quinta-feira, 11 de março de 2010

POLITICA

A prisão do governador Jose Roberto Arruda (DF) e a sua manutenção encarcerado durante o Carnaval, trazem esperança e um certo consolo à população. Conduzem à sensação de que algo de concreto começa a mudar neste país e que a cadeia não mais estaria reservada só a pobres e a outros “pês” ou a humildes ladrões de galinhas ou de potes de margarina. Mas, apesar da idéia positiva, ainda é pouco, muito pouco, diante do mar de lama na política e na administração pública, que tem escandalizado e penalizado o povo.

Vizinhos de cela de Arruda e seus quadrilheiros também deveriam estar todos os que roubaram verbas públicas destinadas à compra de ambulâncias e equipamentos de saúde (os chamados sanguessugas), os propinadores e os propinados dos mensalões nacional e mineiro, os malversadores de verbas públicas e até mesmo aqueles que abusaram dos cartões corporativos do governo. Também não poderiam estar fora os genuínos picaretas surpreendidos ao transportar dinheiro na cueca, em malas e em outros esconderijos, quando o correto, se o dinheiro não tivesse origem duvidosa, seria depositar em conta e movimentá-lo através da rede bancária. Aqueles patriotas que, em protesto, ocuparam a Câmara Legislativa Distrital, bem que poderiam dar uma esticadinha também ao Congresso Nacional!

O Ministério Público, a Justiça e a Polícia Federal tem agido exemplarmente ao apurar sem medo nem favorecimento os crimes que políticos, agentes públicos, altos executivos e empresários cometem contra a administração pública e o erário. Pena que, em muitos casos, o vergonhoso corporativismo de classes, o compadrio político e as brechas legais tenham permitido que esses verdadeiros ladrões continuem em liberdade e – o pior – em condições de continuar sua obra criminosa.

É extremamente injusta a idéia generalista que certos setores da sociedade transmitem ao povo, de que todo político ou administrador público é ladrão. Nada disso. Há muita gente boa nesse meio que, como apenas cumprem com suas obrigações, não ganha a mesma notoriedade dos bandidos. A notícia boa circula devagar, mas a ruim anda à velocidade da luz!

Estamos num ano eleitoral. O único em que o povo tem o direito de opinar. O Distrito Federal, por conta da atuação da Justiça, já está livre de Arruda. Mas o eleitorado de lá tem de ficar atento para evitar dar seu voto a outros do seu grupo ou que, reconhecidamente, se comportem da mesma maneira. Igualmente, os eleitores de todo o país terão, em outubro, a oportunidade de eleger o novo presidente da República, seus governadores, senadores e deputados federais e estaduais.

É importante, antes de decidirmos por um candidato, verificar quem ele é, o que já fez (de bom ou ruim), quais suas propostas e se elas coincidem com os nossos interesses de cidadão. E, logicamente, não votar em quem já tenha se metido em falcatruas e não tenha a necessária ficha limpa. Essa poderá ser a mais eficiente forma de consertar o Brasil. Uma revolução do povo, pela pacifica via do voto...

bjks

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