu ser indevida a prisão civil do depositário infiel, considerando a hipótese de prisão apenas pela dívida proveniente da pensão alimentícia.

Tal decisão foi consubstanciada no Tratado Internacional – Convenção Americana de Direitos Humanos, chamado de Pacto de San José da Costa Rica, ratificado pelo Brasil em 25 de Setembro de 1992, o qual leciona em seu art. 7º,7, que “ninguém poderá ser detido por dívidas” e que “Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.”

Cumpre trazer à tona que várias foram as discussões nesta decisão tomada pelo Supremo, inclusive acerca da hierarquia dos Tratados Internacionais ratificados pelo Brasil no ordenamento jurídico brasileiro, os quais, doravante, terão status supra-legais, ou seja, estarão abaixo da Constituição e acima das demais normas, mas que aqui despensa maiores delongas por se tratar de matéria estritamente de Direito.

Alguns entendedores e estudiosos aplaudem a decisão da Suprema Corte, compreendendo que o ser humano jamais poderia pagar com a mitigação de sua liberdade por dívidas.

Outros, no mesmo sentido, depreendem que em hipótese alguma a pessoa poderia pagar com o seu corpo por uma dívida contraída em seu nome, haja vista que o nosso ordenamento jurídico permite meios de expropriar bens do devedor para saldar suas dívidas. Como muito bem esclarece um dos maiores defensores da tese adotada pelo Supremo Tribunal Federal, tendo, inclusive, suas obras diversas vezes citadas naquele plenário, o jurista Valério de Oliveira Mazzuoli entende que ao contrair uma dívida a pessoa deve deixar os seus bens como garantia e não o seu corpo.

Todavia, por não ser diferente de outras matérias jurídicas, há correntes de entendimentos que seguem no sentido de combater a decisão do Supremo, esclarecendo que o sistema normativo estaria favorecendo condutas desonrosas cometidas por pessoas eivadas pela má fé.

A exemplo tem-se a alienação fiduciária em que o bem dado como garantia da dívida é o próprio bem financiado que fica em posse do depositário, o qual, agindo em clara má fé, se desfaz deste bem em benefício próprio, o que impossibilita a expropriação do bem dado como garantia por parte do credor. Ademais, vale ressaltar que nessa hipótese tem-se, de igual forma, a má fé daquele que adquire o bem, sabendo ser produto de infidelidade depositária.

Outro exemplo seria de uma pessoa designada pela justiça pela guarda de um determinado bem dado em garantia em uma certa ação na qual este depositário não seja parte do processo. Ocorre que este depositário se desfaz deste bem e, em não havendo outros bens em seu nome, nada poderá ser feito para reaver o prejuízo deixado por sua desditosa atitude.

É sabido que nos tempos atuais várias são as formas de ludibriar a declaração de bens pertencentes a uma pessoa, como no caso em que a propriedade deste bem é conferida a um terceiro que não o real proprietário.

Assim, tem o caso em que um depositário ao se desfazer do bem confiado em sua guarda declara não haver demais formas de efetuar o pagamento do prejuízo deixado e nada mais haverá de ser feito.

Talvez por este ponto de vista a decisão da Suprema Corte pareça favorecer os chamados caloteiros, ou seja, aquela pessoa que tomada pela má-fé traz prejuízos a outros.

Sabe-se, de igual forma, que medidas devem ser pesadas no mento da aplicação de uma sanção, pois, jamais haveria de o Estado ceifar a vida do homem em razão de uma dívida. Todavia, há de se observar que o depositário infiel não é uma pessoa que detenha uma dívida contraída por imprevistos, mas sim um irresponsável que atua de forma desonrosa e dolosa para se enriquecer de forma ilícita.

Vale lembrar que quando se questiona a decisão do STF é para os caloteiros a quem se volta o foco da invalidade da prisão civil, ou seja, aquele que por uma dívida contraída a qual não houve originariamente uma má-fé, mas sim uma imprevisibilidade financeira, não há que se questionar, afinal as normas foram feitas para regular o convívio social, banindo o comportamento que venha contra o interesse dessa sociedade, afinal, raríssimos são aqueles que não viveram um momento financeiro complexo.

Diante da idéia exposta, têm-se as duas faces da decisão que consubstanciada em direitos humanos sob a idéia de que a dívida não deve adentrar no lado físico do ser humano, tem, igualmente, o lado do ser humano que é prejudicado por atitude de má-fé de uma pessoa a quem nada poderá ser feito para reaver seu prejuízo, pois quando a pena pelo descumprimento das regras de convívio social é a mitigação da liberdade, o receio em descumpri-la é evidente, o que impede que ações sejam tomadas em prejuízo daquele que vive nos termos da legislação.

BOLSA FAMILIA

Na política, os partidos são peças necessárias, é onde se filiam os candidatados. A política em principio é órgão destinado a eleger candidatos a cargos públicos, pelo povo.

Os partidos sempre existiram, para darem a legenda para os candidatos e para serem a coluna de sustentação deles. Assim ela em princípio eram a garantia de uma eleição. O partido político foi nome, ideologia, doutrina hoje é muito menos, é somente o amparo legal para se filiar o candidato.

