sábado, 7 de maio de 2011

NOSSA VIOLENCIA POR UMA PEDRA DE CRAK ... O PRÓPOSITO: RIO DE JANEIRO BORA FUMAR O CACHIMBO DA PAZ




Rio De Janeiro, aqui se registra o maior índice de homicídios de cariocas e imigrates (e de gringos que por aqui aparecer), atingindo cerca de 70% dos assassinatos em toda Capital; e é grave; a faixa etária dos homicídios se dá entre 15 a 19 anos. Um adolecente, contando entre 14 e 15 anos de idade, não tinha 16 anos; de boa aparência, simpático, físico “sarado”, pouco se lhe faltava para um físico de atleta; ele, morador do morro da mangueira, estava sentado numa das numeras entrada de um beco. Era uma tarde ensolarada e o horário era escolar. Poderia ele estar na escola. Ele estava lá, na entrada de um beco. E fumava sofregamente, porém despreocupado, pois sabia que ninguém o incomodaria; fumar por ali não seria crime algum. Tão novo, tão jovem, o garoto fumava. Fumava, fumava o quê?

O fato é verídico. Sendo assim, daremos um pseudônimo para aquele garoto. Vamos chamá-lo de Gustavo, aqui e ali diremos, Tavinho. É apropriado o nome Gustavo, vem do latim, Augustus, nobre, valoroso... Tavinho poderia estudar e vir a ser um nobre; um atleta, tinha físico; ou um homem valoroso... Mas, aqui? Na Cidade maravilhosa? Quase imposível. A criminalidade do poder paralelo é campeão. E a falta de emprego, falta do que fazer, leva ao cabeça vazia oficina do diabo. O ócio é a mãe do crime. Então, por que não ficar ali? no beco, fumando...

Tavinho, não estava sozinho. Tinha um companheiro ao lado, um jovem, da mesma idade dele. Cabelos loiros, encaracolados. Era o Luciano Claudio, 24 ou 26 anos de idade. Talvez 28 anos, é que era fortão e seu físico dificultava saber a idade. Luciano Cláudio também vem do latim, Claudius, o que claudica, o manco... E ambos fumavam, Tavinho e Luciano fumavam, ali mesmo, na entrada de um beco. Fumavam vorazmente, apressadamente, mas sem preocupação alguma com quem quer que por ali passasse, pois não seriam incomodados apenas porque fumavam. Fumavam. Fumavam o quê?

Qual foi mermão, vão para a escola, galera. Vão estudar para ver se conseguem um futuro melhor. Não, por ali ninguém daria este conselho, ninquém tem peito de aço para encarar. Mesmo porque naquela área não é conveniente se intrometer na vida alheia. Suas mães, estas sim, poderiam dar conselhos. E os dava, repetidamente, dia após dia. Tudo em vão. Estudar pra quê? Trabalhar onde? O futuro é apenas o dia de hoje.

Fumavam, Tavinho e Luciano fumavam crack. Maconha já não lhes dava mais prazer. Às vezes, quando faziam algum “bico” e conseguiam algum dinheiro ou um pequeno crédito, cheiravam cocaína. O negócio mesmo era fumar crack, é barato e tem um grande efeito, é potencial misturado com chumbinho de rato(destruidor, sem dúvida alguma). Eram uns garotos calmos, parceiros, maneiros, aparentemente inofensivos. Estavam devendo uns trocados para o dono da “boca”, o traficante. Até já tinha prometido trabalhar para ele como “avião ou fogueteiro”. Fariam umas poucas e pequenas entregas de drogas e teriam sua dívida perdoada. Prometeram mas não cumpriram. Ainda eram bons garotos e não tinham ainda se iniciado no tráfico.

Ali na entrada do beco, sentados fumando crack: Tavinho e Lulu. Tranqüilos, tiveram um susto. O ronco de duas motos se aproximando velozmente. Viram se aproximando as motos com garupeiros, de fuzil em punho. Luciano correu o mais depressa que pôde, parecia voar... era quase um atleta. Tavinho não pôde correr tanto, foi fuzilado, recebeu vários tiros em todo o seu corpo. Caiu inerte, morreu ali mesmo. Luciano teve melhor sorte, não por muito tempo, foi a promessa garantida que recebera. Resolveu roubar, furtar, conseguir dinheiro para saldar, pagar sua dívida de crack.

Tentou e ao fugir do local do crime, deu de cara com a polícia. Rodou em flagrante, algemado, com o produto do roubo, a prova material do crime e a vítima compareceu à delegacia. Foi lavrado o auto de “prisão” em flagrante. Luciano, garoto atleta, foi levado para o xilindro. Pegou uma pena de 1 ano para recuperação social. Poucos meses se passaram no xilindro. Uma rebelião no presidio e... pronto, Luciano, tentou fugir e caiu do telhado. Está deficiente, sem uma das pernas, que lhe foram amputada. Não pode mais andar, salvo de muletas... mas prometeu e jurou pra sua mãe, que jamais voltará a usar drogas. Prometeu ser um homem sério trabalhador. Conseguirá, assim desejo; bom garoto, e jovem, ainda lhe resta esperança no futuro. Luciano conseguirá ser alguém.

