quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A OPORTUNIDADE ESTÁ LOUQUINHA POR VC



A oportunidade está louquinha por você



A maioria das pessoas, desde muito cedo, escuta fortes preleções sobre a importância dos estudos em suas vidas. Alguns pais chegam a exagerar, uma vez que, para forçá-los a seguir suas orientações, fazem associações absurdas e irracionais afirmando que se seus filhos não estudarem ficarão burros, ou serão pobres ou não conseguirão arrumar alguém interessante na vida. Essas falsas afirmações aos poucos se transformam em crenças e passarão a funcionar como verdade nos filhos.

Nasci no interior de minas gerais, mas fui criada na capital do Rio de janeiro, onde o meio de locomoção mais eficiente no bairro de santa teresa era o bondinho.Meus queridos pais e amados avós, eles sempre me disseram que eu devia estudar para "ser alguém na vida". Depois de crescida, quando passava com eles numa rodovia onde se via aqueles funcionários uniformizados com foices roçando o mato ao largo das margens, eles diziam: "está vendo! Eles quando pequenos não estudaram e olha que tipo de trabalho agora tem que fazer e, pior que isso, ganhando uma miséria!". Todo esse histórico foi desenvolvendo em mim a crença relacionando estudos com ganhar dinheiro e ter sucesso na área financeira. Isso me levou a estudar um pouco mais, o que foi ótimo.

Não deixa de ser verdadeiro que estudar abre portas no âmbito profissional e financeiro, mas relacionar os estudos ao sucesso profissional é um erro, como também não é saudável imaginar-se ausência certa de sucesso quando não se faz os cursos regulares que nos pregaram, ou seja, entrar na escola primária e galgar todos os degraus acadêmicos, de preferência até o doutoramento. Há poucos anos descobri que a associação que fiz e desenvolvi como crença de que estudar leva a ganhar dinheiro não era verdadeira e muito menos adaptativa, uma vez que meu sucesso financeiro não acompanhou meu desempenho acadêmico. Também percebi que muitas pessoas que não fizeram todos os degraus de estudos regulares que eu fiz conseguiram um sucesso profissional e financeiro invejável, refletindo-se numa qualidade de vida muito melhor que a que eu tenho com minha família.

A grande diferença entre o sucesso e o fracasso na área profissional e financeira não está no tipo de inteligência que cada um tem, mas no tipo e quantidade de informações que vai colocando na sua mente. A maioria das pessoas ainda não acordou, e eu acordei a pouco para a realidade de que um diploma de nível superior e mesmo um de doutor não é passaporte seguro para o sucesso profissional e financeiro, ainda que isso possa ter sido verdadeiro há algumas décadas atrás.

Esse tipo de informação que os cursos regulares das universidades nos fornecem, quase sempre nos leva a um sucesso financeiro no máximo sofrível. Em mais de anos de profissão, nunca conheci um psicólogo riquissimo. No entanto, conheci muitas pessoas que nem curso superior fizeram e que, partindo do zero financeiro, chegaram a patamares que permitem ser qualificados como ricos. Por muito tempo, acreditei que eram ladrões e desonestos. Depois percebi que eu era ignorante e buscava justificar minha situação desqualificando as pessoas de maior sucesso que eu. O que permite um grande sucesso financeiro não está ligado aos cursos regulares e sim ao tipo e quantidade de informações que se recebe. Todas as pessoas de sucesso financeiro colocaram em suas mentes informações adequadas e estudaram o sucesso e a ciência de ficar rico. Essas pessoas, com tais informações, adquiridas em treinamentos com pessoas altamente qualificadas, mudam seus paradigmas e conseguem criar oportunidades e enxergar as oportunidades existentes. A oportunidade que você mais busca na vida está louquinha atrás de você. Basta que você dê oportunidade a ela. O que você pretende fazer para parar de ficar se queixando da vida?

bjks da van

CRI$$$E:: AS NOVAS VITIMAS AQUI DA CRI$$$E DE LÁ



As novas vítimas aqui da crise de lá



Sempre e de alguma forma estudamos ou ouvimos falar da Grande depressão de 1929 nos EUA, que abalou a economia mundial e provocou, dentre outros tantos males, o surgimento e crescimento do nazismo na Alemanha e, conseqüentemente, a inevitabilidade da II Guerra Mundial.

Ninguém imaginava que vivenciaríamos algo parecido com a atual crise hipotecária americana e européia, que já contaminou meio-mundo e se escancara em território brasileiro.

Coincidência ou não, nos próximos meses o império em queda livre deve eleger seu próximo presidente, ou melhor dizendo, o síndico da massa falida, o tutor do espólio insolvente, o general que irá tentar uma saída um pouco menos desastrada e desonrosa do Iraque, da que tiveram que infringir nos anos 60 das selvas vietnamitas.

Sem querer ser pessimista, seja quem for o eleito o cenário será pior do que com o intragável Bush.

Com McCain, Palin & CIA, o desastre será mais radical, o jogo será mais bruto e seguramente o mundo será uma nave mais perigosa de se sobreviver.

Acredito que na sua sanha enlouquecida contra o terrorismo islâmico, o velho senador republicano não hesitará em lançar mão de armas nucleares, como já ameaça em campanha, contra Paquistão / Afeganistão, atrás do fantasma de Osama Bin Laden.

Já o Osama, digo, Obama, também se fechará em copas, embora acredite que sua política externa seja de uma retirada estratégica e mais suave da encrenca em que se meteram no Iraque.

No resto, só pensam mesmo é no protecionismo econômico e na América-para-os-americanos!

Psicológica e domesticamente já se notam os primeiros sinais da crise no comportamento e na saúde da nossa população.

Já se nota uma maior movimentação nos consultórios médicos, confirmando que as oscilações da bolsa têm reflexo não apenas no balanço das empresas, indicando a cada queda no i-Bovespa um aumento da mortalidade por enfarte.

O fenômeno funciona como uma virose alimentada pela incerteza, pelo pessimismo, pela insegurança e medo de perder bens, dinheiro ou o simples emprego.

Contamina quem tem e quem não tem dinheiro investido. É o efeito manada! E dá-lhe aumento de consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e lexotan!

Com essas sobrecargas emocionais, a adrenalina aumenta até provocar taquicardia, e o hormônio cortisol acaba engrossando o sangue, debilitando o sistema imunológico e levando a depressão.

A dica é não abandonar as atividades físicas e de lazer, ou que sejam iniciadas o mais rápido possível, antes que o lobo mau da crise de lá faça mais uma chapeuzinho-verde-amarela de vítima daqui!

bjks da van

terça-feira, 28 de outubro de 2008

FALANDO SOBRE SEXO


OS GARANHÕES

As ainda tímidas procuras pelos homens de clínicas e consultórios médicos e psicólogos especializados confirmam uma trágica falência ao antigo mito do machão infalível, do tempestuoso e insaciável abatedor de lebres que durante o fim do século passado ainda iludia a fantasia erótica-social-tupiniquim.

Recentes pesquisas mostram que 35% dos jovens adultos brasileiros apresentam algum tipo de disfunção erétil, o que traduzido num português mais cotidiano significa que falham na hora H!.

É claro que doenças conhecidas como diabetes, hipertensão, colesterol nas alturas provocam falta de ereção, mas estes representam infelizmente uma parcela bem pequena deste levantamento recente entre homens de 18 a 40 anos.

As causas apontam sim para questões culturais e emocionais, questões mais subjetivas que propriamente fisiológicas...

A lista começa desde a iniciação inadequada, marcada por experiências negativas e perversas, além dos já conhecidos fatores de ansiedade e insegurança.

A novidade começa no reconhecimento da informação e acabam por redundar em problemas conhecidos (desemprego, baixa renda, pouco conhecimento) que deságuam no universo sexual, provocando um baixo desempenho.

É o fim da sexualidade masculina baseada apenas na brutalidade, virilidade e musculatura farta!

O problema recrudesce na medida em que as pessoas, devido à nossa cultura tropical machista, receiam dividir seus problemas até mesmo na privacidade de um consultório... Uns procuram se iludir na fantasia que o problema é passageiro, outros que não têm como se tratar e há ainda aqueles que culpam a parceira como o bode expiatório de todos os seus males...

Psicologicamente falando falhar de vez em quando não significa nenhuma anormalidade... O problema surge quando esta freqüência permanente e passa a ocorrer cada vez mais!

É preciso entender que após um dia-de-cão, que você esteja cansado, chateado ou deprimido é mais do que provável e normal a impotência sexual...

Querer ser super homem, exigir mais de si do que pode, ter de manter a fama de ser macho, pode custar muito caro aos candidatos a garanhões de plantão...

Já que a vida-la-de-fora está e vai continuar cada dia mais estressante e competitiva, que tal investir mais nos fatores indoor, mas relações com a parceira, no diálogo, nas brincadeiras, no beijo, no carinho mútuo, e especialmente na elevação de si mesmo como gente, ser humano, protegendo e elevando sua auto-estima?

Pode ter certeza, a “cama” vai adorar!!!

BJKS DA VAN

TEMAS::POLEMICOS



Drogas: vencendo barreiras e preconceitos - Tabagismo: o novo vilão



Apesar de toda a discussão que causou a declaração recente de nosso popularíssimo Presidente da República, de que todo mundo deve ter o direito de fumar, desde que não incomode os outros, isto em meio a grossas baforadas de um legítimo charuto cubano, creio que sua infeliz declaração possa ter trazido um pouco de humanização a este debate, verdadeira cruzada nacional e internacional contra o uso do tabaco.

Como psicóloga, educadora e mãe, sou profundamente partidária da abstinência ao cigarro por entender os males e doenças que provoca e especialmente por ser a possível porta-de-entrada para dependências de drogas mais potentes mais adiante.

Os números são realmente impressionantes: 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil vítimas do cigarro. Por outro lado, pesquisas revelam que 80% dos atuais fumantes querem, mas não conseguem ficar livres do vício (apenas 3% conseguem a proeza!).

As pessoas ainda desinformadas atribuem a dependência da nicotina a uma simples questão de força-de-vontade e não procuram uma ajuda especializada para se livrarem do mal.

Aqui, gostaria de fazer um alerta especial para as minhas amigas mulheres, que conforme pesquisas têm mais dificuldades que os homens de abandonar o vício... Entre as razões, o medo-da-balança, a ansiedade típica feminina e o reconhecido stress provocado pelas múltiplas jornadas que somos obrigadas a dar conta para sobreviver, trabalhar, criar filhos e ainda ter-de-ficar-linda!.

Do ponto de vista comportamental, porém, não posso deixar de reconhecer a humanização que a fala do Lula acabou por provocar, bem no meio da contramão contagiante e majoritária da cruzada mortal contra o cigarro e aí é que mora o perigo contra os fumantes também.

Um clima de intolerância, perigosamente fascista parece se instalar contra os dependentes de tabaco (ao contrário do que ocorre com os usuários da cervejinha, ou do uísque social) como se fossem criminosos, leprosos, imorais, ou ETs, cidadãos altamente nocivos à saudável convivência cidadã.

O fumante (como qualquer outro tipo de dependente químico) é um ser humano como qualquer um de nós, que apresenta esta fragilidade e vulnerabilidade, que deve ser motivo de apoio e solidariedade de todos nós!!

BJKS DA VAN

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

AMOR

AMOR....FELICIDADE...CARINHO..COISAS BOAS.ESTÃO RESUMIDO EM UMA SÓ PALAVRA.AMOR...AMOR.


http://lh4.ggpht.com/lipinheiro84/SP9BryiV5PI/AAAAAAAABB4/sozecT1-taI/s400/remedio.jpg

GABRIEL O PENSADOR:: PATRIA QUE MIM PARIU

FIZEMOS A NOSSA PARTE...AGORA PREFEITO EDUARDO PAZ FAZ VALER APENA!



