Hipocrisia

Gostaria de falar sobre hipocrisia. Tenho desejo de lembrar amigos, políticos, demagogia, coisas afins e desta natureza. Sim, lembrar de um elogio, tecido por força de circunstâncias onde o elogio recebido é apenas entoado em forma de coro, quiçá para não desagradar àquele que elogiou inicialmente. Complicando o tema: “Vanitas vanitatus, omnia vanitas”, copiando um versículo do livro Eclesiastes, que se traduz por “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. Assim é a vida, inexorável, cheia de vaidade, de falso pudor, de falsa moral (somente acreditada por verdadeiros moralistas). Sofismas e vicissitudes, mazelas, desejos. Tudo cheio de um vazio querido, desejado para engano do enaltecimento do ego. E assim segue a vida até o derradeiro sopro, onde a verdade estampa para o entendimento perfeito de que tudo não passou de nada.

Com este preâmbulo, passo ao centro do meu tema verdadeiramente lúdico ou vice-versa. Nem sempre a primeira impressão deve ficar, mas esta conduz a um fardo de entendimento, juntado a quinquilharias outras, aonde se chega a entender superficialmente que compreender é raciocínio de elucubrações inúteis. E conclui-se: melhor calar! Imagine aquele elogio, um amigo lhe diz: gosto muito do que você escreve; vou comprar seu livro, Leia-o, ele é muito bom. Leio sempre seus textos e poesias. Aquela última foi ótima. E você, de forma sarcástica, pergunta: Ah! Eu falei sobre amizades, não foi mesmo? E seu amigo confirma e pergunta, você sempre escreve mesmo em qual jornal? Dois mentirosos.O texto publicada nada tinha a ver com “amizades” e não poderia ter sido lida pelo amigo se não sabe qual era o texto. Pergunto: Por que desmentir o amigo se sua intenção era elogiar? Eu minto, tu mentes... nós mentimos. Vamos conjugar a vida para comungar amizade. Sabe que é grave, a falsidade ao extremo, “esqueci seu nome, amigo”. Seja um mentiroso mais autêntico. Pergunte: “amigo, esqueci seu nome completo”. Diante da resposta do nome completo, você lembrará do nome do amigo do amigo, daquele amigo que era companheiro daquele outro que era colega dele. Brincadeira, amigo. E dou-lhe um tapinha nas costas...

Senti profundamente quando alguém me disse que recebera um convite de casamento de um jovem a quem outrora tinha ajudado nas sendas da vida como se filho fosse. E que este jovem, sofridamente, estudara e fora graduado em física, com especialidade em quântica.

Disse-me ele, repito: que recebera o convite de casamento, porém não o abriu. Seis meses depois, o jovem físico telefonara para o senhor amigo e lhe perguntou se teria lhe ofendido, pois lhe enviara de presente um cheque de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para que o mesmo comprasse um carro novo e o prestigiasse com sua presença no casamento, e que o cheque não foi descontado no banco e prescreveu. A carta com o dito cheque e o convite de casamento foi enviada por sedex dez, com aviso de recebimento. Falsa amizade, orgulho. Aquele jovem, quando pobre, dele recebeu ajuda por comiseração humana, talvez para aquinhoar um pedaço do céu, ao depois da vida. E eu com isto!

Um falso elogio é melhor que uma crítica severa, negativa, ofensiva? Com a resposta, ao amigo! Sempre que recebo um tapinha nas costas, daqueles, veladamente cheio de demagogia, eu olho para meu ombro para ver se minha blusa ficou suja com as mãos do “amigão”. Não nego, (maneira de não dizer a verdade), sempre que recebo elogios eu agradeço com um sorriso nos meus lábios entreabertos e com os olhos cintilando. Puro sarcasmo! Correspondo o elogio com a mesma intensidade. E se assim não o é, se assim não o for, retiro tudo que disse para afirmar que verdadeiramente, incondicionalmente, sou seu amigo.

Finalizo o texto do dia com um verso improvisado: Amigo, encha meu ego de elogios, abrace-me fortemente, se não for frescura, beije-me, ao menos a fronte, e me faça mergulhar ego, superego e id abaixo com a verdadeira e falsamente amizade. Eu o amo!

bjks da van... rsrsrs