segunda-feira, 6 de outubro de 2008

POESIAS:: AUTOR::Délio Pinheiro:: MORTE

Poesia:

Vez e outra eu cometo uma poesia. Essas aqui são bem recentes e agora ganham a luz do dia, após saírem do baú de guardados, onde repousavam, em seu fundo aveludado, ao lado de espantos, livros, memórias e traças.

Morte

Assumo riscos sem sentido
desnecessários até, sem sua luz
feito um cão qualquer, andaluz
farejo o silêncio em seu alarido.

Pois é na estridência de sua risada
que vejo o tamanho de meu mutismo
esgarçando em mim um abismo
nauseante, enquanto tonteio em sua murada.

Pronto para um vôo às cegas
Em busca de um canto ameno
Onde palavras e arpejos não dizem nada.

Apenas beijos, gestos e sussurros
E o silêncio eterno que campeia
No vale encantado de uma nova morada.

Vida

No último instante, em meu solavanco
Você veio com ungüentos e afetos
E me devolveu ao mundo feito um feto
Apenas com um sorriso franco.

Se não despenquei é porque você voltou
E trouxe as lembranças, e as fotos antigas
E vieram também risos e cantigas
E foi seu cantar que me acalentou.

Só que agora você tinha a voz doce
De uma Callas, Piaf ou de uma sereia
E a melodia triste me alegrava.

Dúvidas, remorsos, já não os tinha
Pois era na doçura de seus lábios
Que agora, e para sempre, eu morava.

Final:
Era só isso que eu tinha a dizer nesta semana. Agora por favor comente, senão vou me sentir o mais Alexandre Nardoni dos homens.
Autor:: Délio pinheiro ( poeta,jornalista,locutor,académico em advocacia)há tb meu amigo predileto!rsrs

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