O voto não pode ser moeda de troco

Fizemos a nossa parte. No rio tivemos um segundo turno. E deveríamos chamar de o Dia do Cidadão. Um dia único, quando o rico e o pobre ficam no mesmo patamar. O voto dos dois tem o mesmo peso. Acredito até que o voto do pobre tem mais importância, porque faz parte da maioria e está na mão destes a decisão de fato de eleger o representante.

Apesar das distorções do processo do regime democrático, a escolha pelo voto ainda continua a ser a melhor opção. Recentemente, ouvi uma citação sobre eleição bem provocativa: “de que eleição é você votar em alguém que não foi escolhido por você”, quem escolhe de fato os candidatos são os diretórios dos partidos que são formados na sua maioria por grupos de pessoas que geralmente colocam os seus interesses acima da demanda da comunidade.

Tenho dúvida se a qualidade das nossas eleições está melhorando. Não sei avaliar. A maioria dos candidatos não deixa claro o seu sentimento em relação à coisa pública. A população na sua maioria está indiferente. Grande parte vai às urnas porque o voto é obrigatório, outra aberração: somos obrigados a exercer um direito.

Muitos votam sem entusiasmo. Parece-nos que não há consciência da importância do voto. O voto está relacionando diretamente a mudanças na qualidade de vida do país em todos os aspectos. Quando escolhemos o vereador, prefeito, deputado, governador, presidente da República, podemos dar um salto de qualidade nos serviços públicos. Esta é uma grande oportunidade de melhorar a saúde, segurança, educação, a cidade e o país.

Outro fato de que não podemos esquecer é que normalmente o prefeito que escolhemos hoje pode ser o governador na próxima eleição. Eles são os responsáveis por administrar a maior empresa do país, a máquina pública, de que cada cidadão é um acionista. Cada praça, cada prédio público, seja municipal, estadual ou federal pertence a todos habitantes do País, indiferentemente de sua condição econômica.

Votar, acredito, é a decisão mais importante de um cidadão. Por este motivo é necessário pensar, analisar e escolher o melhor. Esta é uma decisão solitária, única, pertence a cada um, temos que escolher bem, se não temos o ideal, façamos por eliminação, que é uma forma de melhorar no longo prazo o sistema político.

Temos, em minha opinião, que escolher e isso já acontece nas empresas. Candidatos que possuem características além das indispensáveis como honestidade, competência, serem inovadores, porque o atual modelo das cidades não atende mais às nossas necessidades. A prioridade hoje é para o cargo e não para o cidadão e o meio ambiente.

O barulho incomoda. O idoso não tem seu espaço, há falta de segurança, lazer, serviços e o trabalho fica longe da moradia.

Não podemos votar apenas por amizade, parentesco, para ganhar algo pessoal ou porque alguém está pedindo. Temos que valorizar muito o nosso voto. Ele não pode ser moeda de troco. Seu voto pode melhorar a qualidade de vida de nossa cidade.

bjks da van

terça-feira, 21 de outubro de 2008

LULU SANTOS:: O SILENCIO

SILENCIO

O silêncio desenhado pela mãe natureza

Como é lindo ficar sentadinho à beira-mar em uma cadeirinha de balanço ao entardecer! Eram os últimos minutos do dia em que o sol ainda mostrava sua exuberância, mas de maneira mais branda. Seus raios já não faziam doer à pele e tive sorte, pois não tinha mais ninguém em volta. Éramos apenas eu e o mar.

Dei uma olhada panorâmica como se estivesse tomando conta do pedaço e, em seguida, me estiquei na cadeira, como se quisesse me deitar sobre todo o mar. A leve brisa acariciando minha cabeça, mas o suficiente para sentir a cutucar suavemente as partes da cabeça.

Dizem que o mar mobiliza medos, pois a mim mobilizou harmonia, paz e bem estar. Mais que isso, meus medos se foram e é sempre assim quando estou diante do mar. Por isso talvez eu precise tanto do mar. Meses sem conviver pelo menos um dia com essa imensidão salgada me tornam ansiosa e carente de seus feitos terapêuticos. A grandeza do mar me contamina e minha insignificância por alguns momentos é substituída por uma sensação de poder incontestável, como se o tanque da minha alma fosse abastecido do mais puro combustível e me deixasse pronto para muitas viagens sem importarem a direção ou os perigos.

De alguma forma, aquilo que as religiões chamam Deus, eu sinto intenso em cada gota de água. Não é somente aí que sinto a presença Dele, mas da mesma forma que o infinito do céu é expressão de sua existência, o mar também me deixa pleno Dele, pois são as infinitudes se misturando comigo.

Para mim, no mar, Deus se manifesta de diversas formas. Uma delas está relacionada com a audição. O vento faz aquele zummmmm nos meus ouvidos; as ondas fazem aquele chuáaaaaaaaa, enquanto vão se consumindo em direção à praia, depois daquele plafttt, ao quebrar ainda meio longe da praia. Outra se relaciona com a visão. Aquela imensidão azul me faz mergulhar em mim mesmo e desvendar segredos que até então estavam guardados a sete chaves; aquele véu de noiva desenhado pelas ondas na areia ameniza as tensões acumuladas em meus pés em mais um dia intenso de trabalho. Não necessito de muito tempo para ser contaminado por toda essa grandeza, mas a vontade é deixar o tempo passar e ali permanecer até que o sol, ao ir embora, coloque milhares de substitutos na abóbada celeste.

Tudo o que descrevi acima foi maravilhoso sentir e sempre que me aproximo do mar o mesmo se repete. No entanto, no mar, curiosamente nunca consegui ouvir a voz do silêncio e, pasmem, quando eu a ouvi pela primeira vez, me dei conta que é um dos sons mais doces e agradáveis de serem ouvidos. Gosto de Beethoven, adoro Bach e Mozart me encanta. Mas quando ouço o silêncio, o mesmo tipo de emoção me é aflorada e com a mesma intensidade. Não é fácil ouvir o silêncio, já vou avisando, mas se já tentou uma vez, continue tentando, pois o dia em que conseguir ouvi-lo pela primeira vez vai querer ouvir sempre, como uma melodia que você ouve e ela lhe harmoniza a mente.

Sempre gostei de morar em lugares sossegados. Uma vez acordei de madrugada e deitadinha em minha cama, encolhidinho debaixo do cobertor, veio a surpresa: ouvi pela primeira vez a voz do silêncio. Não queria dormir mais, pois se travou um diálogo. Não fiquei louca não. Quando conversamos com o silêncio não precisamos falar absolutamente nada, pois a comunicação com ele não depende de palavras. Com essa voz surda entendi que as palavras encobrem enquanto o silêncio revela.

Outra situação em que ouvi essa voz maravilhosa foi em acampamento. Algumas vezes já acampei e dormi em barracas improvisadas com pedaços de pau e folhas de palmeiras no meio da floresta. Impressionante como o silêncio aí fala mais alto. Você não precisa fazer absolutamente nada, apenas ficar quietinho que aos poucos as forças do silêncio se misturam com as características da natureza. Você é despido naturalmente de todos os seus limites e sentimentos negativos e logo um sentimento de proteção e uma profunda paz o fazem adormecer como que embalado pela mamãe natureza. Nana, neném!

BJKS DA VAN

domingo, 19 de outubro de 2008

LIVROS NOVAMENTE

Hipopotomonstros esquipe da liofobia


Os tempos mudaram. A leitura hoje é dinâmica, simples pesquisa sobre o básico, apenas pelo que interessa no momento. Pouca pesquisa ou estudo sobre determinado tema ou assunto; e lá se vão bibliotecas, os livros sobre os quais se debruçavam estudantes. Agora, é suficiente (assim pensam alguns estudantes, interessados somente em “passar de ano”) olhar na internet o assunto e copiá-lo na apresentação do trabalho escolar (o professor nem vai notar; equivocadamente pensam alguns ‘estudantes’). É cada uma! Ah! hoje, qual estudante de ensino fundamental e ensino medio escolar que já leu “A Odisséia”, de Homero? E “Os Lusíadas”, de Luís de Camões? É dose! Estes livros têm páginas e mais páginas, mais de 400, 500 páginas. Você já os leu? E tantos outros clássicos da literatura universal. Sem esquecer Jorge Amado... Livros volumosos, páginas e mais páginas... Leia-os. Leia pensando na mensagem, no enredo ou trama do livro; leia depois, ou antes, pensando na forma, na gramática, no estilo literário... Garanto que você aprenderá a falar bem e escrever com ortografia invejável. Ou ficará fadado à linguagem cifrada e não recomendável; linguajar da internet “vc qr tc cmgo... pode me add. Td bm” e por aí afora. Sou jejuno em internet.

O tema central é um palavrão de propósito. Vem o palavrão para despertar sobre uma boa leitura e não uma simples olhadela sobre determinado tema, com a conclusão precipitada e leviana de que já entendeu o assunto. Assim não dá. Você não passará no vestibular, no concurso para emprego e coisas semelhantes, porque você não domina o assunto e não o entenderá e nem o interpretará corretamente. Se arranjar emprego será com pouca capacidade ou competência e você não passará de um empregadinho; ou, mais grave, um puxa-saco do chefe, para garantir seu mísero emprego. Você tem medo de palavras grandes? Estou fazendo uma correlação entre uma boa leitura ampla e cultural e a leitura de qualquer assunto de forma breve e “en passant”; de modo que, o medo de palavras grandes vem, no caso, a se fundir com a preguiça de ler um assunto profundamente. Este texto, por exemplo, já a encerrarei. Para que você não tenha tédio, não venha com desculpas: que já entendeu todo o assunto, está com pressa, está sem óculos e depois a lerá, com calma; ou dirá até que o tema não tem figuras ilustrativas para atrair sua atenção. Neste caso, pensei, coloco minha fotografia simpática e cordial, você pode até achar a fotografia bonita e lerá todo meu texto.

Será a palavra do título a maior? E a palavra “inconstitucionalississimamente”? Agucei sua curiosidade. Não responderei, esperando você contar as letras; e, talvez, responder-me por e-mail fazendo uma crítica deste texto. Texto este fruto de conversa, por ouvir dizer, inclusive, que temas longos não se lêem. E no vestibular? Dos romances indicados são lidos somente os seus resumos. Você não passará no vestibular desta forma e nem será aprovado em concursos para emprego. E química, física, matemática, biologia. Como fazer nestes casos? Fórmulas e mais fórmulas e tirocínio. Estude tais disciplinas “en passant”: veja o enunciado e a resposta. Ah! É assim? Você vai dançar! Eu desejo a você todo o sucesso deste mundo. Então, leia bastante, estude, pesquise e... chega de conselhos. Vamos ao tema.

Antes, porém, vamos esclarecer e finalizar o texto. Este seu último parágrafo. Já estou terminando, apressadinho. Brincadeirinha, você é legal. O título deste texto significa medo de palavras grandes. Fobia vem do grego e significa “medo exagerado e doentio”. Há a fobia específica, classificação baseada na fisiopatologia. Cuidam dos estados de fobia os psicólogos, psiquiatras, por excelência. O medo, do latim, metu: sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça. A fobia, do grego, fobos, é um estado psicopatológico (doentio) caracterizado pelo medo excessivo, irracional, ansiedade extrema. É comum, normal e recomendável o medo que sente a pessoa comum, calcada na experiência do homem comum; valendo como instinto da preservação da espécie.