É certo que os partidos tiveram suas origens na Inglaterra. Os primeiros partidos foram os Tories e os Wings. Vindo mais tarde dois grandes partidos, conservador e liberal. Aí a política era travada, e sempre ganha aquele candidato que o partido tinha maior aceitação, Isso sempre aconteceu.

Na França, os primeiros partidos começaram através de Sociedades dos Amigos da Constituição, Depois com a reunião de varias correntes de sociedades. Com na Inglaterra, deram origem a dois grandes partidos, o Conservador e o Liberal.

Na Alemanha, na não foi diferente, foram os primeiros partidos, o Conservador e Liberal. Tudo igual aos países anteriores.

Assim nestes países, as eleições foram sempre a partir do poder dos partidos,

Nos Estados Unidos da América do Norte, a denominação foi um pouco diferente, Partido Democrático e o Partido Republicano Mas também aí, o candidato era eleito pelo prestigio do partido.

Para não fugir da rotina, no Brasil isso também aconteceu. Os dois primeiros partidos foram conservador e Liberal. Mas, ainda no Império existiu o vigoroso partido Republicano. Que dividiu em dois principais, partido Republicano Paulista(PRP) e Partido Republicano Mineiro(PRM).

Como se vê, de um modo geral, os primeiros partidos da história política, eram com tendências liberais e conservadoras.

No Brasil antes da revolução militar de 1964, haviam três partidos de repercussão, o PSD, a UDN e o PTB. Dos três, o de maior expressão era o PSD, sempre estava ganhando as eleições. Depois tinha a UDN, partido de oposição, que sempre estava apresentado às soluções. Mais longe um pouco vinha o PTB, partido dos trabalhadores, que naquela época muito pouco representava.

Em 1964, surgiram à revolução militar, que acabou com muita coisa que antes existia, inclusive os partidos políticos. Com as eleições dos militares. Como sempre a força, impondo a nação os caminhos traçados pela revolução. Um dessas, estabeleceu a existência de dois partidos, um a Arena (Aliança Renovadora Nacional), era dos militares. O outro era do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), como partido de oposição aos militares, que nada apitava.

Depois que os militares deixaram o poder, com a volta da democracia, a criação de partidos ficou livre. E assim vários deles foram criados, e os dos militares de situação e oposição foram eliminados.

A legislação eleitoral brasileira passou a permitir a existência de vários partidos políticos no Brasil. Aí, surgiram: o PDT, PR, PCdoB, PCB, PTB, PT, DEM, PMDB, PSDB, PV e PT. Com esta proliferação os partidos foram aos pouco perdendo sua força.

Assim agora, na nossa nação, perderam seus prestígios, e assim a ordem inverteu. No Brasil as eleições passaram a ser, não mais através do poder dos partidos políticos. E sim do poder dos candidatos. Os partidos passaram a serem somente legendas, para a filiação dos candidatos. Deste modo houve uma transformação.

Haja vista a situação atual, Lula, não o PT. Estar comandando a política sucessória, não por ser um mágico eleitoral. Mas principalmente por estar com uma vara de condão, “a bolsa família”.

O ILUSIONISTA

Ao chegar à Presidência da República, Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio.

Não pertenço a nenhum partido político, muito embora me preocupe todo o tempo com os problemas do país e, na medida do possível, procure contribuir para o entendimento do que ocorre. Em função disso, formulo opiniões sobre os políticos e os partidos, buscando sempre examinar os fatos com objetividade.

A história do PT é indicativa desse esforço por ver as coisas objetivamente. Na época em que se discutia o nascimento desse novo partido, alguns politicos do Partido Comunista opunham-se drasticamente à sua criação, enquanto alguns argumentava a favor, por considerar positivo um novo partido de trabalhadores. Alegava que, se os, comunas, não havíamos conseguido ganhar a adesão da classe operária, deveriam apoiar o novo partido que pretendia fazê-lo e, quem sabe, o conseguiria.

Uma vez pude ver e ouvir Lula discursar.

Não gostei muito do tom raivoso do seu discurso.

Não foi isso, porém, que me fez mudar de opinião sobre o PT, mas o que veio depois: negar-se a assinar a Constituição de 1988, opor-se ferozmente a todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura -o de Sarney, o de Collor, o de Itamar, o de FHC. Os poucos petistas que votaram pela eleição de Tancredo foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para integrar seu ministério, foi expulsa.

Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior: Lula denunciou o Plano Real como uma mera jogada eleitoreira e orientou seu partido para votar contra todas as propostas que introduziam importantes mudanças na vida do país. Os petistas votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo a fim de anulá-la. As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual hoje todo cidadão brasileiro possui telefone. E tudo isso em nome de um esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca teve.

Ao chegar à presidência da República, Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio. Não obstante, para espanto meu e de muita gente, conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo de sua obscura carreira política.

