quarta-feira, 12 de outubro de 2011

OLIM - PIADA - DE MAU GOSTO







O Brasil foi o retrato do desbravador, do aventureiro, em sua candidatura para sediar os jogos Olímpicos em 2016, provando que esse negócio de que não poderia ganhar o direito de abrigar tamanho evento era uma lenda. Através de um ex presidente manguaça metido a pop star , de uma comitiva exageradamente emocionada e com apresentações louváveis, com um filme do cineasta Fernando Meirelles, esteticamente perfeito, o País implodiu o mito.

Entretanto, esse feito não pode ofuscar o nosso senso crítico e que o entusiasmo não entorpeça a realidade do país.Devo informá-los que insisto que a Olimpíada não pertence ao Rio, mas a todo o Brasil. A vitória é de todos, tal qual as derrotas possíveis. Minha crítica não é destinada só ao Rio, mas ao País, pois, diante das mazelas que permeiam esta nação, sinto-me muito à vontade em adotar postura opositora à celebração do evento.

Minhas opiniões são de uma brasileira indignada com as falcatruas relacionadas ao fato.Hoje, contrariando a Profecia Maia, afirmo que o mundo não vai acabar em 2012, porque viveremos para ver a Copa da Fifa em 2014 e a Olimpíada em 2016, acontecimentos que colocam o Brasil no centro do Planeta. Não é o fim do mundo que se apresenta, mas sim o “fim da picada”.

A celebração dos jogos fica por conta dos abusos do desgoverno, que mostra disposição demasiada para realizar os jogos. Quantias estratosféricas que são aprovadas ao bel prazer da corruptas CBF e do COB, entidades que são investigadas por corrupção, coordenadas nada mais nada menos por 2 bandidões de colarinho branco Ricardo Teixeira e Carlos Arthur Nuzman, respectivamente.O que eles têm em comum? Não largam o osso de jeito nenhum e são alvo de denúncias constantemente de corrupção. Misture a tudo isso um órgão como a FIFA, que impõe suas ordens e regras ao país, passando por cima da constituição e exigindo adequações do desgoverno e do povo para receber os jogos. Caraleous, quem é a FIFA para mandar e desmandar aqui, como se fôssemos um bando de trogloditas que necessitamos da caridade da entidade?

Atribuir à Olimpíada a salvação deste país do bundalelê é o que considero sumariamente leviano e, ao mesmo tempo, ingênuo. Defende-se muito o legado do que este mega evento esportivo deixará para o país, o que, infelizmente, baseando-se na história deste país, permanecemos incrédulos, haja vista o que nos proporcionou o Pan-americano de 2007.

Dívidas colossais, orçamentos superfaturados e complexos esportivos inutilizáveis.O complexo Maria Lenk ficou fechado por muito tempo, pouco aproveitado para a realização de competições aquáticas. O estádio João Havelange, apelidado de “Engenhão”, possui pista de corrida que raríssimas vezes é utilizada. O estádio que foi construído com pompas de Olímpico, hoje é usado meramente para sediar jogos do time do Botafogo.Não podemos falar em Olimpíadas sem um espírito olímpico, algo que o país do carnaval não possui, uma vez que falta incentivo emocional e estímulo financeiro aos nossos sofridos atletas.

Reflitam galera, um país sem alicerces educacionais adequados, em que as escolas estão caindo aos pedaços, professores desmotivados e mal pagos, crianças fora das salas de aula, o setor da saúde decadente com inúmeras denúncias de hospitais não equipados e falidos, médicos impossibilitados de prestar seus serviços e pacientes morrendo nos corredores, um estado de sítio em que a violência, a impunidade e a insegurança prevalecem nas cidades, bairros e ruas. Esta é a cruel realidade desta nação chamada Brasil.

Antes de sermos campeões olímpicos, deveríamos ser campeões na educação e saúde. Como aceitar gastos de aproximadamente R$ 25 a 30 bilhões com uma Olimpíada? Só porque o desgoverno "poste", o COB, o Nuzman, o Paulo Coelho ou o Cielo afirmam taxativamente que o legado que os jogos deixarão mudará a situação do país da cola de sapateiro, orgias, crack, cocaina, oxi, maconha, e corrupções? A pergunta que não quer e não vai se calar é: legado pra quem, cara-pálida? Pálido somente o povo brasileiro.

Eu, movida pela fé patriótica e que ama este país, sinto-me na obrigação de monitorar, fiscalizar estes gastos e verificar se o dinheiro está sendo devidamente aplicado para construir boas instalações, qualificar nossos atletas e melhorar a qualidade de vida deste povo sofrido de governo, saúde , é educação. Não gostaria que a emergência de ocupar um lugar no mundo fizesse do Brasil um país imediatista e inconsequente. Torço muito pelo sucesso dos jogos, mas dispenso o lisonjeio. Que esta não seja uma Olim-PIADA - de mau gosto.

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