A interminável história de superação de muitas pessoas anônimas ou mundialmente conhecidas ilustra bem certos aspectos do tema que vamos abordar hoje, iniciando esta nova série de artigos sobre assuntos polêmicas do comportamento humano.
Embora o universo, o planeta e a natureza que vivemos nos presenteiem diariamente com sucessivos exemplos da eterna dualidade que nos circula (que de certa forma reside no interior, no íntimo, na alma de cada um de nós) insistimos em apoiar nossa cegueira espiritual, nossa loucura mental, nosso vício emocional de dividir, de classificar, de especializar, de denominar, de separar, de excluir, gerando preconceitos, dores, ressentimentos, atrasos, guerra e outras barbaridades sem sentido.
Nossa recusa em ter uma abordagem lógica do universo (e de nós mesmos) é a causa desta obsessão, desta paranóia, justificada na assertiva ilusória da divisão entre ruim e bom, positivo e negativo, certo e errado, bonito e feio, luz e sombra, com o claro objetivo de nos identificar só com um lado (supostamente o melhor) e rejeitar o outro (supostamente o pior).
Hoje com o chamado aquecimento global toda a humanidade está reciclando certos conceitos e nossos maravilhosos pólos gelados nas extremas calotas terrestres já não são vistas mais como regiões inóspitas, desconhecidas, desconfortáveis, sem importância social e econômica, mas como verdadeiras salvadoras da pátria neste processo caótico em que transformamos nosso clima, justamente por não respeitar, não compreender e não valorizar os dois lados da mesma moeda, os dois aspectos da mesma realidade.
Do ponto de vista psicológico temos também a mesma tendência em rejeitar, negar, esconder as chamadas características e hábitos adquiridos que nos prejudicam, que nos compromete e nos fragiliza perante o outro. Enquanto estou acomodado com esta estratégia, estou satisfeito com o meu desempenho e me sinto feliz com meu estágio atual de felicidade é normal, natural e até compreensível que adotemos este procedimento.
O problema começa quando as coisas começam a não funcionar assim tão bem na nossa vida, e queremos mudar... Aí a coisa pode funcionar exatamente do jeito contrário, ou seja, quanto mais tento negar, esconder ou condenar meu lado obscuro, mais fica difícil a tarefa de me livrar dele, mais complicada a cura, mais complexo o desapego emocional... Quanto mais julgar, tratar mal, condenar e odiar um velho padrão que desejamos abandonar, mais forte se torna sua ligação com ele, mais tempo vai requerer para conseguir transformá-lo dentro de si.
Na realidade, ao reforçá-lo com seu ódio, rancor impaciência, irritação, negação, julgamento, crítica, condenação, a única coisa que você consegue mesmo é bloquear a energia da mudança que revela seu coração, fechando todas as aberturas destinadas a sua livre devolução natural ao universo.
A saída então é tratar com carinho seu negativo, colocar muito amor na sua relação com ele, rompendo a rigidez das barreiras emocionais e abrindo espaços para a entrada de novos padrões mais saudáveis que vão substituir os indesejáveis de uma forma mais leve, mais tranqüila, mais suave em busca da cura que por direito divino está reservada para nós!
bjks da van
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