domingo, 19 de outubro de 2008

LIVROS NOVAMENTE

Hipopotomonstros esquipe da liofobia


Os tempos mudaram. A leitura hoje é dinâmica, simples pesquisa sobre o básico, apenas pelo que interessa no momento. Pouca pesquisa ou estudo sobre determinado tema ou assunto; e lá se vão bibliotecas, os livros sobre os quais se debruçavam estudantes. Agora, é suficiente (assim pensam alguns estudantes, interessados somente em “passar de ano”) olhar na internet o assunto e copiá-lo na apresentação do trabalho escolar (o professor nem vai notar; equivocadamente pensam alguns ‘estudantes’). É cada uma! Ah! hoje, qual estudante de ensino fundamental e ensino medio escolar que já leu “A Odisséia”, de Homero? E “Os Lusíadas”, de Luís de Camões? É dose! Estes livros têm páginas e mais páginas, mais de 400, 500 páginas. Você já os leu? E tantos outros clássicos da literatura universal. Sem esquecer Jorge Amado... Livros volumosos, páginas e mais páginas... Leia-os. Leia pensando na mensagem, no enredo ou trama do livro; leia depois, ou antes, pensando na forma, na gramática, no estilo literário... Garanto que você aprenderá a falar bem e escrever com ortografia invejável. Ou ficará fadado à linguagem cifrada e não recomendável; linguajar da internet “vc qr tc cmgo... pode me add. Td bm” e por aí afora. Sou jejuno em internet.

O tema central é um palavrão de propósito. Vem o palavrão para despertar sobre uma boa leitura e não uma simples olhadela sobre determinado tema, com a conclusão precipitada e leviana de que já entendeu o assunto. Assim não dá. Você não passará no vestibular, no concurso para emprego e coisas semelhantes, porque você não domina o assunto e não o entenderá e nem o interpretará corretamente. Se arranjar emprego será com pouca capacidade ou competência e você não passará de um empregadinho; ou, mais grave, um puxa-saco do chefe, para garantir seu mísero emprego. Você tem medo de palavras grandes? Estou fazendo uma correlação entre uma boa leitura ampla e cultural e a leitura de qualquer assunto de forma breve e “en passant”; de modo que, o medo de palavras grandes vem, no caso, a se fundir com a preguiça de ler um assunto profundamente. Este texto, por exemplo, já a encerrarei. Para que você não tenha tédio, não venha com desculpas: que já entendeu todo o assunto, está com pressa, está sem óculos e depois a lerá, com calma; ou dirá até que o tema não tem figuras ilustrativas para atrair sua atenção. Neste caso, pensei, coloco minha fotografia simpática e cordial, você pode até achar a fotografia bonita e lerá todo meu texto.

Será a palavra do título a maior? E a palavra “inconstitucionalississimamente”? Agucei sua curiosidade. Não responderei, esperando você contar as letras; e, talvez, responder-me por e-mail fazendo uma crítica deste texto. Texto este fruto de conversa, por ouvir dizer, inclusive, que temas longos não se lêem. E no vestibular? Dos romances indicados são lidos somente os seus resumos. Você não passará no vestibular desta forma e nem será aprovado em concursos para emprego. E química, física, matemática, biologia. Como fazer nestes casos? Fórmulas e mais fórmulas e tirocínio. Estude tais disciplinas “en passant”: veja o enunciado e a resposta. Ah! É assim? Você vai dançar! Eu desejo a você todo o sucesso deste mundo. Então, leia bastante, estude, pesquise e... chega de conselhos. Vamos ao tema.

Antes, porém, vamos esclarecer e finalizar o texto. Este seu último parágrafo. Já estou terminando, apressadinho. Brincadeirinha, você é legal. O título deste texto significa medo de palavras grandes. Fobia vem do grego e significa “medo exagerado e doentio”. Há a fobia específica, classificação baseada na fisiopatologia. Cuidam dos estados de fobia os psicólogos, psiquiatras, por excelência. O medo, do latim, metu: sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça. A fobia, do grego, fobos, é um estado psicopatológico (doentio) caracterizado pelo medo excessivo, irracional, ansiedade extrema. É comum, normal e recomendável o medo que sente a pessoa comum, calcada na experiência do homem comum; valendo como instinto da preservação da espécie.

O medo normal é a prudência, a cautela. Todo herói tem medo. E qual é das citadas acima a palavra maior? É a palavra que tem 33 letras, a outra palavra só tem 30 letras. Qual é cada uma delas? A palavra que tem 30 letras é folclórica; é tecnicamente incorreta, porque não se deriva advérbio de modo do adjetivo no grau superlativo absoluto sintético.

Gostou deste texto? Leia tudo que lhe for oferecido, até bula de remédio. Valeu, meu amigo, DR. QUARESMA, RENOMADO PATOLOGISTA. Estou nas alturas, em lugar elevado, tenho acrofobia; tenho hipsifobia; gosto de viajar de avião, não tenho aerodromofobia, aviofobia ou aviatofobia. Entretanto, quando chove com trovões e relâmpagos, tenho astrofobia ou astropofobia. Finalizo tudo, lembrando de alguma coisa que me da medo; é fobo, ablepsifobia. Embora não sinta dor, esta é psicológica, tenho agliofobia.


BJKS DA VAN

Um comentário:

Unknown disse...

Van, parabéns, imensurável artigo que aborda, Se o pessoal de Brasília tivesse MISOFOBIA, garanto que muita coisa iria melhorar nesse país.