domingo, 26 de abril de 2009

PROMESSA


Dentre as muitas frases que eu já ouvi, quando ainda sonhava que o simples fato de crescer no tamanho e idade me faria magnata, tem uma que jamais esquecerei: “Fulano comeu a promessa com farinha...”

No começo, até que custei a entender, pois o que me vinha à mente era um entalo asfixiante, que a própria imaginação se doendo pela minha aflição me arranjava um copo com água e tudo se resolvia. O jargão dizia que aquele fulano não tem palavra, é ruim no trato, não cumpre o que promete.

No ano passado, li um panfleto quando caminhava pela movimentada Av.Rio Branco, procurando um endereço. Alguns manifestantes que objetivavam orientar a população em relação aos políticos que se embalsamavam na intenção de esconder as vísceras putrefatas da vida pública. Entregavam os papéis e diziam para votar com consciência. Achei tão interessante que literalmente decorei grande parte do que expressava o texto. Não sei se estará na ordem, mas a ideia se concatena, para atualizarmos a frase que entoa o hino da desilusão: comeram com farinha, tudo aquilo que nos prometeram.

Falavam os dizeres que estávamos em ano de eleição e daí aparecia todo tipo de candidato querendo ganhar seu voto. Muitos deles de você só querem o voto, pois, quando forem eleitos, farão aquilo que lhe for mais conveniente para o bolso. Deixando assim o povo para a segunda chamada. Isto porque, geralmente, não temos o hábito de fazer como o índio Juruna, de gravar as promessas dos candidatos para cobrar depois de eleitos.

Mas, como identificar um candidato mentiroso que tem certeza que a situação pós-eleição não será mágica, mas insiste em pregar utopia? É simples. Esse candidato tem o seguinte perfil: acha soluções para todos os problemas, inclusive não deixa dúvidas quanto a conseguir recursos para resolver, caso seja eleito. Fazer mais que seu opositor, reduzir impostos, acabar com a indústria da multa e legalizar taxistas,vans,etc. Mais:critica as ideias do seu adversário do que apresenta as suas.

Ao ser questionado sobre um fato polêmico, ele se esquiva e se defende com balbuciações. Tem uma incrível capacidade de só dizer aquilo que você quer ouvir. Diz que já foi e está sempre sendo ameaçado de morte, por estar ao lado de quem mais necessita, brigando com os poderosos. Como se ele não fizesse parte desse rol.

Mesmo sendo político, insiste em denegrir a imagem da política. E tenta resolver as coisas que não são de sua competência. Mas essa tentativa é paulatinamente desenhada com uma mão hipócrita. Que bate nas costas do eleitor com tapinhas de carinho. Vale tudo quando o objetivo é vencer a pequena opinião política venal de grande parte desses. O resto é esperar que, com suas definhadas percepções do que é política, se atraquem e decidam o melhor para o futuro. Como enfatizou Maquiavel, os fins justificam os meios...

Moral da história

E por falar em promessas, seu José das Verdades, morador de Caxias, foi encontrado deitado em um ponto de ônibus no terminal menezes cortes(na central do brasil), na manhã deste domingo dia 26.04.09. Ele havia saído no dia anterior para aproveitar a (xepa) comprar algumas verduras a preços mais baixos, já que recebe apenas o bolsa-familia.

É analfabeto, idoso e desempregado. Graças a Deus estava vivo, dormiu sobre as sacolas plásticas em que estavam tomates, laranjas, abóboras e alguns quiabos com batatinhas. Ali amassado e cheirando perdidos estavam também pés de frangos, escurecidos pela necrose do tempo.

Sem sinal de embriaguez, sorria tímido e envergonhado por ter causado desconforto no lar com a não chegada em casa. Trêmulo, disse que sentia fome e frio, e explicou o que aconteceu. Chorando com decepção, disse que, após comprar as coisas, seguiu para o ponto do onibús, mas foi informado de que as moedas que tinha em mãos não era suficiente para ele enbarcar. Sem acreditar ainda, tentou argumentar para o motorista que era eleitor de Eduardo Paes e que ele havia prometido ajudar os pobres e não infernizar ainda mais com a vida deles. O motorista sorriu e arrancou soprando fumaça. No choro, seu Zé soluçava e mostrava um número do candidato Eduardo Paes pregado em cima do Sagrado Coração de Jesus, que estava na humilde carteira onde as intactas moedas se amontoavam em um canto.

Enquanto isso, passa na avenida um carro de luxo de vidros semi-abertos tocando uma conhecida canção do seu Zé das Verdades: Dia novo vem chegando,/e a gente falando de coisas da vida,/ ainda na boca um gosto,/da vida um desgosto...

BJKS DA VAN

domingo, 19 de abril de 2009

CURIOSIDADE

Esta pergunta é da miserável curiosidade nossa. E não adianta negarmos, porque mesmo que pensemos em negar, já a fizemos um sem numero de vezes. Sempre aparece mesmo que por milésimos de segundos em nosso subconsciente. Basta por exemplo, que encontremos algum conhecido com um pacote de alguma loja ou enrolado para presente debaixo do braço ou na mão.

O certo é que na maioria das vezes ficamos também sema resposta, mesmo que se pergunte, e até por vezes, como resposta se recebe uma evasiva como “uma lembrancinha que comprei para o fulano pelo aniversário dele”. Quem nos manda ser curiosos! Desde quando nos interessa o que os outros compram ou deixam de comprar e mais ainda, para quem estão comprando.

Aliás, tem um ditado antigo que diz que a curiosidade matou o gato, ou outro que alerta que ela deixou o macaco com a mão presa na cumbuca.

Mas também ela gera desconfiança, e das brabas. Quando o presente é para nós em festa de amigo oculto, por exemplo, ficamos na dependência de gostar ou não. Primeiro a curiosidade, depois a satisfação ou decepção.

Da mesma maneira tratamos os seres humanos em nossas relações. Quando conhecemos uma pessoa nem sempre temos essa curiosidade de saber o que tem dentro, não é verdade? Na maioria das vezes, somos enganados pela embalagem, e é justamente aí, que deveríamos fazer sempre, primeiro, a mesma pergunta.

O que será que tem dentro?

Não seria o caso então de sermos velhas raposas? Mas nem sempre somos!

Uma pessoa de bela aparência fino trato, jamais será um escroque! Mas às vezes é, e como é!

No trato com as pessoas, dizia um velho amigo, que original só mesmo as peças Wolksvagen, e assim mesmo alerta que, com total garantia, as de antigamente. Principalmente depois que foram criados cursos especiais para contatos, onde a relação para com as outras pessoas, nem sempre escaparam das aulas.

Pois é!

E agora, que tal se nos perguntássemos: o que nós temos dentro? Ou será que seria nos pedir demais? Hum...

Na verdade, somos todos um pacote, com papel colorido ou comum, uma caixa vazia ou cheia.

Não importa. Basta dar uma espiadinha.

Putz! Só nos falta achar um daqueles “dano ninhos” que valiam por um bifinho!

É ruim, hein?

BJKS DA VAN

sexta-feira, 17 de abril de 2009

GRATUIDADE & INSPIRAÇÃO



Foi enquanto jogava uma partida de bilhar que Mozart teve a inspiração para a melodia do quinteto da aplaudidíssima “Flauta Mágica’!

Berlioz surpreendeu-se cantarolando uma frase musical que durante muito tempo procurava em vão, ao vir à tona após um mergulho, durante um banho no Tibre...

Ninguém jamais imaginária que o grande químico Kebulé “viu” os átomos dançando no ar (e assim concebeu sua teoria dos agrupamentos atômicos) durante uma viagem no alto de um ônibus de dois andares em Londres!

Foi num rasgo de inspiração durante uma caminhada pelo campo de golfe que James Watt descobriu que o desperdício de calor, nas máquinas de vapor incipientes à época, podia ser evitado por meio de condensação do vapor!

Estudando e pesquisado a história, trajetória dos gênios e suas grandes invenções que marcaram o destino da humanidade, percebemos facilmente que muito mais do que se pensa, o acaso e a intuição tiveram um papel surpreendente na vida e na obra destas criativas e sensacionais personagens que contribuíram significativamente para o progresso da ciência, da arte e da cultura planetária!

Cada um tinha seu “modo operante”, manias e seu modo de “facilitar” a descoberta de grandes idéias e de soluções mágicas...

Haydim, autor de 104 sinfonias e centenas de outras composições, costuma-se recolher ao seu oratório, com o terço na mão, o que provocava um fluxo extraordinário de novas idéias que brotavam sem cessar enquanto rezava...

Van Gogh retratava e discorria sobre uma “terrível lucidez”, que experimentava em certos momentos de sua vida, quando a natureza estava em festa...! “Naqueles dias mal tinha consciência de mim mesmo e os quadros me vinham como um sonho!”

O notável Shakespeare gostava do símbolo do crescimento da planta, sugerindo que deixássemos que se abrissem nossas folhas, como uma flor. “E sejamos passiveis e receptivos desabrochando pacientemente”...!

Sir Isaac Newton costumava “dormir sobre o caso”, quando nas primeiras tentativas não produzia os resultados esperados: “não faz mal, amanhã às sete horas terei a solução”, exclamava ele antes de ir tranqüilo e confiante para a cama!

Thomas Edson acreditava muito mais às suas “adivinhações” do que propriamente nos cálculos e teorias matemáticas de seus opositores e invejosos contemporâneos que não conseguiam entender o brilho e a genialidade de suas invenções no campo da eletricidade...

A história e a biografia dos grandes gênios, cientistas, artistas e inventores estão repletos de certas “verdades” e “explosões” do inconsciente que reforçam certo mistério em torno de nossa capacidade e processo criativo, à disposição de qualquer um de nós, desde que estejamos abertos e receptivos ao fluxo inspirador que jorra incessantemente sobre a mente de todos nós.

É claro que algumas dicas e recomendações se colocadas em prática de uma forma constante e disciplinadas ajudam a “facilitar” esta conexão com a “Fonte Suprema”, como por exemplo, momentos de relaxamento, contemplação e abandono da pressa!

No mais é curtir os bons momentos, buscar ajudar quando necessário e entregar às estrelas nossos pedidos e dificuldades, cujas soluções chegarão com um novo brilho do sol!

EM TEMPO:Meu blog PSICOLOGIA & FILOSOFIA está completando 2 anos de existência. Aos amigos e leitores meus agradecimentos pelas congratulações desejadas.



A maioria das transformações das últimas décadas principalmente na sociedade ocidental, manifesta o tom extremista, ou a busca intensa de novidades, precocidade, impaciência, pressa, inovação constante, relações efêmeras e baixo limiar de frustração. São comportamentos, atitudes ou sonhos que sempre estiveram presente ou latente, mas que parecem intensificar cada vez mais a carga crescente de estímulos que todos recebemos. Reconhecer que muitos dos nossos sentimentos e comportamentos são decorrentes de nossos pensamentos é o princípio que norteia a técnica de psicoterapia cognitivo-comportamental, criada por Aaron Beck nos anos 60. Assim faz-se necessário aprender a identificar as armadilhas e distorções dos nossos pensamentos para termos a chance de remodelá-lo e podermos sentir melhor. Os pensamentos para serem considerados saudáveis devem preencher os critérios de validade e utilidade.

Por validade entenda-se o pensamento mais próximo da realidade e da verdade, que pode ser distorcido na avaliação da quantidade, gravidade e freqüência. Por exemplo, se uma situação seja ela uma brincadeira, uma aula, uma festa ou uma entrevista para um trabalho teve o resultado mediano e o pensamento for algo do tipo: sou um desastre, não faço nada direito, não deu tempo de brincar nada, estraguei tudo, a sensação de tristeza e frustração será proporcional ao drama da frase e não da situação normal.

Pensamentos tudo ou nada do tipo 8 ou 80 é muito encontrado atualmente inclusive em crianças que quando algo não foi 100%%, em vez de dizer que foi 50, 60 % fala-se “foi uma droga”, “estraguei tudo”, “estou perdido(a)”. Para corrigi-la deve se relativizar a situação em vez de achar que existem apenas duas categorias extremas.

Pode ocorrer um erro na dimensão do tempo e um evento único ou ocasional pode ser sentido como uma regra fatídica, com falas do tipo “sempre sobra para mim” ou “eu nunca me controlo”.

Conclusões precipitadas antes de ter elementos ou evidências suficientes para tirar conclusões, automaticamente prevê-se que vai acontecer um desfecho para si mesmo como “eu vou desmaiar no dia da apresentação da monografia”, “ nunca mais vou gostar de ninguém”. “Eu tenho que”: Conceber como uma obrigação ou ordem, algo que seria bom ou que você escolhe fazer serve para todos. A sensação desagradável sugerida por esta expressão poderia ser minimizada se fosse pensado e dito: “eu escolho fazer”. Quando situações circunstanciais são encaradas e rotuladas negativamente como “você é uma chata”, “eu sou um bobo” também são distorções de pensamento e podem ser substituídas por “eu me enganei” ou “você está me incomodando”.

Outras vezes no lugar de entender as situações como sendo complexas e influenciadas por vários fatores nos culpamos ou colocamos a culpa nos outros.

Para entendermos a utilidade de nossos pensamentos, vamos responder a pergunta: afinal quem sou eu? A resposta pode revelar crenças centrais distorcidas e aprendidas ao longo de nossas vidas como: “eu não sou confiável”, “sou diferente” que devem ser corrigidas através da análise das evidências que vão contra ou a favor destas crenças. Responder sobre qual a utilidade de se manter estes pensamentos também ajuda a clarear a situação.

Para poder corrigir essas armadilhas do pensamento, que geram sentimentos e emoções como ansiedade, raiva ou depressão procure um psicólogo cognitivo comportamental que lhe ensinará a identificar e fazer o registro de seus pensamentos automáticos e planejar desenvolver pensamentos adaptativos. Uma das primeiras estratégias é analisar se o pensamento contem palavras que indicam extremos e generalizações como tudo/nada, sempre/nunca, todos/ninguém, somente, super, muito, mesmo. Quando se fala: eu sempre faço tudo errado inclui as palavras tudo e mesmo. Perguntar-se: é sempre que faço tudo errado ou seria mais realista dizer que de vez em quanto faço algumas coisas erradas? Já fiz coisas certas? Eu já me sai melhor em outras situações? Continuando você pode fazer perguntas mais amplas e relativistas como: há outro modo de interpretar a situação? Há outros fatos atenuantes para o que ocorreu? Outra pergunta interessante é: o que eu diria a um amigo meu?

