SAUDADES

Chegou, assim de repente, sem convite e sem telefonema de aviso ou sinal de advertência. Veio devagarinho, esgueirante e sorrateira, na hora mais imprópria.
Mas, se era inevitável, que viesse em hora apropriada:Mas ela veio, na hora em que bem quis. Bandida! No início, bordejou pelo lado esquerdo do peito,chegou direto no coraçao ,dor suportável, coisa passageira, pensei.
Desafiadora e arrogante, estacionou no lugar que escolheu.Logo eu, que abomino qualquer dor, seja física, seja moral!Olha,amigo não era a dor do poeta.Era dor sem psicografia, sem metafísica e sem Fernando Pessoa. Era dor infame, de hospital às pressas e analgésico na veia. Era dor-dor.A partir daquele momento, passei a preferir a dor dos românticos.Passei a preferir a dor das angústias líricas a dor da poesia. no entanto, a dor bandida,permanecia ali.Depois, silêncio absoluto.
Mas, em hipótese alguma, quero sentir esta dor malvada.A dor da saudade de vc.

bjks da van