terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

QUANTOS ANOS VOCÊ TEM ? ENVELHECER COM DIGNIDADE


A pergunta do título parece inocente. Mas a resposta entrega muito mais do que alguns algarismos. No diálogo de quem acabou de se conhecer, nas salas de bate-papo da Internet, nos formulários que esperam ser preenchidos, na ficha escolar, no curriculum vitae, enfim, o ponto de interrogação sobre a idade sempre está lá. E a questão surge sempre entre as primeiras. Às vezes vem lado-a-lado de um "qual é o seu nome". Mas o que está no seu cerne é bem mais complexo.


Diferente do substantivo próprio registrado na certidão de nascimento, a idade se altera a cada ano. Já a designação da pessoa, apenas algumas vezes, em ocasiões especiais da vida, como na passagem do estado civil, na incorporação de um nome artístico (caso de artistas, profissionais da mídia, e meretrizes), na imposição de um apelido, ou ainda nos processos judiciais impetrados por quem recebeu, na hora do batismo, nomes como "Papa Bill", "Van Silva Cruz".


Nas aulas de língua estrangeira, logo depois que se aprende onde está o famigerado livro – "the book is on the table" –, segue-se a lição de como perguntar a idade, estando na terra do Tio Sam: "How old are you"? Traduzindo quase que ao bicho-do-pé da letra do dicionário inglês-português, temos: "Quão velho é você?". Soa estranho perguntar alguém o tanto de velhice que ela tem. Talvez isso explique porque seja descortês indagar as senhoras mais maduras sobre a idade.


Aparentemente, são só dígitos, mas eles podem revelar – ou não – muito de você. E numa única questão, tenta-se deduzir quantos amores você já teve, o número de amigos que fez na vida, por onde porventura tenha passado, sua escolaridade, quanta riqueza já acumulou... Nem sempre, os números precisam estar explícitos. A idade também pode ser representada por uma marca de expressão no rosto, uma cicatriz, uma barba, na cor do cabelo (ou na falta dele), na altura, no peso, ou no inocente contar dos dedos de uma criança quando questionada quantos anos ela tem.


Claro que há quem engana. Tem gente de 20 com cara de 40. Tem gente de 40 com cara de 20. Tem jovem com maturidade de adulto. E tem adulto que não tem maturidade.

Engraçado que menina de 15 anos quer logo completar 18. Já mulher que passa dos 30, omite idade ou diminui alguns anos. Depois das quatro décadas de vida, então, é uma consonância só. E dificilmente se sai da aliteração dos "enta". Daí vem os quarenta, os cinqüenta, os sessenta, os setenta, os oitenta, os noventa...

Chegar aos 100 é raridade. Apesar da avançada medicina e das dicas dos profissionais de Educação Física e dos professores de Yôga (sim, é iô, e não ió), estresse, poluição, cachaça, feijoada, desilusões no amor e falta de segurança nas cidades contam mais no duelo entre preservar e envelhecer a embalagem da qual você está dentro.

Em uma música composta em 1973, Chico Buarque de Holanda canta a "flor da idade". E ele fala da primeira festa, da primeira fresta, do primeiro copo, do primeiro corpo, da primeira dama, do primeiro drama... Do primeiro amor. Seria a idade das descobertas.

Quem muito já descobriu e tem um extenso repertório, provavelmente já chegou à "terceira idade". Por convenção ou eufemismo, passou-se a chamar "melhor idade".Mas para quem está abandonado sozinho num asilo, nem sempre é a melhor.


Afinal, quantos anos você tem? Você tem medo de envelhecer? Eu tenho 41, e o meu medo é de não envelhecer! Viva e faça planos. Não importa quantos anos você tem, mas como você viveu todo este tempo.

BJKS DA VAN

Um comentário:

Anônimo disse...

ade, tenho medo das pessoas que não sabem envelhecer rss
Pappabill