sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O COMPLICADO JOGO DE XADREZ NA POLITICA BRASILEIRA



Um partido político precisa de três requisitos básicos para lançar candidato à presidência da República, com chances reais de vitória: organização e máquina partidária nacional; programa de governo aceito pelo eleitorado; liderança, ou seja, um nome, capaz de uni-lo, e de representar e defender o seu programa de governo na campanha eleitoral.

Por aqui temos atualmente três partidos com essas condições: PMDB, PSDB e PT. O primeiro da lista, o PMDB, possui a maior estrutura, mas tem caráter difuso, ainda é um ”movimento democrático”, cristalizou prática adesista a todos os governos e não tem nome interno para uni-lo.

O PSDB tem programa de governo, máquina partidária e dois nomes — Aécio Neves e José Serra — capazes de liderá-lo na disputa.

Já o PT tem máquina partidária e programa de governo, mas não tem um candidato natural e, por isso, seu justo projeto de continuar no poder está em situação de risco eleitoral.

Nesse quadro partidário é possível afirmar que o próximo presidente do Brasil virá do PSDB ou do PT, que têm programas político-administrativos semelhantes, e com nuances, a mesma visão ideológica socialdemocrata.

A terceira via pode ocorrer com a eventual ida de Aécio para o PMDB, se ele resolver correr os mesmos riscos que Ulysses Guimarães em 1989.

Nesse caso teríamos um candidato do PSDB (José Serra), outro do PMDB (Aécio Neves), e um do PT com chance de ir para o segundo turno, pela força do partido, mais o prestígio do Presidente Lula e do seu governo.

O PT, que perdeu José Dirceu e Antônio Palocci no terremoto do mensalão, pode ir de Dilma Rousseff. Ela tem a atual preferência de Lula, o grande eleitor do partido. Se não for Dilma, o PT terá o seu plano B, pois parece certo e normal que terá candidatura própria. A não ser que num ato de sabedoria, improvável de ocorrer, o PT faça composição com outro candidato da base aliada. Seria como “ceder os anéis para salvar os dedos”.

No PSDB, nas eleições municipais de 2008, José Serra contou com a derrota de Geraldo Alckmin, e fez uma composição conservadora.

Agregou e deu sobrevida ao Democratas (PFL) com a eleição de Gilberto Kassab para prefeito de São Paulo, e somou o PMDB Quercista, com a vice-prefeita Alda Marco Antônio.

Em Minas Gerais, Aécio Neves patrocinou uma composição inovadora, ao conceber e trabalhar pela eleição de Márcio Lacerda (PSB) para prefeito de Belo Horizonte, em composição com o PT, que deu o vice Roberto Carvalho.

Tal fato está a ser assimilado pelo perplexo PT, e sinalizou espaço de composição suprapartidária.

O tabuleiro do xadrez político brasileiro depende do PSDB, e da postura do seu núcleo de comando paulista. Também depende dos movimentos de Aécio Neves, por um lado, e do PT e do PMDB, por outro.

Acredito que Aécio, com trabalho focado no PSDB, com visita aos núcleos regionais do partido, e em articulação com parte do PMDB, e de outros partidos interessados, pode viabilizar a sua candidatura e eleição para a presidência. Esse fato geraria uma mudança gigantesca, com a melhora da gestão pública no Brasil, dentro de um modelo de eficiência e modernidade, com prioridade para o social.

bjks da van

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