sexta-feira, 6 de julho de 2012


Como disse, esse contexto triste pode ter o mérito de retirar desses mentirosos traidores sua base social de apoio entre os ativistas. Quaisquer apoiadores do PT encontram-se perante um dilema ético: ou fazem papel de burros e abraçam a desonestidade e o projeto de vida de seus líderes, repetindo os argumentos prontos para tudo o que o governo fizer (seja porque são burros mesmo, seja porque almejam um cargo que certamente é melhor do que trabalhar como um proletário), ou então dão as costas de vez a esses políticos profissionais, assumem a dura realidade de que o que está no poder não é um projeto de esquerda e se engajam na tarefa de reconstruir tudo de novo, tentando dessa vez ter a clareza necessária em cada passo para não cairmos no futuro nas mãos de outra direção pronta a nos trair! Uma lição já está dada: a via eleitoral é um beco sem saída! Leva inevitavelmente a alianças funestas, que paulatinamente esvaziam o conteúdo positivo da plataforma política almejada e corrompem os quadros militantes.

A reorganização de um projeto de emancipação tem de buscar outros rumos. No mais, nem mesmo de um “voto útil” o PT é digno.

http://www.youtube.com/watch?v=FQgCs4G5Bbk&feature=related

Notas

1= A ex prefeita de São Paulo, que já havia sido confirmada como vice de Haddad, anunciou seu repúdio à aliança e seu desligamento da campanha, escancarando a ficha do criminoso ao qual o PT se aliou. Vale dizer que Erundina apesar de poder ser questionada em diversos níveis, mesmo em todos os seus erros desde sua gestão na prefeitura de São Paulo sempre demonstrou coerência. Vale mencionar ainda que em 1998 Marta Suplicy, terceira colocada na eleição para o governo de São Paulo, declarou imediatamente apoio a Mário Covas, do PSDB, que veio em seguida a vencer a eleição contra Paulo Maluf, que nas palavras da petista era o pior mal que poderia acometer a cidade. Dois anos depois, Mário Covas mostrou pensar o mesmo, declarando apoio a Marta no segundo turno em que ela veio a derrotar o mesmo Maluf!

2= A mudança de nomes nas legendas é prática constante no Brasil, meio de apagar a lembrança dos eleitores. Vale então uma rápida rememoração: o ARENA tornou-se PDS, e depois suscetivamente PPR, PPB e finalmente PP, partido liderado por Paulo Maluf.

3= De quem eu estou falando? De um crápula de porte não muito menor que Maluf. Um resumo da ficha: Deputado pelo ARENA, votou a favor do AI-5 em 68, apesar de ter manifestado julgar a medida demasiado branda (sic!) – Delfim queria poderes mais amplos para o Presidente. Em seguida, Ministro e cabeça pensante dos planos econômicos da ditadura, fraudou os índices de inflação de 69 a 74 pra manter congelados os salários dos trabalhadores, criando o famoso arrocho que (este sim e não as medidas financeiras, fiscais etc) bancou o “milagre econômico”. Nos anos 80 livrou-se de investigações criminais diversas graças a imunidade que o cargo de Embaixador do Brasil na França lhe outorgou.

4= Com base numa mentira em que os pobres coitados empresários aparecem sobrecarregados de impostos, esse falsário ideólogo do capital não se digna a apontar que quem paga impostos demais no Brasil é a classe trabalhadora (Distorção viabilizada pelo sistema de tributação indireta e as poucas faixas na tributação direta, que preservam intocadas as fortunas). Junto da mídia, economistas mentirosos como ele vêm há anos criando esse discurso sobre a tributação afim de viabilizar mais uma redução tributária para o capital às custas de sobrecarregar ainda mais o povo.

5= Política que alimenta ainda mais um modelo de produção e consumo em que se privilegia o automóvel particular em detrimento do transporte público e que além de ser extremamente nocivo para o meio ambiente é um dos principais componentes do nosso caos urbano.

6 = Enquanto usina hidro-elétrica até os pareceres do governo mostram que o projeto é um péssima relação custo-benefício.

7= Vale dizer que este governo não pode enfrentar a bancada ruralista por um simples motivo: sua política macro-econômica depende do sucesso do agronegócio, pois este é fundamental para garantir o saldo positivo em nossa balança comercial.

8 = No século XIX o Brasil deu ao mundo um exemplo super bem sucedido de reflorestamento. Trata-se da Floresta da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, área que era ocupada por latifúndios de café! No final da década de 1850, a capital do Império sofreu graves crises de abastecimento de água, cuja causa foi identificada na remoção da vegetação nativa próxima às nascentes. D Pedro II desapropriou os cafezais em 1861 e ordenou o reflorestamento, que foi realizado ao longo de 13 anos.

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