sábado, 13 de setembro de 2008

CRENÇAS

O mundinho da vida de fantasia do bebê e como, diante da sua liberdade de pensamento, resolve suas sensações de frustração simplesmente negando-as, colocando em seu lugar uma sensação anteriormente vivenciada que lhe foi prazerosa. Lamentavelmente, esse maravilhoso instrumento, inatamente recebido, aos poucos vai sendo substituído por crenças, na maioria das vezes falsas, que, na vida adulta, funcionarão de forma “desadaptativa” para cada um de nós. Aprendemos que a presença ou ausência de determinados comportamentos vai produzir resultados definidos. Quando se trata de saúde, nossos pais vão enchendo nossa cabeça com afirmações relacionando causas com efeitos, criando condições de existência para as doenças que poderão aparecer, mais cedo ou mais tarde, e nos acompanharão durante nossa vida. Essas crenças tendem a funcionar como imposições e estabelecerão “verdades”, das quais seremos escravos.

O que nos importa destacar nesse artigo é, agora como adultos, como podemos nos libertar das imposições, das relações de causa e efeito e da educação das leis hereditárias que nos foram impostas por nossos pais. Cada pai e cada mãe amam muito seus filhos e querem o melhor para eles. No entanto, muitas vezes de forma não consciente, outras vezes nem tanto, incutem nos filhos medo, limitações, crenças diversas, inclusive criando grande receptividade e concordância a certas doenças e síndromes características que aceitamos como se fossem verdades definitivas, as quais não deveríamos ou não poderíamos mudar. Tudo muito falso.

Causa espanto constatar que o ser humano que vemos nascer e se desenvolver tão dependente fisicamente seja tão livre e poderoso em sua mente quando bebê, mas, à medida que cresce, adquire independência no seu corpo, mas sua mente aos poucos vai se tornando refém dos aprendizados transformados em crenças. O mal da crença é que para quem crê ela se torna “verdade absoluta”, ainda que “desadaptativa”, impedindo que o indivíduo aja de forma diferente. Acreditar que andar com os pés descalços em piso frio resulta em resfriado é uma falsa crença, pois isso não é verdadeiro. Torna-se, no entanto, verdadeiro para o indivíduo, exatamente porque transformou a informação errônea em crença, pois sua mente é obediente e se submete a ela. Assim, quando alguém anda com os pés descalços em piso frio, fica resfriado e tem sua crença confirmada.

As crenças aos poucos vão se transformando em paradigmas e bloqueiam a livre expressão das potencialidades inatas que possuímos. Enquanto não conseguirmos vencer os velhos paradigmas e substituí-los por novos que se identifiquem com o que é verdadeiro e correto, representando, assim, a libertação, não entenderemos jamais porque nossa vida é tão desajustada em quase todos os níveis, principalmente em termos afetivos, financeiros e de saúde.

Vencer o medo à mudança, deixar o velho paradigma e aceitar conceitos novos que sejam adaptativos e se aproximem do que é verdadeiro caracteriza uma mudança invisível, mas que representa uma espécie de proteção para que a pessoa permaneça no seu constante “status quo”, ou seja, sabota as tentativas de mudanças. O grande paradoxo é que o que mais o indivíduo deseja é a mudança, quer respirar, quer viver, quer ser feliz, quer se realizar, no entanto suas amarras invisíveis estão aí e somente o deixarão aproveitar suas potencialidades se abrir sua mente. Precisa se fortalecer interiormente para enfrentar a si mesmo. Precisa detectar a pretensa causa e encontrar a coragem para mudar. Se seus paradigmas estão lhe impedindo de resolver os problemas e crescer, para se realizar e ser feliz, será gesto de inteligência e amor próprio, de alto nível, aceitar seus desafios, inundando sua mente com novos conceitos e valores impregnados de espiritualidade que vão transformar sua vida.

BJKS DA VAN

Nenhum comentário: