segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A DEFERENÇA QUE FAZ A DIFERENÇA

Eles sempre dão a volta por cima...!

Acostumei-me a ouvir isto, desde criança, nos mais diversos espaços e públicos (contra ou a favor) em relação à capacidade dos norte-americanos de se levantar de uma queda, de vencer um obstáculo, de superar uma crise...

Isto evidentemente está na índole desse povo guerreiro, aventureiro e indomável que fez da conquista do próprio Oeste o ensaio precoce do futuro avanço “econômico-político-militar” sobre o resto do mundo, especialmente após subjugar o nazismo de Hitler e humilhar o povo japonês a assinar uma nova “carta Magna’ de total submissão aos desejos de Washington”!

No entanto um povo mobilizado sem liderança se assemelha a uma “manada”...

Grandes vocações, enormes talentos, imensos esforços acabam se diluindo se não houver um “Norte” que lhes ordene e agrupe em torno de...

Ao ser lançado no “fundo-do-poço” da 1ª grande crise de 1929, emergiu nos EUA a figura de “Roosevelt” que lançou o desafio do “New Deal” à sociedade depauperada pela crise inflacionária, conseguindo lentamente recuperar sua auto-estima e devolver-lhe à esperança de dias melhores, à custa, porém de um enorme sacrifício de todos!

Nos anos 60, quando o “bloco soviético” comemorava que a terra é azul “ao retratar a visão do pioneiro Gagarin na órbita terrestre”, o EUA e o mundo ouviram o retumbante e apocalíptico anúncio de seu jovem presidente democrata da época de que “eles” (os EUA) iriam ser os primeiros a colocar os pés na superfície lunar... O resto, como todos sabem, já é história... E o nome dele era John Kennedy!

No auge da “guerra-fria” quando todos os habitantes da terra temiam o pior, a hecatombe nuclear, surgiu à frente dos EUA o inusitado e medíocre astro da mídia, ex-governador da Califórnia, para “calibrar” e “enterrar” de vez o império soviético (já totalmente corroído em suas bases), de uma forma singular, pacífica e irreversível, consolidando de vez a hegemonia capitalista e iniciando uma nova era de pujante domínio mundial jamais visto na História por um único país!

Ninguém (nem ele mesmo, acho) acreditava que Ronald Reagan possuía todo este carisma!

Agora mais recentemente, de novo o mundo se debate frente ao novo escândalo e terremoto financeiro provocado pela “bolha hipotecária de Wall Street”, sugerindo aos críticos mais contundentes o fim-de-uma-era, a queda final, a morte do mercado, o enterro solene do modelo neoliberal...! Coincidentemente ou não acaba de ser eleito para a presidência um inusitado representante da classe negra emergente e bem educada dos EUA, um democrata super carismático capaz de (ainda como candidato) arrastar multidões para ouvi-lo na Europa, com um discurso novo, totalmente antagônico ao maquiavélico “Bruxo” (digo Bush), que marcou de sangue, ódio e preconceito quase uma década de intolerância à frente da Casa Branca!

“Barack Hussein” (do Islã), “Obama” (da mãe África) parece ser o contra-senso de tudo que se poderia esperar “emplacar” numa hora tão grave para aquele povo tão prepotente e voluntarioso.

Mas Deus, os grandes mistérios do Universo, a sorte, o destino quiseram reservá-lo para a missão nesta hora tão especial para os americanos (e nós também)...

E o mundo inteiro deseja que Obama realmente esteja à altura do desafio!

BJKS A VAN

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