O Rio De Janeiro será que continua lindo? Comentários na mídia televisiva e jornais da cidade sobre a nova estratégia do prefeito fanfarrão Eduardo Paes. A cidade maravilhosa ,está cada vez mais mergulhada no caos da falta de saúde, infraestrutura de limpeza, esgoto, calçamento e iluminação, que impera nos vários bairros.
Segundo os experts e os colunistas especializados, a assessoria do Sr. prefeito " metido a sambista " vai investir em campanhas publicitárias, dirigidas a alguns eventos e temas impactantes, como cidade da musica, factoides de obras para a construção de três piscinões na praça da Bandeira, futebol, bancar contruções e reformas nas escolas de samba vila isabel e união da ilha (as intervenções serão realizadas pela RioUrbe, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Obras), esportes em geral, onde supostamente sua imagem esteja atrelada a cases de sucesso e de aprovação no imaginário popular.
Parece que pretendem inclusive levantar novamente a bandeira do esperado início de construção de um predio dentro do antigo jardim zoologico (recanto do trovador), antiga reivindicação e desejo dos moradores do morro dos macacos ( eu particulamente acho um pecado, costrução de predio ali naquele local) . Nada contra faturar em cima daquilo que ela (a prefeitura) decidiu patrocinar e auspiciosamente tenha se dado bem.
Só acho um absurdo!!! Dinheiro e bem público são sagrados. Reformar e contruir quadra de escola de samba com dinheiro nosso $$ é um crime. Nada contra as escolas de samba. Sou Vila Isabel e sempre repudiei (inclusive nesse espaço) a entrega de um terreno numa das áreas mais valorizadas de vila isabel pra construção de sua quadra (que por sinal é, como disse aqui na época de sua inauguração, e só não apanhei porque virtualmente não tem como, um trambolho urbano: horrível pra quem vê de fora, nada funcional quando se está dentro). Todas as escolas do grupo especial arrecadam (diferente de recebem) milhões, através da LIESA, em vendas de ingressos, CD's e DVD's. Recebem dinheiro do Estado e da Prefeitura, e, como no caso da Petrobrás, até da União. Faturam em seus ensaios com venda de ingressos e consumo de bar. Não faz o menor sentido esse tipo de ajuda. Bola fora, muito fora, do Prefeito fanfarrão metido a sambista Eduardo Paes.O que quero, abordar aqui, e o comportamento do fanfarrão com as verbas publicas, é o perigo oculto que tal estratégia carrega potencialmente, com alta probabilidade de se tornar no final um verdadeiro tiro-no-pé! Quem cultiva o hábito de ler sobre o assunto, ou conhece um pouco sobre modelos de gestão e qualidade, sabe muito bem do que eu estou querendo dizer a respeito.
O próprio Deming, nos idos de 50, quando revolucionou a indústria japonesa, e assombrou o mundo ocidental com os resultados colhidos no extremo oriente, após a aplicação de seus conceitos inovadores, já nos adverte no seu 10º principio que devemos eliminar slogans, propagandas e exortações , quando interessados realmente em melhorar nossa produtividade, nossa eficiência e nossa qualidade em algum processo, produto ou serviço!
Na realidade, estas campanhas publicitárias, estas propagandas buliçosas, acabam por despertar no público-alvo sentimentos negativos como a frustração, o ressentimento em até indignação.
Frustração, porque na realidade, eles sabem que o problema real, o que realmente lhes aflige está sendo deixado de lado, relegado ao quinto ou décimo plano, quando deveria ser a prioridade número 1 da prefeitura. Ressentimento, porque ninguém gosta de ser tratado como bobo, ingênuo e idiota pelo poder publico, que neste caso parece querer brincar com nossa inteligência.
Indignação, porque agindo assim, o prefeito fanfarrão dá demonstrações inequívocas de que não conhece ou não quer mesmo saber dos problemas concretos e dos verdadeiros fatos que realmente perturbam a vida de todos os cariocas! Assim, parece óbvio e saudável que uma revisão nos velhos e tão contemporâneos 14 princípios de gerenciamento do Dr. Deming nada de mal faria à assessoria do prefeito fanfarrão cara de pau, ao contrário, oxigenaria e propiciaria, quem sabe, uma revisão, uma re-orientação, uma retomada na direção de uma questão moderna, objetiva e focada naquilo que deveria ser a missão constante de todo bom gestor público: atacar o que de fato incomoda, assusta e magoa seu principal cliente, o cidadão carioca!
Aprendi que toda gestão deve ser analisada com cautela como um processo, pois apresenta sua variabilidade intrínseca, seus problemas naturais e desafios especiais a enfrentar. Também é lógico que podemos e devemos comemorar e anunciar as nossas vitórias, afinal, marketing não é pecado. O que não podemos, no entanto, é perder o foco, é permitir sermos mal assessorados, é optar por negar o óbvio ou acreditar que podemos enganar a todos, o tempo todo. Pecado não é ter problemas, pecado é não ter uma estratégia focada para resolvê-los... Sinceramente, só não sei qual deles é o mais capital... Falta de foco, falta de interesse ou falta de competência mesmo!
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