terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O GRAU DE LIBERDADE NÃO DEPENDE DOS BENS MATERIAIS


Se a gente perguntasse se o dinheiro liberta para muitas pessoas, provavelmente de cada 10, nove responderiam afirmativamente. De maneira geral, as pessoas associam o dinheiro ao consumo e à possibilidade de ter quase tudo o que seja vendável e que se queira. Também imaginam viagens maravilhosas, pessoas muito interessantes em volta e uma vida tranqüila sem essas preocupações de quase todos os mortais relacionadas com o ganha-pão de todo dia e as dificuldades que isso acarreta.

Olhando por esse prisma, difícil não se concordar que o dinheiro traga uma sensação de liberdade, uma vez que muitos desejos podem agora ser satisfeitos, exatamente porque se tem dinheiro. Com muito dinheiro, pode-se comprar lindos automóveis, comidas saborosíssimas, roupas elegantes, barcos fantásticos, jatinho executivo, apartamentos deslumbrantes e por aí a fora. Todos esses bens dão uma sensação de poder e liberdade. No entanto, quando condicionamos nossa liberdade e felicidade a circunstâncias ou bens externos a nós caímos numa armadilha, pois nosso bem-estar passa a depender de muitos fatores. O sábio sabe que não é tão difícil assim conseguir essas conquistas, se não as condicionar a fator externo e se tiver plena consciência que ser livre e feliz depende única e exclusivamente de si mesmo e de sua mente.

Mas nem todos concordam que a idéia de liberdade se relaciona a dinheiro para comprar tudo o que se quer ou para se locomover confortavelmente de um lugar para outro. Algumas pessoas conseguem entender que o conceito de liberdade não está associado ao ter, e, sim, ao ser. Entendem também que quanto mais se tem financeiramente, mais se depende do dinheiro. Percebem que o conceito de liberdade é subjetivo e como tal depende de condições internas e não externas do sujeito.

Nelson Mandela, famoso sul-africano negro que lutou contra o regime de segregação racial daquele país por sua militância em prol da liberdade, passou parte de sua adolescência e de sua vida adulta preso por mais de duas décadas. Em nenhum momento se sentiu preso, pois havia entendido que os verdadeiros grilhões estavam na mente e não nas grades da prisão. Assim, o grau de liberdade que usufruímos depende da mente e não dos bens materiais.

Conheci uma pessoa, extremamente estudiosa, que dedicou parte de sua vida a ser um bom profissional e ter qualidade de vida juntamente com sua família. Ganhava bem menos do que desejava, até que passou a desenvolver um negócio legal e honesto que, em poucos anos, o levou a ganhar mensalmente valores econômicos muito elevados. Era tanto dinheiro, que, por mais que gastasse, o dinheiro não acabava. Na busca de liberdade e usufruto dos bens materiais, separou-se de sua família, passou a ter uma vida boêmia, envolveu-se em litígio envolvendo máfia e mulheres e acabou assassinado. Havia se tornado escravo de seus desejos a partir do dinheiro que tinha. Sem se dar conta, quanto mais se libertava, mais escravo se tornava.

Quando eu soube do que havia acontecido com essa pessoa, entendi imediatamente o que Cristo disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.

Assim, não limite sua vida a uma busca frenética por dinheiro e prazer. Cultive sua família, as pessoas que te amam e você ama. Não deixe as exigências dos sentidos tomarem as rédeas da sua vida, pois, se assim o for, quanto mais livre você achar que estiver sendo, mais escravo se tornará.


BJKS DA VAN

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