Após estas considerações podemos perceber que ao substituirmos pensamentos distorcidos e exagerados por outros mais realistas e ponderados, ocorre rapidamente uma melhora dos sentimentos e das emoções. Como teste, pense por um momento na frase “eu sempre faço tudo errado mesmo?” “E agora substitua por” é já me saí melhor, mas se eu me dedicar mais posso recuperar”.

Este tipo de abordagem com suas técnicas tanto cognitivas quanto comportamentais visa despertar a pessoa para o fato de que os riscos não são tão grandes, que temos mais recursos internos do que pensamos e que vale a pena experimentar pensamentos mais adaptativos.


BJKS DA VAN

TERAPIA COGNITIVA



A terapia cognitiva comportamental é uma poderosa modalidade de psicoterapia, desenvolvida nos anos 60 por Aaron Beck na Universidade da Pensilvânia nos EUA como uma terapia breve, estruturada e orientada para o presente e vem se destacando pelo seu grande crescimento em todo o mundo como a forma mais amplamente estudada e eficaz de psicoterapia no mundo, especialmente nos casos de depressão, síndrome de pânico, distúrbios alimentares, TDAH, transtornos de personalidade e comportamentos compulsivos.

Aaron Beck MD, que é medico psiquiátrico, têm 88 anos e ainda divulga suas descobertas tem em sua filha Judith Beck, (psicóloga, diretora do Beck Institute e autora de livros traduzidos em 15 paises) e Arthur Freeman psicólogo internacionalmente conhecido, autor de 60 livros sobre psicologia cognitiva comportamental traduzidos em 15 idiomas (na foto abaixo ao meu lado) seus maiores divulgadores.

A terapia foi desenvolvida especificamente para confrontar e combater equívocos mentais. É baseada numa série de conceitos clínicos que compartilham a premissa de que embora a maioria de nós tenha informação de sobra sobre como lidar com os desafios da vida, com frequência (nossas cognições) nos abandonam justamente no momento que mais precisamos delas.

Cognição significa pensamentos. Os pensamentos são a porta de entrada para as nossas emoções e estas são a porta de entrada para os nossos atos.

A terapia cognitiva distingue-se das demais linhas terapêuticas na ênfase que dá ao papel da maneira certa de pensar para o alivio do sofrimento mental.

Ela não requer que você cavouque seu passado emocional com pré-requisito para tomar medidas para melhorar seu presente e futuro. Seu tempo de duração é em média ente 10 sessões e 20 sessões, ocasião em que independentemente do que os outros lhe tiverem feito no passado, você vai descobrir que possui dentro de si a capacidade de assumir a responsabilidade por si próprio (a).

Assumir a responsabilidade por si próprio(a) significa apropriar-se das suas próprias emoções e desenvolver crenças e esquemas de que você:

- não vai deixar que seu passado destrua seu futuro,

- não vai deixar que os obstáculos colocados no seu caminho pelas pessoas ou circunstâncias lhe impeçam de prosseguir

- E que a única pessoa que você é capaz de mudar é você mesmo(a)!

Portanto não gaste tanto tempo buscando culpados pelos seus problemas... Pode ser que você esteja coberto de razão, e os golpes que sofreu tenham sido de fato devastadores. Mas só você pode decidir se esses golpes vão derrubá-lo ou não.

Lembre-se: o que importa é o modo como cada um de nós interpreta e encara a própria vida. O que vale é aquilo que pensamos. Portanto identifique, examine e aja. Cuide de seus pensamentos, disse Platão. Com eles, você pode fazer qualquer coisa.


BJKS DA VAN

COISAS PROIBIDAS ACENDEM BRILHOS NOS OLHOS



Euzinha diria que “o canto da sereia” é o nome moderno para a palavra “diabo”, tão usada ainda pelas igrejas cristãs, mas um tanto em desuso pelas pessoas no seu dia-a-dia. São Paulo apóstolo diz que fazia o que não queria fazer e não dava conta de fazer o que tinha que ser feito. Quando li essa frase pela primeira vez, tive a sensação de que aquele escrito de mais de 2 mil anos tinha acabado de ser escrito e era especialmente para mim.

Depois descobri que muitas outras pessoas também tiveram a mesma sensação que eu. Quando observamos o que devemos fazer no nosso dia-a-dia e o que não devemos fazer, temos a distinção clara e seríamos capazes de escrever duas listas uma com as obrigações e outra com o que não devemos fazer. Sabemos que temos que levantar as 6 da manhã, mas nosso corpo pede mais cama e sem um esforço descomunal permanecemos aí por mais um tempo, ainda que a consciência fique nos cobrando.

Também não é novidade que temos que trabalhar, mas somente com um esforço trabalhamos, pois a sensação que temos é que nosso corpo nos empurra para a inércia. Jim Rhom diz que os ventos sopram em direção ao fracasso. Nada mais exato. Temos uma tendência à estagnação e o não fazer é fracasso. As coisas que devemos fazer não nos atraem, mas coisas proibidas acendem brilhos nos nossos olhos. Somente o processo educacional pode nos levar a caminhar em direção oposta ao vento da inércia e do fracasso.

Interessante é que em condições semelhantes algumas pessoas têm sucesso e outras fracasso. A grande diferença que define os resultados está nas atitudes e na disciplina de cada um. Barcos num mar com ventos em uma determinada direção velejam em direções diferentes. O que permite esse milagre é a forma como os navegadores posicionam as velas dos seus barcos.

Diariamente somos tentados a fazer o que não devemos e somente um esforço nos leva a realizar o que é nossa obrigação. O pior de tudo é que sabemos que aquilo que nos atrai tem potencial altamente destrutivo, quer em nossas relações afetivas, quer nos mecanismos de controle social legal. Há horas que parecem que tudo o que não temos é melhor do que o que temos. Isso acontece tanto com as mulheres quanto com os homens, ainda que com características diferentes.

A mulher diz que não admite ter que trabalhar para ajudar nas despesas em casa, enquanto a amiga não precisa trabalhar e usa seu tempo para fazer compras e se cuidar no cabeleireiro. Aquele professor malhado de aeróbica na academia parece muito mais interessante que meu marido. Aliás, outro dia vi meu marido saindo do banho e vi o tamanho da barriga. Cerveja, assistindo ao futebol na TV, tinha que dar nisso mesmo. A roupa que minha amiga usava na festa era muito mais linda do que a que eu usava e, certamente, foi porque o marido dela foi mais generoso. E os sapatos! Quase não fui à festa em função daquele sapato ridículo que meu marido comprou e tive certeza que não deveria ter ido quando vi o que a minha amiga usava. Há 10 anos que moramos nesse apartamento que meu marido financiou em 20 anos e minha amiga no mês passado mudou-se para um apartamento de cobertura comprado à vista por seu marido.