No polo oposto da disputa está José Serra, homem público, de todos conhecido por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora comprovada. Enquanto ele apresenta ao eleitor uma ampla lista de realizações indiscutivelmente importantes, no plano da educação, da saúde, da ampliação dos direitos do trabalhador e da cidadania, Dilma nada tem a mostrar, uma vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula, que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar a plateia.

A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública. Foi Serra quem intro duziu no Brasil o medicamento genérico; tornou amplo e efetivo o tratamento das pessoas contaminadas pelo vírus da Aids, o que lhe valeu o reconhecimento internacional. Suas realizações, como prefeito e governador, são provas de indiscutível competência. E Dilma, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.

O povo nem sempre acerta. Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada -Jânio e Collor. O resultado foi desastroso. Acha que vale a pena correr de novo esse risco?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

R. Kelly - The Storm Is Over Now

Para tudo tem uma época,um tempo para todo propósito dos Céus...

Tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para machucar, tempo para cicatrizar; tempo para rir, tempo para chorar;

http://www.youtube.com/watch?v=FKz8OOz_UQg&p=E5170C9343D93E0D&playnext=1&index=16

Tempo para dançar, tempo para jogar pedras, tempo de amor, tempo de guerra, tempo de paz;
Tempo que você pode abraçar, tempo para amar. Bjks

SIGILO FISCAL

A quebra ilegal de sigilo fiscal e de outras informações, de repente, passou a polarizar a campanha eleitoral. Em vez de usar o tempo para dizer aos eleitores as razões para neles votar, os candidatos desaguaram na discussão sobre quem entrou (e por quê) nas informações contidas sobre seus adversários, em bancos de dados públicos. Os oposicionistas colocam-se como vítimas e tentam atribuir culpa aos situacionistas e estes fazem praticamente o mesmo. Todos desperdiçam o valioso tempo da campanha com a troca de imputações e até de ofensas.

Se houve a quebra ilegal do sigilo - seja lá de quem for -, isso não é tema para campanha eleitoral. É caso de administração, polícia e justiça. Os administradores dos sistemas violados têm o dever de promover a mais rigorosa apuração e proporcionar as facilidades para que a Polícia e o Ministério Público identifiquem os responsáveis pelos supostos crimes e os denunciem à Justiça, onde devem responder pelos seus atos, na forma da lei. Se não adotarem as providências saneadoras, os administradores estarão prevaricando em suas funções e, também, não poderão ficar impunes.

Independente de estarmos às vésperas de uma eleição, as informações sobre contribuintes ou pessoas - influentes ou não - devem ter o sigilo garantido. Essa exigência é explicita na Constituição e na legislação ordinária.

O uso eleitoral das informações, embora grave, pode ser considerado o mal menor. O conhecimento do patrimônio, dos hábitos e de detalhes sigilosos da vida das pessoas, notadamente as de posse ou influência, pode estimular e contribuir para a escolha das vítimas para assaltos, seqüestros, extorsões, assassinatos, espionagem industrial e outros crimes. Principalmente num país onde o crime organizado tem grande ação, a ponto de até confrontar as autoridades.

Os governantes têm a obrigação de exigir investigação altamente transparente para todos os casos de violação do sigilo nos bancos públicos de dados. Mas, independente deles, o próprio sistema, por seus gestores e corregedorias, como dever de ofício, têm uma série de providências a adotar. Fisco, órgãos de segurança pública e justiça e todos os demais que manipulam informações sobre pessoas têm de preservá-las, só abrindo-as nos casos previstos em lei ou mediante processo judicial, que também segue o tramite legal. Tudo o que se fizer em contrário, é crime. Devem responder civil e criminalmente os funcionários executores ou facilitadores e, solidariamente, seus superiores hierárquicos quando, no devido tempo, não tiverem adotado as providências saneadoras e punitivas previstas na lei e nos regulamentos da administração pública. É o mínimo que se pode deles esperar...

sábado, 11 de setembro de 2010

RAZÃO , ESTAÇÃO, VIDA INTEIRA

Por que as pessoas entram na sua vida? Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Ás vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação".

Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida. É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente. Obrigado por ser parte da minha vida.

bjks

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DESILUSÃO

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.

Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.

Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT... Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.

Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.

O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.

O PT lançava e elegia candidatos, mas não “dançava conforme a música”. Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.

O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto. Mas, nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.

Tudo muito chique, conforme o figurino.

E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.

A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.

Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloísa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.

Os militantes ligados à Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto. E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.

Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.

Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas. Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.

Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.

É o triunfo da pelegada.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

VOTO LEGAL

O adulto foi uma criança. Mas Lula apesar de adulto ainda é criança. Arranjou uma verba federal para construir um estádio em são Paulo. Onde será realizado o primeiro jogo da copa de 2014. Os mineiros estão p... da vida, com esta pá de cal jogada por Lula. Deveria ter pelo menos esperado passarem as Eleições. Adeus esperança de se ter o primeiro jogo da copa. Dilma é quem vai pagar a burrada, perdendo muitos votos na eleição.

