terça-feira, 21 de setembro de 2010

O JOGO SÓ SE GANHA NO ÚLTIMO MINUTO DO SEGUNDO TEMPO

O censo comum nos faz acreditar que as campanhas tanto presidencial como estadual caminham para uma situação predefinida. No panorama estadual, dirigentes das campanhas dos candidatos a senadores Lindberg Farias(PT) & Marcelo Crivella(PRB) se apoiam na credibilidade de Lula para estancar o processo hemorrágico de perda de votos que os candidatos estavam sofrendo (César Maia(DEM), liderava... deu mole na onda de pedir votos para seus aliados, esqueceu da máxima do ditado "farinha pouca, meu pirão primeiro"). Por outro lado, dirigentes petistas não contêm a euforia na crença de uma possível vitória em primeiro turno.

Entretanto, a poucos dias para as eleições, emoções e surpresas nos aguardam. É o que indicam as últimas pesquisas de intenções de votos. É uma mudança de tendência no campo presidencial, onde Dilma parou de crescer e Serra deixou de cair, ao passo que no âmbito estadual ainda não podemos apontar uma tendência clara, portanto vou me abster da questão Lindberg x Crivella x César Maia e focar na eleição presidencial.

Uma eleição nem sempre contém um grau de lógica que nos permite fazer previsões a cerca de resultados, e muita coisa ainda pode acontecer em pouco mais de 20 dias de exposição intensiva nos veículos de imprensa.

Serra foi escolhido pela oposição como nome que liderou todas as pesquisas durante os mais de dois anos que o governo fez campanha intensiva para romper o desconhecimento de sua candidata, agora, pouco depois do início da propaganda eleitoral, Dilma passou, mas tudo indica que encostou no seu teto e a partir de agora deve sofrer uma queda.

Ao contrário, a queda sofrida em duas semanas por parte de José Serra, serviu como um choque e também para acordar a coordenação de campanha tucana e mobilizar as bases, na prática isso significou uma melhora significativa na qualidade do programa exibido na televisão, a correção de erros de campanha e, sobretudo, a mudança de norte, Serra finalmente vestiu a carapuça de candidato de oposição, afinal bandeiras não faltam para um candidato que queira criticar o atual governo que é débil em várias áreas estruturais inclusive áreas em que Serra tem amplo domínio como saúde publica e investimentos.

A campanha petista, por outro lado, percebeu que o crime cometido contra a família do tucano, somado à nova postura da campanha de Serra, pode e terá impacto eleitoral.

Prevendo isso, Lula ocupou cerca de dois minutos na propaganda eleitoral petista para fazer de vítima a si e a sua candidata, com a finalidade de tentar deter um possível crescimento oposicionista, que, além de Serra, conta também com as candidaturas de Marina Silva, PV, e de Plínio de Arruda Sampaio, PSOL, que tem sido o mais generoso no disparo de ataques ao atual governo.

Analisando os desdobramentos eleitorais do último mês, podemos concluir que o crescimento da candidatura governista nas pesquisas se deu em bases frágeis, pois ocorreu após um debate e uma entrevista na TV em que Dilma não foi bem em ambas oportunidades e se deu, principalmente, após Dilma se identificar com Lula, o que significa que se Serra for convincente em passar ao eleitor que as virtudes do atual governo serão mantidas e as áreas frágeis do governo sofrerão progresso, além de lembrar que o governo Lula manteve as boas políticas de FHC, Serra pode adentrar em uma trajetória ascendente.

Portanto, não creio que seja prudente, nem os apoiadores de Serra hastearam a bandeira branca da derrota nem tampouco é prudente os aliados do governo cantarem vitória antes da hora, porque a experiência ensina que eleição se ganha no dia e na apuração do voto.

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