E o carro que o marido dela lhe deu de presente, você viu? Ela é que tem um marido legal e generoso. O meu marido mesquinho e pão duro me deu somente esse carro aqui, que me faz passar vergonha diante das minhas amigas ricas e, quando eu quero comprar aquele vestido caro, ainda alega que tem que guardar o dinheiro para pagar a prestação. Mas não são somente as mulheres que são tentadas pelo canto da sereia. Aliás, a vizinha parece uma autêntica sereia e ela me atrai muito mais que minha mulher. Meu chefe acha que é rico, mas eu vou comprar um carro melhor que o dele, nem que eu tenha que financiar em 72 meses.

O meu trabalho me dá pouco dinheiro. Sorte teve meu amigo que herdou a fábrica do pai que morreu de infarto ainda jovem. Meus pais não me deixaram nada, e minha esposa gasta e faz muitas dívidas.

A lista é imensa. Olhe-se no espelho! Você tem muito mais do que merece! Deus tem sido muito generoso e paciente contigo! Liste a quantidade de coisas boas que tem! Foque nessas coisas e continue a investir nelas. Elas são as bases sólidas sobre as quais poderá construir teu futuro. Tudo o mais não passa de canto da sereia! É muito atraente, mas se te deixas seduzir, te levará à ruína!

bjks da van

quarta-feira, 15 de abril de 2009

BRILHO FUGAZ DE UMA MENTE REPLETA DE LEMBRANÇAS-TEXTO DE DÉLIO PINHEIRO

( AMIGOS QUERIDOS DA UMA ESPIADINHA NO BLOG DO MEU QUERIDO AMIGO DÉLIO,E A COISA MAIS GOSTOSA ...HISTORIAS FACINANTES!VAI LÁ E Ñ DESGRUDA VIU!)RSRS

Délio Pinheiro
Jornalista e acadêmico de Direito
www.deliopinheiro.blogger.com.br

A tarde de primavera que avança ruidosa para as trevas da noite, parece se liquefazer, tamanha é a quantidade de água que cai das nuvens negras na fazenda distante da civilização de onde Sandoval a contempla, absorto e saudoso. Seu coração de matuto também troveja na mesma cadência da tempestade, e também se liquefaz de saudade de um tempo impreciso de sua infância, quando descobriu o doce mourejar da água da chuva, que escoava pela bica diretamente em seu corpo de criança, e do cheiro inebriante do biscoito de chuva que sua saudosa mãe fritava no fogão a lenha em dias longínquos como aquele que ele observava de sua janela.

O cheiro de terra molhada se confundia com o cheiro do quitute e ainda se misturava ao cheiro de afeto, quase palpável, em sua doce lembrança da meninice vivida ali mesmo, naquele sítio bem cuidado, mas ainda assim esquecido.

Sandoval jamais ouviu falar de Aubrey de Grey, e certamente este jamais saberá quem é nosso matuto, que vive na região de Claraval, município de Montes Claros, no norte das Minas Gerais. Grey é um brilhante cientista que acredita que o ser humano pode um dia ser imortal, ou, numa perspectiva menos otimista, viver alguns séculos com saúde e viço. Ele trabalha, em seu laboratório londrino, tentando reverter os processos químicos que desencadeiam os danos que ocorrem às células de nosso organismo, evitando assim o envelhecimento e a morte celular.

Seria a descoberta do milênio. A chave que nos permitiria prolongar a juventude por tempo indeterminado e que rejuvesceria nossos velhos como no conto de F. Scott Fitzgerald, que recentemente chegou às telonas do cinema. Milhares de Benjamins Buttons remoçariam a cada dia, e nem seria preciso vender a alma, como fez um quase homônimo do cientista, o belo Dorian Gray. A descoberta estaria aí, a princípio caríssima, mas depois disponível até mesmo para os Sandovais da vida.

Basta lembrar que muito em breve, segundo pares de Aubrey Grey, por algo em torno de quatrocentos reais, qualquer ser humano poderá ter seu genoma decifrado. Antigamente seria impossível quantificar um procedimento desses para um reles mortal, mas hoje é perfeitamente crível. Portanto, é uma questão de tempo e esperança até que o doutor Grey consiga êxito em seus objetivos instigantes. Decifrar nosso código genético nos pouparia de doenças como o câncer, que seria tratado antes mesmo de se manifestar.

Sandoval talvez nunca saiba de algo assim. Seu único vínculo com o mundo é um rádio de pilha constantemente ligado nas emissoras AM de Montes Claros, com suas modas de viola ao cair da tarde.

Mas naquele momento o único ruído que se nota em seu humilde rancho é o farfalhar da chuva, que tem o poder de transportá-lo para dias amenos, longe da lembrança atroz que o empréstimo não saudado com o banco lhe provoca e da dor da perda de sua amada, tão recente e amarga, que lhe assalta repentinamente.

Lágrimas espessas, quase do tamanho dos pingos da chuva, brotam-lhe da mais recôndita esquina de sua alma sertaneja, quando se dá conta que a noite escura e sem estrelas, que se sobressai, será na mais completa solidão.

Não, Sandoval nem desconfia que nos Estados Unidos um grupo de pesquisadores acredita que em breve será possível apagar de nossas mentes todas as lembranças ruins, alterando uma enzima misteriosa que existe em nosso cérebro. As mentes brilhantes de lá fizeram os experimentos em ratos e os resultados foram animadores. Os pobres roedores se esqueciam de seu sofrimento e viviam seus dias confinados na mais absoluta felicidade artificial.

Humanos e ratos tem muito em comum, portanto é uma questão de tempo, e possivelmente dinheiro, para apagar de nossas lembranças os momentos de desgosto, de ingratidão e de inveja que vivemos em nosso cotidiano, e também apagar para sempre a dor lancinante de perder um ente querido ou mesmo de ver nosso time do coração ser rebaixado para a segunda divisão.

Mas o que seria de nós, talvez perguntasse Sandoval, se um dia soubesse dessas coisas que relato, vivendo sem data para nos encantarmos, absolutamente errantes e desumanizados?

O que nos confere alguma virtude é o fato de sabermos nossas limitações. É o estranho dom de perceber que dia menos dia, talvez numa tarde chuvosa como aquela, como um sinal inequívoco de boa sorte, partiremos rumo ao desconhecido. Isso torna a vida um assombro e um milagre que precisa ser saboreado com ardor.

Pensando bem, o doutor Grey e os cientistas americanos deveriam conhecer Sandoval, um brasileiro como tantos outros: que ri ao se recordar da infância feliz e que chora quando se lembra das perdas que teve ao longo da vida atribulada. Mas que, ao anoitecer, e com a chegada pacificadora do estio, matuta que ainda pode haver uma esperança, desde que o fruto nasça graúdo, que o produto tenha preço no Mercado Municipal e que o banco, como em um milagre divino, o anistie de seus débitos.

Uma vida cingida em meio à tempestade, mas que vale a pena justamente devido a alguns lampejos, como os relâmpagos que alumiam as trevas e refletem, mesmo que num átimo, sua beleza complexa. Uma vida humana tem Sandoval, demasiadamente humana.

BJKS DA VAN

sexta-feira, 10 de abril de 2009

EMOÇÃO DA DESCOBERTA - POR DÉLIO PINHEIRO



Délio Pinheiro

Jornalista e acadêmico de Direito
Meu blog: www.deliopinheiro.blogger.com.br

O jornalismo tem me proporcionado grandes momentos profissionais nos últimos anos. O trabalho como assessor de imprensa e mestre de cerimônias fez com que eu apresentasse os pronunciamentos de importantes políticos e outras autoridades, civis e militares. Entre eles o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o vice-presidente da República, José Alencar. Este último com um detalhe importante. Quando o apresentei, na condução do cerimonial do sesquicentenário de Montes Claros, ele era o presidente da república em exercício.