O medo normal é a prudência, a cautela. Todo herói tem medo. E qual é das citadas acima a palavra maior? É a palavra que tem 33 letras, a outra palavra só tem 30 letras. Qual é cada uma delas? A palavra que tem 30 letras é folclórica; é tecnicamente incorreta, porque não se deriva advérbio de modo do adjetivo no grau superlativo absoluto sintético.

Gostou deste texto? Leia tudo que lhe for oferecido, até bula de remédio. Valeu, meu amigo, DR. QUARESMA, RENOMADO PATOLOGISTA. Estou nas alturas, em lugar elevado, tenho acrofobia; tenho hipsifobia; gosto de viajar de avião, não tenho aerodromofobia, aviofobia ou aviatofobia. Entretanto, quando chove com trovões e relâmpagos, tenho astrofobia ou astropofobia. Finalizo tudo, lembrando de alguma coisa que me da medo; é fobo, ablepsifobia. Embora não sinta dor, esta é psicológica, tenho agliofobia.


BJKS DA VAN

sábado, 18 de outubro de 2008

TEMAS:: POLEMICOS



Drogas: vencendo barreiras e preconceitos - A dor da abstinência




Christiane F., a garota alemã que abalou o mundo com seu chocante livro Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituida, há quase 30 anos atrás, voltou novamente à mídia internacional recentemente (já com 46 anos) após uma brusca e incontrolável recaída, voltando a consumir heroína novamente.

A jovem, que já teve momentos de glória e superstar (seu livro virou best-seller e até ganhou versão cinematográfica) foi mais uma vítima da síndrome da abstinência aguda, que leva num momento de fraqueza a um retorno esporádico da droga, e que rápida e infelizmente faz com que a antiga dependência volte a se instalar onde um dia já reinou soberana e cruelmente.

É claro que Christiane F. utilizava remédios (à base de metadona) para suportar a fissura tentadora. Sem ajuda de um medicamento dificilmente se consegue ficar abstêmio quando o quadro de dependência é agudo.

Seus sintomas variam desde o forte desejo de consumo, doses gradualmente crescentes do mesmo para saciar a vontade, abandono progressivo de outros prazeres da vida, até se chegar aos comprovados danos físicos e psicóticos bem conhecidos por todos nós.

O que é preciso ficar claro também é que uma recaída não é o fim-do-mundo!. A transgressão deve ser encarada como uma etapa do processo...

O importante, do ponto de vista psicológico é entender que o uso de drogas (maconha, cocaína, heroína, etc.) precisa ser entendido no contexto de vida do usuário ou viciado...

Todos nós, seres humanos (dependentes químicos, inclusive) somos criaturas imperfeitas, frágeis, inseguras, com distintas personalidades, crenças e medos, que afetam nosso comportamento e sociabilidade.

De uma (ou várias) dessas dificuldades (uma simples briga com a namorada) pode nascer à faísca para detonar o gatilho de uma nova viagem.

Portanto é necessário apoio, paciência e vigilância, além evidentemente de um acompanhamento psicológico preventivo, já que uma vez dependente, sempre haverá o risco de uma recaída, mesmo após uma longa e famosa abstinência como a da sofrida Christiane F.

bjks da van

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

PAULO RICARDO

LIVROS NOVAMENTE

Sobre livros novamente

Um sobrinho meu veio passar alguns dias de suas férias escolares comigo. Trouxe-me, de presente, o romance espanhol “A Sombra do Vento”, do ibérico cidadão Carlos Ruiz Zafón. Na capa, uma informação estimulante, para certo tipo de leitor: mais de cinco milhões de exemplares vendidos!

Fiquei feliz com a lembrança e o mimo. Na hora, cheguei a cogitar em retribuir-lhe a gentileza, oferecendo-lhe qualquer coisa de Machado de Assis ou de Eça de Queirós. Mas descartei a idéia, na hora. E por um simples motivo: quando estava na reta final do primeiro grau, Leo foi compelido a ler “D. Casmurro” e disse-me, depois, que não gostou. Não fiz qualquer comentário a respeito. Limitei-me a pensar, com meus botões: não gostou porque não entendeu. E não entendeu porque a leitura foi extemporânea.

Com apresentação de desculpas antecipadas aos professores da área, permito-me concluir: esse tipo de leitura compulsória, ao contrário de forjar bons leitores, acaba matando-os, já no nascedouro. Por outro lado, gosto pessoal de professor nunca foi igual ao do aluno. Nem o será.

Ora, se ler é necessário também penso que seja melhor seria deixar que cada um escolhesse seu livro. Depois, que se fizesse a avaliação necessária, de maneira criativa e inteligente.

Retorno ao segundo parágrafo, para dizer que o desejo de dar um livro à meu sobrinho não foi descartado. Fui às minhas prateleiras, ver se encontrava algo que fosse do agrado de quem andou lendo Dan Brown, Khaled Hosseine e Markus Zusac, todos freqüentadores assíduos da lista dos mais vendidos de conhecida revista semanal.

Acabei optando pelo romance norte-americano “Jóias”, de Danielle Steel, que acaso também andou aparecendo entre os mais vendidos. A leitura se fez, em três ou quatro dias. A mesma coisa aconteceu comigo e “A Sombra do Vento”. Leo disse que gostou. Falei que eu também mentindo, para não ser deselegante.

Em verdade, achei bem fraquinho o livro do espanhol, como entendi sofríveis as obras de Brown, Hosseini e Zusac, que andei lendo, em razão de algumas circunstâncias.

Os estimados amigos com inteira razão deve estar conjeturando: se tais livros são comprados por milhões de pessoas, no mundo todo, devem ter algum mérito.

E têm, meus queridos.

Acontece, no entanto, que são artificiais ou inverossímeis, no meu entendimento. Exploram, em excesso, a violência e o sexo. A tecitura das peripécias me parece frágil e cada desfecho é previsível. A narrativa, no seu todo, é descuidada e traduz claramente a intenção do autor: enriquecer-se, com apenas duas ou três edições.

As editoras (sempre norte-americanas não importa que o autor seja afegão, espanhol, vietnamita ou mesmo conterrâneo de George W. Bush) são poderosíssimas e investem, pesadamente, na divulgação. E o público compra, com avidez. Chego a pensar que muitos nem chegam a ler o que compram. Apenas compram.

Se alguns chegam a abrir o livro, pode ser que leiam apenas as primeiras páginas e as últimas. Depois, jogam-no em prateleira qualquer, em lata de lixo ou o esquecem no banco traseiro da limusine ou na poltrona de primeira classe de algum avião. Ou no porta-bagagem de seu jatinho particular.

Acabo de fazer o propósito de não mais ler romances dessa espécie. Quando tiver que matar o tempo, vou fazer palavras cruzadas.

bjks da van fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

FALANDO SOBRE LIVROS

De livros e de presentes


Por acaso, encontrei, em minha prateleira, um livro de capa absolutamente linda. Intrigou-me o estar ele ali, entre Eça de Queirós e Machado de Assis. Não o comprei, com absoluta certeza. Também não me lembro de tê-lo recebido de presente.

Parte do mistério se desvendou, quando vi a primeira página: tratava-se de exemplar que laboratório farmacêutico famoso dera de presente a um médico amigo meu. Deduzi que meu filho ou a (luiza,minha secretária) o deixara no lugar onde o encontrei. Sem me avisar.

Não gosto muito de romance norte-americano. Mas, atraído pela beleza da capa, resolvi encarar as 414 páginas. As vinte primeiras foram difíceis de digerir. Acho que por dois motivos: a aridez da narrativa e a antipatia que confessei, no início deste parágrafo.

Superada a dificuldade inicial, peguei ritmo e concluí a leitura, no sábado sem programação especial e no domingo sem jogo do vascão. Achei razoável o romance da senhora Danielle Steel, publicado no Brasil em 1995. A edição pertence à Record. A tradução foi feita por Maria Luíza da Silva Pinto. O título original é “Jewels”; em português, é “Jóias” mesmo.

Acabei de passar algumas informações técnicas, amigos; mas não pense que vou fazer resenha. O objetivo deste arremedo de ensaio é bem outro: comentar a iniciativa do Laboratório Merck, que achei extremamente meritória.

Ora, dar livro de presente, neste Brasil de raros leitores habituais, é coisa mais que louvável. Mesmo que o presenteado seja médicos, que tem dinheiro para comprar e, se for adepto da boa leitura, costuma freqüentar livrarias.

No entanto, deu vontade de perguntar: por que livro estrangeiro, que é mais caro? Direito autoral, no caso, é pago em dólar, euro ou libra esterlina. Por que não valorizar o escritor brasileiro, do passado ou do presente? Eles são tão bons quanto os melhores do mundo.

Sei que o Laboratório Merck é de origem alemã e está em vários países. Sei também que ele dá livros de presente a médicos de todas as latitudes. Concedo que, talvez, o romance norte-americano (ou europeu ou asiático) possa alcançar público maior, principalmente se for bem divulgado e consiga ficar, por algum tempo, nas listas dos mais vendidos. Concedo, ainda, que brasileiro, principalmente o da classe média, adora coisas importadas, em detrimento das nacionais.

Se fosse do meu alcance, gostaria de sugerir ao laboratório famoso que patrocinasse a edição ou a reedição de livros brasileiros, em prosa ou verso, e os distribuísse a seus mais eficientes divulgadores – os médicos. Para o exterior, seriam feitas as devidas traduções, é claro.

Há, por aqui, tanta gente boa (Paulo Coelho fica de fora) à espera de oportunidade! Há tanta obra inédita! Agora mesmo, estou lendo o livro “Guirandy”, do médico e meu querido amigo Geraldo Guimarães Júnior. Pelo que pude constatar, até o momento, é obra de qualidade.

A propósito do que falei, no primeiro período do terceiro parágrafo, devo registrar que li, faz algum tempo, entrevista de escritora norte-americana que, na época, tinha obra sua elencada entre as mais vendidas por aqui. A uma pergunta sobre literatura brasileira, ela respondeu com outra pergunta: “Existe romance no Brasil?”.


bjks da van

bryan adans

TRISTEZA

A hora da tristeza


Deveria haver um esconderijo para a Tristeza e a Saudade, não acham? Tem dia que a única vontade que temos é colocar a cabeça no travesseiro e nos esquecermos de tudo, não é verdade? Às vezes, caímos, tropeçamos e o desejo é de ficar ali no chão porque o cansaço é demais...

Não costumo ficar olhando para trás e nem me lamentando.. Mas, putz..., quantas vezes, sem a gente pedir, a Tristeza e a Saudade nos batem à porta?!

Se a gente pudesse saltar estes dias... Não escrever... principalmente textos porque a tristeza fica bem no poema, mas não em textos. Tristeza e saudade dão poemas fenomenais. Mas, em textos?! Textos é para a gente falar de beleza, de alegria, de Deus e Sua Criação, dar um pitaco no que os outros andam fazendo (principalmente os políticos...), comentar o dia-a-dia... Mas a danada da Tristeza insiste em entrar no peito e no texto... o que fazer, então?

Dizer da dor nos que nos oprime o peito, de lágrimas inoportunas a correr pela face, do passado que insiste em voltar, dos erros que teimam em nos atormentar, da injustiça da qual nos consideramos vítimas? Abrir assim o coração e lavar “roupa suja” em público não fica nada bem! Vamos e convenhamos...

Mas, o que faço? Como afastar-me de mim mesma na hora de escrever? Bem, no final das contas, acho até que o leitor pode gostar. Porque ele vê e sente na pele que o autor é humano, é gente com carne, sangue, suor, lágrimas, falhas, pecados. Ele vê o nosso avesso. Quem não tem avesso? Quem é sempre bom, sempre alegre, sempre perfeito? Não conheço gente assim. Todos nós somos cheios de contradições! E não me peçam coerência, porque todos somos incoerentes.. Tudo depende do sol, ou da lua, sei lá!

