segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

GRATO

Leitor generoso, pelo correio eletrônico, elogiou os textos que venho publicando, neste honroso espaço. Também formulou algumas perguntas, a que tentarei responder, no final.

Não vou digitar o nome, porque teria que divulgar seu e-mail. E não me vejo autorizada a fazê-lo.

Sinto-me na obrigação de agradecer os elogios e declarar que não me julgo merecedora deles. Ainda sou aprendiz. Ainda persigo a linguagem que gostaria de manejar, em crônicas.

Em razão disso, continuo escrava do formalismo gramatical. E a expressão que busco deverá ser leve, solta e, de certo modo, pitoresca. E sem qualquer agressão à sintaxe, é claro.

Uma prova de que sou ainda aprendiz é que, concluída a redação de um texto, gosto dele. No dia seguinte, na releitura costumeira, desgosto e o modifico bastante. Ao vê-lo publicado, novamente não gosto. Dá vontade de mexer nele, tirar e pôr... Mas aí, é outra história!

Embora não tenha maiores pretensões, espero, um dia, encontrar a linguagem do meu sonho. Aí, generoso leitor, talvez eu consiga produzir crônicas que me agradem, realmente, e mereçam, pelo menos em parte, os elogios que me comoveram.

Devo confessar que fico mais à vontade fazendo alguns poeminhas. Sinto-me livre para metrificar ou não, valer-me da rima e do ritmo ou navegar em versos brancos e arrítmicos. Mas continuo perseguindo a linguagem que tenha alguma marca pessoal e intransferível.

Por falar em linguagem e estilo, vem-me à lembrança o fato de Argemiro, que edita o jornal de bairro de Vila Isabel com extrema competência, ter criado, faz muitos anos, uma forma de expressão que me encantou: estilo quase telegráfico. Frases curtíssimas e sempre na ordem direta. Adjetivação pouca e economia de conectivos, que somente se usavam em certos casos e em atenção a determinadas regências.

Não sei o motivo que levou meu querido amigo a renegar sua criação. Lembro-me de que o estilo era fortíssimo, tanto que eu, após ler o texto vazado nele, não conseguia livrar-me de sua influência e lia o restante do jornal, no mesmo ritmo.

Para encerrar, retorno ao e-mail que motivou este texto, para satisfazer a curiosidade do leitor. Na minha opinião, quem pretende escrever deve, antes de mais nada, ler ler muito. Depois, é só começar. Minha inspiração está no dia-a-dia, nas coisas que acontecem comigo e em torno de mim. Em certos casos, deixo que a memória venha à tona. Crônica é espécie intermediária do lírico e do épico. Foi criada no Brasil, por Machado de Assis. O curioso é que quase todo grande poeta acaba virando excelente cronista. Exemplos: Mário de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Dos cronistas que admiro, destaco Henrique Pongetti, Paulo Mendes Campos, Rachel de Queiroz, Rubem Braga e Clarice Lispector. Vez ou outra, vejo nos jornais, alguma crônica bem urdida. Tenho, rabiscado em folhas guardadas na gaveta, dois livros de poesia. Ainda não sou possuidora da coragem necessária para formular livro de crônicas.

Um beijo, leitor generoso.


Gostaria de ver o desempenho de meus amigos poeta, em crônica.

BJKS DA VAN

Um comentário:

Anônimo disse...

Van, a admiração pela maneira leve , solta,alegre,inteligente faz com que eu não consiga deixar de entrar em seu blog, já indiquei para vários amigos, eu me sinto um privilegiado, bom demais ter esa satisfação diária, bjs afetuosos
PappaBill/RJ