Tornar-se presidente em exercício do Brasil sendo vice do Lula não é muito difícil de se conseguir, apresso-me em mencionar, uma vez que temos um presidente que adora viajar para outras nações, sobretudo àquelas de presidentes brancos e de olhos azuis.

Ministros, deputados, senadores, secretários estaduais e outros de igual quilate estão nesta lista extensa. Mas nesta semana tive uma satisfação diferente em um destes eventos, motivada pelo fato de ter escolhido o Direito como meu novo curso superior, e ao qual tenho dedicado meus esforços intelectuais.

A minha amiga e “chefe” Rosangela Silveira me informou, com seu jeito sem rodeios, que tinha um “evento de juízes no fórum” e que era para eu apresentar. Sendo um convite de Rosa, topei na hora, claro.

Só depois fui saber que se tratava de uma reunião da prestigiada Amagis, a Associação dos Magistrados Mineiros, que está completando cinquenta e cinco anos de serviços prestados à justiça brasileira. Na composição da mesa de honra e na platéia teríamos juízes, desembargadores e alguns advogados. Um seleto grupo de nossa justiça mineira. E eu lá, aboletado no parlatório, na condição de mestre de cerimônia, dando conta dessa responsabilidade toda.

Confesso que, quando percebi que eu era um mero estudante do segundo período de Direito em meio a tantas feras, senti um friozinho na alma. Mas me recompus quando me dei conta que minha porção “jornalista profissional” estava pronta para tornar este trabalho mais um numa lista de cerimônias relevantes e inesquecíveis. E foi de fato, mas não sem um pouco de emoção.

A Amagis tomou emprestado o nome de um grande juiz mineiro, hoje desembargador, para alcunhar a seccional do órgão em Montes Claros. E o escolhido foi Tibagy Salles de Oliveira, um personagem jurídico descrito por seus pares como “ícone da justiça”, “fogueira do saber jurídico” e “um dos últimos grandes guerreiros da justiça”. A metáfora da fogueira foi usada depois que a idéia de “chama do saber” pareceu insuficiente para falar desse homem notável, que há quase trinta anos trabalhou na comarca de Montes Claros. Quando aqui esteve os processos de sua vara se acumulavam aos milhares e em pouco tempo ele conseguiu diminuir sensivelmente este número, à base de muito trabalho e disciplina. Portanto uma homenagem das mais justas.

Coube a outro desembargador, o notório José Nepomuceno Silva, o papel de orador oficial da cerimônia. E esta incumbência foi concluída brilhantemente com a fala que, em certa medida, poderia ser de um Ruy Barbosa ou de um Cícero, mas que pertenciam a um senhor de setenta e muitos anos. E este brilhante orador vivia naquele momento uma situação particularmente delicada que, ao final da solenidade, revelou-se emblemática acerca de sua grandeza.

Antes disso, outro fato chamou minha atenção. Coube a um dos diretores regionais da Amagis, o juiz Laílson Braga Baeta Neves, que atua em Montes Claros, ler uma mensagem para o homenageado.

O magistrado, tão sisudo em seu cotidiano, deu lugar a um garoto que se lembrou do dia em que entrou pela primeira vez em um tribunal e viu o juiz Tibagy trabalhar. A atenção dispensada pelo experiente juiz ao então jovem estudante foi decisiva para definir o futuro do menino Laílson que, ao rememorar tais fatos, desfez-se em lágrimas sinceras, que contrastavam com seu rosto rijo e compenetrado. Outros juízes também se emocionaram, talvez por perceberem semelhanças com a história de cada um.

O homenageado, ao final de sua fala, se viu surpreso por não ter chorado naquela noite enquanto desfazia os nós antigos de sua memória, ao se recordar de pessoas e fatos que fizeram sua história até aquele momento, em que seus pares prestavam-lhe tributo.

Quando o presidente da Amagis fez uso da palavra, um fato interessante veio à tona. O juiz Nelson Missias de Morais parabenizou o homenageado e lembrou que, além de Tibagy, estava na mesa de honra outro “ícone da justiça brasileira”, o desembargador José Nepomuceno. Este, segundo Missias, no dia anterior, havia travado mais uma luta contra uma doença devastadora que, em sua impessoalidade, iguala juízes e lavradores diante de sua crueldade, o câncer. E nem mesmo uma sessão de quimioterapia tirara dele o raciocínio arguto e o desejo de homenagear um “irmão e companheiro de pescarias”, revelando mais uma característica de Tibagy.

Quando a cerimônia terminou e minha porção jornalista saiu de cena, eu assumi a minha postura de estudante diante de tantos mestres e pedi, de maneira uma tanto acanhada, para tirar uma foto ao lado da iminente figura do desembargador homenageado. Ele, de imediato, se postou do meu lado e ficamos ombreados, com nossos paletós coincidentemente claros, deixando bastante tênue, pelo menos naquele ínfimo instante do flash, o imenso abismo que nos separa.

E seu lado acessível, tantas vezes mencionado nos discursos, assomou com um oferecimento sincero e espontâneo, que me encheu de alegria: “Escuta rapaz, se você quiser posso te mandar minha autobiografia. De repente você gosta. Ainda tenho alguns exemplares. Você quer?” - perguntou Tibagy.

Claro que quero mestre, e quero mais, quero que todos os meus colegas de curso de Direito consigam fazer carreiras consolidadas na ética e na transparência, quero que a justiça brasileira dê conta dos assombrosos 67 milhões de processos que emperram as varas criminais e cíveis, em todas as instâncias, e quero ser como o senhor. Juiz? Desembargador? Talvez, se assim se encaminharem os desígnios de Deus.

Refiro, sobretudo, a seu caráter e a seu jeito simples, que um dia, no caótico fórum Lafayette em Belo Horizonte, inspirou o garoto Laílson a se tornar magistrado e que teve também a força de atingir-me feito um aríete, abrindo paredes espessas, onde se escondiam objetivos que eu sequer supunha que existissem, e que agora terão a força de conduzir-me na longa e acidentada caminhada do Direito.

Desconfio que seu exemplo Tibagy, continuará inspirando outros tantos jovens, ad eternum.

E quero mais. Quero que o bravo Nepomuceno vença essa batalha e que vocês dois possam curtir suas aposentadorias em meio à gratidão dos amigos, o respeito das famílias e cercados por peixes e mais peixes, graúdos e encantados.

Texto do meu querido amigo DÉLIO PINHEIRO

quarta-feira, 8 de abril de 2009

NUNCA TERMINA RELACIONAMENTO PELO MSN: SEMPRE TEM QUEM QUEIRA



No primeiro dia do ano novo, a vida conjugal não estava nada boa para P. Bello. Após longos anos de relacionamentos, Janaina estava irreconhecível. Nada tinha daquela doçura de senhora por quem se apaixonara. Era a brutalidade em pessoa.