Caminhava eu pelo bairro do Grajau, quando passei por duas senhoras que conversavam sobre a eleição.“Pois não é tudo um bando de corrupto? E a gente tem que votar neles!”, diziam elas. Eu não as conhecia, mas não me contive e postei-me ao lado delas, me metendo na conversa: As senhoras não são obrigadas a votar em ninguém. Se sabemos que os candidatos disponíveis não são bons, não são o que queremos para representar-nos, então não devemos votar neles. Se não houver ninguém em quem possamos votar, a única saída e anular o voto, pois só assim ele não vai valer pra ninguém e servirá de protesto para saberem que não estamos satisfeitos com o que está aí. Não existe aquela história de que precisamos voltar em alguém de qualquer jeito, para não “desperdiçar” o voto. Desperdiçar é votar em quem não merece.

Elas olharam pra mim, balançaram a cabeça e concordaram. E eu segui o meu caminho, de alma lavada. As pessoas, todas, deveriam saber como funciona o sistema eleitoral. Mas não é interessante para os políticos, não é?

Por outro lado, terminou o prazo para o eleitor que não estará no seu domicilio eleitoral, no dia da eleição, mas sim em uma capital, votar em trânsito. Este ano seria um teste para ver o que teria que ser aperfeiçoada em pleitos seguintes, como de 2012 e 2014. Para se cadastrar, o eleitor precisou apresentar o título de eleitor e um documento com foto.

Mais de oitenta mil pessoas se cadastraram, segundo o TSE, o que significa que os candidatos a presidente do país terão essa quantidade de votos a mais nestas eleições.

A “novidade” aparece justamente nestas eleições em que o atual presidente é marqueteiro da candidata do governo e vale só para votar no presidente e vice. Não é escancarado demais?

Esperamos que, mesmo aqueles que aprovam o atual governo, levem em consideração que ele está usando o privilégio de ter o poder nas mãos para eleger a sua candidata. Estamos assistindo,mais uma vez, ao desrespeito das leis por quem deveria dar o exemplo.

Nós, que vamos votar, precisamos pesar os abusos e incoerências, conhecer bem as fichas de cada um dos candidatos e saber se podemos votar ou não. O futuro do país é o nosso futuro. Precisamos ter consciência disso e sermos honestos, antes de tudo, conosco mesmo. E não esquecer, também, que se o Brasil continuar neste ritmo, com a saúde falida, com a educação cada vez pior e a segurança cada vez mais inexistente, com cada vez mais corrupção, que futuro terão nossos filhos e netos?

Eu não transferi ainda meu título, até ia me cadastrar para votar em trânsito, mas quando soube que vale só para escolher o presidente, desisti, pois quero escolher também o governador do nosso estado. Prefiro viajar e ir até o meu domicílio eleitoral.

Precisamos fazer escolhas. E fazê-las direito. Ou o futuro de todos estará comprometido.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

PAIS DO FUTEBOL & CARNAVAL

Venho acompanho os meandros das eleições deste ano da graça, 2010. Não é só uma expressão cristã, graça, na política ganha outro sentido, é ano das graças, das bondades, como diz os estudiosos no assunto. Há uma verdadeira corrida para o Poder. A palavra lembra-me a antiga Grécia, com as cidades-estado. O Conselho dos Anciões do povo reunia todos na praça e as grandes deliberações eram tomadas de comum acordo e tudo era votado por todos. O voto era expresso numa casca de ostra. Nada se fazia sem anuência popular. Até os piores tiranos se valiam do consenso popular verdadeiro ou forjado. Esse sistema era chamado de “res-publica” ou coisa do povo. O pai da atual democracia americana Abraham Lincoln chamou esse regime governo do povo, pelo povo e para o povo inspirado na palavra grega “demos, povocracia, governo.

Nosso regime republicano consagrou esse princípio na Constituição: ”todo poder emana do povo e por ele é exercido”, mas quem deu esse poder ao povo? Segundo São Tomaz, a origem do poder é divina porque somente Deus tem a plenitude do poder, podendo atribuí-lo a alguém. Os reis estavam tão imbuídos dessa teoria que, muitas vezes, queriam mandar até na Igreja em assuntos que não lhes dizia respeito. Num ano de eleições seria importante avivar a consciência do povo sobre essa importante prerrogativa. Não basta o povo ser livre, é preciso saber usar a liberdade. Ela não pode ser entendida como fazer indiferentemente tudo que se quer, é sim fazer o que é conforme a reta razão. A escolha é um processo difícil. Como distinguir quem é bom para nos governar, sobretudo, diante de tantas decepções? Sem uma análise criteriosa dirigida pela razão e não pelas emoções podemos ser enganados.

Nem sempre quem muito promete, cumpre e muitas vezes quem pouco promete, faz mais. Hoje, a comunicação chega aos mais longínquos rincões e, portanto, pode-se comparar e ponderar. É natural que todos pretendentes ao aval do povo são seres humanos e, por conseguinte, falíveis, contudo eles devem mostrar um mínimo de capacitação e honestidade, o que não é pouco. Há uma responsabilidade muito grande por parte de quem se propõe eleger-se, e eles se sentem livres após conquistarem o poder. O Brasil de hoje não é só o país do futebol e do carnaval, caminhamos para uma inclusão cada vez maior no epicentro das decisões mundiais.

