quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

SOLTA O CABRESTO E DEIXE GALOPAR O PENSAMENTO


Por vezes, acordar de madrugada sem motivo ou sem necessidade, traz pensamentos curiosos. Alguns ficam vagando pelas necessidades e programas do dia ou dos dias futuros — uma chatura. Alguma outra e rara vez, o pensamento fica desocupado e vagabundo e, por isto mesmo, mais divertido ou interessante.

Aconteceu assim nesta manhã, cheia de jornais e TVs, dos sofrimentos humanos — enchentes, desastres de toda sorte, terrorismo, crise de dinheiro, vergonha e honestidade, o desamor, a esperança contrariada ou perdida.

Soltei o cabresto e deixei galopar o pensamento. Libertado, ele foi mais longe, porque sem rédeas ele escolhe melhor o caminho. Desta vez, talvez pelas influências da vida atual, ele entrou pela estrada das relações humanas — o ponto crítico e amado pelos psicólogos e literatura de auto-ajuda.

No vôo rápido e insuperável da mente vim lá de longe, numa pré-história animal, onde por semelhança o ser humano só tinha a preocupação de alimentar-se e reproduzir-se. Dois prazeres, é verdade, que ultrapassaram a pré-história e até hoje ainda estão vivos, e para muitos continuam a ser a essência da vida.

O pensamento viaja, entra na era que chamamos civilizada, ou seja, das relações humanas. Por evolução ou por necessidade, nós passamos a viver associados, o ser humano deixa de ser um. Aí, ele precisa do outro, dos outros, da sociedade que passa a ser povo e País.

Nesta hora atual, os eremitas de corpo ou pensamento não mais existem, é necessário entender e compreender a figura deste ser a quem chamamos ”o próximo”. Este pensamento obrigatório tem raízes históricas, sociais e religiosas. Entendê-lo deveria ser fácil, um caminho para a felicidade de nós todos. Porém foi aí que o cavalo do meu pensamento empacou e refugou.

Pensando por mim, ele afirmou uma verdade terrível: nós podemos ser teóricos, até mesmo desejar e querer esta circunstância fundamental da palavra Amor, alicerce essencial das relações humanas. Entretanto, e com o sofrimento da prática, ele existe? Entre civilizações diversas, religiões, países, povos e por aí abaixo — nós mesmos — ele é praticado? Penso, logo existo... e nós assistimos e participamos diariamente dos fracassos amorosos.

É preciso até bater no peito e perguntar pela nossa responsabilidade. E por aí é morro acima, no lar, em casa e família, na sociedade com seus problemas e carências, no Estado, no meu país e no nosso mundo. Estou legal e ligado ou estou apenas fingindo e fugindo? Olha aí, companheiro, cada um sabe da sua vida. Pensei, na hora em que meu cavalo–pensamento estacou – será que eu estou ajudando alguém ou será que ainda sou aquele homem das cavernas, egoísta, utilitário, irresponsável? Qual é o Deus da minha vida e felicidade? Dinheiro? Fama? Sexo e farras de toda espécie... Bem, ao final tudo passará, a vida é muito curta, acaba logo ali adiante, mais rápida e depressa do que desejamos.

Quem sabe, talvez aquele Deus verdadeiro e soberano está lhe dando algum tempo para exercer a lei fundamental das relações humanas: fazer alguém feliz!...

bjks da van

2 comentários:

Anônimo disse...

Putz!!!!!!!!!!!! show !!!! parabéns pelo inteligente texto
Pappabill

Anônimo disse...

Muito inteligente reforço o comentário do seu amigo.
maravilhoso texto.
Parabens!!!

CARLOS EDUARDO