Onde o riso, onde o canto, onde o azul e o calor? Dentro de mim, hoje, só existem a tristeza e a saudade. Saudade de mim mesma em tempos que já se foram. Saudade de seres amados, capazes de nos escutar e de nos apertar a mão num gesto solidário.

Já repararam que a tristeza perturba? Ninguém gosta de ficar perto de gente que está triste, como se tristeza fosse doença contagiosa. A verdade é que ninguém gosta de lembrar que pode, a qualquer momento, ser vítima do sofrimento.

Vamos lá, alegria, alegria, que a vida é festa permanente! Xô tristeza, xô saudade! Sai pra lá, bicho ruim! Afinal de contas, está tudo igual, como antes, “no quartel de Abrantes”...


BJKS DA VAN

A SUJEIRA ABSOLUTA NÃO EXISTE

Aquilo que, aos nossos olhos, é sujo ou limpo depende da cultura e do meio em que estamos inseridos. Além disso, o que descrevemos como sujo pode estar associado a nossos temores, sejam eles conscientes ou inconscientes, pois a aventura do inconsciente ocorre em toda e qualquer esfera de linguagem.

A antropóloga inglesa Mary Douglas, que morreu em maio do ano passado, explorou o tema da sujeira em vários de seus ensaios. Ela ficou mais conhecida após 1966, quando publicou “Pureza e Perigo”. Uma das frases que dão início ao livro é a seguinte: “A sujeira absoluta não existe: ela está nos olhos de quem a vê”. Nesse sentido, vale lembrar que a obra de Clarice Lispector também revela uma atração pelo feio, pelo sujo, pelo mal-formado, enredando suas personagens numa trama de perdição/salvação. Os textos de Lispector acenam para o processo de desvelamento proposto pela psicanálise, que nos convida ao mergulho “nos sujos quintais” de nosso mundo interior, pelo desatamento das máscaras simbolizadas pela dualidade: sujo/limpo, puro/impuro...

Para Mary Douglas, nossas crenças sobre limpeza e sujeira vão além das questões ligadas à higiene: ensaboar, escovar, lavar, colocar em ordem é um ritual que nos fala da necessidade de ordenar e reordenar nossa própria vida. Ao fazer isso: estamos separando, demarcando fronteiras, fazendo afirmações visíveis sobre o lar que pretendemos criar a partir da casa material.

Nossa tendência humana, enquanto grupo, é perceber como sujos, marginais e perigosos todos aqueles que fogem à nossa ordenação cultural de mundo, de sistema social. Dessa forma, enxergamos como “sujos” e marginais as prostitutas, os drogadictos, os homossexuais, os mendigos, os delinqüentes e assim por diante.

Mary Douglas viveu num país protestante (a Inglaterra), mas era católica e foi educada num colégio de freiras, o Sacred Heart (Coração Sagrado, em tradução livre), o que pode explicar seu interesse pela antropologia. A estudiosa realizou sua pesquisa de campo na África, mais especificamente no antigo Congo Belga, entre os leles, um povo que vivia da caça e do cultivo do milho.

Mas Mary Douglas tornou-se conhecida não só pela publicação de uma etnografia dos leles, mas, principalmente, por ter sido uma das primeiras antropólogas a descobrir que as técnicas e os métodos usados para estudar os povos ditos “primitivos” podiam ser usados com sucesso também no estudo das sociedades ditas modernas. Segundo a autora, conceitos como “tabu”, “poluição” e outros, utilizados na análise da mente de povos “primitivos”, podiam ser utilizados também na análise e compreensão da mente e do cotidiano do homem ocidental, dito civilizado. Que o digam os psicanalistas.

Para além dos conceitos de limpeza e sujeira, a obra de Mary Douglas está repleta de idéias originais que desafiam nossas convenções ilusórias e, sobretudo, podem ser úteis na compreensão do nosso mundo interno, bem como do mundo globalizado de hoje, cuja reordenação se faz num ritmo tão frenético e tão radical, que se torna difícil acompanhar (e aceitar) tantas e tão rápidas transformações.


bjks da van

COMPULSÃO E HIPÓCRISIA

Lê-se todos os dias nos diversos jornais das diversas regiões do país, matérias exorbitantes sobre “fechamento” pela polícia de mais um cassino clandestino ou casa de jogos disfarçada em fachadas familiares.

A população às vezes se assusta com as operações “espetaculosas”, às vezes simplesmente confere e confirma o que já todos sabiam ou desconfiavam, tamanho o “entra-e-sai” de carros, homens, mulheres e ate menores de idade no mesmo e misterioso endereço sempre guardado por seguranças de plantão...

Uma das características detectadas em testes psicológicos de pessoas viciadas (drogas, álcool, jogo, sexo, etc) é sua obstinada escolha pela estratégia do “ganha mais/arrisca mais” em detrimento do perfil mais prudente e conservador de nós, vis mortais, que batalhamos o salário do fim-do-mês, e valorizamos jogar no “ganha menos / arrisca menos”.

Recente pesquisa realizada em importante faculdade do País com adolescentes concluiu que aqueles usuários de maconha passaram a desenvolver cada vez mais no “jogo-da-vida” esta perigosa estratégia”!

Como os altos ganhos nunca caíram dos céus ou sua mediana remuneração mensal não consegue mais suprir suas necessidades crescentes de êxtase, prazer e fissuras momentâneas, é fácil compreender o natural “deslocamento” destes dependentes compulsivos para atividades progressivamente mais ilícitas, desde pequenos furtos caseiros, venda de bens familiares, desfalques, auto-sequestros, roubos e até finalmente se renderem ao tráfico (ou à jogatina profissional).

Tenho dito e revisado neste nosso blog do comportamento da atitude hipócrita de nossa sociedade, genética e culturalmente desfiladas e contidas no berço da civilização cristã portuguesa ocidental, que como nosso querido e carismático Presidente, nada vê, nada ouve, nada sabe, especialmente quando não quer ou não lhe interessa.

Perseguimos o tradicional e quase inofensivo “jogo-do-bicho” com suas minguadas apostas e permitimos o funcionamento ilegal de casas suntuosas, onde o “cacife” mínimo é de R$ 200 reais, que convenhamos, não é para qualquer um apostar...

O pôquer (jogo de rico), roleta, bingos e caça-níqueis rolam solta noite adentro, fazendo novas vítimas, destruindo lares honestos, depauperando patrimônios de gerações, corrompendo valores e emoções, deixando seqüelas psicológicas incuráveis.

É preciso acordar minha gente, pois esta mazela que arruína tantas famílias nas principais capitais do país está chegando de mansinho e se instalando sorrateiramente, de olho nos lucros fáceis, nas fraquezas da compulsão obsessiva e na perigosa distância com que a sociedade costuma fingir ignorar nossas feridas.


bjks da van

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

JAMES

BRYAN

BRAY....ROD...STYNG

REY CHARLES

RESPONSABILIDADE SOCIAL

A responsabilidade social que devemos ter


A desigualdade social, provocada pela má distribuição da renda e má gestão, é um fato inegável. O cidadão é constantemente bombardeado pela imprensa com os números cruéis sobre a realidade no Brasil e em outros países. Também é fato que, quanto mais educado, maior é a consciência social do indivíduo podendo chegar à vontade e determinação de fazer algo na prática para atenuar os quadros indesejáveis, por meio de ações éticas, responsáveis e pacíficas.

Mas a Educação tem a capacidade de ir além do diagnóstico econômico e possíveis ações. A pessoa que recebe mais Educação entende que, na verdade, problema social não se restringe à questão econômica, é algo mais complexo. O que dizer, por exemplo, das epidemias como a aids, das meninas grávidas e às vezes abandonadas, das dependências químicas, do desajuste familiar, da violência gratuita, do aquecimento global? Atingem a pobres e ricos, de todas as religiões, de todas as raças, idade, sexo e locais do planeta.

O poder da Educação em demonstrar essa complexidade está no fato de basear-se na Ética, na defesa intransigente do bem, na comprovação de que o ser humano somente dá certo quando se compromete com o bem. A Educação leva ao Ensino, à aprendizagem de técnicas de abordagem, diagnóstico, análise e soluções para os problemas sociais — que não são somente os econômicos. Hoje, milhares de empresas se engajam neste caminho juntamente com organizações não-governamentais sem fins lucrativos.

A manutenção de uma empresa no Brasil é um grande desafio, devido à instabilidade econômica, carga tributária, baixa qualificação da mão-de-obra. Mesmo assim, as empresas que iniciam ações de responsabilidade social não apenas continuam este trabalho como também o aumentam com o passar do tempo. A primeira grande descoberta ao procurar ações sociais a serem feitas na comunidade: na verdade as ações devem começar pelo pessoal da casa. E repito: não se restringem às questões econômicas.

A segunda grande descoberta: ao participarem de ações sociais internas ou externas, ao se envolverem com causas nobres, identificadas com a humanidade, os funcionários crescem como seres humanos. A consciência social melhora a pessoa e, conseqüentemente, o ambiente de trabalho, a produtividade. Claro que isso não acontece da noite para o dia. Trata-se de um processo permanente. Com resultados crescentes e também permanentes.

A ação social — a exemplo de qualquer decisão — necessita de investimentos. Necessita de empreendedorismo social. No caso das empresas, não apenas dos proprietários. A ação social necessita de metas, necessita de lideranças, necessita de ensino, treinamento, capacitação. A ação de responsabilidade social necessita de resultados positivos e, claro, necessita ser mostrada ao mundo, como um reconhecimento, uma motivação para os que a praticaram e um exemplo a ser seguido.


BJKS DA VAN

DÉFICÍT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Déficit de atenção e hiperatividade

TDAH - Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é considerado o mais novo problema de aprendizagem e atual transtorno psíquico infantil mais estudado. A sintomatologia principal é a desatenção, hiperatividade e impulsividade da criança.

A prevalência do déficit de atenção e hiperatividade está entre 3% e 5% em crianças em idade escolar, e costuma ser mais comum em meninos do que em meninas. Em adolescentes de 12 a 14 anos, pode ser encontrada numa prevalência de 5,8%. O TDA ocorre em graus variados de intensidade e de diferentes tipos: TDA sem hiperatividade, e do tipo combinado, TDA com hiperatividade.

A característica essencial do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo ao relacionamento interpessoal.

A desatenção tanto pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais. As crianças com esse transtorno são facilmente distraídas por estímulos irrelevantes e habitualmente interrompem tarefas em andamento, para dar atenção a ruídos ou eventos triviais, esquecendo-se dos compromissos marcados. Normalmente dão à impressão de estar com a mente em outro local, ou de não estar escutando o que está sendo dito, além de não dar muita atenção a detalhes e cometer erros por falta de cuidados nos trabalhos escolares ou em outras tarefas. Essas crianças freqüentemente não atendem a solicitações ou instruções e demonstram dificuldade em completar os trabalhos escolares, tarefas domésticas ou outros deveres. Normalmente são vistas como alguém que vive no mundo da lua, do tipo meio desligado.

A hiperatividade pode manifestar-se por inquietação psicomotora excessiva e agressiva ou remexer-se na cadeira, por não permanecer sentado quando deveria, por correr ou subir excessivamente em objetos, quando isto é inapropriado, por dificuldade em brincar ou ficar em silêncio em atividades de lazer, por freqüentemente parecer estar a todo vapor ou cheio de gás ou por falar em excesso.

Os atos impulsivos do TDAH podem ir dos triviais aos extremamente perigosos, que comprometem a integridade física da pessoa.