Não nos faltam elementos que nos levem a isto. O povo tem poder pelo voto e sua manifestação. Embora às vezes haja predominância de um partido político, saibam seus dirigentes que cada membro do governo escolhido tem sua parcela de poder dado pelo povo. Todos os proponentes à escolha do povo vão apelar para a liberdade de expressão, entretanto o limite da liberdade é a lei. O que todos desejam é que nesse pleito exercido pelo povo que tem liberdade de escolha, haja lisura por parte dos participantes. Espero que o resultado venha engrandecer mais esse Brasil e seu povo. Que possamos nos gloriar do bom uso do voto.

Bjks

sábado, 4 de setembro de 2010

A AMIZADE

A amizade. Por que se é amigo de alguém? Para mim, é uma questão de percepção.
Não é somente o fato de ter idéias em comum. “O que quer dizer ter coisas em comum com alguém”? Vou dizer banalidades, mas é se entender sem precisar explicar’. Não é a partir de idéias em comum, ‘mas de uma linguagem em comum, ou de uma pré-linguagem em comum’.

Há pessoas sobre as quais posso afirmar que não entendo nada do que dizem, mesmo coisas simples como: “Passe-me o sal”. Não consigo entender. E há pessoas que me falam de um assunto totalmente abstrato, sobre o qual posso não concordar, mas entendo tudo o que dizem. Quer dizer que tenho algo a dizer-lhes e elas a mim. E não é pela comunhão de idéias.

Há um mistério aí. Há uma base indeterminada... E verdade que há um grande mistério no fato de se ter algo a dizer a alguém, de se entender mesmo sem comunhão de idéias, sem que se precise estar sempre voltando ao assunto.

Tenho urna hipótese: cada um de nós está apto a entender um determinado tipo de charme. Ninguém consegue entender todos os tipos ao mesmo tempo. Há uma percepção do charme. Um gesto, um pensamento de alguém, mesmo antes que este seja significante, um pudor de alguém são fontes de charme que têm tanto a ver com que vão até as raízes vitais que é assim que se torna amizade de alguém. Vejamos o exemplo de frases!

Há coisas que só podem ser ditas se a pessoa que as diz for muito vulgar ou abjeta. Seria preciso pensar em exemplos e não temos tempo. Mas cada um de nós, ao ouvir frase deste nível, pensa: “O que acabei de ouvir? Que imundície é essa?” Não pense que pode soltar um destas e tentar voltar atrás, não dá mais.

O contrário também vale para o charme.

Há frases insignificantes que têm tanto charme e mostram tanta delicadeza que imediatamente, você acha que aquela pessoa é sua não no sentido dc propriedade, mas é sua e você espera ser dela. Neste momento nasce a amizade. Há de fato uma questão de percepção. Perceber algo que lhe convém que ensina, que abre e revela alguma coisa.

FILOSOFIA

“Lembre-se que da conduta de cada um depende o destino de todos”.

FÓRUM

Os diálogos abaixo parecem piadas, mas não são. Foram travados nas salas de audiências. São perguntas e respostas que as pessoas realmente disseram, e que foram transcritas pelos operadores de computadores, e que tiveram que permanecer calmos e ou mordendo a língua para não gargalharem e tumultuar a audiência.

Advogado: Qual é a data do seu aniversário?

Testemunha: 15 de julho.

Advogado: Que ano?

Testemunha: Todo ano.
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Advogado : Essa doença, a miastenia gravis, afeta sua memória?

Testemunha: Sim.

Advogado : E de que modo ela afeta sua memória?

Testemunha: Eu esqueço das coisas.

Advogado : Você esquece... Pode nos dar um exemplo de algo que você tenha esquecido?
—-

Advogado : Que idade tem seu filho?

Testemunha: 38 ou 35, não me lembro.

Advogado : Há quanto tempo ele mora com você?

Testemunha: Há 45 anos.
—-

Advogado : Qual foi a primeira coisa que seu marido disse quando acordou naquela manhã?

Depoente: Ele disse, “Onde estou, Bete?”

Advogado : E por que você se aborreceu?

Depoente: Meu nome é Célia.
—-

Advogado: Diga-me, doutor, não é verdade que, ao morrer no sono, a pessoa só saberá que morreu na manhã seguinte?
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Advogado: Seu filho mais novo, o de 20 anos...

Testemunha: Sim.

Advogado: Que idade ele tem?
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Advogado: Sobre esta foto sua...o senhor estava presente quando ela foi tirada?
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Advogado : Então, a data de concepção do seu bebê foi 08 de agosto?

Testemunha: Sim, foi.

Advogado : E o que você estava fazendo nesse dia?
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Advogado : Sr. Marcos, por que acabou seu primeiro casamento?

Testemunha: Por morte do cônjuge.

Advogado : E por morte de que cônjuge ele acabou?
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Advogado : Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em pessoas mortas?

Médico/Testemunha: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas.
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Advogado : Aqui na corte, para cada pergunta que eu lhe fizer, sua resposta deve ser oral, Ok? Que escola você frequenta?