E daí? No morro dos macacos, mangueira, vidigal, rocinha, árvore seca, jacarezinho, barra da tijuca, ipanema, e asfalto em geral tudo se repete. Rio De Janeiro, minha querida cidade maravilhosa, não faça concorrência a São Paulo e seus 20 milhões de habitantes, não lhe tenha inveja alguma. Politicos, eleitores cariocas, imigrates ou não espalhem aqui na baia de guanabara, todo seu amor de Coração por essa linda cidade, espalhem a paz, o amor, carinho, respeito, gratidão. Vamos semear na baixada fluminense a prosperidade; faça da favela da rocinha realização de sonho de um futuro melhor; faça, querida cidade maravilhosa, no antigo jardim zoologico um palco esportivo; faça, na mangueira, florir a Ordem e Progresso. Realize a paz e o amor, o trabalho e a dignidade, em todos e em cada bairro, em todas as comunidades carentes e no entorno.

Governantes da cidade maravilhosa! eu vos clamo e conclamo Senhor Poder Executivo, Senhor Poder Judiciário, Senhor Poder Legislativo, Senhor Ministério Público, Senhor Polícia Militar, Segurança Pública Civil e aos Homens de Boa Vontade, salvemos nossos irmãos, cuja pele tem pigmento na epiderme preto, branco, mulato, moreno... não interessa a cor da pele, nem a etnia ou raça, nem sexo e nem opção sexual. Biologicamente somos todos iguais e filhos do cara lá de cima, criados à semelhança do todo poderoso. Colaborem, ajudem, compreendam, sejam generosos, benévolos, salvem nossos irmãos, dêem-lhes EMPREGO, EDUCAÇÃO, SAÚDE E LAZER. Ninguém precisa de esmolas. Tampouco de algozes. Todos necessitam de oportunidade, DIGNIDADE E RESPEITO! Rio de Janeiro bora fumar o cachimbão da paz !

Que "lei" e essa que só existe para os pobres ?Há pouco tempo, a 4ª Câmara criminal do TJRS - Tribunal de justiça do Rio Grande do Sul manteve, por unanimidade, a condenação a cinco anos e quatro meses de reclusão imposta a um cidadão pelo roubo de um boné. Os desembargadores, na decisão, alegaram que, “nos delitos de roubo, o princípio da insignificância não encontra guarida, pois o agir delituoso é cometido através de Violência e grave ameaça à pessoa”. A justiça do Rio Grande do Sul, costuma ser elogiada por suas decisões fruto mais da sabedoria dos juízes do que da lei fria. Infelizmente decisão como essa em nada tem de elogiável e merece reflexão. O conceito clássico de justiça estabelece que ela seja a constante e perpétua vontade de conceder o direito a si próprio e aos outros, segundo a igualdade. Também são elementos integrantes da justiça a capacidade de fazer o bem, o que é devido aos outros, e o hábito de evitar o mal que possa ser feito aos outros. Também faz parte do conceito de justiça que a punição seja proporcional ao delito, com regras claras estabelecidas e de alcance universal.

Inúmeros casos de pessoas condenadas à prisão por pequenos delitos – algumas em regime fechado - têm sido noticiados com freqüência em todos os estados da federação. Os condenados são sempre pessoas anônimas pobres e simples, que acabam abarrotando as prisões. Enquanto isso ocorre, o STF- Supremo Tribunal Federal decide pela anistia jurídica com anulação de cerca de dez mil processos contra gente muito rica e influente. Dentre essas pessoas estão Paulo Maluf, acusado de desviar 5 bilhões de reais dos cofres públicos em São Paulo, Kassab, acusado de ter dado prejuízo ao estado de São Paulo de 400 milhões de reais, João Paulo Cunha, ex presidente da câmara dos deputados, acusado do pagamento indevido de 10 milhões de reais, Joaquim Roriz, acusado de desvio de mais de três milhões de reais, José Dirceu, acusado de ter montado esquema para favorecer com dinheiro público a candidatura de seu filho a prefeito no Paraná e Antonio Palocci, acusado de desvio de 40 milhões de reais da prefeitura de Ribeirão Preto (revista Veja ).

A última legislatura no congresso nacional foi pródiga em denúncias de corrupção contra seus membros. Muitos deles foram obrigados pelas evidências e pelas provas a admitir seus atos ilícitos diante das câmeras. No entanto, a grande maioria deles foi inocentada pelos colegas deputados e senadores num acordo em benefício de todos, e diversos foram reeleitos. Há processos correndo contra muitos deles, mas tudo de forma protelatória, com foro privilegiado, na mais completa segurança de que nenhum deles realmente irá ver o sol nascer quadrado. O juiz Lalau, que roubou quase duzentos milhões de reais de nosso dinheiro, hoje cumpre “prisão domiciliar”, eufemismo para mordomias, a um custo ao estado de 40 mil reais por mês entre agentes federais e outras despesas.

Quem faz as nossas leis são nossos políticos. Apenas pessoas ricas conseguem se eleger dado o altíssimo custo de uma campanha vencedora. Os pobres são instados a votar, para legitimar o mandato dos ricos que, uma vez eleitos, legislarão em causa própria. Nós, os eleitores, somos triturados nessa máquina perversa de produzir injustiças e manter privilégios, mas evidentemente, sempre dentro da lei que é legal, mas gritantemente imoral.

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