Os bebês e pré-escolares com esse transtorno diferem de crianças ativas, por estarem constantemente irrequietos e envolvidos com tudo à sua volta; eles andam para lá e para cá, movem-se como se fossem movidos à pilha, sobem ou escalam móveis, correm pela casa e têm dificuldades em participar de atividades em grupo durante a pré-escola.

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as demais conexões com o resto do cérebro, onde ocorre falta de dopamina e seus neurotransmissores sendo, portanto, erros genéticos.

As fraquezas dos pais na criação de um filho não farão com que ele tenha TDAH, mas se você tem um filho com TDAH, com certeza a vida exigirá muito mais de você do que de outros pais.

Quanto antes o diagnóstico, melhor. Acontece que algumas famílias protelam muito o tratamento, por preconceito e razões culturais, por razões familiares ou por puro desconhecimento da doença. A psicoterapia pode ser de grande ajuda aos pais, uma vez que há pesquisas que mostram que casais com filhos hiperativos brigam mais do que outros casais.

Portanto, o tratamento deve começar por ocasião da idade escolar, e deve permanecer até o início da adolescência (11-13 anos). A questão mais importante no tratamento é o reconhecimento e aceitação da família, não só para o bom desenvolvimento da criança e maior conforto dos pais.

BJKS DA VAN

ALCOOLISMO

Em meio a toda esta polêmica com a deflagração da “lei-seca” em todo o Brasil (embora só em algumas regiões e capitais exista fiscalização de fato), ninguém pode ignorar, sob pena de hipocrisia explicita os danos financeiros, morais, comportamentais, fisiológicos e psicológicos que o álcool provoca nas pessoas.

Acidentes de trânsito, perda de produtividade, guerras familiares, violência urbana, além de dezenas de doenças vinculadas, entre elas hepatite, cirrose e transtornos neuromentais.

Muita gente ainda associa a superstição, a falsas crenças e preconceitos esta doença grave que é a dependência alcoólica...

Uns acham que basta uma “boa internação” e se surpreendem ou se frustram com a próxima recaída do parceiro, filho, parente ou amigo.

Esquece-se que a internação é apenas um expediente justificável e opcional quando o quadro psicótico se agrava colocando em risco a integridade física da vítima ou dos familiares e tem como objetivo principal provocar uma desintoxicação do paciente.

É claro que a medicina avança e a cada dia surgem novas drogas de combate, como METADOXIL, recentemente lançado no exterior pelo laboratório Baldacci.

Nada disso, porém, adianta sem a velha e vitoriosa receita difundida nos “AAS” da vida que apregoa como fundamental o desejo firme do dependente de se curar, viver integralmente cada dia sem o vicio, além do apoio e assistência da família.

Do ponto de vista psicológico e comportamental (que é a tônica de nossa coluna) estou convencida que a dependência química (como o alcoolismo) após a sua plena “assumpção” pelo usuário passa infelizmente a ser acima de qualquer coisa um estilo de vida.

Talvez por causa disso, os estereótipos de bêbados façam parte constante do cardápio de personagens de qualquer bom e inteligente humorista (Zé Canabrava que o diga!), já que todo bêbado faz gênero, cria estilo, chega a ser engraçado quando ainda não inconveniente.

A partir daí, com o cérebro já alterado, toda a criatividade e energia passam na verdade a ser canalizadas no desenvolvimento e manutenção dos padrões de comportamento que lhe sustente o vicio e lhe garanta o próximo copo...

O resto da história é tragédia anunciada!

BJKS DA VAN

sábado, 11 de outubro de 2008

VIDA

Vida


A paixão da mocidade que se voltava, geralmente, para um grande amor – sempre me parecia um grande amor – hoje se volta para a própria vida, isto é , para o ato de viver.

Imagino que outras dimensões, outras galáxias, outros planetas, possam ser maravilhosos, mas viver na nossa tão amada Terra é, sem dúvida, algo extraordinário.

A vida palpita em tudo. Cada lugar que contemplo me parece ser o mais belo; cada pessoa que conheço me parece ser a melhor. Não que eu seja tão ingênua a ponto de pensar que não existe o Mal e o Feio. Mas, tenho o privilégio de conviver com pessoas especiais e o círculo vai só crescendo este círculo mágico e, de certa forma, hermético.

Minha alma vibra diante de tudo que me deslumbra. Assim como chora diante daquilo que me horroriza. À medida que cresço e amplio o meu espaço interior, vou captando energias que jorram como bênçãos de luz e percebendo, mais claramente, os sussurros da eternidade e o clarão da imortalidade.

Pouca importância dou, hoje, às feridas, às cicatrizes e aos golpes do destino. O que são eles diante da magnificência da aurora que vislumbro?

Mestra querida, eu te reverencio! É nesta caminhada e é por esta estrada que meu coração vai se tornando tão imenso quanto tu mesma. E a minha sensibilidade vai se apurando a ponto de perceber aquilo que é imperceptível à maioria das pessoas. Não crio calos. Mesmo quando os pés sangram, ainda são delicados. Como delicada é a minh’alma.

Hoje, mais nos silêncios fecundos que nos ruídos, vou aprendendo a escutar e a sondar o mistério da vida e dos outros corações.

bjks da van

NOSSOS FÍLHOS

Os horrores que fazemos com nossos filhos


Estive conversando longamente com meu mestre o Dr.Cláudio Vital, grande psicólogo desse Brasil, sobre as coisas erradas que falamos com os nossos filhos. Juro que eram tantas bobagens. E tirei algumas conclusões do papo mais que saudável. Vital começou dizendo que os pais talvez sejam as pessoas mais bem-intencionadas do mundo, quando o assunto são os filhos. Todos são unânimes em dizer que fazem o que fazem por amá-los. Justificam os milhões de “nãos” e negativas diante das demandas deles, dizendo que agem assim porque sabem o que é melhor para seus filhos.

Lamentavelmente, os pais em relação aos filhos, por mais que se esforcem, são muito piores do que se imagina. Em primeiro lugar, os pais, quando justificam que não deixam um filho até tarde na rua porque ele pode ser assaltado, estão menos preocupados com o filho e muito mais em manter sob controle a angústia que vem à tona quando o filho está fora de casa. Quase sempre, as exigências e negativas dos pais para com os filhos satisfazem necessidades dos primeiros, e não dos segundos. Incrível que muitos pais, quando eram adolescentes, odiavam algumas atitudes de seus pais e tantas vezes burlaram as exigências deles, mas agora com os filhos mantêm as mesmas atitudes que condenaram no passado.

Desde pequeninos colocamos crenças irracionais e medos na cabeça de nossos filhos. O Dr.Cláudio Vital diz que quando dizemos para um filho que não quer comer que vai para o hospital e vai tomar uma injeção “desse tamanho”, cometemos vários erros. O primeiro pela quebra de diálogo ao não investigarmos por que não quer comer. O segundo, pela verbalização de uma mentira, pois não é verdade que vai tomar a tal injeção e também é pouco provável que vá ao hospital. O terceiro pela exposição de nosso filho a um medo irreal, irracional e desnecessário. Fazemos o contrário, algumas vezes, ao dizer que se comerem tais coisas ficarão gordos e feios. Também, para que nosso filho não fique descalço, pois isso mobiliza nossa ansiedade, dizemos que vai pegar resfriado ou ficar doente. Tanto falamos isso que transformamos a falsa afirmação em uma crença tipo uma “profecia auto-realizável” e, quando nosso filho fica descalço, ele pega resfriado. Quando o filho chora e perguntamos se se machucou e ele confirma, estamos dando
força e luz a uma realidade que está sendo criada pela mente e, então, ele sentirá dor e se sentirá machucado.

Enchemos a cabeça de nossos filhos com outras atrocidades. Dizemos a eles que, se não estudarem, ficarão “burros” e não terão oportunidades na vida. Que, se não fizerem os deveres da escola, não vão aprender e a professora dará nota zero e nunca serão alguém na vida. Que, se não chegarem em casa até tal hora, nunca mais poderão sair à noite. Quando é inverno, dizemos que não podem tomar sorvete, pois vão ficar doentes; dizemos também que, se não nos obedecerem, Deus vai castigá-los e eles vão para o inferno; que se não tomarem banho ou não escovarem os dentes, ficarão asquerosos e desdentados. Adoramos dizer a eles que a única roupa ou sapato que podem usar é a que nos agrada, do contrário ficarão feios e ninguém se interessará por eles. Os únicos amigos para nossos filhos são os que nós decidimos que são bons para eles.

Outra atrocidade que fazemos com nossos filhos, segundo Vital, é criarmos a idéia de dor, sempre associada à doença. Exigimos que eles façam o que desejamos com a ameaça de que sentirão dor e ficarão doentes. Entupimos nossos filhos com as mais desastrosas asneiras, as crenças mais absurdas, as afirmações mais contraditórias. Jamais estabeleça afirmações relacionadas com doença, dor e autoconceito negativo ao seu filho, pois estará determinando crenças e criando na mente dele certezas, pois o corpo não tem autonomia. Nossa mente cria ou desfaz crenças que se transformam em doenças e em dores ou em alegria e felicidade. Nossos filhos são bons demais, pois, se assim não fossem, teriam sérios motivos na vida adulta para desenvolver sentimentos muito negativos por nós.

bjks da van

A METAFÍSÍCA DOENÇAS E MENTE

A metafísica e as doenças que criamos na mente


O termo placebo vem do latim e significa agradar, ser do agrado, aprazer. Utilizado em termos médicos para indicar a utilização de um produto neutro no combate a uma determinada doença ou dor, para testar tanto o poder da crença quanto o de uma outra substância. No experimento, uma parte dos pacientes usa uma medicação que se acredita tenha algum princípio ativo no combate a uma determinada doença e outra parte dos pacientes usa a tal substância neutra, chamada de placebo, sem saber evidentemente, medindo-se assim o resultado em termos da influência na doença.

Os estudos têm mostrado que às vezes, dependendo das pessoas envolvidas no estudo, o tal placebo ajuda mais que o tal remédio de princípio ativo. Ainda que se use esse termo na maioria das vezes para testar a eficácia de um determinado medicamento, o efeito placebo pode aparecer em cirurgias, toques, aparelhos e sons. Cientistas ingleses disseram a um paciente que precisavam tirar seu sangue.

Enfiaram-lhe a agulha em uma artéria, depois lhe vendaram os olhos e colocaram uma vasilha próximo a ele, onde uma gota de água pingava, mas pela interpretação do paciente, era seu sangue que estava pingando. Esse entrou em desespero ao imaginar que seu sangue todo estava sendo retirado, entrou em estado de choque e morreu, sem que uma gota sequer de sangue lhe fosse tirada.

A medicina, por muito que se esforce, não consegue explicar o efeito placebo, uma vez que seu efeito foge da lógica dos sentidos e da matéria. Mas não é difícil deduzir que se um falso medicamento supostamente cura, a cura não está no medicamento e sim na crença. Se nos referimos à crença, estamos falando da mente. O efeito placebo existe porque, distintamente do que a medicina e principalmente os laboratórios tentam nos convencer, o que cura uma doença ou faz passar uma dor não são os medicamentos, e sim a crença que o paciente tem na substância que está ingerindo.

A metafísica nos ensina que todas as doenças, absolutamente todas, são criação da mente. Isso mesmo. Desde pequeninhos somos treinados a relacionar certos acontecimentos e sensações ou a dor e doença ou o prazer e bem-estar. Tudo isso é produto de um processo de aprendizado que aos poucos vai estabelecendo as doenças na nossa mente. Quando um pai diz ao filho que pare de correr pois se continuar vai cair e se machucar, está estabelecendo uma relação de causa e efeito na mente da criança. Quando cair tem grandes chances de se machucar, pois essa é a crença que lhe foi ensinada relacionada ao ato de correr: cair e se machucar. Se, desde tenra idade, disséssemos ao nosso filho que nasceu com cabelos castanhos que a cor castanha de cabelos é uma doença, pois a cor saudável de cabelos é a preta, estabeleceremos uma relação da cor do cabelo com uma doença.