Testemunha: Oral.
—-

Advogado: Doutor, o senhor se lembra da hora em que começou a examinar o corpo da vitima?

Médico/Testemunha: Sim, a autópsia começou às 20h30min.

Advogado: E o Sr. Délcio já estava morto a essa hora?

Médico/Testemunha: Não... Ele estava sentado na maca, se perguntando por que eu estava fazendo aquela autópsia nele.
—-

Advogado: Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor checou o pulso da vítima?

Médico/Testemunha: Não.

Advogado: O senhor checou a pressão arterial?

Médico/Testemunha: Não.

Advogado: O senhor checou a respiração?

Médico/Testemunha: Não.

Advogado: Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou?

Médico/Testemunha: Não.

Advogado: Como o senhor pode ter essa certeza?

Médico/Testemunha: Porque o cérebro do paciente estava num jarro sobre a mesa.

Advogado: Mas ele poderia estar vivo mesmo assim?

Médico/Testemunha: Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando Direito em alguma faculdade!

Bjks

MUDA BRASIL

Uma boa parte das atividades humanas, além de produzir um resultado imediato, mostra seus efeitos a médio e longo prazo. Muitos acontecimentos, tanto em caráter individual quanto em termos de Brasil, são conseqüência de atos ou omissões referentes ao passado. Fala-se muito em investimento para se expressar que ações do presente devem preparar melhores resultados para o futuro. O que dizer então da criminalidade disseminada em quase todas as cidades brasileiras, onde a vida humana vale tão pouco, e todos são vítimas indiscriminadamente; o que dizer de nossas crianças que não têm um lar, não recebem amor, vivem longe de escolas, muitas delas vivendo nas ruas como forma de sobrevivência; o que dizer do tráfico de entorpecentes nas favelas do Rio de Janeiro, onde quem manda são os bandidos ou policiais que passaram para o lado de lá, e a lei que impera é a lei do mais forte; e o que dizer de nossos políticos que entra ano sai ano roubam descaradamente e são sistematicamente reeleitos; o que dizer do presidente do Senado, como se não bastasse seu passado desabonador, com patrimônio completamente incompatível com seus ganhos, e que diante de nova denúncia é protegido por aliados vindos de todos os lados, interessados em manter em cargo estratégico alguém que facilita interesses escusos.

Que tipo de gente é essa que se empoleira no poder e lambuza com suas imoralidades as instituições do Brasil, num verdadeiro escárnio ao povo trabalhador e sofredor; o que dizer do Judiciário que é extremamente eficiente em condenar e colocar na cadeia pessoas humildes, mas tão leniente com criminosos contumazes (muitos deles políticos); o que dizer do Supremo Tribunal Federal (STF), tão eficiente em manter seus próprios privilégios e altos salários, mas cego diante de atos de poderosos que aviltam a Constituição Federal, recusando-se sistematicamente a condená-los. Como diz Arnaldo Jabor: “Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira. Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada”.

Estamos colhendo o que semeamos ou deixamos de semear. O desenvolvimento de um país e de seu povo exige atos sérios, ações duradouras e os frutos são colhidos muito mais tarde, às vezes em outra geração. Mas os políticos são míopes. Eles têm pressa, precisam dos resultados até as próximas eleições, pois estão de olho no próprio umbigo e interesses de seus financiadores de campanha. A eles interessam as estatísticas e os números, pois acreditam que com esses números convencerão os eleitores. Nessa lógica perversa, não importa a qualidade do ensino, mas quantos alunos estão nas escolas; não importa como o dinheiro será gasto e sim as obras e o valor financeiro anunciado; não importa também o custo para o país dos políticos e seus aliados, mas sim a importância de sua existência para a democracia. A verdade é que o bom povo brasileiro tem sido extremamente paciente com políticos ladrões e instituições que funcionam para defender interesses dos poderosos. Está mais que na hora. Muda Brasil.

Bjks

ESCREVER

Mesmo não tendo o monopólio da iluminação, quando escutamos cuidadosamente a nós mesmos, caímos em silêncio, abatidos pelo peso da descoberta: é complicado lidar com incertezas, mistérios, dúvidas, sobretudo para aqueles de nós que se baseiam estritamente na razão, na aparência dos fatos, na busca forçada por uma paz, semelhante à dos cemitérios. Talvez por isso, o poeta Charles Baudelaire tenha escrito: corremos para nos perder na multidão, por temor de não poder suportar-nos a nós mesmos.

Também por isso, a escrita se revela uma via de salvação. Escrever é evocar fantasmas, relembrar lugares, pessoas conhecidas, amores, amigos. Escrever é uma forma alternativa de conjurar nossos medos. A escrita possibilita tematizar a vida através de palavras e imagens, configurando uma forma de responder às frustrações e derrotas cotidianas.

Escrever é destrinchar a estrutura do real, esse mistério complexo, sutil, pleno de matizes desconcertantes. Escrever é uma forma de lidar com as perdas. É dar cor e voz aos impulsos paradoxais do desejo humano, que ultrapassa os limites do socialmente aceito e conveniente.

