domingo, 1 de fevereiro de 2009

A GRANDEZA DE UM GRANDE HOMEM

· Na verdade todos nós somos como uma colcha de retalhos. Explico: as experiências, os exemplos, as pessoas com quem convivemos, seja por toda uma vida, uma estação, alguns dias, os livros que lemos, os estudos que fazemos, tudo isso se mistura de uma forma harmoniosa fazendo-nos ser quem somos. Pequenos ou grandes, nobres ou rasteiros, pessoas que fazem a diferença ou não, na sociedade como um todo ou em uma área qualquer; pessoas que se impõem por sua dignidade, honestidade e competência ou aquelas que jamais se distinguem ou chamam a atenção pelo seu vazio interior.

Sinto-me sempre grata por todos aqueles que deixaram sua marca em mim. As marcas dolorosas não existem porque sempre tive a enorme facilidade de cicatrização tanto da alma como do corpo. Ah, as pessoas! Pessoas que sempre nos ensinam tanto, com simples gestos, silêncios, palavras na hora certa. Tenho tido sorte, sem dúvida, porque fiz amizades que têm durado uma vida e convivido com pessoas fascinantes, que muito me têm ensinado.

Aliás, tive a ventura de ter escolhido como profissão a psicológia e foi minha maior escola. Doutorei-me como ser humano junto com pessoas que tanto me ensinaram! O grande Paulo Freire dizia que “o verdadeiro educador é aquele que também aprende e o verdadeiro educando é aquele que também ensina”.

Seria injusto ficar a citar nomes de tantos e tantos que deixaram marcas profundas em minha personalidade. Sem querer ser injusta com ninguém, quero, porém, fazer justiça a um dos seres humanos mais fabulosos que tem me acompanhado em minha jornada terrestre: o meu querido amigo, José Luiz Menezes Leitão.

Quando a conheci, a empatia foi instantânea e, graças a Deus, mútua. A cada dia que passava, ele mais me encantava com seu interesse, sua aplicação e o brilhantismo de sua inteligência. Tornamo-nos namorados. Eu era ainda tão nova, quase uma menina.

Não havia problemas de qualquer ordem que ele não trouxesse a mim para discutirmos. Assim, pouco a pouco, fui penetrando em sua vida particular e, mais do que isso , em sua alma. Naquele tempo eu já sabia que ele seria uma grande homem. Mas não o imaginava um verdadeiro guerreiro... Pois a vida exigiu dele várias batalhas e a todas ele tem enfrentado, de cabeça erguida , sem perder a elegancia a dignidade e a generosidade.

Ausentei-me do Rio por alguns anos. Mas, mesmo de longe, eu tinha notícias de sua ascensão, de suas vitórias, e, com elas me alegrava e me orgulhava, pois eu sabia que na construção daquele grande homem havia um pouquinho de mim. A verdadeira amizade não é aquela em que estamos apenas ao lado do amigo nos momentos de sofrimento, mas, também, nos momentos de suas glórias, alegrando-nos com suas vitórias.

Infelizmente, porém, sabemos que os medíocres não suportam o brilho, a grandeza e a nobreza dos outros. Ao invés de se beneficiarem com sua luz, tentam jogar lama sobre seus nomes impolutos. Assim tem sido sempre em toda a história da humanidade. E eu vivo a rogar a Deus que tenha piedade dessas criaturas que, ao invés de tentarem crescer, ficam a ciscar as imundícies do chão, como fazem os escaravelhos.

Ao tornar-se advogado, Zé cresceu mais ainda em meu conceito porque teve uma coragem que a mim me faltou. Mas ele era, de fato, um guerreiro e disso, mil vezes, deu prova. Nunca menosprezou ninguem e sempre os tratou com respeito. Ele sabia que era dono de seu destino e, nem nos momentos mais difíceis, abaixou a cabeça.

Ele sabe que muitos não têm a minha coragem para falar o que penso muitos se escondem por detrás da máscara da hipocrisia. Ele sempre disse: o que mais o impressiona é lembrar daquela jovenzinha delicada, tão fragio, ter se tornado essa pessoa tão forte, tão decidida, tão firme em defender os valores em que acredita.

Quando voltei para o Rio, fui visitá-lo na sua casa, quase estourando de orgulho por ver o meu amigo em tão alto cargo na anbv.Emocionei-me de verdade porque naquele momento pude perceber, com clareza, o quanto eu, também marcara sua vida.

Jose Luiz, jamais saberei como agradecer-lhe por sua amizade, por seu carinho, por tudo. Nada como a peneira do tempo, meu amigo-namorado-eterno. Outros passarão e jamais serão lembrados. Agora, o seu nome, estou certa, está gravado na pedra do meu coração.

Sinto grande orgulho, também, meu amigo, de ter sempre confiado em você e ter sido sempre sua Van. Por tudo isso, eu a cumprimento, com o cumprimento mais completo que eu acho que existe: aquele dos árabes, que se curvam diante de uma grande pessoa, pondo a mão na cabeça e no peito, curvando em reverência, e indicando, quando apontam para a cabeça e o coração, que o reverenciado é grande em tudo, em brilhantismo e bondade.

Namastê, grande HOMEM!

BJKS DA VAN

Um comentário:

Anônimo disse...

Amar bonito ( plagiando Artur da Tàvola), cuidar do amor do respeito da amizade, ter um amigo como esse é mais que é subklime gratificante, é um guerreiro...
Pappabill