segunda-feira, 6 de setembro de 2010

PAIS DO FUTEBOL & CARNAVAL

Venho acompanho os meandros das eleições deste ano da graça, 2010. Não é só uma expressão cristã, graça, na política ganha outro sentido, é ano das graças, das bondades, como diz os estudiosos no assunto. Há uma verdadeira corrida para o Poder. A palavra lembra-me a antiga Grécia, com as cidades-estado. O Conselho dos Anciões do povo reunia todos na praça e as grandes deliberações eram tomadas de comum acordo e tudo era votado por todos. O voto era expresso numa casca de ostra. Nada se fazia sem anuência popular. Até os piores tiranos se valiam do consenso popular verdadeiro ou forjado. Esse sistema era chamado de “res-publica” ou coisa do povo. O pai da atual democracia americana Abraham Lincoln chamou esse regime governo do povo, pelo povo e para o povo inspirado na palavra grega “demos, povocracia, governo.

Nosso regime republicano consagrou esse princípio na Constituição: ”todo poder emana do povo e por ele é exercido”, mas quem deu esse poder ao povo? Segundo São Tomaz, a origem do poder é divina porque somente Deus tem a plenitude do poder, podendo atribuí-lo a alguém. Os reis estavam tão imbuídos dessa teoria que, muitas vezes, queriam mandar até na Igreja em assuntos que não lhes dizia respeito. Num ano de eleições seria importante avivar a consciência do povo sobre essa importante prerrogativa. Não basta o povo ser livre, é preciso saber usar a liberdade. Ela não pode ser entendida como fazer indiferentemente tudo que se quer, é sim fazer o que é conforme a reta razão. A escolha é um processo difícil. Como distinguir quem é bom para nos governar, sobretudo, diante de tantas decepções? Sem uma análise criteriosa dirigida pela razão e não pelas emoções podemos ser enganados.

Nem sempre quem muito promete, cumpre e muitas vezes quem pouco promete, faz mais. Hoje, a comunicação chega aos mais longínquos rincões e, portanto, pode-se comparar e ponderar. É natural que todos pretendentes ao aval do povo são seres humanos e, por conseguinte, falíveis, contudo eles devem mostrar um mínimo de capacitação e honestidade, o que não é pouco. Há uma responsabilidade muito grande por parte de quem se propõe eleger-se, e eles se sentem livres após conquistarem o poder. O Brasil de hoje não é só o país do futebol e do carnaval, caminhamos para uma inclusão cada vez maior no epicentro das decisões mundiais.

Não nos faltam elementos que nos levem a isto. O povo tem poder pelo voto e sua manifestação. Embora às vezes haja predominância de um partido político, saibam seus dirigentes que cada membro do governo escolhido tem sua parcela de poder dado pelo povo. Todos os proponentes à escolha do povo vão apelar para a liberdade de expressão, entretanto o limite da liberdade é a lei. O que todos desejam é que nesse pleito exercido pelo povo que tem liberdade de escolha, haja lisura por parte dos participantes. Espero que o resultado venha engrandecer mais esse Brasil e seu povo. Que possamos nos gloriar do bom uso do voto.

Bjks

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