quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

AMONTOADOS DE LETRINHAS

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Naturalmente que o leitor não entendeu bulhufas desse amontoado de letras e números atirados ao papel – que de longe até nos pareceria parágrafos antecedidos de um título composto por três palavras.

Não é nada disso.

Daí que o leitor não poderia mesmo ler alguma coisa. Não há nada escrito. Nada que se lê aqui ou em qualquer outro país desse mundo.

A bagunça das letras e números acima serve apenas para ilustrar o que nos ocorre quando estamos a tratar de nossa saúde.

Atarantada. É assim que a maioria de nós se pega diante da tentativa suada e vã de tentar ler, interpretar os receituários médicos que no Brasil tornaram-se sinônimos de garranchos, verdadeiros códigos impossíveis de decifrar.

Logo as receitas médicas, que deveriam primar pela clareza, pela escrita impecável. Escrita que não deveria deixar dúvida que fosse do que dispõe sobre a saúde e a vida de uma pessoa – que na maioria das vezes dependem do que está escrito ali, naquele pequeno papel.

É o papel de nossa vida.

Uma leitura errada, uma interpretação errada e é nossa morte sentenciada no mesmo papel.

Vai entender essa mania besta de escrever para que ninguém consiga ler. Qual a vantagem que se tira disso?

O fato é que os garranchos viraram, digamos moda. Moda que tomou conta da maioria dos médicos desde que um dia um da casta dos jalecos alvos deu de cismar que a péssima letra do colega de profissão era, digamos, chique!

Chique, sim. Diferente das letras do povão.

Letra de doutor! Letra que o fulano logo passou a imitar, logo seguido pelos demais sicranos e beltranos, alguns desses até mesmo por puro deleite em assistir à incapacidade do paciente em entender caligrafia de doutor.

Ou por pura incapacidade própria de escrever tal como aprendemos na escola: direito, menino!

E tomem garranchos.

Mas, isso vai (ou pode) acabar. Até mesmo porque é uma irresponsabilidade que parte de quem mais esperamos responsabilidade nessa vida que sonhamos prolongar.

Prescrições e prontuários médicos devem ser lidos e interpretados por todos, principalmente pelo paciente que pouco estudou ou pelo vendedor do balcão da farmácia da esquina que estudou um pouco mais.

A letra ilegível tem ocasionado erros de tratamento que não raramente descambam para a fatalidade. Por conta dos garranchos, o mais propenso a ocorrer é a venda de um medicamento no lugar de outro, o que faz com que o paciente leve para casa uma droga que lhe será venenosa se tomar.

A esperança de que os médicos passem a escrever como aprenderam na escola, correto, reside em matéria que tramita no congresso nacional e que já foi aprovada pelo conselho de Defesa do Consumidor da câmara dos deputados. Tornada lei, ela punirá o médico que não se esmerar na emissão de receitas e prontuários legíveis.

A pena vai desde advertência, multa, passando pela interdição total ou parcial do estabelecimento em que o profissional trabalha ao cancelamento da licença para o seu funcionamento.

O Conselho Federal de Medicina aprova o projeto de lei que ainda passará por outras comissões do legislativo, seguindo depois para o senado – mas, com ressalvas.

O órgão não defende a punição do estabelecimento onde o profissional flagrado no garrancho trabalha, mas que o próprio pague pelo descaso em cumprir uma das promessas mais nobres do juramento de Hipócrates: respeito à vida do próximo que ele se dignou a defender e a preservar – tarefa que poderia começar pela correção na hora de prescrever o que pode salvar a vida de uma pessoa.

bjks da van

Um comentário:

Anônimo disse...

Creio que médicos sejam, dixlexos , ao receitar risoss oportuno seu post, parabéns,.
dessea vez teclei direitinho Van risosss
PappaBill/RJ