P. Bello depois de um cansativo dia de trabalho, chegou em casa tomou um banho e sentou-se a frente da televisão. Janaina nem mesmo o olhou. Ele esperou mais alguns minutos e a chamou. Pediu-lhe que ficasse ao seu lado. Ela disse um bocado de impropérios e saiu resmungando. Diante da afronta P.Bello saiu contrariado e foi para casa na capital do Rio deJaneiro.Chegando no conforto do seu lar sentou-se diante do computador. Logo que começou a teclar apareceu Vanzinha, uma amiga de velha data. P.Bello contou-lhe então o drama amoroso. Vanzinha condoeu-se e o acomselhou para sacodir a poeira e dar a volta por cima,o mundo esta cheio de lindas mulheres, onde ele poderia um dia conhecer uma legal e colocar os pensamentos em ordem.

P.Bello gostou da idéia.Logo conheceu uma linda morena professora sensualmente e sozinha.

De repente o olhar de P.Bello se encontrou com o olhar da morena. Como conseqüência ela sorriu. O Bello visivelmente animado retribuiu e fez uma reverência com a cabeça.

A moça aproximou-se dele. P.Bello quase teve um desmaio, era Creusa a amiga mineira do orkut. Meio sem jeito ele a pediu em namoro.Hoje vivem dançando agarradinho e aos beijos.

Vanzinha olhava tudo dando risada de ver o amigo feliz. P.Bello não voltou para a região serrana, e no dia seguinte também não foi trabalhar(foi despedido pelo msn).

P.Bello chegou em casa sorridente, vai mandar alguem pegar suas roupas e demais pertences. Janaina deve esta preste a corta os pulsos(também quem mandou terminar relacionamento pelo msn) (...)rsrs. Na porta de saída da recidéncia de Janaina ele parou, olhou com desdém para a mulher e informou a ela que não viria mais trabalhar. Janaina ainda indagou que tentou se apaixonar por ele etc. Ele já esta feliz, vida nova e mulher nova.

Creusa e P. Bello hoje vivem felizes.

BJKS DA VAN( HOMENAGEM P/ UM QUERIDO AMIGO MEU)

CAI NO CONTO DO VIGÁRIO AO ESTUDAR DEMAIS



Parem tudo e prestem atenção, por favor. Juro que não tem nada de errado comigo. Mas preciso escrever sobre um tema com um único objetivo: te dar a oportunidade de mudar teu futuro. Vamos fazer um exercício rápido. Você sabe por que entrou na universidade? Bem imagino que sua resposta vai ser: “porque é importante estudar” ou “porque meus pais sempre disseram para eu estudar se quisesse ser alguém na vida” ou mesmo “para ter uma condição de vida melhor”. Se formos sintetizar essas e outras possíveis respostas, poderíamos resumir em uma só: as pessoas estudam para ganhar dinheiro. Evidente que existem muitos outros motivos, mas o principal deles é ganhar dinheiro.

Já tive oportunidade de dizer que, quando criança, meus amados pais sempre insistia sobre a importância dos estudos para se ter uma vida melhor. Não era explícito, mas o dinheiro estava no raciocínio deles. Bem, agora me diga uma coisa: quando você terminar o curso que está fazendo, quanto acha que vai ganhar como empregado? Não sabe? Pois eu sei: você ganhará um valor bem abaixo do mínimo necessário para viver decentemente e, quando casar e tiver filhos, então verá que o valor se tornará indecente em relação a seus gastos. Pior do que isso, o que vai ganhar durante toda sua vida como assalariado dificilmente chegará a ser suficiente para ter uma vida folgada pelo menos para a maioria absoluta dos brasileiros. Ah... você não tinha pensado nisso? Pois pense que ainda há tempo. Perdão, mas você ainda não me foi convincente na sua resposta do motivo pelo qual está fazendo faculdade. Pois eu ajudo você um pouco a entender o que se passa. Impregnaram a sua mente desde criança, como fizeram comigo, dizendo que de
vemos estudar, do contrário seremos burros e vamos conseguir apenas trabalhos de baixa remuneração. Eu que tenho 41 anos acreditei muito antes de você caso tenha nascido depois de 1967.

Essa crença me fez estudar um pouco mais do que gostaria. O problema é que, apesar de ter investido um tempo incrivelmente grande em estudos, apesar de ter gasto uma fortuna em mensalidades e livros, meus ganhos hoje são infinitamente menores do que o investimento que fiz nos meus estudos. Sabe o que eu então descobri? Caí no conto do vigário dos meus pais inocentes.

Os paradigmas que desenvolveram em nós relacionados com estudos, da mesma forma que outros tantos paradigmas, alguns inclusive absurdos, têm nos guiado em nossas decisões sem nos deixar refletir. Têm funcionado como uma espécie de cão-guia — burro aliás — que vai nos levando e, como esse cão é burro mas não fraco, ele nos leva para onde foi treinado para nos levar e para pará-lo precisamos ser fortes e segurar as rédeas para mudar de direção. Veja, não estou dizendo que você não deva estudar. O que estou dizendo é que as universidades estão arcaicas em seu saber e estão preparando-o para a penúria financeira, direcionando-o para o ramo do emprego, onde sua vida estará nas mãos de outra pessoa e ela vai remunerá-lo bem aquém do que você vai precisar para viver dignamente. Assim o problema não está em estudar, mas o que estudar e onde estudar. Evidente que sempre a informação fará toda a diferença, mas não é qualquer tipo de informação.

As universidades se transformaram ou em caça-níqueis como nas particulares ou em reduto de doutores cujas atividades garantem muito mais seus empregos do que um conhecimento adaptativo para um projeto de vida afetivo e econômico decente. Então você que está fazendo uma universidade, principalmente se for numa das arapucas que surgiram a partir dos mandatos do Fernando Henrique Cardoso, tranque a matrícula e vá estudar com quem realmente possa lhe dar informações que façam a diferença em sua vida. Posso garantir que nos últimos dois anos tive muito mais informações em treinamentos independentes do que com doutores em universidades. Pare de se enganar. Ainda há tempo!

BJKS DA VAN

PLANETA DESCARTÁVEL


Abriu, usou, jogou fora. O resto vai para o lixo. O que muita gente não sabe – e nem se preocupa em saber – é o que acontece depois disso. O fim pode ser a janela do automóvel por onde se joga a latinha de cerveja ou o papel de bala; a lixeira do canto da parede; ou qualquer espaço público, como ruas, praças e meio-fios (já que o que é de todo mundo não é de ninguém). Só se percebe o incômodo do lixo quando a coleta municipal não passou para recolher os sacos acumulados na porta de casa.

O lixo é aquilo que a sociedade não quer. É o que enoja, o que tem mau cheiro, o que enfeia. Desprezo que acaba transferido a quem com ele trata, o gari, injustamente ignorado por grande parte da população. Logo quem está aí para limpar a sujeira dos outros. Devia ser a profissão que oferecesse os mais altos salários. Mas basta um uniforme laranja e uma vassoura na mão para se tornar invisível.Foi o que apontou pesquisa de um psicólogo que varreu por oito anos as ruas da Universidade de São Paulo para comprovar que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro.

Seja pela rapidez de livrar-se do lixo, por higiene, organização, praticidade, ou pela própria dinâmica capitalista, as gerações das últimas duas décadas já nasceram sob a filosofia do "tudo descartável". Dos jovens de hoje, são poucos que já foram nos super-mercados levando um casco de Coca-Cola para comprar o refrigerante.

