quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ESMOLA,PEIXE OU O ANZOL

Atenção senhores candidatos, qualquer um pode doar e leiloar os seus bens pessoais, mas o que é do povo tem que ser tratado sem populismo e sem demagogia.

Em todo o País, a maioria dos candidatos trata os eleitores como pessoas sem capacidades de raciocinar. E os pobres, como mendigos, para obterem os votos, prometem ser honestos e democráticos e dividir os bens públicos, após serem eleitos, com os pobres e os cargos com os amigos e parentes. Como se a coisa pública fosse um bem do vencedor e este pudesse distribuí-la a seu bel-prazer, após serem empossados.

Assistimos, quase sem exceção, a candidatos a prefeito prometerem que vão reduzir impostos e doar serviços à população. A questão é: com que recursos? De onde vai sair esta receita? Vão criar mais impostos? Vão reduzir despesas? Vão administrar com mais competência? Melhorar a produtividade da máquina pública?

Quando se diminui o preço da passagem ou se oferece de graça para que em princípio não possa pagar, tira-se do empresário que presta serviços ou subsidia-se com o dinheiro público, mas o que geralmente acontece é alguns passarem a pagar mais para que outros passem a pagar menos ou a não pagar.

Ter uma gestão pública mais eficiente, transparente, como faz a iniciativa privada, não tem sido a prática do setor público. Os exemplos são de empregar parentes, cabos eleitorais, sem a devida qualificação após a eleição. E isso acontece em todas as esferas e atividades públicas.

Não por acaso, o Brasil é classificado como um dos países mais burocráticos e corruptos do mundo. Acredito que o desafio dos candidatos a cargo público no País deva ser o de fazer uma gestão competente, com alto índice de produtividade, gestão de resultado, com indicadores claros para o cidadão que paga o seu salário e o da sua equipe. Esta é a boa prática.

Não acredito que os mais necessitados aceitem de bom grado um benefício oriundo de uma receita que não ajudaram a criar. O que querem são oportunidades, serviços e impostos justos. A maioria tem telefone, qual é o imposto? Muitos tomam cerveja, qual é o imposto? E para onde vai? Qual é aposentadoria do setor público? Qual a do privado? Igualdade é que promovem o cidadão. Outra distorção: o alto custo das obras públicas.

Para concluir, é bom lembrar da música do grande cantor brasileiro Luiz Gonzaga: “Dar esmola a um homem que é saudavel ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Os candidatos a cargo público necessitam mudar a forma de fazer campanha. O desafio é administrar com seriedade, probidade e idealismo. Temos que ter campanha com mais realismo e objetividade.

Não quero desmerecer nenhum candidato e isso não é teoria. É possível fazer uma campanha realista, honesta, respeitando em todos os sentidos o eleitor. É necessário melhorar o nível das nossas campanhas. Se isso acontecer, será até possível assistir ao horário político e escolher um bom candidato.

BJKS DA VAN

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