Mais do que isso, podemos dizer também que com o tempo o crescimento dos cabelos vai dificultar o desenvolvimento do seu crânio, afetando sua inteligência e compreensão das coisas. À medida que seus cabelos crescessem, nosso filho teria a certeza que nasceu com uma “doença genética” chamada “cabelos de cor castanhos” e sentiria todos os efeitos da crença errônea. Assim se formam as doenças e a sensação de dor. Criamos em nossa mente essas sensações a partir de aprendizados com nossos pais, que aprenderam com seus pais e por aí afora até chegarmos ao homem da caverna.

Se a mente tem o poder de criar doenças e a sensação de dor, ela também pode eliminar ambas, pois quem tem poder para fazer, pode desfazer.

BJKS DA VAN

SUBSTITUIR NOSSOS SENTIMENTOS

Quando precisamos substituir nossos sentimentos


Tem muita gente que prefere não se ligar muito neste assunto. Mas sabemos que ficamos assustados quando nosso corpo manifesta alguma patologia, principalmente se essa pode ameaçar nossa vida ou bem-estar por muito tempo. Quase nunca temos a mínima idéia de quando e por que surge uma doença. Porém, o fato de não termos controle sobre elas não impede que nos acometam. Em termos metafísicos, a doença não existe como entidade que possua vida própria e poder. Em princípio, somos perfeitos e essa perfeição é fruto da harmonia, do equilíbrio e do amor, pois existe somente um poder, apenas um, que é o poder oriundo da verdade, do amor. Assim, na natureza harmônica, não existe espaço para a dor nem para a doença ou o pecado. Quem conseguisse manter sempre esse estado de equilíbrio e harmonia plenos não ficaria doente nem sofreria, pois as patologias e a dor são exatamente a ausência de harmonia e equilíbrio.

Nos perguntamos o motivo pelo qual a medicina e os medicamentos, assim como a ciência e suas compreensões, não conseguem estancar a dor humana, as doenças existentes e o surgimento de novas patologias. Por mais que a ciência se desenvolva, por mais que possamos munir as pessoas de recursos materiais e condições que permitam melhor qualidade de vida, a dor e as doenças rondam a todos os seres humanos em qualquer fase de suas vidas. Poderíamos falar de dois tipos básicos de desequilíbrio que provocam as mais diversas patologias, que são os desequilíbrios de origem orgânica e os de origem mental.

As desarmonias orgânicas originam-se, principalmente, da má alimentação. Nos alimentamos muito mal. Comemos o que tem sabor sem nenhuma preocupação com os 53 elementos essenciais provenientes dos alimentos que as células precisam para alimentar-se e cumprir suas funções de autodesintoxicação, autocura ou auto-reparo e produzir cópias perfeitas de si mesmas. Em vez disso, comemos hambúrgueres, pastéis, coxinhas e batatas fritas e, para que não fiquemos entalados, os levamos até o estômago com enormes goles de refrigerante. Ou, então, entramos em um “regime” em que o desejo de um corpo extremamente magro, mas que está na moda, nos faz fechar a boca de tal forma que somos invadidos pela desnutrição e mal-estar. Bebida alcoólica desequilibra não somente o comportamento de quem bebe, mas também seu metabolismo.

Já as desarmonias de origem mental são muitas e variadas. Podemos falar dos comportamentos que exigem demais de nosso corpo, como passar noites acordados, malhar em excesso, trabalho intenso por muitas horas seguidas. Mas talvez as maiores desarmonias sejam originadas dos sentimentos. Dos sentimentos, apenas um gera harmonia, e esse sentimento é o amor, pois um se confunde com o outro. Todo e qualquer outro sentimento que não seja o amor ou desse originado gera a desarmonia, a dor e a doença. Ainda que possamos senti-lo em nossos corpos, o mal não é nada, não é coisa nem tem poder nenhum, pois não gera, mas é gerado. A harmonia é saúde, a desarmonia e desequilíbrio são a dor e a doença. Assim, “o mal que se manifesta no gênero humano representa uma mentira, o nada pretendendo ser algo representa a luxúria, desonestidade, egoísmo, inveja, hipocrisia, calúnia, ódio, roubo, adultério, assassínio, demência, loucura, inanidade, diabo, inferno”.

Quanto mais nos deixamos invadir por sentimentos de medo, desespero, depressão, culpa, autopiedade, desrespeito próprio, vingança, imoralidade, mais próximos da dor e sofrimento estamos, pois eles são o mal. Para atingirmos um estágio que favoreça a saúde e o bem-estar, precisamos substituir os sentimentos acima relacionados por amor, sabedoria, alegria, liberdade, abundância, compreensão, convicção, autoconfiança, gratidão, esperança e fé. Damos valor a nossa saúde quase sempre depois que a perdemos. Às vezes, pode ser tarde demais.

BJKS DA VAN

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

PAULA TOLLER

TENTA...INVENTA...FAÇA A DIFERENÇA

Eu quero o silêncio das línguas cansadas


Escrever, às vezes, é dar vida a uma personagem que não existe, mas é parecida com alguém que lê. Daí a magia e os efeitos que podem ser até duradouros, quando um autor consegue influenciar pessoas por meio de seus textos. Salomão nos influencia até hoje. Camões, Machado de Assis, Jorge Amado. Algumas lendas permanecem vivas: Carlos Heytor Cony é uma delas e virou mais lenda ainda depois que Paulo Coelho, em suas recém-publicadas memórias, “confidenciou” que o plagiou no comecinho da carreira.

Pois é. E não gosto do texto deste último, na verdade nem sei por que, algo de sintonia, talvez. E o Paulo é um sucesso global, parceiro de Raul em época difícil, com certeza aprendeu muito com ele e hoje é reconhecido em lugares como Moscou, Nova York, Londres ou Pequim. Um fenômeno editorial. Todavia, como disse, algo do que escreve não bate comigo, pois a forma de se escrever, lembra personalidades que você conhece, respeita, mas com quem não tem simpatia. E sei que isso também se passa com alguns leitores meus e é normal. Por que tal acontece? Não se consegue entregar a mensagem, para se fazer lida, compreendida, nunca chegando, portanto, ao coração para o qual estaria endereçada. Já nas músicas, a poesia fala mais do que milhares de laudas escritas e mansamente chega até a alma do apreciador da canção com sua rima, seu verso esperto, astuto ou terno.

Canta Raul — grita a multidão, toda vez que falta gás no show ou talento para interpretar gigantes, de cuja autoria nunca nos esqueceremos. Como Tavito e Zé Rodrix em “Casa no campo”: “Eu quero uma casa no campo/onde eu possa compor/Muitos rocks rurais/E tenha somente a certeza/Dos amigos do peito e nada mais/Eu quero uma casa no campo/Onde eu possa ficar/Do tamanho da paz/E tenha somente a certeza/Dos limites do corpo e nada mais/Eu quero carneiros e cabras/Pastando solenes no meu jardim/Eu quero o silêncio das línguas cansadas/Eu quero a esperança de óculos/E um filho de cuca legal/Eu quero plantar/E colher com as mãos/A pimenta e o sal/Eu quero uma casa no campo/Do tamanho ideal/Pau-a-pique e sapê/Onde eu possa plantar meus amigos/Meus discos/Meus livros/E nada mais”.

Viram? Um verso e uma rima podem criar vida, algo que vem do inconsciente, básico como chão de roça, doce como um ungüento perfumado ou atroz como espada que fere a alma. E para quem é dotado deste dom abençoado por Deus, tudo vem da inspiração e da criatividade. A mesma que Leonardo Da Vinci tinha ao observar manchas de paredes, cinzas do fogo, as nuvens do céu, a lama ou os lugares comuns aos olhos alheios, mas onde se inspirou para encontrar idéias maravilhosas. A mesma de onde Niemeyer extrai seus traços mágicos que darão luz, forma e função às suas obras pelo mundo afora. A mesma de milhares de artistas sem fama, porém enriquecedores da lida de cada um de nós. Para finalizar, uma homenagem aos gestores que fazem dos processos produtivos, pura arte e sucesso, tal qual canções, textos inspirados ou catedrais. Lembrando que os bons resultados são seus aplausos e a platéia é representada por consumidores de sua cadeia de valor.

BJKS DA VAN

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

CORAÇÃO CORINTHIANO

"Aqui tem um bando de louco
Louco por ti Corinthians
Aqueles que acham que é pouco
Eu vivo por ti Corinthians
Eu canto até ficar rouco
Eu canto pra te empurrar
Vamo Vamo meu Timão
Vamo meu Timão não pára de Lutar!

Aqui tem um bando de louco
Louco por ti Corinthians
Aqueles que acham que é pouco
Eu vivo por ti Corinthians
Eu canto até ficar rouco
Eu canto pra te empurra
Vamo Vamo meu Timão
Vamo meu Timão não pára de Lutar!"


Temas Polêmicos::A Forma homossexual

Série: Temas polêmicos - A forma homossexual


Sou daquelas pessoas que acreditam que somos uma energia espiritual, superior, eterna, evoluída, divina, que por uma ou mais razão determinada decidiu se “encarcerar” num corpo/forma física limitada, material, definida, temporária, relativamente atrasada para se manifestar de uma determinada maneira, com o objetivo de cumprir uma missão, uma tarefa, um destino, um significado, um aprendizado...

Mesmo com esta aparência rígida, inflexível, deteriorável e opaca, na realidade o corpo humano, como toda a matéria viva ou bruta do Universo acaba sendo constituída de pequenas partículas (átomos, elétrons, e moléculas) que fragmentados ou acelerados convenientemente se convertem na mais pura energia do Universo.

Assim, mesmo assumindo a “aparência” diversa material, com suas mil e uma formas, cores, cheiros, durezas e composições químicas, tudo que existe, habita e compõe este Planeta, é no final das contas pura energia, e nela um dia tornará de alguma forma a se converter e transformar.

Os humanos são constituídos e principalmente são capazes de canalizar várias formas de energia (física, emocional, racional, consciente, inconsciente, telepática, etc) na medida em que se abrem mais ou menos à grande Fonte Superior de onde tudo vem e tudo retorna.

Particularmente, de todas elas, considero (assim como Sigmund Freud ) a energia sexual como a mais forte que carregamos e somos capazes de veicular em nossa passagem aqui na Terra.

Sem ela esse Paraíso não teria vida, não teria cores, não teria alegria, amores, riqueza, preconceitos, duelos, paixões, devassidão, mortes, heróis, pujança, progresso, enfrentamentos, música, encanto, enfim não teria nada, sendo nada mais do que um indomável deserto!

A escolha da orientação sexual e particularmente do homossexualismo faz parte no meu ponto de vista do “pacote” que escolhemos quando decidimos nos aventurar a passar uma temperada por aqui.

Creio nisto por várias razões...

A primeira é claro que o espírito, a alma, a chama divina, ou o nome que você preferir dar ao que é eterno em nós, naturalmente não tem sexo.

Sendo imperioso para habitar e principalmente desfrutar de todas as dores e delícias deste Planeta, o conhecimento e “apropriamento” da sexualidade. Acredito ser esta uma das escolhas fundamentais, talvez em alguns casos (como na forma homossexual), uma das decisões mais corajosas a tomar antes de nossa viagem ao útero materno.

