quarta-feira, 3 de junho de 2009

SINDROME

O transtorno “bipolar” acomete quase dois milhões de pessoas só no Brasil e confesso nos últimos seis anos tem sido um dos meus objetos de estudo, na tentativa de entender melhor esta doença “bio-psiquiatrica” e ajudar pessoas a conviver com elas, através de um tratamento eficaz.

Uma das características, mais comuns e semelhantes, que já observei nos portadores desta “síndrome” é a sua “teimosia”, sua “cegueira”, sua dificuldade em assumir sua condição de portador de uma doença.

Na verdade, esta “defesa” inconsciente perdura até uma certa altura, onde a “onda” está tão alta, que o “balde” já tão cheio, as “perdas” tão fortes, os episódios tão repetitivos que não dá mais para esconder ou fingir um “personagem”.

Pelos casos e exemplos que conheço e já estudei, a “ficha” começa a cair a partir dos 28 a 30 anos quando a pessoa começa a atingir certa maturidade e a vida passa a lhe exigir certa “estabilidade”. Até está idade “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, como dizia o poeta!

Na juventude, as excentricidades, as “esquisitices”, são até naturais e servem até para fazer “tipo”, podendo ser interpretado como coisa da “idade”, nada que o tempo não possa “consertar”. Neste período os “porres” e as “ressacas” acabam por misturar todos os sentidos e pagam “a conta” e a culpa por quaisquer desvios, encobrindo na névoa da madrugada possíveis vestígios maníacos ou depressivos.

A coisa começa a “pegar” mesmo é quando chega o momento da pessoa assumir, compromissos, como trabalho, casamento, responsabilidade, investimentos, filhos, etc.

É a expectativa dos pais do sucesso profissional após tanto sacrifício para cursar a faculdade... É a expectativa do cônjuge ou parceiro (a) ideal, após tantas promessas e juras de amor... É a expectativa dos amigos, dos colegas, dos professores e sua própria, já que o portador da doença não sofre alterações intelectuais, sendo às vezes bem dotado neste “quesito”.

A palavra chave que resume todo o desafio que se inicia a partir daí se chama “ESTABILIDADE”.

A falta de um acompanhamento psicológico e psiquiátrico, falta de uma prática esportiva e uma dieta adequada (que podem contribuir com o decréscimo da “serotonina” no cérebro) podem desencadear uma “agressividade defensiva” até o dia em que a bomba explode, que o caldo entorna, a vaca vai para o brejo e a pessoa tem uma crise. Pode ser em casa, na rua, no trabalho, isto é onde as pressões estiverem maiores.

Alguns sem aceitar que precisam de tratamento continuam a seguir sem rumo. Para aqueles que a máscara “ca”, se inicia realmente a etapa consciente de como identificar, conhecer as causas, lidar e tratar os problemas.

Mais esta já é outra história, que vamos continuar nos próximos textos...

bjks da van


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