Os museus guardados pelos nossos avôs no porão foram substituídos por cômodos limpos, sem bagunça e longe de qualquer sinal de ratos ou baratas. A prática de armazenar para depois reutilizar tornou-se ultrapassada diante das garrafas de plástico, sacolinhas de plástico, copos de plástico (produtos que, jogados na natureza, levam mais de 100 anos para se decompor). Até mesmo bens duráveis como eletrodomésticos e carros não têm mais o prazo de validade de antigamente. No embalo, até romances se tornaram descartáveis. É a era do ficar.

Cerca de 40% do que é comprado pela população vira lixo e cada pessoa descarta, em média, 300 kg de resíduos por ano. Se nada for feito, é possível que, em alguns anos, estaremos disputando espaço com ele (mais do que hoje). Não há como parar de produzi-lo, mas é possível diminuir sua dimensão reduzindo o desperdício, reutilizando sempre que der e separando os materiais recicláveis para a coleta seletiva. Consumo responsável. Pois um dia tudo se esgota.

Recente campanha publicitária de um banco exibida no Brasil tratou sobre o problema ao argumentar que, do ponto de vista do planeta, não existe como jogar lixo fora. Porque não existe "fora":

- Quando você joga algo fora, está jogando dentro. Dentro do planeta. É simples assim. Se o problema é uma questão de escala, a solução também é: pequenas medidas, multiplicadas por 6 bilhões de seres humanos, têm um efeito gigantesco. Faça a sua parte e ajude a termos menos aquecimento global e um modo de vida sustentável.

Façamos, então, a nossa parte. Antes que seja a nossa vez de ir para o lixo.

Bjks da van

sábado, 4 de abril de 2009

OLHOS DE FIRMAMENTO.

Queria pedir que ele não embarcasse.

Mas parecia que precisávamos desse desencontro todo.

Primeiramente, por nos amarmos demais. Como se o amor fosse algo palpável, que se gastasse a cada “eu te amo”, ou a cada abraço interminável, de tirar o fôlego. Há exatamente um mês, ele deixara, escondido, um bilhete em minha bolsa. Em letra de forma: “Não consigo parar de pensar em você! Naquele seu abraço forte e aconchegante...”. No mesmo dia em que ele me pedia em namoro.

É um medo constante. Perder o que se tem de bom… Há tanta gente por aí que perde. E sai maldizendo o amor. Será que o cultivaram erradamente?

Por nos amarmos demais… Todo começo é maravilhoso! Ou quase todo. O nosso foi. E ainda o é. Apesar dos desencontros. Voltando, acho que foram importantes. Ajudaram a fortalecer. E afastaram o temor de ver o amor se esvair pelo sufocamento da repetição. Porque mesmo as mais intensas vontades passam. O segredo é guardar um pouquinho para o dia seguinte!

Mas, realmente, não queria que ele embarcasse. Havia menos de uma semana que eu chegara de são Pedro d" aldeia. E ele me largaria aqui. Num abandono tão lancinante que me fazia crer estar em outra cidade que não a minha.

Aquele relacionamento, por vezes, fazia-me sentir uma desnaturada, relegando tudo a um segundo plano. Como se, para viver um amor pleno, não sobrasse coração para ser filha, irmã, amiga. Não adiantaria explicar. Aos apaixonados, minhas palavras seriam melodia, com a qual embalariam seus próprios devaneios. Aos amargurados, soariam como contos de fadas, com a página derradeira arrancada pelas unhas da desilusão.

São apenas dois dias, meu amor!

Era uma racionalidade que eu invejava. Sempre me pareceu bem mais saudável que um coração escancarado e ditador. Afora a sensação de controle e maturidade que exala. O que são dois míseros dias, para quem sonha com uma vida inteira? Nada! O que são dois dias para quem se descobre encarando o amor verdadeiro e sente precisar dele para vencer o mundo? Nada…

Vinha mesmo precisando de um tempo. Para organizar minhas coisas, ajeitar minha vida. Para que nela pudesse caber essa pessoa que traria tanta coisa consigo. Tantos sonhos e silêncios. Tantos sorrisos e esperanças.

Sem falar na pilha de livros por ler, nas mil crônicas que eu estava a dever (o meu chefe Argemiro), na dúzia de relacionamentos que eu deixara por regar. Dois dias não bastariam. Mas que ele nem desconfiasse desse sussurro. Teria de arrumar as coisas mesmo depois que ele(Edu) voltasse!

A mensagem dele desejando parabéns pelo primeiro mês de reencontro chegara antes que eu conseguisse enviar a minha. E tinha muito mais palavras. Era gostoso ver o quanto de mim já havia sido absorvido por ele (a verborragia e a intensidade de uma boa geminiana).

Eu continuara a brigar com o computador, para não deixá-lo esperando muito tempo a resposta. Em vão. Consegui com o celular. Daí, fiquei eu a esperar uma tréplica que não chegou. Ensaiei direitinho um recado para que ele soubesse de mim, mas não precisasse se manifestar: “Recebeu minha mensagem, meu amor? Basta que sorria um pouco, beije de leve as pontas dos dedos, para que eu saiba que sim.”.

Há tempos, confisquei uma foto dele em criança, sentadinho num degrau de casa, dedinho e uma fralda enorme grudados à boca. O que mais resplandece são aqueles cabelos loiros e enormes. Há pessoas que deveriam ser proibidas de crescer. Ou obrigadas a despregar-se de si, para que o resto do mundo pudesse contemplar a beleza imaculada e gratuita de uma criança perfeita. Ou, ainda, conceber outra pessoinha exatamente igual, fazendo da vida um eterno recomeço.

Foi essa fotografia que me ensinou a esperar. Sentadinho naquele degrau, a criança esperou. Sabe-se lá o quê! Talvez o clique da máquina. Talvez o sorriso de aprovação do fotógrafo. Talvez uma vida inteira. Para que, enfim, pudesse conhecer a pessoa com a qual se envolveria tão rapidamente e por quem se apaixonaria perdidamente…

Os dois dias se passaram.

Ele voltou.

Do jeito que me abraçou no aeroporto, senti que não haveria mais tanto espaço para nós dois.

Silencioso, entregou-me uma carta, antes mesmo que entrássemos no carro.

No loiro dos seus cabelos, havia tanta luz, que consegui ler sem precisar violar o envelope. Suplicava por um pouco de Vanzinha-Minha. Para que a vida voltasse no tempo. E ele Edu, pudesse mostrar ao mundo a beleza que há em olhos de firmamento.

Bjks da Van

sexta-feira, 3 de abril de 2009

PSICOLOGIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL



A maioria das transformações das últimas décadas principalmente na sociedade ocidental, manifesta o tom extremista, ou a busca intensa de novidades, precocidade, impaciência, pressa, inovação constante, relações efêmeras e baixo limiar de frustração. São comportamentos, atitudes ou sonhos que sempre estiveram presente ou latente, mas que parecem intensificar cada vez mais a carga crescente de estímulos que todos recebemos. Reconhecer que muitos dos nossos sentimentos e comportamentos são decorrentes de nossos pensamentos é o princípio que norteia a técnica de psicoterapia cognitivo-comportamental, criada por Aaron Beck nos anos 60. Assim faz-se necessário aprender a identificar as armadilhas e distorções dos nossos pensamentos para termos a chance de remodelá-lo e podermos sentir melhor. Os pensamentos para serem considerados saudáveis devem preencher os critérios de validade e utilidade.