Acreditar nisto torna a questão menos preconceituosa, menos “pesada” e abre todo um leque de possibilidades para examiná-la e para aceitar e entender a história e opção de seus protagonistas.

Do mesmo jeito que temos o feminino e o masculino dentro de nós, o ativo e o receptivo, o dinâmico e o intuitivo, o opressor e o contestador, acredito que em termos sexuais exista mesmo estas vertentes alternativas à estrada, ao pavimento principal representado pelos heterossexuais que constituem a maioria de nós.

Uma atitude de rebeldia, uma educação autoritária, uma forte inclinação intuitiva, uma necessidade exploratória maior, um medo, um estado amoroso mais abrangente, uma confrontação, uma diferente sensibilidade, um pendor estético, uma proteção gigante, um abuso infantil, enfim são tantas as possíveis razões ou causas para uma escolha sexual diferente da usualmente esperada, que acredito ainda vai demorar muito tempo para realmente encontrarmos as reais motivações para entendermos de verdade a simbologia e a missão homossexual aqui na terra!

Em tempo: Desejo aos promotores e participantes da Parada LGBTS de copacabana neste domingo.sucesso e conquistas.

bjks da van

terça-feira, 7 de outubro de 2008

JAMES

TAL LIBERDADE

O GRAU DE LIBERDADE

O grau de liberdade não depende dos bens materiais


Se a gente perguntasse se o dinheiro liberta para muitas pessoas, provavelmente de cada 10, nove responderiam afirmativamente. De maneira geral, as pessoas associam o dinheiro ao consumo e à possibilidade de ter quase tudo o que seja vendável e que se queira. Também imaginam viagens maravilhosas, pessoas muito interessantes em volta e uma vida tranqüila sem essas preocupações de quase todos os mortais relacionadas com o ganha-pão de todo dia e as dificuldades que isso acarreta.

Olhando por esse prisma, difícil não se concordar que o dinheiro traga uma sensação de liberdade, uma vez que muitos desejos podem agora ser satisfeitos, exatamente porque se tem dinheiro. Com muito dinheiro, pode-se comprar lindos automóveis, comidas saborosíssimas, roupas elegantes, barcos fantásticos, jatinho executivo, apartamentos deslumbrantes e por aí a fora. Todos esses bens dão uma sensação de poder e liberdade. No entanto, quando condicionamos nossa liberdade e felicidade a circunstâncias ou bens externos a nós caímos numa armadilha, pois nosso bem-estar passa a depender de muitos fatores. O sábio sabe que não é tão difícil assim conseguir essas conquistas, se não as condicionar a fator externo e se tiver plena consciência que ser livre e feliz depende única e exclusivamente de si mesmo e de sua mente.

Mas nem todos concordam que a idéia de liberdade se relaciona a dinheiro para comprar tudo o que se quer ou para se locomover confortavelmente de um lugar para outro. Algumas pessoas conseguem entender que o conceito de liberdade não está associado ao ter, e, sim, ao ser. Entendem também que quanto mais se tem financeiramente, mais se depende do dinheiro. Percebem que o conceito de liberdade é subjetivo e como tal depende de condições internas e não externas do sujeito.

Nelson Mandela, famoso sul-africano negro que lutou contra o regime de segregação racial daquele país por sua militância em prol da liberdade, passou parte de sua adolescência e de sua vida adulta preso por mais de duas décadas. Em nenhum momento se sentiu preso, pois havia entendido que os verdadeiros grilhões estavam na mente e não nas grades da prisão. Assim, o grau de liberdade que usufruímos depende da mente e não dos bens materiais.

Conheci uma pessoa, extremamente estudiosa, que dedicou parte de sua vida a ser um bom profissional e ter qualidade de vida juntamente com sua família. Ganhava bem menos do que desejava, até que passou a desenvolver um negócio legal e honesto que, em poucos anos, o levou a ganhar mensalmente valores econômicos muito elevados. Era tanto dinheiro, que, por mais que gastasse, o dinheiro não acabava. Na busca de liberdade e usufruto dos bens materiais, separou-se de sua família, passou a ter uma vida boêmia, envolveu-se em litígio envolvendo máfia e mulheres e acabou assassinado. Havia se tornado escravo de seus desejos a partir do dinheiro que tinha. Sem se dar conta, quanto mais se libertava, mais escravo se tornava.

Quando eu soube do que havia acontecido com essa pessoa, entendi imediatamente o que Cristo disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.

Assim, não limite sua vida a uma busca frenética por dinheiro e prazer. Cultive sua família, as pessoas que te amam e você ama. Não deixe as exigências dos sentidos tomarem as rédeas da sua vida, pois, se assim o for, quanto mais livre você achar que estiver sendo, mais escravo se tornará.


BJKS DA VAN

MUNDO FUGAZ

Uma mensagem divina para lembrar-nos sempre que fomos colocados neste mundo para termos vidas extraordinárias. Carpe diem! E a humanidade, na busca incessante pelo poder sobre a natureza transforma tudo e todos, não medindo as suas conseqüências. Ações e conquistas mediadas pela inteligência, mas paradoxalmente desprovidas de racionalidade, juízo e prudência.

E para todos nós, o tempo, implacável, revela-nos esperanças, temores e lembranças de tempos passados. Sim, todos têm saudades. Nada gratuito, alienante nem saudosista. Diria uma saudade lúcida, buscamos as lembranças das nossas relações, aprendizagens e experiências baseadas em valores e princípios mais consistentes.

Que mundo é este, instável, marcado pela incerteza e volatilidade, onde o ter supera o ser; onde as pessoas se fecham e se tornam inimigas da vida comunitária; onde a imagem se torna poderosa como uma miragem insustentável, rasteira e fugaz; onde o vencer tornou-se uma obsessão a qualquer custo; onde uma tecla ‘enter’ fascina mais que um encontro, uma conversa e um olhar?

Sinto saudades de minha liberdade confiscada pelo medo e pela insegurança; de um tempo mais cadenciado, mas vivido; pela ingenuidade e alegria dos fundos de quintal, de nossas pracinhas e brincadeiras; daquelas datas tão esperadas; do ensaio da banda municipal ao adormecer, das vitrines e das pessoas nas avenidas. Sim, tenho saudades do mundo local que nos ensinava mais que este mundo globalizado e virtual; onde uma palavra, um acordo valia muito mais; onde as amizades eram mais densas; onde os vizinhos eram o nosso segundo lar.

A vida comunitária, além das escolas, estava presente em todos os espaços. Garantia uma harmonia indecifrável, mas essencial para nossa formação. Tenho saudades das escolas mais acolhedoras, mais humanas e menos curriculares e burocráticas.

Sim, temos que entender melhor a nossa história para compreender o que está acontecendo no presente. Como dependemos de uma organização social para garantia de uma vida justa e digna para todos, temos pela frente uma decisão importante para escolher aquele que, por suas decisões e ações, definirá e garantirá nossa simbiose social. Nossa cidade, salvo melhor juízo, terá que continuar a crescer e se desenvolver. O problema refere-se de que maneira, a partir de quais condições e estratégias.

E assim caminhamos, potencializando esperanças e receios, mas sempre esperançosos de um mundo melhor para todos. Não precisamos de salvadores, promessas e simulacros. Precisamos de líderes que possam contagiar e agregar diferentes setores sociais na busca do bem comum. Que saiba lidar com a diferença e que tenha como lastro e norte a lucidez de que a soma das partes, aquilo que denominam de democracia, esteja presente nas decisões que terão que ser tomadas diante de desafios e demandas.

Boa sorte, Rio! Vamos juntos, pois a complexidade é imperdoável; por qualquer equívoco a partir de agora pagaremos um preço muito alto. E um alerta: temos que garantir que a racionalidade mova a política, substituindo, assim, a hipocrisia, a irresponsabilidade e os interesses escusos.

bjks da van

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

AUTOR::DÉLIO PINHEIRO:: A SOCIALITE

A socialite


O corpo inanimado tombou pesadamente no tapete felpudo, que ficara opaco graças às constantes idas à lavanderia. Jatos de vômitos eram freqüentes no tapete, mas nada se comparava ao sangue espesso que jorrava indômito do ventre alvejado de Beatriz. Os últimos convidados da festa daquela noite tinham saído há quase meia hora, e os primeiros vapores do amanhecer desprendiam-se no horizonte crispado de poluição na cidade adormecida.

Muitos abaixo-assinados dos vizinhos do prédio tentaram acabar com as festas barulhentas da moradora do 503, mas nada tinha a impedido de continuar virando noites comemorando não se sabe bem o quê. Os amigos nunca deixavam de prestigiar as festas que, muitas vezes, terminavam em animados bacanais na sala de estar. O uísque, o papo existencial e a cocaína eram freqüentadores contumazes das festas de Bia Palazzo, a socialite que, desde a morte do marido rico, se comprazia em trocar o dia pela noite e receber em seu amplo apartamento toda sorte de gente, que aparecesse por lá, mesmo sem ninguém convidar. Mas naquela noite em que Bia fora alvejada por uma bala de revólver pouca gente comparecera. O fato de ser uma segunda-feira certamente corroborara para a baixa adesão dos outsiders que batiam ponto naquele bairro nobre.

Uma informação que certamente deveria estar no inquérito que apuraria a morte da moça: onze pessoas estiveram com ela na noite do crime, inclusive o famoso palestrante da cidade, Rosemberg Maia que, entre uma viagem e outra, aparecia no apartamento da socialite para “rever os amigos e falar uma bobagens”. Duas ou três garotas de programa também foram à festa, duas delas acompanhando o palestrante, que comemorava algum bom contato profissional, além de dois conhecidos da faculdade de biomedicina que Bia freqüentava de vez em quando. A sorte dela era que a faculdade pertencia a um deputado que não primava pela ética e fatalmente ela seria aprovada, caso não tivesse morrido, mesmo passando semanas sem aparecer por lá. Havia ainda umas duas pessoas desconhecidas, amigas da cabeleireira de Bia, ambas impressionadas com o luxo do apartamento. Se a polícia as revistasse depois da festa provavelmente encontrariam diversas lembrancinhas da casa, como cinzeiros de cristal, conjuntos de maquiagem e xampus surrupiados do banheiro. Mas daí a apontar uma delas como autora do assassinato já era um pouco demais. Na festa também tinha três brutamontes da academia que Bia freqüentava, um sujeito mal encarado que fazia bicos como encanador para a socialite e uma prima maluca da anfitriã, que às vezes morava vários dias no apartamento até que Bia a mandava de volta para a cidade pequena em que morava com os avós.

Das onze pessoas pelo menos uma voltara ao apartamento, pouco tempo depois da festa terminar, para disparar um projétil certeiro, que atravessara a barriga flácida da socialite e abrira um buraco na parede. Ninguém percebeu nada. Provavelmente o estampido tenha ocorrido no instante em que Bia ouvia música alta, Edith Piaf para ser o mais preciso possível, após mais uma noite de volúpia regada a champagne e cocaína e alguma dose de amargura, já que a anfitriã, mesmo cercada de tanta gente festeira, raramente era vista sorrindo. Ela cultivava um semblante fechado, com cara de poucos amigos e, analisando-a mais de perto, talvez não tivesse mesmo amigo nenhum, já que apenas o conforto das almofadas indianas, do álcool engarrafado há doze anos, das drogas fartas e das promessas de devassidão que as festas prometiam, levavam tantas pessoas a comemorar com ela seja lá o que comemoravam naquele amplo duplex.

