segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O bagulho e doido::

_ Oi, fulano! Como estão as coisas, tudo bem?

_Colé,mermão – respondeu o feirante, bom nada. O movimento caiu e a chuva estragou demais as mercadorias.

Perguntou o cliente: - E as eleições, estão chegando... Você vai continuar a apoiar o vereador Cicrano?

_ O bagulho e doido! – exclamou o feirante – O Cicrano para mim morreu. Ele prometeu arranjar um emprego para o meu filho lá na câmara e até hoje, nem sinal. Político é assim: na hora de pedir voto é uma maravilha, promete tudo, resolve qualquer problema, beijinho, beijinho... Depois de eleito é pau, pau! Some sem deixar rastro. Vou pensar ainda se apoio algum. Tem que ver primeiro o que tem para oferecer...

Fiquei irada com o absurdo da conversa. Cheguei quase a interferir, mas resolvi continuar a minha peregrinação pela feira, lembrando-me do dia em que, imbuído das melhores intenções ambientalistas, tentei doutrinar uma senhora que varria a calçada com o jato de água transformado em vassoura e fui injustamente enxotada, xingada e quase encharcada dos pés à cabeça...

Eleitores inconscientes são assim: vendem seus votos, trocam sua cidadania por benesses provisórias, colocam em risco sua cidade, seu Estado, seu país. Vendem o direito de exigir melhorias, rendem-se ao apelo do individualismo, rasgam as normas do bem comum e da responsabilidade social, iludem-se e deixam-se enganar com bagatelas, promessas falsas e inverdades. Perdem a noção da grandeza do ato de votar, de escolher seus dirigentes com visão maior e mais nobre, com visão democrática. É sempre bom lembrar a todos que política é coisa a ser tratada com atenção e austeridade. Ela se reflete a cada momento em nossa vida. Brincar com política ou não levá-la suficientemente a sério pode trazer conseqüências graves para a nação.

Tendemos, às vezes, a cair no desânimo em face das estripulias que alguns políticos aprontam na cena nacional e que repercutem muito mal na cabeça dos eleitores. Muitos de nós sentimos, em vários momentos, que votar é um trabalho tedioso e desnecessário, que os políticos agem apenas em função de seus próprios interesses e que ascender politicamente acende também o caráter egoísta e impatriótico de nossos representantes. Um exemplo: por iniciativa do presidente da câmara federal, Arlindo Chinaglia (PT), foi aumentada generosamente a tal verba de gabinete dos deputados federais. A conta desembolsada por parlamentar brasileiro passa a ser de aproximadamente R$ ll4 mil mensais ou R$ 1,4 milhão por ano. E basta aguardar um pouquinho que este aumento virá em cascata para assembléias legislativas e câmaras de vereadores. Dá vontade de ir correndo pra Pasárgada...

Atualmente a expressiva maioria de políticos só pensa naquilo: eleições, campanha, carrear votos, aliciar eleitores. E nós, povo, devemos pensar apenas nisto: fazer uma boa escolha na hora de votar. A eleição é um ato de democracia que não pode ser simplesmente descartado ou transformado num balcão de negócios.

bjks da van

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