Escrever é afirmar Eros, a vida, e também seu contrário, Tânatos, a morte. Escrever é reafirmar a verve crítica e libertária, avessa a conformar-se aos interesses menores do lucro, do conforto, das conveniências.

Escrever é metamorfose. É triunfo da vontade, do desejo de ser mais, de criar e experimentar dimensões novas, de si e do outro. Não se escreve por acaso. Por um acaso vazio e sem sentido. Escreve-se por destino. Por uma necessidade intrínseca e profunda de mudança, renovação. Escreve-se para barrar a desfiguração crescente do homem, da natureza, característica da existência moderna, turbulenta, excessiva, veloz e caótica.

Escrever é acercar-se do inusitado, é combinar de modo insólito as palavras para penetrar sem rodeios na alma humana, despidos de quaisquer moralismos, sobretudo daqueles que nos foram introjetados na infância, para aceitar a arte, a beleza da arte, sem preconceitos.

Escrever é abandonar a contemplação medíocre da vida bem comportada,para transformar-se num arquiteto do absurdo, do impossível.

Daí a relutância em festejar a autoajuda ou a panfletagem, travestidas de literatura. Só a literatura é capaz de romper o cerco que aparta arte e vida, restituindo o sentido pleno às experiências vividas, aproximando-nos do fascínio da natureza, a ponto de desejarmos nela dissolver-nos (afinal, é esse nosso destino último), como diria Cesare Pavese (1908-1050): “Eis-me pedra, umidade, fumaça, sumo de fruta, vento...”

Escrever é selecionar palavras carregadas de destino. É evocar a longínqua infância, única idade verdadeiramente humana e autêntica, porque faz do amor o peso da existência, núcleo remoto de sentimentos, de fantasias, “cujos fogos só se iluminam bem sob o luto fechado da noite”, diria Baudelaire. Entretanto, a infância é apenas um instante vertiginoso que cintilou, brevemente, e se perdeu no tempo. Mas escrever é auscultar esse tempo perdido, é uma forma de lançar à existência um demorado olhar clínico, é a arte de contrapor-se, com coragem, a qualquer projeto de aniquilação, fruto da crueldade humana.

Escrever é domesticar o medo. Escrever é domesticar a morte.

Bjks

DEMOCRASIA

Os dicionários de Ciências Sociais costumam definir o termo democracia como “um sistema de organização social e estatal que se fundamenta na vontade popular livre, livremente manifestada e deliberada cuja ação tende ao bem comum e ao individual, dentro do âmbito que abrange a liberdade coletiva e individual”. Quando vista sob o ângulo de uma organização política, é “um sistema no qual os cidadãos, independentemente de castas e classes, exercem a autoridade, quer por si mesmos (democracia plebiscitária), quer por intermédio de delegados ou representantes do povo (democracia eletiva)”. No Brasil, como sabemos, temos a democracia eletiva em que periodicamente o povo é chamado a se pronunciar elegendo seus representantes. Assim democracia não consegue caminhar sem suas duas pernas, ou seja, o povo e seus representantes (os políticos).

Quando olhamos para o sistema político brasileiro, ainda que se insista em caracterizá-lo como um sistema democrático, fácil perceber que a instituição democracia foi desfigurada de tal forma que perdeu suas características essenciais.

O povo elege seus representantes sim em todos os níveis - municipal, estadual e federal. Parece que a função do povo termina aí, ainda que devesse fiscalizar seus representantes para que realmente defendessem os interesses dos seus eleitores. O problema é que os candidatos a representantes do povo, juntamente com os que já foram eleitos e estão em fim de mandato, se aliam à classe economicamente dominante e produzem uma inversão de forças, pois, para se elegerem ou reelegerem, assumem compromissos com os financiadores das campanhas e não com os eleitores. Uma vez empossados, lutam pelos interesses dos seus financiadores e exercem a função com tal desenvoltura e independência, como se não tivessem a obrigação de defender os interesses de quem os elegeu - o povo, nem de dar satisfação pelos atos praticados.

Políticos profissionais, sempre aliados ao poder econômico, se apossaram de todo o processo eleitoral, onde na teoria o poder emana do povo, mas na prática o povo serve apenas para legitimar os privilégios autoconcedidos nos escalões superiores. Os três poderes da República, ainda que muitas vezes busquem passar uma idéia de independência e lisura, apenas tentam confundir os eleitores, aproveitando-se da ingenuidade da maioria deles para perpetuar seus privilégios. Como diz Fabio Konder Comparato, há mais de um século temos uma República de interesses privados e uma democracia sem povo. Até quando nossos políticos vão governar com uma mistura de blablablá e muita propaganda para o consumo popular, enquanto nos bastidores e nos gabinetes fecham-se acordos privilegiando os poderosos às custas do dinheiro da viúva? As reformas tão necessárias para que os representantes do povo realmente os representem são proteladas à exaustão e qualquer alteração que beneficie os eleitores somente acontece com muita pressão popular.