O fato, insofismável, é que agora Bia era um peso morto, sem nenhum tipo de ironia. Um corpo acima do peso e esponjoso, com álcool e drogas se coagulando na estanque corrente sanguínea . Em breve seu corpo fétido atrairia a atenção dos vizinhos, que chamariam a PM, que encontraria o corpo inerte. Provavelmente um dos policiais não resistiria a tantos estímulos visuais e sensoriais e, na ausência breve do colega honesto, pegaria algumas notas graúdas de dinheiro no bolso da vítima. Na suíte da vítima, o colega honesto, que fora averiguar alguma pista, não se faria de rogado e pegaria algumas jóias da socialite e as enfiaria no bolso da farda. Mas teria que ser rápido, pois ele, afinal de contas, era honesto frente aos calhordas da corporação: “aquele bando de ladrão”.

No dia seguinte, com a chegada de algum familiar, provavelmente a prima amalucada, ficaria caracterizado o latrocínio. Alguém roubara a madame e depois disparara contra ela. Talvez a investigação até chegasse às duas bobinhas amigas da cabeleireira de Bia, ou talvez ninguém sequer se lembraria da presença delas por lá.

Dias depois a imprensa ainda reverberaria aquele assunto. Com algum otimismo a PM até chegaria a um suspeito: o porteiro. Claro, só pode ser ele. Mas depois de um mês mais ou menos o assunto sairia das pautas. A imprensa comprada da cidade já tinha novos crimes para esmiuçar. Em particular o cruel assassinato de um jovem de classe média que freqüentava as festas de Bia Palazzo, embora a PM, provavelmente, não daria conta daquele detalhe. Ele fora morto provavelmente por algum traficante. Acerto de contas, como tantos outros. Mas o rapaz era filho do promotor público da cidade e isso era suficiente para a morte ser explorada pelas próximas semanas. Logo o assassinato de Bia seria um assunto, digamos, morto. A comunidade do Orkut “Cadeia para o assassino de Bia Palazzo”, que no quente dos fatos chegou a ter 18 membros agora não passava de 10, menos até que a quase dúzia de festeiros naquela noite fatídica.

Mas isso ainda estava por vir, pois naquele momento em que sangrava, nos estertores de uma morte dolorosa, estranhamente confortada pelo tapete felpudo, ouvindo a voz rascante de Piaf, Bia sentia um alívio estranho. Antes de morrer ela esboçou um sorriso irônico e resignado. Em seu último esgar até teve ímpetos de fazer uma conta rápida, mas não teve tempo de fazer o inventário completo de quantos espertinhos infectou com aquele vírus mortal que levava consigo e que ela nunca dissera o nome, nem para si diante do espelho. Depois de tantas festas de arromba, onde ninguém sabia o que era comemorado, Bia Palazzo se lembrou, antes de dar seu último suspiro: mais de duzentos, certamente.

Música do dia: O novo disco do Coldplay
Citação do dia: “Se estão lendo Paulo Coelho em Paris vou ler Proust em Patis”- um aforismo de minha autoria
Filme do dia: O comovente Hotel Ruanda, que deveria se chamar “Hotel das Mil Colinas”.
Nota: Segue aí o mais novo material em áudio do Disco Virtual. Um especial com músicas ilícitas. Uma trilha sonora bem adequada para as festas de Bia Palazzo. Pode baixa e comentar.
004- Podcast: Músicas ilícitas

POESIAS:: AUTOR::Délio Pinheiro:: MORTE

Poesia:

Vez e outra eu cometo uma poesia. Essas aqui são bem recentes e agora ganham a luz do dia, após saírem do baú de guardados, onde repousavam, em seu fundo aveludado, ao lado de espantos, livros, memórias e traças.

Morte

Assumo riscos sem sentido
desnecessários até, sem sua luz
feito um cão qualquer, andaluz
farejo o silêncio em seu alarido.

Pois é na estridência de sua risada
que vejo o tamanho de meu mutismo
esgarçando em mim um abismo
nauseante, enquanto tonteio em sua murada.

Pronto para um vôo às cegas
Em busca de um canto ameno
Onde palavras e arpejos não dizem nada.

Apenas beijos, gestos e sussurros
E o silêncio eterno que campeia
No vale encantado de uma nova morada.

Vida

No último instante, em meu solavanco
Você veio com ungüentos e afetos
E me devolveu ao mundo feito um feto
Apenas com um sorriso franco.

Se não despenquei é porque você voltou
E trouxe as lembranças, e as fotos antigas
E vieram também risos e cantigas
E foi seu cantar que me acalentou.

Só que agora você tinha a voz doce
De uma Callas, Piaf ou de uma sereia
E a melodia triste me alegrava.

Dúvidas, remorsos, já não os tinha
Pois era na doçura de seus lábios
Que agora, e para sempre, eu morava.

Final:
Era só isso que eu tinha a dizer nesta semana. Agora por favor comente, senão vou me sentir o mais Alexandre Nardoni dos homens.
Autor:: Délio pinheiro ( poeta,jornalista,locutor,académico em advocacia)há tb meu amigo predileto!rsrs

JHONN

http://www.youtube.com/watch?v=C0lPi8wzVpY

FILOSÓFIA:: O SENTIDO DO SOFRIMENTO

A questão do sofrimento é tão antiga quanto a própria humanidade. E muitas são as abordagens filosóficas sobre ele. Na Bíblia, já vamos encontrar Jó clamando: “Que significam meus sofrimentos? Para que servem?” Qual o sentido da dor? Por que as pessoas adoecem? Qual a finalidade do sofrimento? Diz Ignácio Larrañaga: “Onde está o homem, aí estão juntas a alegria e a dor (...) o sofrimento será sempre a sombra do homem”.

O absurdo da dor está na sua falta de sentido, na sua inutilidade. Quem a vê assim se entrega ao desespero e à revolta. Mas, se a dor é vista como uma pedagogia, um sistema de aprendizagem, um esmeril, que leva o indivíduo a crescer espiritualmente, por que haveria o Cristo de sofrer? Por que os grandes santos também não foram esquecidos pela dor e pela doença? Se olhamos a dor pelo prisma da fé cristã, sabemos que aquele que sofre em Cristo, morre com Cristo.

João Paulo II dizia: “Todo homem tem sua participação na redenção. Cada um é chamado também a participar nesse sofrimento mediante o qual todo sofrimento humano foi redimido. Levando a cabo a redenção pelo sofrimento, Cristo elevou ao mesmo tempo o sofrimento humano ao nível de redenção. Por conseguinte todo homem, em seu sofrimento, também pode ser participante do sofrimento redentor de Cristo.” Salvafici doloris 19.

Só aquele que muito padece tem a capacidade de se com-padecer, isto é, alcançar a compaixão e a misericórdia, próprias dos grandes espíritos. Em muitas ocasiões podemos perceber, nos evangelhos, a familiaridade de Jesus com o sofrimento. E quem mais se com-padeceu tanto pela humanidade? Diz Larrañaga: “O que sofre na fé sofre com Cristo e como Cristo”. E continua: “Quem não sofreu parece uma vara de bambu: não tem miolo, não sabe nada. Um grande sofrimento é como uma tempestade que devasta e arrasa uma região. Passada a prova, a paisagem reluz cheia de calma e de serenidade. (...) Sem sofrimento, não há sabedoria”.

Em Romanos 5, 3-5, encontramos as palavras de Paulo: “Nós nos alegramos no sofrimento porque sabemos que o sofrimento nos dá a paciência, e a paciência nos prova, e quando provados temos esperança, e esta esperança nunca falha”.

Tudo isso não significa que o Cristianismo seja uma apologia do sofrimento, como foi entendido no passado e ainda é interpretado por muitos. Absolutamente! Ao contrário, ele é a Boa Nova. Ele nos mostra que nascemos para a felicidade e para a glória. Entretanto, em sua sabedoria, não pode negar aquilo que é inerente à própria condição de ser humano. E nos consola e conforta. Mostra que, em todo ato de sofrimento ou de contingência da vida, existe um Sim e um Não. O sim é aceitar com serenidade, lutando por transformação. O não é revoltar-se e criar a guerra na mente e no coração. O sim, remetendo-nos novamente à sabedoria de Larrañaga, “consiste, enfim, em aceitar o mistério universal da vida”.

Entretanto, existem outras visões sobre o sofrimento, a doença e a dor. Através de nossos estudos, das orações, das meditações e de nossas próprias vivências chegamos à conclusão de que costumamos ver Deus como uma entidade exterior a nós e ao mundo. Enquanto esta for a nossa forma de enxergarmos a Deus, estaremos vivendo na ilusão. Na ilusão da doença, na ilusão da dor, na ilusão da pobreza, na ilusão do mal.

Apenas quando encontramos a verdade, que é a comunhão perfeita com Deus, a compreensão de que Ele e nós somos Um, toda ilusão haverá de desaparecer e o Reino estará dentro de nós, mesmo vivendo na Terra. A enfermidade e qualquer mal são manifestações da desarmonia da vida. Enquanto penso em mim como separada de Deus, não posso ter saúde, abundância, paz. Porque Deus É em mim e só em Deus que está em mim, está todo Bem, toda saúde, toda a provisão, toda a paz. Ao repousar nesta paz, no regaço do Pai, o corpo retoma suas funções normais porque todo poder está em nós, já que somos com Deus.

Diz Joel S. Goldsmith: “Deus deve tornar-se para nós uma experiência viva, e precisamos descobrir uma maneira de estabelecer contato com aquele de quem nos julgamos separados. Quando somos tocados pelo espírito, recebemos a revelação, que é Deus. E então deixamos o espírito de Deus assumir o comando. Deixamos que a presença divina siga adiante de nós para corrigir o que está errado”. A partir do instante em que conseguimos perceber que Deus é vida ou que a vida é Deus, nossa condição geral começa a melhorar.

Há um salto na consciência quando conseguimos compreender que a nossa natureza é a verdadeira natureza de Deus. A lei é para aqueles que vivem segundo a concepção humana; a graça é para os que vivem espiritualmente. Só quando entendemos que todos os fenômenos visíveis têm sua origem no mundo invisível, passamos a viver na esfera espiritual, onde tudo é perfeito e harmonioso porque tudo é Deus.

As pessoas que se dizem espiritualistas, como em nosso caso, passam a vida estudando, meditando, buscando a Deus e procurando melhorar suas condições de seres humanos. Entretanto, só seremos realmente espirituais quando passarmos a viver em estado permanente de graça, no universo de Deus, no universo do Espírito. Esta transição de um estado de consciência a outro não é nada fácil. Mas sempre haverá de acontecer em algum momento de nossa vida: seja aqui ou em outra dimensão. Até lá, seremos atingidos pela ilusão do sofrimento. Cada um tem seu caminho. E todos temos que percorrê-lo sozinhos.

É preciso termos em mente as palavras de Goldsmith: “se nos agarrarmos à idéia pessoal do “Eu” não estaremos permitindo que o espírito opere e flua através de nós na qualidade de cura e regeneração”. Lembremo-nos, pois, que este é o testemunho de alguém em processo evolutivo. Muitos santos e mestres conhecidos viveram a vida na ilusão e sofreram até que, um dia, atingiram a iluminação e passaram a viver na presença eterna de Deus. Como já dissemos, este é um caminho nada fácil e bastante “estreito”. Mas, como já afirmamos, também, é um caminho que todos nós temos que trilhar.

Como diz Mauro Kwitko: “Como podemos entender o Divino? Quem somos nós para querermos saber o que é Deus e entender as suas obras?” Ele ainda explica: “A doença física é uma alteração energética de acúmulo ou deficiência e isso vem dos pensamentos e dos sentimentos, o que afeta os chakras e daí os órgãos. (...) O mais importante é passar por situações de sofrimento e procurar sair dele com inteligência, com competência, com honestidade, sem acomodamento, sem desespero, sem revolta (...) o que traz consigo a evolução.“


BJKS DA VAN