quarta-feira, 15 de outubro de 2008

COMPULSÃO E HIPÓCRISIA

Lê-se todos os dias nos diversos jornais das diversas regiões do país, matérias exorbitantes sobre “fechamento” pela polícia de mais um cassino clandestino ou casa de jogos disfarçada em fachadas familiares.

A população às vezes se assusta com as operações “espetaculosas”, às vezes simplesmente confere e confirma o que já todos sabiam ou desconfiavam, tamanho o “entra-e-sai” de carros, homens, mulheres e ate menores de idade no mesmo e misterioso endereço sempre guardado por seguranças de plantão...

Uma das características detectadas em testes psicológicos de pessoas viciadas (drogas, álcool, jogo, sexo, etc) é sua obstinada escolha pela estratégia do “ganha mais/arrisca mais” em detrimento do perfil mais prudente e conservador de nós, vis mortais, que batalhamos o salário do fim-do-mês, e valorizamos jogar no “ganha menos / arrisca menos”.

Recente pesquisa realizada em importante faculdade do País com adolescentes concluiu que aqueles usuários de maconha passaram a desenvolver cada vez mais no “jogo-da-vida” esta perigosa estratégia”!

Como os altos ganhos nunca caíram dos céus ou sua mediana remuneração mensal não consegue mais suprir suas necessidades crescentes de êxtase, prazer e fissuras momentâneas, é fácil compreender o natural “deslocamento” destes dependentes compulsivos para atividades progressivamente mais ilícitas, desde pequenos furtos caseiros, venda de bens familiares, desfalques, auto-sequestros, roubos e até finalmente se renderem ao tráfico (ou à jogatina profissional).

Tenho dito e revisado neste nosso blog do comportamento da atitude hipócrita de nossa sociedade, genética e culturalmente desfiladas e contidas no berço da civilização cristã portuguesa ocidental, que como nosso querido e carismático Presidente, nada vê, nada ouve, nada sabe, especialmente quando não quer ou não lhe interessa.

Perseguimos o tradicional e quase inofensivo “jogo-do-bicho” com suas minguadas apostas e permitimos o funcionamento ilegal de casas suntuosas, onde o “cacife” mínimo é de R$ 200 reais, que convenhamos, não é para qualquer um apostar...

O pôquer (jogo de rico), roleta, bingos e caça-níqueis rolam solta noite adentro, fazendo novas vítimas, destruindo lares honestos, depauperando patrimônios de gerações, corrompendo valores e emoções, deixando seqüelas psicológicas incuráveis.

É preciso acordar minha gente, pois esta mazela que arruína tantas famílias nas principais capitais do país está chegando de mansinho e se instalando sorrateiramente, de olho nos lucros fáceis, nas fraquezas da compulsão obsessiva e na perigosa distância com que a sociedade costuma fingir ignorar nossas feridas.


bjks da van

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