Por validade entenda-se o pensamento mais próximo da realidade e da verdade, que pode ser distorcido na avaliação da quantidade, gravidade e freqüência. Por exemplo, se uma situação seja ela uma brincadeira, uma aula, uma festa ou uma entrevista para um trabalho teve o resultado mediano e o pensamento for algo do tipo: sou um desastre, não faço nada direito, não deu tempo de brincar nada, estraguei tudo, a sensação de tristeza e frustração será proporcional ao drama da frase e não da situação normal.

Pensamentos tudo ou nada do tipo 8 ou 80 é muito encontrado atualmente inclusive em crianças que quando algo não foi 100%%, em vez de dizer que foi 50, 60 % fala-se “foi uma droga”, “estraguei tudo”, “estou perdido(a)”. Para corrigi-la deve se relativizar a situação em vez de achar que existem apenas duas categorias extremas.

Pode ocorrer um erro na dimensão do tempo e um evento único ou ocasional pode ser sentido como uma regra fatídica, com falas do tipo “sempre sobra para mim” ou “eu nunca me controlo”.

Conclusões precipitadas antes de ter elementos ou evidências suficientes para tirar conclusões, automaticamente prevê-se que vai acontecer um desfecho para si mesmo como “eu vou desmaiar no dia da apresentação da monografia”, “ nunca mais vou gostar de ninguém”. “Eu tenho que”: Conceber como uma obrigação ou ordem, algo que seria bom ou que você escolhe fazer serve para todos. A sensação desagradável sugerida por esta expressão poderia ser minimizada se fosse pensado e dito: “eu escolho fazer”. Quando situações circunstanciais são encaradas e rotuladas negativamente como “você é uma chata”, “eu sou um bobo” também são distorções de pensamento e podem ser substituídas por “eu me enganei” ou “você está me incomodando”.

Outras vezes no lugar de entender as situações como sendo complexas e influenciadas por vários fatores nos culpamos ou colocamos a culpa nos outros.

Para entendermos a utilidade de nossos pensamentos, vamos responder a pergunta: afinal quem sou eu? A resposta pode revelar crenças centrais distorcidas e aprendidas ao longo de nossas vidas como: “eu não sou confiável”, “sou diferente” que devem ser corrigidas através da análise das evidências que vão contra ou a favor destas crenças. Responder sobre qual a utilidade de se manter estes pensamentos também ajuda a clarear a situação.

Para poder corrigir essas armadilhas do pensamento, que geram sentimentos e emoções como ansiedade, raiva ou depressão procure um psicólogo cognitivo comportamental que lhe ensinará a identificar e fazer o registro de seus pensamentos automáticos e planejar desenvolver pensamentos adaptativos. Uma das primeiras estratégias é analisar se o pensamento contem palavras que indicam extremos e generalizações como tudo/nada, sempre/nunca, todos/ninguém, somente, super, muito, mesmo. Quando se fala: eu sempre faço tudo errado inclui as palavras tudo e mesmo. Perguntar-se: é sempre que faço tudo errado ou seria mais realista dizer que de vez em quanto faço algumas coisas erradas? Já fiz coisas certas? Eu já me sai melhor em outras situações? Continuando você pode fazer perguntas mais amplas e relativistas como: há outro modo de interpretar a situação? Há outros fatos atenuantes para o que ocorreu? Outra pergunta interessante é: o que eu diria a um amigo meu?

Após estas considerações podemos perceber que ao substituirmos pensamentos distorcidos e exagerados por outros mais realistas e ponderados, ocorre rapidamente uma melhora dos sentimentos e das emoções. Como teste, pense por um momento na frase “eu sempre faço tudo errado mesmo?” “E agora substitua por” é já me saí melhor, mas se eu me dedicar mais posso recuperar”.

Este tipo de abordagem com suas técnicas tanto cognitivas quanto comportamentais visa despertar a pessoa para o fato de que os riscos não são tão grandes, que temos mais recursos internos do que pensamos e que vale a pena experimentar pensamentos mais adaptativos.


bjks da van

quarta-feira, 1 de abril de 2009

MINHA VIDA DE OUTONO



Minha vida de outono, parei um pouco, na varanda, para olhar as árvores do quintal.

Tempo árido e nublado me lembrou qualquer coisa como prisão de alma. Ventinho quase irrespirável derrubava folhas secas e as fazia voltear pelo chão, como se executassem, mãos dadas com poeira fininha, estranho bailado de despedida, na cadência de acordes longínquos de Villa Lobos. Sabiá tresvariado ensaiava seu canto de nostalgia, talvez buscando lugar onde construir ninho, no outro lado da rua, em quintal vizinho.

Com pés de pluma, ele se aproximou e olhou para o que eu olhava. Encarou-me e, como se exercitasse especialíssimo dom de decodificar mensagens subliminares e decifrar meandros, pôs-se a tecer comentários, voz doce de veludo, com a clara intenção de resgatar-me.

Vida de outono e sempre triste, seja como estação do ano, seja como metáfora sugestiva de fase da vida. É certo que, logo depois da estação outono, vêm a primavera, que é recomeço. A natureza rebrota, exuberante; vem a florada, na forma de explosão de cheiros e cores. E surgem os frutos, as sementes e a chuva. É a oportunidade do verão.

À fase outonal da vida, não se segue primavera nenhuma. Nem mesmo verão. Seria querer perpetuidade impossível e indesejada né? No entanto, o que vem após o nosso outono pode ser transformado em início de qualquer coisa boa, alegre e saudável. Depende do nosso firme e decidido querer, do arbítrio pessoal de que ainda somos.

A propósito da circunstância, que tal recordar aquele Fernando Pessoa de quem tanto fala? Pois modifique o verso dele! Assim, por exemplo: viver sempre vale a pena, se a alma não é pequena.

Venha aqui, firmemos, nesta encruzilhada aparentemente sombria, o compromisso de tornar palatável o tempo. Que tal uma reavaliação de hábitos e idéias? Que tal uma chacoalhada na vida profissional.

Abracei-o. Acho que falei agradecimento e alguma coisa de amor. Preferi silenciar-me, quanto ao compromisso sugerido, porque ele já estava selado, no meu íntimo.

Vou continuar no exercício, da profissão recente. Afinal, ela veio depois da psicólogia, como se fora uma correção de rumo. Continuarei a fazer poemas pobrezinhos e arremedos de crônica. Delineei sonhos de longo prazo. Permanecerei sócia dos pagodes da minha Vila Isabel, com a galhardia possível, as dores que me aguardam. Estou contando com a ajuda de Deus.

Assumi, ainda tacitamente, outros pequenos compromissos. Não vou revelá-los, no entanto, que não pretendo reescravizar-me a nada, nem receber cobrança.

( Se o querido amigo (a) notou um certo travo de tristeza, no texto que acaba de ler e nesta aprendiz de cronista, devo dizer-lhe que as dores já são passadas, choveu e a alegria de estar viva retornou, inteira.

bjks da Van