sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O QUINTO PODER





Os Três Poderes da República são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, constitucionalmente constituídos. O Quarto Poder é criação extra Constitucional. É poder de fato que se atribui à Imprensa falada, escrita e televisada. Tal é o reconhecimento do seu poder de persuasão (no bom sentido) de levar o conhecimento da notícia a todos os cantos do país e do mundo. A Imprensa, realmente, tem um poder enorme na divulgação da notícia; e pode e quase sempre influencia opiniões, muda e cria ou recria opiniões.

Todos os Poderes, de certa forma, são vulneráveis porque podem ser “calados”. O Quarto pode ser censurado ou amordaçado. Pode-se fazer uma exceção para o Executivo. E já o foram por diversas vezes. Reflita! O Poder Executivo apenas sente um grande abalo na exclusão do seu Chefe. É a Revolução, gente! O ex Presidente "daquilo roxo, caçador dele mesmo "caiu. O covil de parasitas "planalto central" foi fechado – calaram o Poder Legislativo. O Poder Judiciário fica limitado e restringido; e adstrito, cumprindo os decretos do Regime de Exceção. Quem manda é a força! Desobedeceu? Tá preso! E este filme de longa metragem já passou; começou em 1964 e terminou há decadas atrás. Daí para trás não vivi, li a história... O tema que intitula o texto é outro. Paciência, adentrarei ao tema central agora. Apenas esclareço que o Poder Judiciário não é emudecido, continua suas atividades dirimindo as controvérsias que não alcancem e que sequer possam arranhar os interesses do Regime de Exceção.

O Quinto Poder é a voz do meu coração! A voz muda que fala apenas egoísta monólogo com sua própria titular. A dona do coração ouve a voz do coração, sente e entende sua fala. Mas não tem uma linguagem correspondente para lhe retrucar; não tem vernáculo, nem língua estrangeira alguma que possa utilizar para dialogar com a voz do meu coração.

Ingênua e inocentemente, a proprietária do coração usa ou utiliza a voz da razão para dialogar com a voz do meu coração. Perda de tempo. Este expediente nunca deu certo. A voz do meu coração não admite contestação e nem contrariedade alguma. É uma voz autoritário, ditador, egoísta. A voz do meu coração é semelhante a qualquer regime totalitário ou de exceção, somente é ele quem manda.

É assim que hoje senti meu coração, hoje pela manhã, diante do espelho, arrumando-me para meu trabalho; labor cotidiano, mas sempre cheio de emoções renascendo e nascendo como se fosse a primeira vez. Ah! Coração impiedoso. Eu não me levantei da cama pensando em recordações amorosas ou paixões antigas. Nada! Apenas eu levantei, como de costume faço, preparando-me para mais uma jornada.

O meu coração assim não pensou, resolveu recrudescer, e ditou suas impiedosas ordens fazendo-me lembrar que ele, o meu coração, (que já não é mais um órgão insubstituível porque pode ser substituído por outro, embora imprescindível) é totalitário e subjuga todas as vozes, não admitindo contestação.

Chego, portanto, à conclusão de que a razão não tem razão alguma diante da mais branda paixão ou do amor esquecido ou do amor que nasce. É bom espraiar este sentimento pelo amor que temos a muitas coisas outras: Pelo amor da profissão e tantos outros amores sublimes; pelo amor que de tudo irradia... Verdade acho que o meu coração pensou nele(...). Quem é ele? Segredo! Este é o grande poder do enigma da vida, o coração bem o sabe.

Vivo hoje sob uma manhã de um regime de exceção, sob um regime totalitário, cujo ditador é o Quinto Poder. Assim, a voz do meu coração é o quinto poder constituído de fato e inquestionável.

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