Virá o dia em que todos aos levantar a vista, veremos nesta terra tupiniquim reinar a liberdade.
Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece está é uma observação do grande Nietzche. Ele ainda dizia que muitos de seus pensamentos foram guardados em segredo por medo.
Euzinha, leitora do salve,salve, grande Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega: “Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos” Tardiamente. Na velhice. Como estou envelhecendo, estou ganhando coragem.
Vou dizer àquilo sobre o que tem poder realmente. “O povo unido jamais será vencido”, é disso que tenho medo, gentem.
Em termos passados, invocava-se o nome do cara lá de cima como fundamento da ordem política. Mas o todo poderoso lá de cima foi exilado e o “povo” tomou seu lugar: a tal da "democracia" é o governo do povo. Não sei se foi bom negócio essa troca de patrão; mas o fato é que a vontade do povão, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de TV, BBB, Fautão, Gugu, e músicas que estão fazendo sucesso.
A teologia da libertação sacralizou o povão como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia sagrada, o povo e o cara lá de cima andam sempre em direções opostas, uma via de mão dupla. Bastou que o apostolo Moisés, o líder, se distraísse na montanha para que o povão, na planície, se integrasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das montanhas, o apostolo Moisés ficou tão zangado que quebrou os pegaminos com os Dez Mandamentos.
Também tem a história do profeta Oséias, homem apaixonado pela sua companheira! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da esposa que amava! Mas ele tinha outras idéias sinistra. Amava a prostituição. Pulava de cerca em cerca, enquanto pulava de galho em galho. Até que a esposa um belo dia o abandonou. Passando muito tempo, o profeta Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu? Viu sua esposa sendo vendida como escrava. O profeta Oséias não teve dúvidas. Comprou a e disse; “Agora você será minha para sempre.”
O profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor do cara lá de cima. O todo poderoso era o amante apaixonado. O povão era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável. O povão preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga. Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com a fachada do pão e circo. No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povão gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram de figura...
Os cristãos, de comida para leões, se transformaram em donos do circo. O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam lotadas com o povão em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos de pessoas sendo queimadas.
O teólogo Reinhold Niebuhr, moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a uma galera, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma formiguinha, se incorporados a uma torcida tornam se capazes dos atos mais cruéis. Participam de torturas, assassinatos, estupros, linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido, jogar ovo podre na população, espancar gays ate a morte,e até mesmo jogar bomba no meio da torcida do time adversario. Indivíduos são seres morais. Mas o povão não é moral. O povão é muitas vezes uma prostituta que se vende a preço vil.
Seria maravilhoso se a galera agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói a verdadeira democracia de fato. Mas uma das características do povão é a facilidade com que ele é enganado. O povão é movido pelo poder das imagens que chega até seu coração e não pelo poder da razão... Que no caso, e " dai a César, o que é de César" (Mt., 22, 15-22),.
Quem decide as eleições, e a democracia aqui no Brasil, e em alguns pais, são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais cabulosas. O povão não raciocina. Somente os indivíduos pensam. Mas o povão detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. Uma coisa é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham. O todo poderoso, foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás.
A revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, os chineses queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei o que outras coisas o povão é capaz de queimar. O nazismo era um movimento popular. O povão alemão amava o Führer.
ENTÃO GALERA , O POVO UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO NÃO E MESMO!QUE SEJA PARA O BEM OU TAMBÉM PARA O MAL?
Eu pessoalmente, tenho vários gostos que não são populares. Então, alguns amigos ,já me acusaram de gostos aristocráticos. Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Ludwig van Beethoven, de carlos drummond de andrade, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, e porque não as vezes do silêncio; não gosto de hipocrisia , não gosto de Machel Teló, Grupo Restart, politicos safados, que troca de partido como troca de cueca ou calcinha, não gosto de puxa sacos e etc...
Tenho agonia de que, num eventual triunfo do gosto do povão, eu venha a ser obrigada a queimar os meus gostos politicos, musicais,e a engolir sapos barbudos e sair por ai cantarolando "ai se eu te pego", à semelhança do que aconteceu na China. Mas, para que esse acontecimento não aconteça, é preciso que o poeta volte a entoar a canção e a galera volte a escutar.
"CAMINHANDO E CANTANDO E SEGUINDO A CANÇÃO".
http://www.youtube.com/watch?v=BvxFwWdYVe4&feature=related
Isso é tarefa para os artistas e educadores. A galera que amo não está longe de uma realidade, é uma esperança gentem.
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