Mesmo assim são reformas de fachada, para que tudo fique exatamente como está. As leis, assim como as regras eleitorais, são feitas sob medida para favorecer os representantes do povo e não o inverso como deveria ser.

Essa inversão perversa de poder assumida por nossos políticos tem deixado o Brasil há mais de um quarto de século num verdadeiro marasmo econômico e os brasileiros, em sua grande maioria, em um estado de desagregação econômica e social. Quase a metade do que o País produz é recolhido em impostos que vão para os cofres dos poderosos e as migalhas voltam para a população, sempre embaladas por muita propaganda. O Brasil merece gente melhor para representá-lo.

Bjks

COMPETÊNCIA & GESTÃO

Em breve estaremos escolhendo o novo Presidente da República Federativa do Brasil, o principal articulador político do país e pergunto, será que o Brasil está preparado para ter um novo presidente?

Ao observarmos o crescimento da economia brasileira nos últimos anos, percebemos um salto considerável na qualidade de vida de milhões de brasileiros, mas ainda somos carentes de uma gestão pública mais equilibrada, racional e eficiente. Existem vários órgãos do governo que são até competentes, mas em muitos deles ainda existe o excesso de burocracia, o desrespeito à vida humana, por falta de preparo ou vontade de técnicos ali alocados. Conheço muitos funcionários públicos excepcionais, pessoas de bem e que são comprometidos com o seu trabalho público que é servir a sociedade. Mas o que observo em boa parte do Brasil é ainda a falta de preparo profissional, a ingerência administrativa e em alguns casos o descaso.

O novo presidente terá um grande desafio pela frente ao analisarmos as promessas de campanha de cada candidato. Pelo que prometem será impossível realizar qualquer tipo de reforma fiscal que diminua a carga tributária brasileira, o que compromete em parte as exportações brasileiras, estas detentoras de grande potencial de emprego formal no Brasil. Existem probabilidades de aumento da dívida pública interna e externa.

Os pólos de desenvolvimento no país são distintos e com características diferenciadas, o que auxilia num projeto de criação estratégica de emprego e renda, porém, precisa seriedade neste trabalho. Desenvolver a Cultura promove o desenvolvimento dos municípios; incentivar o turismo, bem como agregar profissionalismo ao setor, pode gerar centenas de milhares de empregos; investir em projetos de energias sustentáveis, que prevaleça o controle do meio ambiente, frente ao absurdo que vemos hoje das queimadas no país, pode gerar não milhares, mas milhões de empregos sustentáveis; incrementar práticas na educação profissional em todo o país muda a realidade, aplicado principalmente as famílias que recebem bolsas auxílio do governo, como uma forma de ensinar a pescar, é de grande valia, para o crescimento sustentável e digno da sociedade brasileira.

Entre os gargalos da economia nacional, devemos citar a questão de infra-estrutura de transporte, que pesa no custo Brasil e influencia de forma direta nos preços dos produtos brasileiros, tanto no consumo interno como para o mercado exportador, tirando oportunidades reais de crescimento da economia brasileira. Investir neste seguimento é importantíssimo para a manutenção do crescimento econômico brasileiro, dentre eles é necessário um projeto macroeconômico de desenvolvimento sustentável de construção, manutenção e ampliação de: portos, aeroportos, ferrovias, metrôs, trens de superfície, transportes coletivos e rodovias. A privatização das rodovias é ainda a melhor forma de gestão das estradas brasileiras que em grande parte estão abandonadas, esburacadas e colocando em risco a vida de milhões de brasileiros, as exceções são as rodovias privatizadas e já revitalizadas, apesar do alto custo do pedágio, o nível de segurança no trajeto, bem como o sistema de apoio é eficiente. Enquanto não for criado um sistema
inteligente de gestão dos transportes a nível nacional, em um projeto macro de longo prazo que busque o desenvolvimento integrado, nós continuaremos a pagar caro pelo sistema logístico modal de transportes no país.

Outro problema grave no Brasil é o sistema de atendimento à saúde, considerada a maior preocupação do povo brasileiro. Além da melhoria de gestão, são necessários efetivos programas de melhoria de: treinamentos, qualificação, distribuição logística de medicamentos, adequação de atendimento de alta complexidade, logística de transporte de pacientes, melhoria do sistema de transplantes, diminuição no sistema de filas de consultas e exames, bem como aumento no número de unidades de atendimento em todo país. Faz-se necessário o incentivo de políticas públicas para área médica, tanto no desenvolvimento de pesquisas como na abertura de um maior número de vagas universitárias na área de saúde a nível nacional.

Melhoria no sistema de qualidade de ensino brasileiro; combate a corrupção e às drogas; investimentos em qualificação profissional do funcionário público; rombo da previdência social; melhoria das exportações; manutenção dos incentivos à habitação e a educação são outros destaques.

Em pleno mandato da Copa do Mundo, dívidas serão feitas, mas espero que as prioridades do novo presidente seja de fato a população do Brasil.

O Brasil é um país rico, uma verdadeira potência econômica, para crescer, necessita trilhar os caminhos da competência da gestão pública.

Bjks