segunda-feira, 4 de julho de 2011

UM PAIS SEM LEI






Pelo visto, não há limites para a absoluta falta de vergonha na cara dos políticos brasileiros. Já escrevi um texto sobre o poder paralelo no "Brasil do- faz -de -conta”, que fazia referência ao assassinatos de pessoas pelas máfias do crime organizado no Brasil. Pois então. Com os seringueiros ou com qualquer pessoa que defenda uma causa nobre neste país, é certo ser mais um que vai morrer na hora conveniente aos seus algozes. Tão certos do abate quanto um cordeiro amarrado num tronco, alguns, apenas para deixarem registro, deixam mensagens gravadas de que estão perto de vestir o paletó de madeira.

Os governantes, por meio de seus agentes, apenas justifica o que não faz para prevenir. Essa matança já vem de muito tempo. Pessoas mais renomadas são assassinadas como mecanismo de intimidação e para mostrar qual será o destino aos que tentarem preservar alguma coisa de boa neste país. Os seringueiros João Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo tornaram-se apenas números e seus assassinos, mentores e executores, ficarão impunes, para não fugir à regra em 99% dos casos. Dá uma nítida sensação de que o Estado se omite de forma propositada. Não é admissível que não se tente ao menos fazer alguma coisa para proteger essas pessoas marcadas para morrer. O argumento principal de que não se tem um policial a cada esquina, nos centros urbanos, ou para cada pessoa nas matas, não se sustenta. As autoridades precisariam dizer se nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão ou em outros países deste naipe, as mortes acontecem de forma rotineira e tão natural como por aqui. Se lá existem os tais policiais para cada cidadão ou eles teriam apenas mais eficiência na prevenção e mais comprometimento numa punição bem rigorosa. Trata-se de um discurso dissimulado, irresponsável, que denota pura incompetência ou negligência deliberada a mostrar que o Brasil não está nem aí para quem inventar de defender causas de floresta ou seja lá do que for. Essa inércia ficaria claro apenas se respondesse onde estão agora os seringueiros e onde estão os seus assassinos.

O mais agravante dessa cadeia de incompetência veio com a ordem da presidente da República para investigar. Alguém precisa avisá-la de que investigar um crime é atribuição e não precisa de ordem para execução de dever. No andar de cima talvez não seja assim tão óbvio.O pouco caso com os assassinatos fica evidente ao fato da presidente vir a público para defender o enriquecimento milagroso do seu genial ex ministro da Casa Civil o rei midas Palocci 171, mas não disse uma só palavra sobre os assassinatos dos defensores da floresta. Aprova de que este "Brasil do- faz -de- conta" precisa acelerar abruptamente seu desenvolvimento em algumas áreas e no aprofundamento de alguns valores. Enquanto há manifestações todo dia em defesa da liberação do uso de maconha, nada acontece contra o genocídio deliberado de seringueiros, de homossexuais, de blogueiros, de sindicalistas e de outros grupos sociais.

Trata-se de comportamento natural de um Brasil em que sua autoridade máxima defende o que não há possibilidade de explicação convincente, mas não mexe os lábios sobre mais dois seringueiros que foi cruelmente assassinados. A Polícia precisa de determinação para apurar e Justiça é um faz-de-conta. A solução é esperar que o milagreiro alquimista Palocci 171 resolva expandir sua varinha de condão para a área da Segurança Pública. Se o milagre vier proporcional ao da sua riqueza, o alguimista Palocci 171 se tornaria santo antes de João Paulo II, por preservar a vida de muitos seringueiros. Enquanto ele não atua, os seringueiros vão sendo assassinados cruelmente.

Nenhum comentário: