sábado, 14 de maio de 2011

INVASÃO DE PRIVACIDADE É CRIME



Ano passado estava tranqüilamente tomando a minha sagrada cervejinha gelada no petisco da vila, aguardando a chegada do meu namorido que tardou a aparecer na bagaça. Enquanto isso, conversava com meu amigo Ramalho pelo telefone; falávamos de política. Por coincidência ou não, passou pela porta do bar a passeata em prol de um candidato a deputado.

Aí, só foram ouvidos businas, aclamações ao cidadão: “educação e esporte” e outras prosopopéias... De repente, a invasão ao bar; homens e mulheres com um jornalzinho na mão e adesivos no peito: “neste, pode confiar”. Gentilmente, peguei o jornalzinho, interrompendo bruscamente a minha cerva gelada e dei uma rápida olhada. Sou maníaca por leitura, leio tudo que cai nas mãos ( até bula de remedio ), não importa a ocasião. Certa vez, o cara lá de cima que me perdoe, eu estava em uma missa na igrejinha que fica ali na praça Edmundo Rego no grajau e, como a ladainha do padre foi substituído por uma encenação teatral, resolvi sair para comprar uma revista em uma banca próxima. Só voltei após o término da encenação teatral. Fui à missa para ouvir sermão, se eu quisesse ver uma peça, eu iria ao teatro; mas tudo bem deixa blogar.

Voltemos ao assunto da carreata do tal deputado. Então, li as propostas do candidato. Todas as propostas de todos os candidatos são boas na teoria porque depois colocar em pratica já e outra história . Para ser sincera, até hoje nunca li nenhuma proposta ruim; algumas utópicas, outras factoides , já escutei um candidato prometer " asfaltar a ponte áeria Rio / sampa" verdade galera. Há alguns anos, um candidato a prefeito queria colocar bebedor de coca-cola na CENTRAL DO BRASIL. A idéia foi muito boa, mas, no mínimo, difícil de ser concretizada, para insatisfação dos amantes coca-colinos. Li o jornalzinho, terminei de tomar minha gelada e fui cumprir com minhas obrigações rotineiras; passar na banca para comprar revistas, dar uma volta na praça sete para conversar com amigos e ir no schopping iguatemi.

Montamos na moto e seguimos para o iguatemi. Quando chegamos na casa do meu namorido, o susto foi grotesco. Bem na lanterna traseira da moto um adesivo do tal candidato. Logo abaixo, no pára-lama, eu já havia pregado o adesivo do nosso candidato. Mas que ousadia do tal deputado! Certamente não foi ele quem pregou o adesivo, mas seus fiéis súditos. Entregar um jornalzinho para eu ler, tudo bem; agora contaminar os bens alheios já e outra historia, aí não pode! Nada contra o tal candidato, mas totalmente contra essa pregação de adesivos em bens alheios. Não autorizamos ninguém a pregar nada na moto. Na moto do meu bofe, não, deputado!

O trabalhão que deu para meu bofe tirar o santinho deixou o coitado estressado. Teve que passar álcool para tirar a marquinha do adesivo. Aconselho a todos vocês, candidatos, assim não terá o nosso voto! Ano passado foi o tal deputado, ano que vem pode ser os vereadores fanfarrões de verbas públicas, depois os candidatos a prefeitos. Poluição de bens alheios! Não, isso não! Essa não é uma boa forma de conseguir adeptos. Façam a suas campanhas, mas respeito os bens alheios, respeite os bens públicos. Também sou contra os adesivinhos nos bancos de praças, nos telefones públicos. Carreatas, buzinaço, carros de som (bem baixinho e longe da minha casa) tudo bem. É preciso mostrar aos eleitores quem é o candidato, suas propostas, sua história política e social. Mas, por favor, candidatos, não risquem carros, não cole nada em motos alheias sem pedir a devida autorização ao dono . Oriente seus colaboradores de campanha a respeitar o espaço e o bem do outro. Se, nas campanhas vocês, candidatos, já invadem a “privacidade” dos eleitores, o que será da “priva” “cidade” caso seja eleito! Discrição, por favor; peça, mas não invada!

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