segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

FALSA INDEPENDÊNCIA QUE JURAMOS TER


O ser humano realmente é interessante e enigmático. Cada vez se fala mais de independência e todos reivindicam essa condição. Hoje, na maioria dos países do mundo, tem-se assegurado a liberdade individual, a liberdade de grupos chamados de minorias e outros blábláblás. O feminismo foi fruto da reivindicação de liberdade por parte das mulheres. A autonomia dos países foi fruto da necessidade de independência. De alguma forma todos os povos se orgulham da independência de seus países de origem. Mas que droga de independência é essa? Onde está a independência afinal? Em que somos independentes?.

Noutro dia mesmo estávamos todos nós, brasileiros, comemorando o dia da Independência do Brasil. Mas o que temos para comemorar em termos de independência? Para início de conversa dependemos da língua portuguesa e matamos as varias línguas nacionais de nossos índios. Dependemos de capital externo, dependemos de investidores, dependemos que outros países comprem nossos produtos e serviços, dependemos que outros países nos vendam tecnologias que não temos capacidade de produzir, dependemos de outros países para a produção de alguns artigos que exigem tecnologia de ponta como na área da aviação, informática e química fina.

Dependemos de outros países que decidem por critérios tortuosos o grau de risco para alguém investir em nosso país e o pior de tudo, não somente eles, mas inclusive nós mesmos acreditamos que eles estejam certos. Hoje, com a globalização, parece que a única liberdade que temos é a de reconhecer que não temos mais liberdade alguma.

Por pura curiosidade tive a oportunidade de folhear alguns livros de Direito e alguns dos vários códigos, na verdade, nunca consegui entender porque são caracterizados como “direito” e não “deveres” de tantas proibições e punições previstas. As coisas que eu gosto de fazer, raramente as posso fazer com a tão apregoada liberdade uma vez que, ou fere a alguma norma legalmente constituída, ou fere os direitos das pessoas à minha volta ou mesmo muitas vezes me coloca em riscos reais de autodestruição. Muitos jovens adoram ser livres e, ainda que quase todos tenham pouco dinheiro, nos fins de semana se reúnem em verdadeiros bandos e bebem muito e quase sempre da bebedeira resultam problemas desde pequenos desentendimentos até verdadeiras tragédias no trânsito. Eles juram que são livres.

Se vamos ao trabalho de automóvel, dependemos dos sinais de trânsito, dos famigerados radares caça-níveis, dos guardas sempre dispostos a multar, dos ambulantes nos enchendo de papéis e folhas de propaganda ou tentando nos empurrar alguma bugiganga para poder sobreviver; em muitas ruas da cidade temos câmeras de TV monitorando nossos movimentos; se vamos fazer compras tem sempre uma fila de gente na nossa frente e haja paciência e tempo; se ficamos em casa para descansar o telefone fixo ou o celular tocam e do outro lado tem alguém invadindo nossa privacidade. Quantas vezes recebemos trotes de falsos seqüestros ou enganos.

Estava certa madame Roland quando, diante da guilhotina a que tinha sido condenada pela revolução francesa, disse: “liberdade, liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!”.

BJKS DA VAN

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom lembrar que a Independência do Brasil, na verdade era a Inpendência de D.Pedro, quanto ao resto do texto, Dependência e Morte, morte da privacidade,e por aí vai...
Pappabill